terapêutica medicamentosa

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TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Prof. Dr. Rubens Rodrigues Filho
CONCEITOS BÁSICOS
1- Droga: é toda substância de estrutura simples ou complexa de origem variada, e,
quando administrada, pode possibilitar alterações somáticas, funcionais ou
estruturais, desde que não funcione como alimento. As drogas podem despertar
e/ou modificar as funções, mas nunca criam uma função.
2- Medicamento: é uma droga ou preparado de drogas que administrada ao
organismo vivo produz efeitos úteis ou benéficos.
3- Especialidade farmacêutica: é um medicamento de ação conhecida e fórmula
especificada. Deve ser uniformemente embalado, ter autorização especificada,
sendo caracterizada por um nome genérico ou comercial.
4- Placebo: são substâncias reconhecidamente inócuas e inertes. Tem sua
aplicação com finalidade de cura e, principalmente em pesquisa.
5- Dose: é a quantidade de medicamento que usamos para obter um determinado
efeito (efeito farmacológico)
6- Latência: é o tempo que decorre entre o momento da administração e o início do
efeito, o qual é influenciado pela velocidade de absorção, distribuição, localização
no sítio alvo e indiretamente pela eliminação.
7- Pico de efeito: é o tempo necessário para se atingir concentração máxima,
sendo resultante do balanço entre processos que levam o fármaco ao sítio de
ação e os que de lá o retiram.
8- Duração de efeito: é o tempo dependente da velocidade dos processos de
eliminação e em alguns casos da distribuição.
9- Índice terapêutico: é o intervalo existente entre a dose tóxica e a dose usual
Índice terapêutico = Dose tóxica (DT)
Dose usual (DU)
10- Índice terapêutico ou Margem de Segurança:
-
ampla: administra-se a droga com segurança
-
estreita: administra-se a droga com relativa segurança
-
nula: a droga é tóxica
PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
1- Conceito: São estruturas orgânicas com as quais o fármaco toma contato para
sofrer absorção
Obs: influenciam na velocidade e na extensão da absorção da droga
2- Métodos de administração:
- Consiste no material, objeto e forma pela qual se faz com que aconteça o contato
destes fármacos com as estruturas orgânicas
3- Classificação das vias de administração: Enterais e Parenterais
- Enterais: quando o fármaco entra em contato com qualquer segmento do trato
gastrointestinal
Ex: Vias oral, bucal, sublingual e retal
- Parenterais: São aquelas que não utilizam o tubo digestivo. Podem ser divididas em
parenterais diretas e parenterais indiretas
Ex: Vias intravenosa, intramuscular, subcutânea, intra-dérmica, intra-arterial, intracardíaca, intratecal, peridural, intra-articular (parenterais diretas)
Vias cutânea, respiratória, conjuntival, geniturinária, intracanal (parenterais
indiretas)
4- Via Oral
4.1- Vantagens
- Conveniência
- Economia
- Segurança
- Menor tendência de ocorrerem reações alérgicas
4.2- Limitações da Via Oral
- Tende a haver um retardo na absorção da droga (média de 30 a 60 minutos)
- Inativação metabólica ou formação de complexos
- Espectro de reações adversas: do início ao fim do trato gastro-intestinal
5- Via Bucal
- Principalmente para obtenção de efeitos locais
- Em alguns casos para evitar inativação pelo suco gástrico
- Cavidade oral: fino epitélio rico em vasos proporcionando absorção adequada e
superficial
- Formas farmacêuticas como soluções aquosas ou oleosas, colutórios, pastilhas
podem ser administrados por esta via
- Riscos: absorção sistêmica de drogas que se destinam a produção de efeitos locais
e sensibilização do paciente
6- Via Sublingual
- Forma farmacêutica: geralmente comprimidos que devem ser dissolvidos pela
saliva, e não deglutidos
6.1- Vantagens
- Permite a chegada da droga à circulação sistêmica, sem sofrer inativação pelos
sucos digestivos e metabolismo de primeira passagem
- Permite a retenção do fármaco por mais tempo
- Absorção rápida de pequenas doses (maior suprimento sangüíneo e menor
espessura da mucosa)
8- Via Intramuscular
-
Permite o depósito do medicamento na profundidade da massa muscular da
região glútea, do músculo deltóide do ombro ou mesmo da língua.
-
O volume administrado não deve ultrapassar a 10 ml
8.1- Membrana de absorção: endotélio de capilares vasculares e linfáticos
8.2- Vantagens
- Absorção rápida
- Administração em pacientes inconscientes
- Adequada para volumes medrados, veículos aquosos, não aquosos e suspensões
8.3- Desvantagens
- Dor
- Aparecimento de lesões musculares, pela aplicação de substâncias irritantes ou
substâncias de pH não neutro
- Aparecimento de processos inflamatórios pela injeção de substâncias irritantes ou
mal absorvidas
9- Via Endovenosa
9.1- Membrana de absorção: não há absorção
9.2- Vantagens
- Obtenção rápida de efeitos
- Administração de grandes volumes
- infusão lenta
- Aplicação de substâncias irritantes diluídas
- Possibilidade de controle de doses, para prevenção de efeitos tóxicos
9.3- Desvantagens
- Superdosagem relativa em injeções rápidas
- Riscos de embolia, irritação do endotélio vascular, infecções por bactérias ou vírus,
reações anafiláticas
- Imprópria para solventes oleosos e substâncias insolúveis
- Nos casos de reações imprevistas, é praticamente impossível a recuperação do
paciente
- A injeção deve ser lenta ( 1 min) caso contrário, teremos grandes concentrações
da droga no plasma, antes da sua total distribuição
10- Vantagens da Via Parenteral
- Permite a administração de medicamentos que são degradados ao longo do trato
gastrointestinal pelo suco gástrico, suco entérico ou enzimas presentes nesse meio
- Favorece a administração de medicamentos que não são absorvidos pelo trato
gastrointestinal
- Permite a administração de medicamentos mesmo sem a cooperação do paciente
- Proporciona maiores níveis sangüíneos em menor tempo
- Permite reposição rápida de líquidos, eletrólitos e outros elementos perdidos pelo
paciente, em caso de acidentes ou moléstias que se caracterizam por elevada perda
de líquidos
PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS E FARMACODINÂMICOS E SUAS
APLICAÇÕES NA PRESCRIÇÃO
Farmacocinética: é o movimento dos fármacos no organismo. Compreende os
processos de absorção, biodisponibilidade, distribuição e excreção.
1- Absorção:
-
Consiste na transformação do fármaco desde o seu local de aplicação até
alcançar a corrente circulatória
-
Através da absorção os medicamentos iniciam seus efeitos no organismo
-
Na absorção por via oral administrar os medicamentos com água (250 mL)
-
Buscar o equilíbrio entre o estômago completamente vazio e a plenitude
gástrica
1- Fatores que influenciam a absorção de fármacos
Fatores
Maior absorção
Menor absorção
Concentração.......................
maior
menor
Peso molecular.....................
pequeno
grande
Solubilidade.......................... lipossolubilidade
Ionização.............................. forma não-ionizada
Forma farmacêutica..............
líquida
hidrossolubilidade
forma ionizada
sólida
PH local ácido......................
ácidos fracos
bases fracas
PH local básico.....................
bases fracas
ácidos fracos
Área absortiva.......................
grande
pequena
Absortiva...............................
menor
maior
Circulação local.....................
grande
Espessura da membrana
Condições fisiológicas...........
pequena
menstruação
puerpério
Condições patológicas...........
inflamação
edema
ulceração
choque
queimaduras
2- Biodisponibilidade: É a proporção (expressa em percentagem) de determinada
dose de um medicamento que alcança a corrente circulatória. Pode ser afetada
pelo grau de desintegração e dissolução das formas farmacêuticas nos líquidos
orgânicos.
Escala decrescente de biodisponibilidade: solução – emulsão – suspensão –
cápsula – comprimido – drágea
3- Distribuição: Consiste em levar o fármaco a diferentes partes do organismo.
Após administrado o medicamento pode ser distribuído pelo plasma, líquido
intersticial e líquido intracelular. Esta distribuição é viável devido aos mecanismos
de biotransporte. A quantidade e rapidez de distribuição de um determinado
medicamento depende de sua ligação às proteínas plasmáticas e teciduais como
albuminas e alfa globulinas.
Concentrações de um fármaco em sítio-alvo e efeitos correspondentes
a) excessiva.............................. tóxicos
b) máxima permitida................. potencialmente tóxicos
c) ótima..................................... terapêuticos
d) limiar..................................... parcialmente eficazes
e) insuficiente............................ ausentes
4- Biotransformação: é um conjunto de reações enzimáticas que transformam o
fármaco num composto diferente daquele originalmente administrado para que
possa ser excretado. É necessário para que os fármacos possam exercer seus
efeitos. A biotransformação ocorre no fígado, na mucosa intestinal, pulmões, pele
e placenta.
4.1- Finalidade da biotransformação: em geral deixa as drogas mais polares (mais
iônicas), o que as torna menos solúveis nas gorduras, facilitando a sua eliminação
4.2- Conseqüências
-
O medicamento biotransformado pode ter a sua atividade aumentada
-
Pode originar produtos que conservam a atividade do medicamento
-
Um medicamento que inicialmente é inativo pode tornar-se ativo, após a sua
biotransformação
-
O medicamento biotransformado pode apresentar uma atividade que antes
não possuía
-
O medicamento biotransformado pode originar um ou mais produtos que
sejam mais tóxicos do que o próprio medicamento
-
O medicamento biotransformado pode tornar-se inativo
5- Excreção: É a passagem dos medicamentos ou substâncias do meio interno para
o externo
- O medicamento pode ser eliminado na forma ativa (intacto) ou na forma de
derivados (biotransformado)
- A excreção ocorre principalmente nos rins.
- Outras formas de excreção: pulmões, bile, fezes, suor, lágrimas, saliva, leite
materno e secreção salivar
Farmacodinâmica
É a área da farmacologia que estuda os mecanismos de ação dos fármacos e
seus efeitos no organismo
Ação: é o local onde a droga age
Efeito: é o resultado da ação
1- Interação da droga com receptores e outros sítios no organismo: A ação de
um fármaco ocorre quando ele interage com sítios orgânicos de resposta
(receptores) e sítios reativos em enzimas, que dependem da ligação com o
fármaco, ou ainda tecidos ou fluídos orgânicos que se modificam por ação
inespecífica gerada pela simples presença da droga.
2- Relação dose efeito:
-
A intensidade do efeito produzido será diretamente proporcional à sua
concentração no local de ação, num tempo determinado
-
Para alguns fármacos, o aumento das doses e de seus efeitos não apresenta
limites, exceto pelos riscos determinados
-
Para outros existe o chamado efeito máximo ou efeito platô
3- Efeitos farmacológicos dos medicamentos (benéficos)
a) Variações dependentes da dose
b) Variações dependentes da via
c) Relação dose e via de administração
d) Variações individuais
e) Interação medicamentosa
f) Início do efeito farmacológico
g) Término do efeito farmacológico
h) Prolongamento do efeito farmacológico
Obs: Considerando o tamanho do indivíduo o ajuste da dose pode ser realizado
pela equação a seguir:
Dose a administrar= dose usual x peso em kg do paciente
70 kg
4- Reações anômalas e efeitos adversos dos medicamentos:
a) Devido a fatores do próprio medicamento
b) Devido a fatores do organismo com o qual ele se põe em contato
c) Devido a interação entre ambos
-
Fatores Dependentes do Próprio Medicamento:
a) Efeitos colaterais
b) Teratogenicidade
c) Efeitos secundários
d) Superdosagem (relativa e absoluta)
a) Efeitos Colaterais: São aqueles que ocorrem de forma simultânea com o efeito
principal. Não são benéficos.
b) Teratogenicidade: É o efeito da droga sobre o feto, provocando alterações
morfológicas, funcionais ou emocionais no mesmo.
c) Efeitos secundários: São os que não ocorrem simultaneamente ao efeito
principal, mas sim em conseqüência deste
Ex: ação antitussígena da morfina
d) Superdosagem absoluta: É a administração de doses anormalmente elevadas de
uma droga
e) Superdosagem relativa: Quando a dose é adequada em valores absolutos, porém
administrada com grande velocidade dentro de um vaso sanguíneo.
-
Fatores dependentes do organismo
a) Hipersensibilidade:
-
Compreende as reações imunológicas (simples urticária ou choque anafilático
fatal)
-
O primeiro contato com a droga causa hipersensibilização do organismo
-
Liberação de autacóides (histamina, serotonina, leucotrienos e outros)
-
Os efeitos de hipersensibilidade são independentes da dose
-
As reações alérgicas podem ser imediatas ou tardias
-
As reações alérgicas dependem da capacidade do alérgeno de provocá-la e
da predisposição do paciente a adquirir-la
-
Fatores dependentes do Medicamento e do Organismo:
a) Efeito Paradoxal: É o efeito contrário àquele esperado após o uso de um
determinado medicamento. É mais freqüente em idosos e crianças.
