1º A – O SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS: Ao final da idade média a Europa passava por muitas transformações na economia e na sociedade. O aumento da produção de alimentos e bens, o crescimento da população e o ressurgimento do comércio estavam forçando as bases do sistema feudal. Com o reaquecimento da economia, os senhores feudais (nobres) começaram a aumentar a exploração em cima dos camponeses e artesãos, obrigando-os a pagar taxas e tributos feudais cada vez mais altos. Mas a mentalidade medieval começou a se transformar, e muitos servos diziam não ao aumento da exploração. Começaram então a estourar revoltas de camponeses em várias regiões da Europa. Por todos os cantos havia saques a propriedades feudais e a possibilidade de uma revolução camponesa ameaça profundamente os interesses e privilégios dos senhores feudal. Havia uma importante questão para a nobreza: como controlar os camponeses e garantir a estabilidade social? As tropas particulares dos feudos não davam conta separadamente. Somente um poderoso exército nacional poderia reprimir os camponeses e artesãos em vários locais ao mesmo tempo e impor a ordem. Mas havia apenas um jeito para se organizar e sustentar esse tal exército. Era preciso que os nobres se unissem para construir uma organização de caráter nacional que garantisse isso: essa organização era o estado nacional absolutista. Para a formação do estado nacional, os senhores feudais uniram suas terras em uma nação (normalmente feudos que tinham certa identidade cultural em comum, como idioma e costumes) e abriram mão de seus poderes locais em prol da centralização política sob a figura do rei, que estaria no controle do estado e teria poderes absolutos sobre a nação. A partir de então ele organizaria um código de leis que valia para o país todo, criaria um imposto unificado e lideraria um exército nacional. Todas essas novidades garantiram a sobrevivência da sociedade feudal e os privilégios da nobreza. Como diria o historiador Perry Anderson “essencialmente o estado absolutista era apenas isto: um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas camponesas à sua posição social tradicional (...)”. O regime absolutista: o poder do estado nacional ficaria nas mãos do rei. Ele e seus ministros teriam o controle absoluto sobre todo o país. Eles definiriam as leis e os impostos e teriam a palavra final em quase todos os assuntos. Não havia constituição, eleições ou democracia. Este poder absoluto e inquestionável estaria a serviço da manutenção do direito feudal sobre a sociedade. Os nobres não teriam mais o poder direto e subordinavam-se ao estado e ao rei. Valeu-se o ditado “que vão os anéis e que salvem os dedos!”. A burguesia: a economia cresceria graças ao desenvolvimento do comércio na Europa. Os primeiros comerciantes, com suas carrocinhas cheias de produtos pelas estradas e feiras, haviam se transformado em grandes comerciantes que habitavam as cidades autônomas (comunas ou burgos), ganhando o nome de burgueses. Apesar de ainda serem considerados servos e estarem abaixo dos nobres, eles aos poucos adquiriam certo poder econômico neste novo mundo. A burguesia não teve participação direta e profunda na construção dos estados nacionais absolutistas. Mas tiveram um papel importante. Para os reis era interessante que a burguesia se desenvolvesse. Quanto mais dinheiro ganhava mais impostos pagavam ao estado. Por isso eles estimularam o crescimento da economia em seus países, contribuindo com os burgueses. Em troca alguns burgueses ajudaram a financiar o projeto de unificação dos reis e nobres contra aqueles que ainda resistiam. SUGESTÕES DE LEITURA: POMER, LEON. O surgimento das nações. São Paulo editora atual. HUBERMAN, LEO. A história da riqueza do homem. Rio de janeiro, editora Zahar. CONTINUAÇÃO DO ENFOQUE EM: SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS. Um Estado nacional contemporâneo tem como princípio realizar a soberania política e militar dentro de um determinado território delimitado por fronteiras que definem quando termina um território e inicia outro. O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, leva em consideração as pessoas que vivem no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião, moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado. Os Estados-Nações, ou propriamente dito países, surgiram principalmente no fim do século XVIII início do século XIX. Foram constituídos a partir do processo de industrialização original e/ou clássica com mecanismo de divisão do espaço geográfico internacional, estabelecendo uma nova configuração política e espacial, tudo isso é fruto da burguesia e revolução industrial que contribuiu para proteger o mercado de um determinado território. Nesse contexto, quem não realizasse medidas de proteção de mercado seria incapaz de competir com produtos ingleses, então era preciso fechar o mercado. A proteção de mercado não devia se limitar apenas a fiscalizar as fronteiras, ou taxar produtos, mais do que isso, era preciso constituir sentimentos de amor à pátria (nacionalismo) em seu povo. O nacionalismo e/ou patriotismo passou a ser desenvolvida através de vários meios, como a escola era pública e obrigatória ela conseguia atingir uma grande quantidade de crianças, as forças armadas antes constituídas por mercenários passou a aceitar somente pessoas de mesma língua e com afinidade com o país, outras maneiras de consolidação do sentimento nacionalista eram retratadas nas obras literárias, folclores, tradições, culinária, datas comemorativas, modos de vestir e etc. A concepção do Estado nacional ocasionou divergências entre reis e imperadores, no século XVI e XVII, no XIX entre igreja e nação, e entre senhores feudais e o estado. Posteriormente aos conflitos, o estado foi consolidado superando as ideologias e interesses da igreja e dos senhores feudais, assim promoveu a centralização do poder, e essa dava direito de representação da nação. Mesmo com a vitória política do Estado-Nação ainda existem países que não detêm uma hegemonia de nacionalidade e de língua, como, por exemplo, Canadá, Suíça, Rússia entre outras. Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/como-surgira-os-estados-nacionais.htm Acessado em 15/09/15