1º A- aula setembro 2015

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1º A – O SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS:
Ao final da idade média a Europa passava por muitas transformações na economia e na sociedade. O
aumento da produção de alimentos e bens, o crescimento da população e o ressurgimento do comércio
estavam forçando as bases do sistema feudal.
Com o reaquecimento da economia, os senhores feudais (nobres) começaram a aumentar a exploração
em cima dos camponeses e artesãos, obrigando-os a pagar taxas e tributos feudais cada vez mais
altos. Mas a mentalidade medieval começou a se transformar, e muitos servos diziam não ao aumento
da exploração. Começaram então a estourar revoltas de camponeses em várias regiões da Europa. Por
todos os cantos havia saques a propriedades feudais e a possibilidade de uma revolução camponesa
ameaça profundamente os interesses e privilégios dos senhores feudal.
Havia uma importante questão para a nobreza: como controlar os camponeses e garantir a estabilidade
social? As tropas particulares dos feudos não davam conta separadamente. Somente um poderoso
exército nacional poderia reprimir os camponeses e artesãos em vários locais ao mesmo tempo e impor
a ordem. Mas havia apenas um jeito para se organizar e sustentar esse tal exército. Era preciso que os
nobres se unissem para construir uma organização de caráter nacional que garantisse isso: essa
organização era o estado nacional absolutista.
Para a formação do estado nacional, os senhores feudais uniram suas terras em uma nação
(normalmente feudos que tinham certa identidade cultural em comum, como idioma e costumes) e
abriram mão de seus poderes locais em prol da centralização política sob a figura do rei, que estaria no
controle do estado e teria poderes absolutos sobre a nação. A partir de então ele organizaria um código
de leis que valia para o país todo, criaria um imposto unificado e lideraria um exército nacional. Todas
essas novidades garantiram a sobrevivência da sociedade feudal e os privilégios da nobreza. Como
diria o historiador Perry Anderson “essencialmente o estado absolutista era apenas isto: um aparelho de
dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição
social tradicional (...)”.
O regime absolutista: o poder do estado nacional ficaria nas mãos do rei. Ele e seus ministros teriam o
controle absoluto sobre todo o país. Eles definiriam as leis e os impostos e teriam a palavra final em
quase todos os assuntos. Não havia constituição, eleições ou democracia. Este poder absoluto e
inquestionável estaria a serviço da manutenção do direito feudal sobre a sociedade. Os nobres não
teriam mais o poder direto e subordinavam-se ao estado e ao rei. Valeu-se o ditado “que vão os anéis e
que salvem os dedos!”.
A burguesia: a economia cresceria graças ao desenvolvimento do comércio na Europa. Os primeiros
comerciantes, com suas carrocinhas cheias de produtos pelas estradas e feiras, haviam se
transformado em grandes comerciantes que habitavam as cidades autônomas (comunas ou burgos),
ganhando o nome de burgueses. Apesar de ainda serem considerados servos e estarem abaixo dos
nobres, eles aos poucos adquiriam certo poder econômico neste novo mundo.
A burguesia não teve participação direta e profunda na construção dos estados nacionais absolutistas.
Mas tiveram um papel importante. Para os reis era interessante que a burguesia se desenvolvesse.
Quanto mais dinheiro ganhava mais impostos pagavam ao estado. Por isso eles estimularam o
crescimento da economia em seus países, contribuindo com os burgueses. Em troca alguns burgueses
ajudaram a financiar o projeto de unificação dos reis e nobres contra aqueles que ainda resistiam.
SUGESTÕES DE LEITURA:
POMER, LEON. O surgimento das nações. São Paulo editora atual.
HUBERMAN, LEO. A história da riqueza do homem. Rio de janeiro, editora Zahar.
CONTINUAÇÃO DO ENFOQUE EM: SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS.
Um Estado nacional contemporâneo tem como princípio realizar a soberania política e militar dentro de
um determinado território delimitado por fronteiras que definem quando termina um território e inicia
outro.
O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, leva em consideração as pessoas que vivem
no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião,
moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado.
Os Estados-Nações, ou propriamente dito países, surgiram principalmente no fim do século XVIII início
do século XIX. Foram constituídos a partir do processo de industrialização original e/ou clássica com
mecanismo de divisão do espaço geográfico internacional, estabelecendo uma nova configuração
política e espacial, tudo isso é fruto da burguesia e revolução industrial que contribuiu para proteger o
mercado de um determinado território.
Nesse contexto, quem não realizasse medidas de proteção de mercado seria incapaz de competir com
produtos ingleses, então era preciso fechar o mercado. A proteção de mercado não devia se limitar
apenas a fiscalizar as fronteiras, ou taxar produtos, mais do que isso, era preciso constituir sentimentos
de amor à pátria (nacionalismo) em seu povo.
O nacionalismo e/ou patriotismo passou a ser desenvolvida através de vários meios, como a escola era
pública e obrigatória ela conseguia atingir uma grande quantidade de crianças, as forças armadas antes
constituídas por mercenários passou a aceitar somente pessoas de mesma língua e com afinidade com
o país, outras maneiras de consolidação do sentimento nacionalista eram retratadas nas obras
literárias, folclores, tradições, culinária, datas comemorativas, modos de vestir e etc.
A concepção do Estado nacional ocasionou divergências entre reis e imperadores, no século XVI e
XVII, no XIX entre igreja e nação, e entre senhores feudais e o estado.
Posteriormente aos conflitos, o estado foi consolidado superando as ideologias e interesses da igreja e
dos senhores feudais, assim promoveu a centralização do poder, e essa dava direito de representação
da nação.
Mesmo com a vitória política do Estado-Nação ainda existem países que não detêm uma hegemonia de
nacionalidade e de língua, como, por exemplo, Canadá, Suíça, Rússia entre outras.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/como-surgira-os-estados-nacionais.htm Acessado
em 15/09/15
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