Considerações Importantes no Idoso
a) Alterações farmacocinéticas
- A absorção de medicamentos é inalterada em idosos
- O aumento de lipídeos e a redução da água corporal total alteram a distribuição de
drogas hidro e lipossolúveis
- As funções hepática e renal declinam com a idade, a duração do efeito aumenta
- Com a redução dos níveis de albuminas, aumenta a forma livre de fármacos de natureza
ácida e a sua toxicidade
b) Alterações farmacodinâmicas
- O idoso é mais sensível a hipnossedativos e analgésicos
- Mudanças farmacodinâmicas podem tornar os pacientes geriátricos sensíveis a vários
medicamentos
FORMAS FARMACÊUTICAS
1- Tipos:
a) sólidas: via oral, aplicação local
b) semi-sólidas: aplicação local
c) líquidas: via oral, aplicação local ou por vias parenterais
2- Sólidas: são a base de pós; podem ser granulados, comprimidos, cápsulas, drágeas e
supositórios
a) Granulados: Constituída de um aglomerado, contendo um ou mais princípios ativos,
associados a excipientes, sob a forma de grãos ou fragmentos cilíndricos.
Vantagens – Propiciam uma ingestão mais agradável
Não aderem entre si
Em geral, dissolvem-se rapidamente
b) Comprimidos: Apresentam tamanhos e formatos variados, geralmente cilíndricos ou
lenticulares, obtidos à partir da compressão de pós de substâncias medicamentosas
secas. Podem ser revestidos, vaginais, mastigáveis e efervescentes (liberam dióxido
de carbono)
Vantagens – Permitem precisão de dosagem e são de fácil administração
Podem ser fracionados
Podem ser conservados por maiores períodos de tempo
c) Drágeas: São comprimidos que recebem um ou mais revestimentos externos.
Vantagens – Facilitam a deglutição
Eliminam sabor e odor desagradáveis
Evitam alterações de certos princípios ativos
Resistem ao suco gástrico, só se expondo no intestino
d) Cápsulas: São receptáculos de natureza gelatinosa de forma e dimensão variadas,
contendo em seu interior substâncias medicinais sólidas, líquidas ou mesmo pastosas.
Vantagens – Permitem a administração de drogas de sabor desagradável
Conferem um revestimento gastro-resistente ao medicamento
Liberam mais rapidamente o princípio ativo da droga
3- Líquidas: podem ser emulsões, suspensões e soluções. As soluções podem ser
administradas por via oral (para serem deglutidas ou não) ou por via parenteral
(soluções injetáveis)
a) Suspensões: São viscosas, constituindo-se em uma dispersão grosseira, em que a
fase externa (maior) é um líquido e a fase interna (menor), um sólido insolúvel, que é o
princípio ativo da medicação. Para uso exige agitação enérgica do frasco.
b) Soluções: São sistemas ou misturas homogêneas que asseguram uma correta
dosagem do medicamento. São formadas por um solvente mais um soluto, que
necessariamente deve ser miscível no solvente. Os solventes mais utilizados são água,
propilenoglicol, éter dietílico, etc...
4- Soluções injetáveis
a) Vantagens do Uso:
-
Absorção mais rápida e segura
-
Determinação exata da dose do medicamento
-
Permitem o uso de grandes volumes
-
Não sofrem a ação do suco gástrico
-
Não agridem a mucosa gástrica (com exceção de alguns antiinflamatórios)
b) Desvantagens:
-
Necessidade de assepsia rigorosa
-
Dor decorrente da aplicação
-
Dificuldade de auto-administração
-
Custo geralmente maior
FISIOPATOLOGIA DA DOR
A dor é uma das reações mais comuns que leva os pacientes a procurarem
ajuda de profissionais especializados. É um fenômeno muito complexo caracterizado
por uma sensação desagradável que freqüentemente interrompe as atividades
normais dos pacientes.
A sensação dolorosa tem finalidade protetora, sendo aceita como uma
advertência para o paciente, servindo ainda como um guia para o diagnóstico.
Parece que indivíduos saudáveis percebem a dor da mesma forma, frente a um
determinado estímulo doloroso, mas reagem de diferentes maneiras. Esta reação é
influenciada por vários fatores tais como: idade, sexo, medo, experiências passadas,
fadiga, instabilidade emocional e apreensão. Desta forma só o próprio paciente é
capaz de descrever a intensidade da dor que esta sentindo.
Para um apropriado manejo da dor, se requer um entendimento da sua
fisiologia e da farmacologia. A percepção da dor nos leva a pensar em um sério dano
no tecido ou potencial de dano. Para que ocorra a percepção da dor, existem
estruturas específicas chamadas de nociceptores (são polimodais) capazes de reagir
diante de estímulos mecânicos, químicos, frio e calor, gerando impulsos nervosos
que serão conduzidos por fibras nociceptivas ao sistema nervoso central. Estas
fibras nervosas condutoras são dos grupos A delta e C. As fibras A delta ligeiramente
mielinizadas, são de condução relativamente rápidas (12 a 30 metros por segundo),
e respondem primariamente a estímulos mecânicos ou ao calor. Há uma teoria de
que elas medeiam a primeira sensação de dor, caracterizada por ser aguda e
acentuada. Por outro lado, as fibras C não mielinizadas, são de baixa condução (0,5
a 2 metros por segundo), e respondem a estímulos mecânicos, químicos e ao calor.
Estas fibras provavelmente são mediadoras da “segunda” dor, geralmente descrita
como dor não muito forte, como por exemplo, a dor resultante de queimadura e
ocorre depois da dor inicial.
Da periferia os impulsos dolorosos são transmitidos à medula espinhal e a
partir daí através do feixe espinotalâmico lateral, passam pela formação reticular e
tálamo e então chegam ao córtex cerebral, onde ocorre a somatização do estímulo
nocivo, ou ainda podem emitir axônios ao giro cingulado anterior, onde existe o
componente emocional da dor.
DOR INFLAMATÓRIA
O processo inflamatório é uma reação de defesa do organismo contra
agressão desencadeada por fatores de natureza física, química ou biológica. Esta
presente em quase todas as lesões produzidas no organismo humano, sendo,
portanto, um processo útil e necessário.
A agressão leva à chamada lesão primária que se caracteriza por uma
desnaturação protéica, queda de pH, liberação de mediadores inflamatórios como
histamina, serotonina, cininas, prostaglandinas, bradicinina, leucotrienos e vários
fatores quimiotáticos que produzem mudanças vasculares e celulares. Nesta fase,
por ação das substâncias citadas, ocorre vasodilatação, aumento da permeabilidade
capilar, migração leucocitária e agregação plaquetária, dentre outras manifestações
do processo inflamatório agudo. A resposta inflamatória ao dano tissular resulta na
produção de dor, edema, aumento da temperatura local e perda da função.
Estes fatores locais tem seus principais efeitos nas terminações nervosas
nociceptivas. Primeiro, excitam e sensibilizam estas terminações produzindo
mudanças eletrofisiológicas. Estas mudanças, junto com aquelas que ocorrem no
sistema nervoso central (SNC), resultam clinicamente em hiperalgesia, a qual é
caracterizada por dor espontânea, diminuição no limiar e uma magnitude aumentada
da dor percebida em relação a um determinado estímulo, ou ainda em alodínia, onde
estímulos normalmente inócuos, passam a provocar dor.
A síntese contínua ou a liberação dos mediadores explicam o tempo
prolongado do processo inflamatório, caracterizado pela permanência da dor e do
edema pós-cirúrgico. A dor tende a ser de moderada a intensa nas primeiras 5 horas
e o pico do edema ocorre entre 48 a 72 horas após a realização da cirurgia de
implantes.
Dentro deste processo as prostaglandinas parecem ser os mediadores mais
consistentemente envolvidos. São formadas a partir de fosfolipídeos das membranas
celulares lesadas, através da ação da enzima fosfolipase A2, dando origem ao ácido
araquidônico. Este ácido quando ativado pela enzima ciclooxigenase origina as
prostaglandinas, as tromboxanas e as prostaciclinas. Por outro lado, quando ativado
pela enzima lipooxigenase o ácido araquidônico dá origem aos leucotrienos, que são
substâncias relacionadas com as reações alérgicas.
A maioria dos processos orais, determinam respostas inflamatórias. Sua
intensidade e duração podem diminuir com o uso de antiinflamatórios. Dor, edema,
trismo e hipertermia local podem ser assim reduzidos, havendo indicação de terapia
quando essas manifestações são acentuadas limitando funcionalmente o paciente.
Assim, o manejo farmacológico da dor na periferia consiste no bloqueio do potencial
nociceptivo ao receptor e do impulso nociceptivo ao longo do nervo periférico.
Drogas similares a aspirina como acetaminofeno, dipirona e antiinflamatórios nãoesteroidais podem exercer sua ação nas terminações nervosas através do bloqueio
da síntese de prostaglandinas.
Estímulo ativador
Fosfolipídeos da membrana celular
Fosfolipase A2
Antiinflamatórios esteroidais
Ácido Araquidônico
Lipooxigenase
Leucotrienos
Ciclooxigenase 1 e 2
Prostaglandinas
Prostaciclinas
Antiinflamatórios
Tromboxana
não-esteroidais
Fig. 1: Cascata do ácido araquidônico. Ação das enzimas fosfolipase, ciclooxigenase
e lipooxigenase. Mecanismo de ação dos antiinflamatórios.
Combate ao Fenômeno Doloroso
- Bloqueio do estímulo nos receptores periféricos (analgésicos e antiinflamatórios)
- Bloqueio do impulso nervoso periférico (anestésico local)
- Bloqueio do impulso nervoso no Sistema nervoso central (analgésico opióide)
- Inconsciência do paciente (anestésico geral)
- Diminuição da reação dolorosa (ansiolítico)
Controle do Fenômeno Inflamatório (objetivos)
- Diminuir ou evitar a dor
- Evitar o edema de grande intensidade
- Facilitar a cicatrização, evitar trombose e permitir melhor nutrição dos tecidos
- Evitar grandes quantidades de exsudato, coágulo e pus
- Incorporar rapidamente o paciente a sua vida profissional, familiar e social
BENZODIAZEPÍNICOS
A ansiedade não deve ser considerada como uma doença ou sintoma de
doença, mas sim uma emoção básica, essencial para a adaptação e sobrevivência
do ser humano. Entretanto, quando a ansiedade é intensa e persiste por muito
tempo, perde o seu valor adaptativo, necessitando de intervenção terapêutica.
Os procedimentos odontológicos de modo geral podem induzir ansiedade e
medo nos pacientes, o que constitui um problema muitas vezes sério a ser superado,
pois prejudica a realização de procedimentos necessários a manutenção da saúde
bucal. Alterações fisiológicas como dilatação pupilar, palpitação, palidez, sudorese
nas palmas das mãos, tremores, taquipnéia, taquicardia, elevação da pressão arterial
e da freqüência cardíaca, postura defensiva, excesso ou falta de comunicação por
parte do paciente, sensação de formigamento das extremidades são sinais
normalmente presentes nos pacientes que apresentam medo e ansiedade diante de
procedimentos odontológicos. O procedimento básico no controle da ansiedade
frente ao tratamento odontológico é a tranqüilização verbal. Quando não for possível
um controle adequado, drogas que apresentam atividades ansiolíticas, sedativahipnóticas, anticonvulsivante e miorrelaxante, são clinicamente úteis. Desta forma os
ansiolíticos e sedativos podem ser usados como medicação pré-operatória, o que
certamente facilita as manobras trans-operatórias.
Dentre os vários agentes que têm sido empregados os benzodiazepínicos
são os mais prescritos no mundo, apresentam grande margem de segurança e
poucos efeitos colaterais. Suas propriedades sedativas, amnésicas e relaxantes
musculares centrais contribuem para o efeito tranqüilizador. Ligam-se aos receptores
do ácido -amino butírico (GABA) e atuam aumentando a ação inibitória do GABA
principalmente no sistema límbico. Os benzodiazepínicos são potentes ansiolíticos e
relaxantes musculares. São absorvidos por todas as vias, sendo a via oral a
preferida. Sua meia vida é de aproximadamente 24 horas, atingindo níveis
plasmáticos máximos em média 8 horas após a sua administração. São excretados
principalmente pela urina. Devem ser administrados com cuidado para pessoas
idosas, normalmente sensíveis, podendo apresentar confusão mental.
Entre os medicamentos do grupo dos benzodiazepínicos, pode-se destacar o
diazepam, lorazepam, bromazepam, cloxazolam e midazolam, sendo este último
também indutor de sono fisiológico.
O diazepam e o bromazepam devem administrados 1 hora antes do
procedimento. O lorezepam por outro lado deve ser administrado 2 horas antes e
finalmente o midazolan 30 minutos antes da intervenção. Além dos esquemas
descritos para doses únicas, em pacientes muito ansiosos e apreensivos os
benzodiazepínicos podem ser tomados na noite anterior à consulta, proporcionando
um sono mais tranqüilo.
A tabela 1 apresenta os benzodiazepínicos mais empregados em
Odontologia, com os nomes genéricos, especialidades farmacêuticas e doses usuais.
TABELA 1
Nome Genérico
Nome Comercial
Diazepam
Lorazepam
Apresentação
Valium
Compr. 5 e 10 mg
Dienpax
Ampolas 10 mg (IM) Crianças – 0,1-0,3 mg/Kg
Lorax
Compr. 1 e 2 mg
Dormonid
Adultos – 5 a 10 mg
Adultos – 1 a 2 mg
Idosos – 0,5 a 1 mg
Lorium
Midazolan
Dose usual
Compr. 15 mg
Adultos – 7,5 a 15 mg
Ampolas 5 mg (IM)
Bromazepam
Lexotan
Compr. 3 e 6 mg
Somalium
Adultos – 3 mg
Idosos – 1,5 mg
Crianças – 0,2 mg/Kg
Vantagens do Uso
- Reduzem o fluxo salivar e o reflexo de vômito
- Provoca relaxamento da musculatura esquelética
- Diminuem o metabolismo basal
- Retardam a absorção dos anestésicos locais
- Podem induzir amnésia anterógrada
- Ajudam a manter a pressão arterial e a glicemia
Efeitos Colaterais
- Sonolência
- Cefaléia
- Visão dupla
- Confusão mental
- Incoordenação motora
- Ataxia
Indicações
- Quando o quadro de ansiedade, medo e apreensão não é controlável
- Como medicação pré-anestésica
- Imediatamente após traumatismos dentais acidentais
- Em diabéticos, hipertensos ou cardiopatas (controlados)
ANALGÉSICOS
Os analgésicos são essenciais para o controle da dor nos procedimentos
cirúrgicos periodontais. Podem ser classificados quanto ao seu mecanismo de ação
em:
- Analgésicos opióides: agentes que atuam em receptores do sistema nervoso
central.
- Analgésicos não-opióides: agentes de ação restrita sobre a dor e a febre e que não
comprometem os receptores do sistema nervoso central.
1.1- Analgésicos não-opióides
Este grupo de medicamentos apresenta propriedades analgésica, antitérmica
e antiinflamatória. Sua principal ação é impedir a atividade de mediadores químicos,
através da inibição da enzima ciclooxigenase (ciclooxigenase 1 e 2) que converte o
ácido araquidônico em prostaglandinas, tromboxanos e prostaciclinas.
1.1.1- Classificação
a) Derivados do Ácido Salicílico
-
Ácido acetilsalícilico (simples, revestido ou tamponado)
-
Diflunisal
-
Derivados não-acetilados
b) Derivado do Para-aminofenol
-
Paracetamol
c) Derivado da Pirazolona
-
Dipirona
d) Novos Antiinflamatórios não-esteroidais
-
Fenoprofeno
-
Ibuprofeno
-
Cetoprofeno
-
Naproxeno
-
Flurbiprofeno
-
Oxaprozina
-
Cetorolaco
-
Diclofenaco
-
Aceclofenaco
-
Ácidos mefenâmico, flufenâmico, meclofenâmico, tolfenâmico, etofenâmico
-
Piroxicam
-
Meloxicam
-
Tenoxicam
-
Celecoxib
-
Etoricoxib
-
Lumiracoxib
1.1.2- Analgésicos não-opióides no pré-operatório
A inibição da hiperalgesia pelos analgésicos não opióides principalmente
salicilatos e antiinflamatórios não-esteroidais pode justificar seu uso precoce em
procedimentos cirúrgicos como os de implantodontia. O tratamento da dor já
instalada
é
mais
difícil,
pois
inúmeros
mecanismos
envolvidos
já
foram
desencadeados intensificando-a. Desta forma os analgésicos devem ser utilizados
de acordo com esquemas de doses fixas e não como se costuma ver em receitas “se
necessário”. Portanto, estes agentes farmacológicos podem ser usados antes de se
iniciar o procedimento cirúrgico ou devem ser administrados imediatamente após o
seu término, quando o paciente ainda esta sob efeito anestésico.
1.1.3- A escolha do analgésico
Os analgésicos não-opióides estão indicados para dores leves a moderadas.
A escolha poderá ser feita em função do procedimento operatório, toxicidade relativa,
diferenças farmacocinéticas, experiência de uso dentre outras.
1.1.4- Ácido acetilsalicílico
A aspirina é o protótipo desta classe de drogas. É indicada como analgésico,
antipirético, antiinflamatório e antireumático. Tem boa atividade analgésica na dose
de 500 mg. Para se obter ação antiinflamatória é necessário empregá-la na dose de
4 a 5 gramas diários. A aspirina tem numerosos efeitos secundários como ulceração,
náusea, vômito e dor epigástrica. O ácido acetilsalícilico ainda aumenta o tempo de
sangramento pois se une irreversivelmente a ciclooxigenase plaquetária prevenindo
a produção de prostaglandinas e tromboxano, substâncias que são necessárias para
a agregação plaquetária. Nos pacientes que fazem uso crônico de aspirina, após a
sua retirada, são necessários de 7 a 10 dias para que novas plaquetas sejam
produzidas e lançadas no sangue circulante.
Especialidades Farmacêuticas:
- Aspirina, AAS
Comprimidos de 500 mg
Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas
1.1.6- Derivado do para-aminofenol
Os derivados do para-aminofenol (paracetamol) são muito utilizados em
implantodontia. Nas doses terapêuticas não tem ação antiinflamatória. Possui baixa
toxicidade, não inibe a agregação plaquetária e causa efeitos insignificantes sobre a
mucosa gastrointestinal.
Especialidades Farmacêuticas:
- Dôrico 500 mg
- Termol 750 mg
- Paracetamol 500 mg e 750 mg
- Tylenol 500 mg, 650 mg e 750 mg
Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas
55 gotas de tylenol a cada 6 horas
1.1.7- Derivado da pirazolona
Neste grupo o fármaco mais utilizado é a dipirona. Seu mecanismo de ação
ainda não foi totalmente elucidado, entretanto, admite-se que exerça sua ação
deprimindo diretamente a atividade de nociceptores. É uma droga analgésica
clássica efetiva sobre a dor já instalada. É rapidamente absorvida pelo tubo
digestivo, e pode provocar problemas gastrointestinais, alergias e raramente
agranulocitose.
Especialidades Farmacêuticas:
-
Novalgina 500 mg
-
Dipirona 500 mg
-
Anador 500 mg
-
Magnopyrol 500 mg
Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 4 horas
1.1.8- Novos antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs)
Os
antiinflamatórios
não-esteroidais
compreendem
um
grupo
de
medicamentos alternativos intermediários entre o ácido acetilsalicílico e os
analgésicos opióides quando queremos tratar a dor em diferentes situações clínicas.
Possuem potência analgésica e antiinflamatória que varia de acordo com a dose
utilizada e também com a meia vida-plasmática da droga.
As especialidades farmacêuticas deste grupo serão apresentadas quando
abordarmos os antiinflamatórios.
1.2- Analgésicos opióides
Neste grupo encontramos a morfina, a codeína, o propoxifeno dentre outros.
São considerados analgésicos de ação central, pois atuam sobre o tonus afetivo e
componentes emocionais da dor.
1.2.1- Indicações
Dores agudas moderadas e intensas, não responsiva a analgésicos menos
potentes.
1.2.2- Classificação
a) Agonistas fortes
-
Morfina
-
Meperidina ou peptidina
-
Fentanil
-
Alfentanil
-
Sulfentanil
-
Metadona
-
Levorfanol
-
Hidromorfona
-
Oximorfona
b) Agonistas leves a moderados
-
Codeína
-
Oxicodona
c) Agonista fraco
Propoxifeno
-
d) Agonistas parciais (agonistas/antagonistas)
-
Nalorfina
-
Pentazocina
-
Profadol
e) Antagonistas
-
Naloxona
-
Levalorfano
-
Naltrexona
1.2.3- Efeitos adversos
Sono, euforia, farmacodependência, depressão respiratória, miose, atividade
antitussígena, aumento do tonus da musculatura gastrointestinal e redução de seus
movimentos, atividade emética (que provoca vômito) e antidiurética.
1.2.4- Seleção do analgésico opióide
A escolha por um analgésico opióide é determinada pela severidade da dor,
entretanto, fatores como experiência de uso e características farmacocinéticas
também devem ser consideradas. Os opióides mais freqüentemente prescritos são
codeína e propoxifeno, quer isolados ou em associações com analgésicos nãoopióides.
- Especialidades Farmacêuticas:
Doloxene A 50 mg (Propoxifeno 50 mg + ácido acetilsalicílico 325 mg)
- Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula de 4 em 4 horas.
Tylex 30 mg (Paracetamol 750 mg + codeína 30 mg)
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido por via oral cada 4 horas
Tylex 7,5 mg (Paracetamol 500 mg + codeína 7,5 mg)
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 4 horas
Sylador, Tramal  50 mg (Tramadol analgésico opióide agonista )
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 8 em 8 horas
Sylador gotas 50 mg/mL
- Adultos: 20 gotas em água 3 vezes ao dia via oral (máximo 400 mg/dia)
Silador supositórios de 100 mg
- Adultos: Administrar por via retal 1 supositório a cada 8 horas (máximo 4
supositórios por dia)
Sylador injetável 50 ou 100 mg
- Adultos: Adminstrar por via IM ou IV 1 ampola de 8 em 8 horas (máximo de
400 mg por dia)
Dorless 50 mg (Cloridrato de tramadol agonista )
- Adultos: 1 cápsula a cada 8 horas (dose máxima 400 mg/dia)
- Adultos: 50 a 100 mg 2 a 3 vezes ao dia IV ou IM
Dorless 100 mg solução
1 mL (30 gotas)
- Adultos: 15 (0,5 mL) ou 30 (1 mL) gotas a cada 6 ou 8 horas
Codex 30 mg (paracetamol 500 mg + codeína 30 mg)
- Adultos: 1 comprimido a cada 4 horas via oral
Codex 7,5 mg (paracetamol 500 mg + codeína 7,5 mg)
- Adultos: 1 comprimido a cada 4 horas via oral
Codaten 50 mg (codeína 50 mg + diclofenaco sódico 50 mg)
- Adultos: 1 comprimido 3 vezes ao dia via oral
ANTIINFLAMATÓRIOS
Os antiinflamatórios são divididos basicamente em dois grupos:
-
Antiinflamatórios não esteroidais ou não hormonais
-
Antiinflamatórios esteroidais ou corticosteróides ou Glicocorticóides
1- Antiinflamatórios não-esteroidais
Os antiinflamatórios não esteroidais também podem ser classificados como
analgésicos não opióides pois apresentam propriedades analgésica, antitérmica,
antiinflamatória e antitrombótica. Como visto anteriormente estes medicamentos
agem por inativação da enzima ciclooxigenase que pode ser do tipo 1 e 2. É
importante lembrar que a ciclooxigenase-1 (COX-1) também é denominada
ciclooxigenase constitutiva sendo proveniente de células endoteliais, plaquetas,
macrófagos, rins e estômago, e é permanentemente ativa produzindo uma
quantidade basal de prostaglandinas.
A ciclooxigenase-2 (COX-2) é também
chamada de ciclooxigenase induzida sendo liberada por fatores liberados na lesão
tecidual que ocorre na inflamação.
Conhecendo as características de cada uma das ciclooxigenases, parece
interessante sempre que possível utilizar drogas antiinflamatórias que apresentem
especificidade ou alta seletividade pela ciclooxigenase-2 o que certamente diminui os
efeitos adversos decorrentes do uso. Este fato torna-se ainda mais relevante quando
temos que medicar pacientes que apresentam alterações sistêmicas como úlcera e
gastrite por exemplo.
1.1- Classificação
Salicilatos
-
Ácido acetilsalicílico
-
Diflunisal
-
Salicilatos
Derivados da Pirazolona
-
Fenilbutazona
-
Oxifenilbutazona
-
Bumadizona
-
Feprazona
Ácidos Indolacéticos
-
Indometacina
-
Sulindaco
-
Etodolaco
Ácidos Heteroarilacéticos
-
Tolmetina
-
Diclofenaco
-
Aceclofenaco
Ácidos Arilpropiônicos
-
Naproxeno
-
Ibuprofeno
-
Fenoprofeno
-
Cetoprofeno
-
Flurbiprofeno
-
Oxaprozina
Ácidos Antranílicos
-
Ácido mefenâmico
-
Ácido flufenâmico
-
Ácido meclofenâmico
Ácidos Enólicos
-
Piroxicam
-
Tenoxicam
-
Meloxicam
Alcanonas
-
Nabumetona
Outros
-
Azapropazona
-
Nimesulida
1.2- Antiinflamatórios inibidores altamente seletivos (específicos) de Ciclooxigenase2
Recentemente foram desenvolvidos e lançados no mercado o celecoxib
(celebra), o etoricoxib (arcóxia), e o lumiracoxib (prexige). São inibidores potentes
e altamente seletivos por COX-2 que têm se mostrado efetivos no tratamento dos
sintomas da osteoartrite e no alívio da dor aguda.
1.3- Quando usar os antiinflamatórios não-esteroidais
Em processos inflamatórios clinicamente relevantes, onde existe limitação
funcional do paciente. Quando temos apenas dor a escolha deve recair sobre os
analgésicos como dipirona e acetaminofeno. Outro aspecto que merece ser
comentado é o da utilização de antiinflamatórios em processos infecciosos que
devem ser tratados com antibióticos e quando apresentam dor podem ser
associados a analgésicos.
Em periodontia os antiinflamatórios não esteroidais devem administrados
precocemente, ou seja, já no pré operatório ou imediatamente após o término da
cirurgia. O tempo de utilização deve ser em torno de 2 a 3 dias não devendo exceder
a 5 dias a não ser em casos especiais.
1.4- Seleção
Como a eficácia é similar, a escolha deve ser feita a partir da avaliação da
toxicidade relativa, do custo, da experiência de uso pelo profissional e da
conveniência para o paciente. Na falha terapêutica trocar por outro de sub grupo
diferente.
Os efeitos adversos são qualitativamente iguais, mas quantitativamente
diferentes. Os inibidores de COX-2 são prescritos para pacientes com complicações
gastrointestinais.
1.5- Efeitos adversos
Dentre os mais comuns podemos citar: irritação gástrica, diminuição da
adesividade plaquetária, efeitos teratogênicos e agranulocitose.
1.6- Contra-indicações
-
Gravidez
-
Hipertensos
-
Úlceras gastrointestinais
-
Hipersensibilidade
-
Distúrbios circulatórios
-
Em períodos próximos de cirurgias
-
Em crianças
-
Nos casos de desidratação e hemorragia
1.7- Prescrição
- Principalmente via oral
- Podem ser administrados com alimentos
- Após absorção circulam ligados às proteínas plasmáticas
- A duração de emprego não deve exceder a 5 dias
1.8- Seguimento
- Redução da sintomatologia é o sinal principal
1.9- Fatores de Risco
- Idade superior a 60 anos
- História prévia de doença gastrointestinal
- Hipertensão arterial
- Insuficiência cardíaca congestiva
- Insuficiência renal e hepática
- Desidratação e hemorragia
- Uso concomitante de diuréticos
1.10- Redução dos efeitos adversos
- Ajuste de doses
- Substituição de AINE por outro
- Utilização de fármaco de desintegração entérica
- Uso de inibidores de COX-2
- Administração concomitante de alimentos ou anti-ácidos
1.11- AINE e gestação
- Não devem ser utilizados
- AAS parece ser o mais seguro
- Prolongam o trabalho de parto
- Aumentam os riscos de hemorragia pós-parto
- Provocam fechamento intra-uterino do duto arterioso
1.12- Associações de AINEs
- Não são recomendadas
- Especialidades Farmacêuticas:
Aspirina , AAS (ácido acetilsalicílico)
- Comprimidos de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas
Cataflam, Flogan, Diclo P (diclofenaco potássico)
- Drágeas de 50 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 drágea de 6 em 6 ou de 8 em 8 horas
- Injetável (ampola de 75 mg)
- Adultos: Administrar por via intramuscular 1 ampola ao dia pôr 2 dias.
Naprosyn (naproxeno)
- Comprimidos de 250 mg
- Comprimidos de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas
Flanax  (naproxeno)
- Comprimidos de 275 mg
- Comprimidos de 550 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas
Motrin, Uniprofen, Algi-Danilon, Ibuprofan, Spidufen (ibuprofeno)
- Comprimidos de 600 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas
Dalsy (ibuprofeno)
- Comprimidos de 400 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas
Ibuprofeno 200 EMS (ibuprofeno)
- Comprimidos de 200 mg revestidos
- Adultos: 1 comprimido a cada 12 horas
Ponstan, Pontin (ácido mefenâmico)
- Comprimidos de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 8 em 8 horas
Voltarem, Fenaren (diclofenaco sódico)
- Comprimidos de 50 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 6 em 6 ou de 8 em 8 horas
- Injetável (ampola de 75 mg)
- Adultos: Administrar por via intramuscular 1 ampola ao dia pôr 2 dias.
Benzitrat  (benzidamina)
- Drágeas de 50 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 drágea de 6 em 6 horas
Feldene, Inflamene (piroxicam)
- Cápsulas de 20 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula de 20 mg ao dia
Piroxene, Piroxifen, Piroxiflan (piroxicam)
- Comprimido de 20 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 20 mg ao dia
Scaflam, Nisulid, Anti Flogil, Scalid, Sintalgin (nimesulide)
-
Comprimido de 100 mg
-
Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 12 horas
Proflam (aceclofenaco)
-
Comprimidos de 100 mg
-
Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 12 horas
Movatec, Bioflac, Loxiflan, Movoxicam, Meloxil (meloxicam)
- Comprimidos de 7,5 e 15 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas (7,5 mg)
ou 1 comprimido a cada 24 horas (15 mg)
Celebra (celecoxib)
- Cápsulas de 200 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula de 12 em 12 horas
Etoricoxib (arcóxia)
- Comprimidos de 120 mg
- Adultos: 1 comprimido a cada 24 horas via oral
Artrinid (cetoprofeno)
- Cápsulas de 50 mg
- Adultos: 1 cápsula a cada 8 horas via oral
Teflan (tenoxicam)
- Comprimidos de 20 mg
- Adultos: 1 comprimido a cada 6 ou 8 horas
2.2- Glicocorticóides
O primeiro relato publicado sobre o uso de glicocorticóides em odontologia foi
por Spies em 1952 e Stream e Hurton em 1953. Os resultados destes e outros
estudos levaram ao desenvolvimento de glicocorticóides mais potentes e ao emprego
mais freqüente destes agentes em cirurgia oral.
2.2.1- Classificação
No grupo dos costicosteróides podemos citar: cortisona, prednisona,
prednisolona, triancinolona, metilprednisona, parametasona, dexametasona e
betametasona, etc.
2.2.2- Mecanismo de ação
Os costicosteróides (glicocorticóides) são potentes antiinflamatórios. Inibem a
enzima fosfolipase A2, diminuem a síntese de prostaglandinas e de leucotrienos
reduzindo o acúmulo de neutrófilos no tecido inflamado implicando diretamente na
diminuição dos mediadores químicos pró-inflamatórios. Além disso, tem um efeito
muito potente na homeostase e bloqueiam fases da inflamação tais como dilatação
capilar e fagocitose.
2.2.3- Ações farmacológicas
Os corticosteróides exercem efeitos em várias funções fisiológicas, sendo
acompanhados por inúmeros efeitos secundários os quais são proporcionais a
duração e a intensidade da terapia. O paciente que faz uso de corticosteróides
exógenos por tempo prolongado corre o risco de supressão do eixo adrenal
hipotálamo hipofisário. Com isso o organismo não pode responder adequadamente a
situações de stress, trauma ou infecção. O uso prolongado ainda pode causar
osteoporose alveolar, degeneração das fibras periodontais e aumento na
probabilidade de infecção oral.
2.2.4- Indicações
-
Inflamações da mucosa oral
-
Em distúrbios da articulação temporo-mandibular
-
Em endodontia fazendo parte da composição de pastas obturadoras de
canal
-
No pré e pós-operatório de cirurgias odontológicas
-
Para reduzir o edema pós-extração traumática
-
Edema de glote
-
Choque anafilático
-
Nas pulpotomias e biopulpectomias
2.2.5- Contra-indicações
As contra-indicações da terapia com esteróides por tempo prolongado
incluem: psicose aguda, diverticulose, úlcera péptica, síndrome de Cushing,
insuficiência renal, hipertensão, tendência tromboembólica, osteoporose, miastenia
grave (doença que acomete nervos e músculos, de origem auto-imune; é
caracterizada por fraqueza acentuada), tratamento com anticoagulantes, tendências
psicóticas e hiperensibilidade à droga. Os esteróides não devem ser prescritos a
pacientes com histórico de infecção crônica ou aguda do tipo bacteriana, viral ou por
fungos.
2.2.6- Uso dos corticosteróides em Implantodontia
Nas cirurgias implantológicas os corticostertóides podem ser administrados no
pré-operatório em doses únicas. Nestes casos o risco é mínimo deste que o paciente
tenha boas condições de saúde.
As doses únicas dadas pela manhã quando os níveis de cortisol alcançam a
secreção máxima causam menos interferência no eixo hipotálamo adrenal hipofisário
ou com aspectos positivos da inflamação que as doses divididas ao longo do dia ou
administradas ao final da tarde. Desta forma a administração nas primeiras horas da
manhã é o mais indicado.
Quando se optar pelo tratamento prolongado, a prescrição não deve exceder
de preferência aos 3 dias. As doses devem ser reduzidas no segundo dia e um
pouco mais no terceiro dia. Além disso, o paciente também poderá receber uma
cobertura com antibiótico bactericida.
Esquema posológico para administração de corticosteróides no pré-operatório
em Implantodontia
Decadron 4 mg (Dexametasona)
- Adultos: Administrar em dose única 4mg (1 comprimido) uma hora antes da
cirurgia
Celestone 2 mg (Betametasona)
- Adultos: Administrar em dose única 4mg (2 comprimidos) uma hora antes da
cirurgia
ANTIBIÓTICOS
A prevenção da infecção nas feridas é da maior consideração em
implantodontia. A prevenção é feita através da utilização de procedimentos cirúrgicos
adequados e também de medicamentos apropriados (antibióticos) que podem ser
administrados já no pré-operatório.
O antibiótico escolhido deve ser o menos tóxico possível, bactericida e efetivo
contra as bactérias mais prevalentes na cavidade oral.
1- Conceito
São substâncias químicas produzidas por microorganismos vivos ou através
de processos semi-sintéticos, capazes de inibir ou destruir germes patogênicos.
2- Mecanismo de ação
2.1-
Antibióticos que atuam sobre a parede celular: são bactericidas. Ex:
Penicilinas, Cefalosporinas, etc...
2.2-
Antibióticos que atuam sobre a membrana citoplasmática: são bactericidas.
Ex: Anfotericina B, Nistatina, etc...
2.3-
Antibióticos que atuam na síntese protéica
a) Bloqueiam a síntese: são bacteirostáticos. Ex: Tetraciclinas, Lincosaminas
(clindamicina e lincomicina), Macrolídeos (eritromicina, espiramicina, azitromicina,
claritromicina e roxitromicina), Cloranfenicol, etc...
b) Produzem proteínas defeituosas: são bactericidas. Ex: Aminoglicosídeos
(Estreptomicina, Gentamicina, Neomicina, etc...)
2.4-
Antibióticos que atuam na replicação dos cromossomos: são bactericidas.
Ex: Rifamicinas e Metronidazol
4- Espectro de ação dos antibióticos
a) Amplo espectro – afetam uma ampla variedade de microorganismos
b) Pequeno espectro – são ativos contra um tipo ou um grupo limitado de
microorganismos
5- Ação biológica
a)
Bactericidas – quando são capazes de, nas concentrações habitualmente
atingidas, determinar a morte dos microorganismos suscetíveis.
b)
Bacteriostáticos – quando apenas inibem o crescimento e multiplicação dos
microorganismos sensíveis, sem todavia destruí-los.
6- Condições do paciente a serem consideradas
A seleção do antibiótico mais adequado esta na dependência do estado geral
do paciente. Assim devemos considerar dentre outros, fatores como:
a) Sistema imunológico
b) Função renal e hepática
c) Gravidez
d) Lactação
e) Idade
f) Diminuição da Irrigação sangüínea
7- Duração do tratamento
As infecções orofaciais têm um período de duração que varia entre 2 e 7 dias,
desta forma o tempo médio de utilização dos antibióticos deve ser de 7 dias.
PENICILINAS
- São antibióticos de estrutura peptídica
- Podem ser naturais, sintéticas e semi-sintéticas
- São bactericidas
- Possuem em seu núcleo o ácido 6-amino-penicilânico
-
Impedem a síntese da camada basal da parede celular das bactérias
-
São praticamente atóxicas
a) Penicilinas Naturais
- É obtida a partir do Penicillium notatum
- Ativas contra Gram (+)
- São destruídas pelo pH estomacal e pela penicilinase
- Tipos: - Penicilina G cristalina
- Penicilina G procaína
- Penicilina G benzatina
b) Penicilinas sintéticas (Penicilina V)
- São destruídas mais lentamente pela penicilinase
- Não são destruídas pelo pH ácido do estômago
- O seu espectro de ação é idêntico ao da penicilina G, porém de potência muito
inferior
- Utilizadas em infecções leves causadas por Estreptococos e Pneumococos
-
Especialidade Farmacêutica:
Pen-ve-oral
- Comprimidos de 500.000 UI
- Adultos: administrar por via oral 1 comprimido de 6 em 6 horas
Peniciligran V
- Comprimidos de 1.200.000 UI
- Adultos: administrar por via oral 1 comprimido de 8 em 8 horas
c) Penicilinas Semi-sintéticas
c.1- Semi-sintéticas de pequeno espectro
- Compreendem o grupo das isoxazolil-penicilinas
- São bem absorvidas por via oral e parenteral
- Alcançam níveis terapêuticos em ½ a 1 hora após
- Indicada nas infecções Estafilocócicas resistentes à penicilina G, e nas infecções
mistas por Estreptococos e Estafilococos
- Tipos: Oxacilinas e Dicloxacilinas
- Especialidade Farmacêutica:
Staficilin-N (Oxacilina)
- Cápsulas de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral1 cápsula de 6 em 6 horas
Dicloxacilina (Dicloxacilina)
- Comprimidos de 250 e 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 6 horas
c.2- Semi-sintéticas de amplo espectro
- São derivados do alfa-aminobenzilpenicilina
- Tipos: Ampicilina, Amoxicilina e Amoxicilina com ácido clavulânico
- A amoxicilina é melhor absorvida que a ampicilina atingindo níveis séricos e
tissulares mais elevados.
- O ácido clavulânico por inibição da maioria das beta-lactamases, aumenta o
espectro antimicrobiano da amoxicilina
- Especialidades Farmacêuticas
Amplacilina (Ampicilina)
- Cápsulas de 250 e 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral de 1 a 2 g por dia, dividida em 4 administrações
Binotal (Ampicilina)
- Cápsulas de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral de 1 a 2 g por dia, dividida em 4 administrações
Amoxil (Amoxicilina)
- Cápsulas de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral1 cápsula de 8 em 8 horas
Clavulin, Clavoxil, Clavupen (Amoxicilina/ácido clavulânico)
- Comprimidos de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 8 em 8 horas
Efeitos Adversos e Precauções com as Penicilinas
Apesar de serem considerados antibióticos atóxicos as penicilinas levar a
alguns efeitos adversos tais como:
- Injeções dolorosas
- Alterações gastrointestinais
- Reações alérgicas
Classificação das reações alérgicas às penicilinas
a)
Imediatas (2-30 min) – urticária, angioedema, broncoespasmo, hipotensão ou
choque, anafilaxia
b)
Aceleradas (1-72 h) – urticária, angioedema, broncoespasmo.
c)
Tardias (após 72h) – erupções morbiliformes, artralgia, doença do soro, febre
isolada
d)
Raras - anemia hemolítica, penumonite e nefrite intersticiais, vasculite, eritema
multiforme, dermatite exfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson
Seleção
As penicilinas constituem os antibióticos de primeira escolha no tratamento da
infecções odontogênicas
CEFALOSPORINAS
- Possuem no seu núcleo molecular o ácido 7-amino-cefalosporânico
- Mecanismo de ação idêntico ao das penicilinas
- São bactericidas
- Apresentam amplo espectro, atuando contra cocos Gram (+) e bacilos Gram (-)
- São ativos contra estafilococos, incluindo a maioria dos penicilino resistentes
- Pode provocar danos renais e hepáticos
- Possuem baixa toxicidade
- Podem ser usadas em pacientes sensíveis às penicilinas
- Tipos: cefalexina, cefazolina, cefotaxima, cefalotina, etc.
a) Cefalexina
- É usado por via oral
- Nas doses habituais não são altamente efetivos para germes anaeróbios presentes
nas infecções bucais
- Especialidade Farmacêutica
Keflex (Cefalexina)
- Drágeas de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 drágea a cada 8 horas
b) Cefazolina
- É usado por via parenteral
- Não são efetivos contra anaeróbios
- Especialidade Farmacêutica:
Kefazol
- Frasco-ampola (250, 500 e 1000 mg)
- Adultos: Administrar por via intramuscular 250 ou 500 mg de 8 em 8 horas
c) Cefotaxima
- É uma cefalosporina de 3a geração
- Maior atividade contra aeróbios Gram (-)
- Atua em germes anaeróbios
- Especialidade Farmacêutica:
Claforam
- Frasco-ampola de 500 a 1000 mg
- Adultos: Administrar por via intramuscular de1 a 2 g ao dia dividida em 2
administrações
d) Cefalotina
- É a cefalosporina mais usada para profilaxia de infecção pós-operatória
- Tem baixa toxicidade
- Especialidade Farmacêutica:
Keflin
- Frasco-ampola com 1000 mg
- Adultos: Administrar por via intramuscular de1 a 2 g em dose única
Seleção
As cefalosporinas não constituem a primeira escolha para o tratamento das
infecções odontogênicas. Prefere-se a cefalexina por possibilitar a administração
oral.
MACROLÍDEOS
- É caracterizado por apresentar um anel macrocíclico de lactona de 14 a 16
membros
- São bacteriostáticos
- Pequeno espectro
- Apresentam boa tolerância e baixa toxicidade
- Efeitos colaterais: diarréia, náuseas, dores abdominais, dispepsia, cefaléia
- Tipos: Eritromicina, Espiramicina, Claritromicina, Roxitromicina e Azitromicina
a) Eritromicina
- É obtida do Streptomyces erythreus
- É rapidamente absorvida nas 1as porções do intestino
- Proporciona níveis sangüíneos satisfatórios na 1a meia hora
- Seu espectro abrange cocos Gram (+) e (-) e alguns bacilos Gram (+) e (-)
- Infecções estreptocócicas e pneumocócicas respondem muito bem a este
antibiótico
- Usada em infecções leves e moderadas
- Especialidades Farmacêuticas
Ilosone
- Cápsulas de 250 mg
- Drágeas de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral de 1 a 2 g dividida em 4 administrações
Pantomicina
- Drágeas de 250 e 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral de 1 a 2 g por dia divididas em 3 a 4
administrações
b) Espiramicina
- É obtido a partir do Streptomyces ambofaciens
- Espectro de ação idêntico ao da eritromicina
- Manifestações de hipersensibilidade são raríssimas
- É praticamente atóxica
- Mantém concentrações nos tecidos orais, que permanecem durante alguns dias
- É muito utilizado nas periodontopatias
- Especialidade Farmacêutica
Rovamicina (Espiramicina)
- Cápsulas de 250 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula a cada 6 horas
c) Azitromicina
- Resulta de modificações estruturais da eritromicina
- É administrada em dose única durante 3 dias, proporciona 10 dias de ação
antibacteriana
- Especialidade Farmacêutica
Zitromax, Azitromin, Mazitron (Azitromicina)
- Comprimidos de 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 500 mg por dia
d) Claritromicina
- Especialidade Farmacêutica
Klaricid
– Comprimidos de 250 e 500 mg
- Adultos: Administrar por via oral 500 mg a cada 12 horas
e) Roxitromicina
- Especialidade Farmacêutica
Rotram, Rulid
– Comprimidos de 300 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido de 12 em 12 horas
Seleção
Os macrolídeos constituem uma alternativa de tratamento para os pacientes
alérgicos às penicilinas, nas infecções de pequena ou média gravidade.
LINCOSAMINAS
- Neste grupo de antibióticos encontramos a Clindamicina e a Lincomicina
- A clindamicina é a mais indiciada, sendo derivada quimicamente da lincomicina
- É bacteriostática e se torna bactericida em doses altas
- Bem absorvida por via oral
- Biotransformada no fígado e excretada na bile
- Esta distribuída principalmente no tecido ósseo, o que a indica em muitas infecções
odontogênicas
- É utilizada nas infecções por cocos Gram (+) e também contra Sstafilococcus
aureus eoutras bactérias produtoras de penicilinase
- É contra-indicada diante das disfunções renais e hepáticas
- A reação adversa mais freqüente é a diarréia
-
A
complicação
gastrointestinal
mais
importante
pseudomembranosa
- Especialidade Farmacêutica
Dalacin C
- Cápsulas de 150 e 300 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula a cada 6 horas
Seleção
é
a
chamada
colite
Para as infecções graves que não respondem às penicilinas. Podem ser utilizadas na
profilaxia da endocardite infecciosa.
TETRACICLINAS
- Amplo espectro
- São bacteriostáticos; inibindo a síntese de proteínas
- Atuam sobre germes Gram (+) e (-), ricketsias, espiroquetas e alguns vírus
- Não são antibióticos de 1a escolha
- Apresentam boa absorção por via oral
- São utilizados nas periodontopatias
- São excretadas pela urina, fezes, bile, saliva e leite
- Tem afinidade pelo fígado, baço, ossos e dentes
- Causam irritações gastrointestinais e impregnação nos dentes (manchas marrons)
- Podem causar hipoplasia do esmalte
- Podem causar fotossensibilidade e aumento do tempo de coagulação sangüínea
- Tipos de tetraciclinas:
- Cloridrato de tetraciclina
- Doxiciclina
- Minociclina
1- Cloridrato de Tetraciclina
- É incompletamente absorvido no segmento proximal do intestino delgado
- Não altera a flora intestinal normal
- Não deve ser administrada com alimentos ricos em cátions divalentes, encontrados
no leite e seus derivados, nem com antiácidos que contém cálcio, magnésio ou
alumínio.
- Especialidade Farmacêutica:
Cloridrato de tetraciclina 
- Cápsulas de 250 mg e 500 mg
-
Adultos: Administrar por via oral 1 cápsula de 6 em 6 horas
2- Doxiciclinas
- É excretado lentamente
- Absorção não é influenciada por alimentos ou leite
- Especialidade Farmacêutica
Vibramicina, Uni Doxiciclin
- Drágeas de 100 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 drágea a cada 12 horas ou 1 drágea por dia
3- Minociclina
- Talvez a mais ativa de todas as tetraciclinas
- Excreção lenta
- Especialidade Farmacêutica
Minomax
- Comprimidos de 100 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 12 horas
METRONIDAZOL
- Eficaz contra anaeróbios Gram (-)
- Bem absorvido oralmente, atravessando barreiras teciduais rapidamente e em
grandes concentrações, sendo bem distribuído na saliva e no fluído do sulco gengival
- É eliminado por via renal
- Atua sobre o DNA bacteriano levando à morte celular
- É bactericida
- Está indicado no tratamento das periodontopatias como a GUNA e as periodontites
refratárias avançadas
- Pode também ser indicado no tratamento das infecções dentais por Gram negativos
em associação às penicilinas ou aos macrolídeos
- As reações adversas mais comuns são: gosto metálico, dor estomacal, náuseas e
vômitos.
- Especialidades Farmacêuticas:
Flagyl (metronidazol)
- Comprimidos de 250 e 400 mg
- Adultos: Administrar por via oral 1 comprimido a cada 8 horas
Profilaxia Antimicrobiana em Odontologia
Quimioprofilaxia antimicrobiana é definida como o uso de antibióticos
para prevenir infecção em situações de alto risco, e não deve ser encarada
como uma medida capaz de impedir qualquer processo infeccioso posterior a
procedimento invasivo.
Bacteremia em diferentes procedimentos dentários:
Procedimento
Exodontia única
Bacteremia (%)
51
Exodontias múltiplas
68-100
Curetagem subgengival
51-83
Gengivectomia
83
Amplo retalho de periósteo
33-83
Instrumentação intracanal
0
Instrumentação extracanal
31
Injeção intraligamentar
96,6
Colocação de dique de borracha
29,4
Excovação
7-50
Os princípios gerais da quimioprofilaxia adequada abrangem:
-
Seleção criteriosa dos pacientes
-
Análise dos procedimentos que realmente se beneficiam desta terapêutica
-
Definição do germe prevalente
-
Seleção do antimicrobiano sabidamente eficaz contra esse germe
-
Uso de único agente (monoterapia)
-
Aplicação em momento adequado, para que níveis teciduais e sanguíneos
de antibiótico sejam os mais altos possíveis durante o procedimento
-
Duração curta da profilaxia, em acordo com a proteção a ser conferida
Profilaxia da Endocardite Bacteriana
1- Definição: É um processo infeccioso da superfície do endocardio envolvendo
geralmente as valvas cardíacas.
2- Microorganismos envolvidos:
Estreptococos (56,4%)
Estafilococos (24,9%)
Bactérias Gram negativas (5,7%)
Outros (2,7%)
Fungos (1%)
Culturas negativas (9,3%)
3- Procedimentos odontológicos como causa da endocardite infecciosa
Apenas
4%
ou
menos
dos
casos
de
endocardite
infecciosa
foram
comprovadamente relacionados com a bacteremia induzida por procedimentos
dentais (BAYLLIS et alli, 1983).
4- Condições cardíacas associadas à endocardite
A profilaxia esta indicada naqueles pacientes que possuem um risco maior de
desenvolver a doença quando comparado ao da população em geral.
a) A profilaxia da endocardite é recomendada
1- Condições de alto risco
-
Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo)
-
Endocardite bacteriana prévia
-
Condutos pulmonares sistêmicos construídos cirurgicamente
-
Doenças cardíacas congênitas cianóticas complexas, como a transposição de
grandes artérias, os estados ventriculares simples e a tetralogia de Fallot
2- Condições de risco moderado
-
A maioria das malformações cardíacas congênitas, outras que as já descritas
-
Disfunção valvar adquirida (ex: doença cardíaca reumática)
-
Cardiomiopatia hipertrófica
-
Prolapso de valva mitral com regurgitação valvar e/ou espessamento dos
folhetos valvares
b) A profilaxia da endocardite não é recomendada
1- Condições de risco mínimo
-
Defeito septo atrial secundum isolado
-
Infarto agudo do miocárdio
-
Angina de peito
-
Hipertensão arterial sistêmica
-
Doença de Kawasaki sem alteração valvar
-
Cirurgia de revascularização coronária
-
Sopros inocentes de adultos e crianças
-
Prolapso de valva mitral sem regurgitação
-
Febre reumática sem disfunção valvar
-
Marcapassos cardíacos ou desfibriladores implantados
-
Reparo cirúrgico de defeitos septais ou ducto arterioso patente há mais de 6
meses
5- Procedimentos odontológicos indutores de endocardite infecciosa em
pacientes suscetíveis
a) Risco significativo
-
Extrações dentárias
-
Procedimentos periodontais
-
Cirurgia para colocação de implantes dentais
-
Reimplante de dentes avulsionados
-
Sobre-instrumentação endodôntica
-
Cirurgia perirradicular
-
Colocação de bandas ortodônticas
-
Injeção de anestésico local (técnica intraligmentar)
-
Profilaxia quando existe expectativa de sangramento
b) Risco baixo
-
Dentística restauradora ou preparos protéticos
-
Injeção de anestésico local
-
Tratamento endodôntico intracanal
-
Colocação de isolamento absoluto
-
Remoção de suturas
-
Tomadas radiográficas ou de moldagens
-
Aplicação tópica de fluor ou de selantes
-
Simples ajustes de aprelhos ortodônticos
-
Colocação de próteses/aparelhos ortodônticos removíveis
-
Exfoliação de dentes decíduos
6- Regimes profiláticos
a) Esquema padrão de profilaxia antimicrobiana para endocardite infecciosa
Via oral – Adulto (Amoxicilina – 2g, 1 h antes do procedimento)
Criança (Amoxicilina – 50 mg/Kg, 1 h antes do procedimento)
Via parenteral – Adulto (Ampicilina – 2g, IM ou IV, 30 min antes do
procedimento)
Criança (Ampicilina – 50 mg/Kg, IM ou IV, 30 min antes do
procedimento)
b) Profilaxia
antimicrobiana
para
endocardite
infecciosa
em
alérgicos às penicilinas
Via oral – Adulto (Clindamicina – 600 mg, 1 h antes do procedimento)
(Cefalexina – 2 g, 1 h antes do procedimento)
(Azitromicina ou Claritromicina – 500 mg, 1 h antes do
procedimento)
- Criança (Clindamicina – 20 mg/Kg, 1 h antes do procedimento)
(Cefalexina – 50 mg/Kg, 1 h antes do procedimento)
(Azitromicina ou Claritromicina – 15 mg/Kg, 1 h antes do
procedimento)
Via parenteral - Adulto (Clindamicina – 600 mg, IV , 30 min antes do
pacientes
Procedimento)
(Cefazolina – 1g, IV ou IM, 30 min antes do
procedimento)
- Criança (Clindamicina – 20 mg/Kg, IV , 30 min antes do
Procedimento)
(Cefazolina – 25 mg/Kg, IV ou IM, 30 min antes do
procedimento)
Obs: A dose total na criança não deve exceder à dose total do adulto
7- Preparações farmacêuticas para uso por via oral
a) Amoxicilina: Amoxil; Hiconcil; Novocilin
Cápsulas 500 mg; suspensão 250 mg/5 mL
Ex: 2 g (dose de adulto) = 4 cápsulas ou 40 mL da suspensão
Ex.: 1 g (dose para criança com 20 Kg) = 20 mL da suspensão
b) Clindamicina: Dalacin-C
Cápsulas de 150 e 300 mg
c) Cefalexina: Keflex
Drágeas 500 mg e drágeas de 1 g; suspensão 250 mg/5 mL
d) Cefadroxil: Cefamox
Cápsulas 500 mg; comp. 1g; susapensão 250 mg/5 mL
e) Azitromicina: Azitromicin; Zitromax
Cápsulas 250 mg; suspensão 200 mg/5 mL
f) Claritromicina: Klaricid
Comprimidos 250 e 500 mg; suspensão 125 ou 250 mg/mL
8- Preparações comerciais para uso injetável
a) Ampicilina injetável: Ampicilina; Binotal
Frasco-ampola com 1 g
b) Clindamicina injetável: Dalacin-C injetável
Ampolas com 300 mg/2 mL ou 600 mg/ 4 mL
c) Cefazolina: Kefazol; Cefamezin
Frascos-ampolas com 250 mg, 500 mg ou 1 g
9- Profilaxia de infecção pós-operatória
a) Fatores associados a risco aumentado de infecção pós-operatória (do paciente)
-
Idades extremas
-
Subnutrição
-
Obesidade
-
Patologias associadas (Diabete melito; Hipoxemia; Cirurgia recente; Inflamação
crônica)
-
Imunossupressão
-
Irradiação local prévia
-
Antibioticoterapia prévia
b) Fatores associados a risco aumentado de infecção pós-operatória (do
procedimento)
-
Hospitalização prolongada
-
Má assepsia do paciente
-
Cirurgia prolongada (mais de 2 hs)
-
Presença de material estranho no sítio de lesão
-
Uso excessivo de eletrocautério
-
Extrações múltiplas
-
Grande sangramento transoperatório
10- Quimioprofilaxia antimicrobiana (procedimentos cirúrgicos sob anestesia
geral)
-
Cefazolina - Adulto: 1 a 2 g IV 20 a 30 min antes
Criança: 25 mg/Kg IV 20 a 34 min antes
- Cefalotina
- Adulto: 1 a 2 g IV 20 a 30 min antes
- Criança: 20 a 30 mg/Kg IV 20 a 34 min antes
- Clindamicina - Adulto: 600 mg IV 20 a 30 min antes
- Criança: 20 mg/Kg IV 20 a 30 min antes
11- Quimioprofilaxia antimicrobiana (procedimentos cirúrgicos ambulatoriais)
a) Penicilina V - adulto: 2 g, 1 h antes do procedimento
- criança 50.000U/Kg, 1 h antes do procedimento
b) Amoxicilina - adulto: 2 g, 1 h antes do procedimento
- criança: 50 mg/Kg, 1 h antes do procedimento
c) Cefalexina
- adulto: 2 g, 1 h antes do procedimento
- criança: 50 mg/Kg, 1 h antes do procedimento
d) Clindamicina – adulto: 600 mg, 1 h antes do procedimento
- criança: 20 mg/Kg, 1 h antes do procedimento
Antissépticos
Controle Químico da Placa Bacteriana
- Antissépticos de amplo espectro de ação
- Antibióticos específicos
- Enzimas que afetam a matriz e a estrutura da placa
- Agentes não enzimáticos que alteram o metabolismo e a estrutura da placa
- Substâncias que interferem com a adesão bacteriana
Propriedades de um Agente Anti-Placa
- Substantividade
- Inocuidade aos tecidos bucais
- Diminuição significante da placa e gengivite
- Inibição da calcificação da placa
- Não proporcionar o desenvolvimento de bactérias resistentes
- Não manchar dentes nem alterar a gustação
Apresentação
- Soluções
- Géis
- Vernizes ou incorporados a dentifrícios
- Gomas de mascar
- Dispositivos de liberação lenta
-
Os antissépticos são usados como coadjuvantes e/ou substitutivos do controle
mecânico da placa bacteriana.
1- Como coadjuvantes:
-
Na fase ativa da terapia periodontal
-
Tratamento ortodôntico
-
Dificuldades de destreza e/ou motivação para controle da placa
2- Como substitutivo:
-
Processos agudos do periodonto
-
Impossibilidade temporária ou permanente de controle mecânico
-
Período de cicatrização pós-cirurgia periodontal e/ou bucomaxilofacial
-
Imobilização intermaxilar
3- Antissépticos de uso corrente em periodontia
Agente
Eficácia
Finalidade de uso
Clorexedina
Forte
Substitutivo/coadjuvante
Sulfato de cobre
Forte
Substitutivo/coadjuvante
Fluoreto estanoso
Moderado
Substitutivo/coadjuvante
Óleos essenciais
Fraco
Coadjuvante
Triclosan
Fraco
Coadjuvante
Cloreto de cetilpiridínio
Fraco
Coadjuvante
Clorexidina
- É disponível na forma de sais de gluconato, digluconato ou acetato
- Digluconato tem maior solubilidade em água e em pH fisiológico, dissocia-se e
libera o componente catiônico
- É segura para uso a longo prazo
- Apresenta grande afinidade por superfícies carregadas negativamente, como
paredes bacterianas, hidroxiapatita, placa bacteriana, substâncias orgânicas dos
tecidos duros dos dentes, proteínas salivares e mucosa jugal
- Ligada a estes componentes a clorexidina é gradualmente liberada por 9 a 14
horas, à medida que decresce sua concentração na cavidade bucal
- Inibe a formação de placa
- Altera a aderência e modifica a parede celular da bactéria
- Ativa contra Gram (+) e (-), leveduras, fungos, bactérias aeróbias e anaeróbias
facultativas
- Em baixas concentrações é bacteriostática (até 0,1 ppm durante a aplicação) e em
altas concentrações é bactericida (100 ppm durante a aplicação)
- Seu efeito residual é de aproximadamente 48 horas
- Para obter efeito pleno a temperatura da solução deve estar entre 22 a 60 graus
centígrados e permanecer na boca por ± 1 min
- Provoca manchas nos dentes, língua, perda do paladar e sensação de queimação
na língua
- Utilizada na forma de bochechos (soluções de 0,12% a 0,2%) ou aplicação local
(0,2% a 2%)
- Também pode ser utilizada como antiséptico, no pré e pós operatório de cirurgias
odontológicas
- Especialidade Farmacêutica: periogard, noplak, duplak, clorexiplac
Produtos de Clorexidina
- Colutórios (concentrações de 0,12%)
- Gel (1%)
- Spray (0,1% e 0,2%)
- Creme dental
- Vernizes
- Periochip
Efeitos colaterais da clorexidina
- Pigmentação
- Descamação e dor na mucosa bucal
- Alergias
- Calcificações
- Perda de paladar
Toxicidade da clorexidina
- Testes de segurança em relação aos efeitos agudos e crônicos mostram baixa
toxicidade local e sistêmica
- Não se observou alterações teratogênicas
- Não penetra através do epitélio
- Se ingerida é pouco absorvida e quase toda excretada nas fezes
- Apesar da segurança sistêmica na sua utilização, é tóxica para neutrófilos, células
epiteliais, fibroblastos gengivais e células sangüíneas quando ocorre contato direto
Sais de Íons Metálicos
- Sais de cobre, zinco, prata e estanho
- Alguns sais metálicos inibem a formação de placa bacteriana quando utilizados na
forma de bochechos ou incorporados aos dentifrícios
- O citrato e o cloreto de zinco são utilizados no controle da placa
- O citrato de zinco diminui a formação de cálculo, sendo efetivo na placa já existente
- Podem levar a sensação de gosto metálico, secura na boca e manchas amarelas
ou marrons nos dentes e língua
Fluoreto Estanhoso
- Age ligando-se à membrana celular, alterando o metabolismo e diminuindo a
adesão bacteriana
- Pode levar ao aparecimento de manchas amareladas
Compostos Fenólicos
- Óleos essenciais
- Triclosan
Óleos Essenciais
- São compostos fenólicos de ação inespecífica sobre as bactérias
- Não provocam desequilíbrio da microbiota, nem proliferação de microorganismos
oportunistas
- São utilizados como auxiliar no controle da placa e da gengivite
- Atuam rompendo a parede celular da bactéria, inibindo sistemas enzimáticos e
diminuindo os lipopolissacarídeos e o conteúdo da placa bacteriana
- São úteis no tratamento da gengivite, pois além de afetar a formação da placa,
diminuem a síntese de prostaglandinas e a quimiotaxia para os neutrófilos, reduzindo
os sinais clínicos da inflamação
- Provocam sensação de queimação, gosto amargo, pode manchar a superfície
dental
- Especialidade Farmacêutica: listerine
Triclosan
- É um anti-séptico de baixa toxicidade e largo espectro de ação
Não provoca desequilíbrio na microbiota da cavidade bucal
- Se libera rapidamente dos sítios de ligação, devendo ser combinado com produtos
que aumentam sua permanência
- Efetivo contra bactérias Gram (+) e (-)
- Menos efetivo contra vírus e fungos
- Menor eficácia em comparação a outros anti-sépticos
- Poucos estudos comprovam sua validade de uso
- Seu mecanismo de ação não está totalmente claro
- A combinação com citrato de zinco potencializa suas propriedades
- A incorporação com um copolímero de ácido maléico e polivinilmetil-éter (gantrez)
aumenta o seu tempo de retenção
Produtos do Triclosan
- Dentifrícios
a) Kolynos ação total: citrato de zinco, gantrez e pirofosfato
b) Signal ação global: citrato de zinco
c) Colgate total: gantrez
- Outros
a) Plax
Compostos Quaternários de Amônia
a) Cloreto de benzalcônio
b) Cloreto de cetilpiridínio
c) Cloreto de benzetônio
- São encontrados em colutórios anti-sépticos normalmente na concentração de
0,5% a 0,1%
Cloreto de Cetilpiridínio
- Não apresenta a mesma eficácia anti-séptica que a clorexidina
- É rapidamente liberado dos sítios de ligação
- Proporciona aumento no conteúdo de cálcio e fósforo da placa bacteriana
- Especialidade Farmacêutica: cepacol solução, malvona
Agentes Oxidantes
- Tem sido utilizado o oxigênio e o peróxido de hidrogênio
- A sua aplicação é baseada na susceptibilidade dos microorganismos anaeróbios
quando em contato com o oxigênio
- O uso prolongado destes agentes pode causar desequilíbrio da microbiota bucal
- Usar por tempo limitado em casos de GUNA e pericoronarite
- Podem levar a queimaduras e irritação tecidual
- Especialidades Farmacêuticas:
a) Peroxyl: peróxido de hidrogênio; enxaguatório bucal antisséptico
b) Peroxyl gel: peróxido de hidrogênio; agente de limpeza antisséptico
Outros Antissépticos
- Flogoral: cloridarto de benzidamina
- Malvatricin (solução, gel, spray), Anapyon, Angino-Rub: tirotricina
Conclusões
- O uso de substâncias químicas não deve substituir o controle mecânico realizado
pelo paciente e profissional
- Quando for necessário usar recurso químico auxiliar no controle da placa
bacteriana devem ser considerados fatores que influenciam na escolha do produto
como medidas de higiene bucal, aceitação pelo paciente, efeitos colaterais, eficácia,
custo e disponibilidade de cada substância
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
-
Com a administração de uma ou mais drogas pode ocorrer:
a) Indiferentismo
armacológico
(quando
cada
fármaco
associado
age
independentemente dos demais)
b) interação farmacológica (quando uma das drogas interfere de algum modo sobre
as outras, alterando o efeito esperado)
-
Se a alteração for qualitativa, a resposta farmacológica é completamente diversa
dos efeitos habituais do medicamento
-
Se a alteração for quantitativa, o efeito próprio do fármaco pode aumentar
(sinergia), diminuir (antagonismo parcial) ou cessar (antagonismo total e
antidotismo)
-
Tanto as sinergias como os antagonismos podem ser benéficos ou absurdos,
inúteis ou prejudiciais
-
A incidência de interações indesejáveis é relativamente pequena quando se
considera a alta prevalência de polifarmácia
Obs: A maior propensão para interações adversas ocorre em idosos, insuficientes
renais, hepáticos, cardíacos e respiratórios, pacientes com hipotireoidismo, epilepsia
grave, asma aguda e diabete melito descompensado
Classificação das Interações Medicamentosas
a) Farmacêuticas (incompatibilidade medicamentosa) - in vitro
b) Farmacocinéticas (absorção, distribuição, biotransformação, excreção)
c) Farmacodinâmicas (mesmos receptores, enzimas)
d) De efeito (receptores diferentes)
1- Interações Farmacêuticas ou de Incompatibilidade Medicamentosa
-
Ocorrem antes da administração do fármaco
-
Surge quando se misturam dois ou mais deles numa seringa ou outro recipiente
-
Tais reações podem exteriorizar-se por preciptações, turvações, floculação e
alteração de cor da mistura
2- Interações Farmacocinéticas
-
Podem ocorrer durante a absorçào, distribuição, biotransformação e excreção
-
A absorção pode ser aumentada ou diminuída, acelerada ou retardada
-
Pode haver formação de complexos insolúveis e não absorviveis e competição
pelos mecanismos de transporte intestinal
-
A distribuição pode ser afetada por outro que altere o fluxo sangüíneo ou a
capacidade de ligação a proteínas plasmáticas e teciduais
-
A biotransformação pode induzir ou inibir enzimas metabolizadoras de outro,
acarretando modificações na quantidade disponível da forma ativa
-
As interações podem acelerar ou retardar a excreção, por alterações de pH
urinário, fluxo plasmático renal e capacidade funcional do rim
Exemplos:
1- Absorção
-
agente modificador: sais de aluminio, cálcio, magnésio e ferro
-
agente afetado: tetraciclina
-
mecanismo proposto: quelação, diminuição da ação antimicrobiana
-
agente modificador: metoclopramida
-
agente afetado: paracetamol
-
mecanismo proposto: redução da absorção por aceleração do esvaziamento
gástrico
- agente modificador: analgésico opióide
-
agente afetado: paracetamol
-
mecanismo proposto: aumento da absorçãopor retardo do esvaziamento gástrico
-
agente modificador: rifamicina, ampicilina, tetraciclinas
-
agente afetado: contraceptivos orais
-
mecanismo proposto: alteração da flora e menor absorção, com sangramento
estemporâneo ou falha na contracepção
2- Distribuição
-
agente modificador: ácido acetilsalicílico
-
agente afetado: naproxeno
-
mecanismo proposto: competição por proteínas palsmáticas
-
agente modificador: epinefrina
-
agente afetado: anestésicos orais
-
mecanismo proposto: redução na distribuição, com preservação anestésica
3- Biotransformação
-
agente modificador: dissulfiram, metronidazol
-
agente afetado: álcool etílico
-
mecanismo proposto: inibição enzimática, metabolismo diminuído
4- Excreção
-
agente modificador: AINE
-
agente afetado: penicilinas, cefalosporinas
-
mecanismo proposto: retardo na excreção
3- Interações Farmacodinâmicas
-
Ocorrem nos sítios de ação dos fármacos
-
Um fármaco pode aumentar o efeito do agonista ou inibir enzimas
Exemplos:
-
agente modificador: anti-hipertensivos
-
agente afetado: epinefrina
-
interação resultante: sinergia
-
mecanismo proposto: sensibilização de receptores pós sinápticos
-
agente modificador: antidepressivos tricíclicos
-
agente afetado: epinefrina
-
interação resultante: sinergia
-
mecanismo proposto: prejuízo da recaptação neuronal
-
agente modificador: IMAO
-
agente afetado: epinefrina
-
interação resultante: sinergia
-
mecanismo proposto: redução da inativação
- agente modificador: tetraciclinas, eritromicina
-
agente afetado: penicilinas, cefalosporinas
-
interação resultante: antagonismo
-
mecanismo proposto: interferência na multiplicação celular, com redução do efeito
bactericida
-
agente modificador: naloxona
-
agente afetado: analgésicos opióides
-
interação resultante: antagonismo
-
mecanismo proposto: competição por receptor
- agente modificador: flumazenil
-
agente afetado: benzodiazepínicos
-
interação resultante: antagonismo
-
mecanismo proposto: competição por receptor
4- Interações de Efeito
-
Ocorrem quando os fármacos associados, por meio de mecanismos diversos,
exercem efeitos similares ou opostos sobre a mesma função do organismo, sem
interagir diretamente um sobre o outro
Exemplos de Outras Interações Farmacológicas
-
agente modificador: aminoglicosídeos
-
agente afetado: penicilinas
-
interação resultante: farmacêutica
-
mecanismo proposto: degradação
- agente modificador: ácido acetilsalícilico
-
agente afetado: anticoagulante orais
-
interação resultante: de efeito/sinergia
-
mecanismo proposto: sangramento
- agente modificador: álcool
-
agente afetado: depressores do SNC
-
interação resultante: de efeito/sinergia
-
mecanismo proposto: sedação
- agente modificador: anti-hipertensivos
-
agente afetado: AINE
-
interação resultante: de efeito/antagonismo
-
mecanismo proposto: redução do efeito anti-hipertensivo
Vantagens e Desvantagens das Interações
a) Vantagens das sinergias:
-
aumento da eficácia terapêutica
-
redução de efeitos tóxicos
-
obtenção de maior duração de efeito
-
combinação de latência curta com duração de efeito prolongado
-
impedimento ou retardo de surgimento de resistência bacteriana
-
aumento da adesão ao tratamento
b) Vantagens do antagonismo
-
são úteis quando se deseja anular o efeito indesejável de certo fármaco (efeito
corretivo) ou inativar composto causador de intoxicação (antidotismo químico)
Desvantagens das Interações
-
somação de efeitos indesejáveis quando os fármacos associados tem o mesmo
perfil toxicológico
-
apresentam maior custo
PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA
1- Receituários
Desde de maio de 1998, médicos, dentistas e veterinários tem à sua
disposição, cinco tipos de talonários:
-
Receituário Profissional
-
Notificação de receita B
-
Notificação de receita A
-
Notificação de receita Especial (ou Notificação C)
-
Receita de Controle Especial
1.1- Receituário Profissional
-
É de cor branca
-
Confeccionado pelo próprio profissional
-
É o mais utilizado pelo Cirurgião Dentista
-
Informa ao paciente como o medicamento deve ser utilizado
1.2- Notificação de Receita B
-
É confeccionado pelo profissional ou instituição
-
Precisa da autorização da autoridade sanitária (serviço de vigilância sanitária)
-
É de cor azul e semelhante a um talão de cheques
1.5- Receita de Controle Especial
-
É confeccionado pelo profissional
-
Não precisa de autorização prévia das autoridades sanitárias
2- Receitas
“É uma ordem escrita dirigida ao famacêutico, definindo como o fármaco deve
ser fornecido ao paciente e a este, determinando as condições em que o fármaco
deve ser utilizado”
2.1- Importância da Receita
-
Orienta a dosagem e posologia adequada do medicamento
-
Limita a automedicação
-
Permite incluir algumas precauções, orientações ou cuidados pós operatórios
-
Pode servir como instrumento legal
2.2- Tipos de Receita
-
Receita pelo Nome Fantasia (medicamento de marca)
-
Receita magistral
-
Receita Oficial
-
Receita de Controle Especial
-
Receita pelo Nome Genérico (princípio ativo)
a) Receita pelo Nome Fantasia (medicamento de marca)
-
O medicamento receitado é fabricado por um laboratório e tem um nome fantasia
de registro
-
Exemplos: cataflam, amoxil, celebra, motrin
b) Receita Magistral
-
O profissional indica cada fármaco e suas quantidades para manipulação do
medicamento
-
Exemplos: colutório bucal, gel para clareamento
d) Receita de Controle Especial
-
São utilizadas para medicamentos de controle especial
-
Estão sujeitas a retenção nas farmácias
-
São feitas em duas vias
e) Receita pelo Nome Genérico (princípio ativo)
-
O medicamento é prescrito pelo nome genérico
-
Exemplos: diclofenaco, amoxicilina, celecoxib
2- Normas Gerais
-
A prescrição deve ser a tinta, em letra de forma, clara e legível, sem rasuras
-
Não utilizar abreviaturas
-
A prescrição deve ser assinada e acompanhada de carimbo
-
Na formulação magistral, apenas uma substância deverá ser prescrita na receita
-
Observar grafias de números com zeros ou vírgulas
-
Cada receita deve conter até três especialidades farmacêuticas
-
As receitas tem validade de 30 dias
-
As receitas magistrais devem ser feitas em 2 folhas
-
Receitar apenas medicamentos de uso odontológico
-
Não deixar espaços em branco entre a orientação e a assinatura
-
Após a prescrição solicitar ao paciente que faça a leitura cuidadosa da mesma
-
Sempre fazer a receita em duas vias solicitando a rubrica do paciente após a
leitura da mesma
3- Formato de uma Receita
-
Identificação do profissional
-
Cabeçalho
-
Inscrição
-
Orientação
-
Data e assinatura do profissional
4.1- Identificação do profissional
-
Consultório particular ou clínicas privadas
a) nome do profissional
b) especialidade
c) CRO
d) endereço do local de trabalho e/ou residência
-
Servidor público de saúde
a) nome e endereço da instituição
b) nome e o CRO do profissional
c) data, assinatura e utilizar carimbo próprio
4.2- Cabeçalho
-
deverá conter nome e endereço do paciente e a forma de uso do medicamento
(uso interno ou externo)
4.3- Inscrição
-
anotar o nome genérico do medicamento e se quiser também o nome comercial
-
marcar a concentração da droga e a sua quantidade
4.4- Orientação
-
destina-se ao paciente, contendo informações de como fazer uso da medicação
(doses, duração do tratamento, precauções quanto ao uso e outras)
4.5- Data e assinatura do profissional
-
no final da receita, a tinta e de próprio punho
4- Consequências da Desinformação sobre o uso de Fármacos
-
Não adesão ao tratamento
-
Retardo na administração
-
Aumento de efeitos adversos por inadequado esquema de administração e/ou
duração de tratamento
-
Dificuldade na diferenciação entre manifestações da doença e efeitos adversos
da terapêutica
-
Desconhecimento da evolução do quadro
-
Aumento do custo da terapêutica
-
Incentivo à auto-medicação
Modelos de Receita
Receita pelo Nome Fantasia (medicamento de marca)
Dr. Antenor Dias
Avenida dos Caiapós, 332, conjunto 1001
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Telefone: (051) 8749011
CRO 00001 - CPF 055 230 908 / 10
Sr. Raimundo Silveira
Avenida Primavera, 666
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Uso interno:
Tylenol 750 mg
Dispensar 12 comprimidos
Tomar 1 comprimido, por via oral, a cada 4 horas, para alívio
da dor, por 2 dias
Porto Alegre, 2 Janeiro de 2004
Assinatura e carimbo do profissional
Receita Magistral
Dr. Antenor Dias
Avenida dos Caiapós, 332, conjunto 1001
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Telefone: (051) 8749011
CRO 00001 - CPF 055 230 908 / 10
Sr. Raimundo Silveira
Avenida Primavera, 666
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Uso externo:
Fluoreto de sódio..............................................0,05 g
Nipagin..............................................................0,20 g
Nipazol..............................................................0,15 g
Álcool................................................................2,00 mL
Essência de menta...........................................0,20 mL
Água destilada q.s.p........................................100,00 mL
Porto Alegre, 2 Janeiro de 2002
Assinatura e carimbo do profissional
Receita
Magistral
Receita Magistral
Dr. Antenor Dias
Avenida dos Caiapós, 332, conjunto 1001
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Telefone: (051) 8749011
CRO 00001 - CPF 055 230 908 / 10
Sr. Raimundo Silveira
Avenida Primavera, 666
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Uso externo:
Fluoreto de sódio..............................................0,05 g
Nipagin..............................................................0,20 g
Nipazol..............................................................0,15 g
Álcool................................................................2,00 mL
Essência de menta...........................................0,20 mL
Água destilada q.s.p........................................100,00 mL
Bochechar todas as noites durante 1 minuto, antes de deitar
Porto Alegre, 2 Janeiro de 2002
Assinatura e carimbo do profissional
Obs: - q.s.p. significa quantidade suficiente para
- como essa receita fica na farmácia de manipulação as indicações de uso
devem ser realizadas a parte, em outro receituário profissional
A prescrição de drogas é normatizada no país pela portaria número 27 de 24 de
outubro de 1986 da Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos
(DIMED) do Ministério da Saúde
Receita pelo Nome Genérico (princípio ativo)
Dr. Antenor Dias
Avenida dos Caiapós, 332, conjunto 1001
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Telefone: (051) 8749011
CRO 00001 - CPF 055 230 908 / 10
Sr. Raimundo Silveira
Avenida Primavera, 666
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Uso interno:
Paracetamol 750 mg
Dispensar 12 comprimidos
Tomar 1 comprimido, por via oral, a cada 4 horas, para alívio da dor, por 2 dias
Porto Alegre, 2 Janeiro de 2004
Assinatura e carimbo do profissional
Receita pelo Nome Genérico (princípio ativo)
Dr. Antenor Dias
Avenida dos Caiapós, 332, conjunto 1001
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Telefone: (051) 8749011
CRO 00001 - CPF 055 230 908 / 10
Sr. Raimundo Silveira
Avenida Primavera, 666
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Uso externo:
Benzilpenicilina potássica 100.000 UI
Benzilpenicilina procaína 300.000 UI
Dispensar 10 ampolas
Aplicar 1 injeção por via intramuscular, a cada 12 horas,
por 5 dias para tratamento da infecção
Porto Alegre, 2 Janeiro de 2004
Assinatura e carimbo do profissional
5- Prescrição de Medicamentos Controlados
-
São fármacos controlados as substâncias entorpecentes e psicotrópicas
-
Estas necessitam formulários específicos
-
São as notificações de receita A e B
Obs: “A prescrição de fármacos controlados é padronizada pela Portaria 344
de 12 de maio de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,
objetivando medidas de prevenção e repressão ao uso indevido de substâncias
entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica”
7.1- Bloco de Notificação de Receita A (cor amarela)
-
é fornecido pela autoridade sanitária competente do Estado aos profissionais
legalmente habilitados
7.2- Bloco de Notificação de Receita B (cor azul)
-
é feito pelo profissional, hospital ou ambulatório
Obs: ambas ficam retidas na fármacia
7.3- Normas para Prescrição de Medicamentos Controlados
-
A notificação de receita somente poderá conter um produto farmacêutico
-
Cada notificação de receita A somente poderá conter até 5 ampolas de
medicamento para uso injetável ou quantidade correspondente a 30 dias de
tratamento para outras formas de apresentação
-
Para a notificação de receita B, as quantidades máximas serão 5 ampolas ou
quantidade correspondente a 60 dias de tratamento para outras formas de
apresentação
-
A notificação de receita B tem validade de 30 dias
-
Cada receita de controle especial poderá conter quantidade do medicamento
suficiente para 60 a 180 dias de tratamento, na dependência da droga receitada
(via oral)
-
Quando o medicamento for injetável a quantidade será de 5 ampolas
7.4- Notificação de Receita A
a) Entorpecentes: alfentanila; buprenorfina; codeína; dextropropoxifeno; difenoxilato;
naloxona; ópio; fentanila; metadona; morfina; nalbufina; nalorfina; pentazocina;
petidina; sulfentanila; tramadol
b) Psicotrópicos: anfetamina; dexanfetamina; fenciclidina; metilfenidato
Modelo de Notificação de Receita para Fármacos de Uso Controlado
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
UF
NÚMERO
A
A
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
Nome completo:
CRO:
UF:
Endereço completo e telefone:
Cidade:
UF:
Medicamento ou substância
Quantidade e forma farmacêutica
Dose por unidade posológica
.....de........de
....
.....
Paciente:.......................................................................
Endereço:.....................................................................
........................
Posologia
Assinatura e carimbo do
emitente
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR
Nome:.................................................................................
Ident.:...........................Órgão Emissor:..........................
Endereço:..........................................................................
Cidade:.......................................UF:................................
Telefone:...........................................................................
Dados da gráfica: Nome - Endereço Completo - CGC
CARIMBO DO FORNECEDOR
Assinatura do farmacêutico
Data:
Numeração desta impressão: de........ a .......
7.5- Notificação de Receita B
-
alprazolam; clonazepam; clordiazepóxido; diazepam; fenfluramina; fenobarbital;
flunitrazepam; tiopental; triazolam; triexifenidil; lorazepam; mazindol; mefenorex;
meprobamato; midazolam; nitrazepam; oxazepam; pentobarbital; zolpidem;
zopiclona
NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
UF
NÚMERO
.....de........de
....
.....
B
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
Nome completo:
CRO:
UF:
Endereço completo e telefone:
Cidade:
UF:
Medicamento ou substância
Quantidade e forma farmacêutica
Dose por unidade posológica
Paciente:.......................................................................
Endereço:.....................................................................
........................
Posologia
Assinatura e carimbo do
emitente
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR
Nome:.................................................................................
Ident.:...........................Órgão Emissor:..........................
Endereço:..........................................................................
Cidade:.......................................UF:................................
Telefone:...........................................................................
Dados da gráfica: Nome - Endereço Completo - CGC
CARIMBO DO FORNECEDOR
Assinatura do farmacêutico
Data:
Numeração desta impressão: de........ a .......
7.6- Outras Substâncias sujeitas a Controle Especial
-
ácido valpróico; amitriptilina; buspirona; carbamazepina; cetamina; desflurano;
desipramina; droperidol; levodopa; levomepromazina; etomidato; fenitoína;
flumazenil; fluoxetina; haloperidol; halotano; hidrato de cloral; imipramina;
isoflurano; lítio; loperamida; misoprostol; nortriptilina; profopol; risperidona;
tetracaína
Receita de Controle Especial
IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
Nome completo:
CRO:
UF:
Endereço completo e telefone:
Cidade:
UF:
1a VIA FARMÁCIA
2a VIA PACIENTE
Paciente:.......................................................................................................................
Endereço:.....................................................................................................................
Prescrição:....................................................................................................................
.
....................................................................................
IDENTIFICAÇÃO DO FORNECEDOR
......................................................
IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR
Nome:.........................................................................
Ident.:...........................Órgão Emissor:..................
Endereço:..................................................................
Cidade:.......................................UF:........................
Telefone:...................................................................
Assinatura farmacêutica
Data:
7.7- Documentos Necessários
-
Carteira de identidade profissional
-
Comprovante de residência (conta de água, luz ou telefone)
-
Carimbo do prescritor com o número de registro no Conselho
8- Prescrição de Medicamentos Genéricos e de Marca
- De acordo com a Lei 9787/99 (lei dos genéricos), e seus ajustes legais, temos no
mercado farmacêutico nacional 3 tipos de medicamentos: os de marca de referência,
os de marca similares e os genéricos
- O medicamento de marca de referência (tem nome fantasia) é de eficácia,
segurança e qualidade comprovada cientificamente
- Geralmente é aquele que obteve o primeiro registro nos órgãos federais
competentes
- É identificado pelo Ministério da Saúde. Ex. amoxil, keflex, vallium
- O medicamento de marca similar também tem nome fantasia
- Aprovado pelos Órgãos Federais competentes por similaridade (comprovação) com
o medicamento de referência, e, em geral, está consagrado pelo uso clínico. Ex.
Polimixil (referência amoxil), ceproxin (referência keflex), dienpax (referência vallium)
- Medicamento genérico não é um medicamento de marca (não tem nome fantasia),
pois utiliza o nome do princípio ativo Ex. Amoxicilina, Cefalexina, Diazepam
9- Considerações Importantes no Idoso (Adesão ao tratamento)
- Má adesão à terapia medicamentosa
- Dificuldades de cumprir a prescrição
- Medicamentos líquidos que precisam ser medidos são inadequados
- Dificuldades motoras
- Terapia anterior mal sucedida
- Emprego de fármacos alternativos e inclusão do paciente na tomada de decisão
terapêutica
- Medo de tomar medicamentos ou negação da doença
- Depressão, apatia, desamparo, desesperança, idéias de suicídio podem prejudicar
o seguimento da prescrição
- O idoso lembra melhor das primeiras instruções
- Acredita-se que até a metade das instruções seja esquecida pelos pacientes quase
imediatamente
- Confusão mental pode ser um fator agravante
- Instruções escritas devem ser feitas
12- DESORDENS DA ATM – CONTROLE MEDICAMENTOSO
-
Os achados mais comuns nas desordens da ATM são a dor e a disfunção
-
A terapêutica inicial é o controle da dor
-
Na presença de dor aguda seja por espasmo muscular ou dor inflamatória, os
medicamentos são auxiliares no tratamento (fisioterapia ou outras medidas)
12.1- Espasmo muscular agudo
- Quando a dor é causada por espasmo muscular o bloqueio anestésico pode ser
usado
-
1 ml de anestésico pode ser infiltrado no músculo envolvido
-
Opções: lidocaína 2% sem vasoconstritor (xylocaína ou xylestesin)
Mepivacaína 3% sem vasoconstritor (mepivacaína, scandicaíne ou
carbocaíne)
a) Medicamentos no Controle da dor por Espasmo Muscular
1- Ansiolíticos: principalmente os benzodiazepínicos que possuem ação relaxante
muscular
Ex: Diazepam 5 mg (valium 5 mg)
Lorazepam 1 a 2 mg (lorax 1 ou 2 mg)
Posologia: 1 comprimido 1 vez ao dia por 3 a 5 dias
2- Analgésicos Associados a Relaxante Muscular
Ex: Besaprin (ácido acetilsalicílico + clormezanona)
Beserol (diclofenaco sódico + carisoprodol + paracetamol)
Dorflex (dipirona + citrato de orfenadrina + cafeína)
Tandrilax (cafeína + diclofenaco sódico + paracetamol + carisoprodol)
Mioflex (paracetamol + carisoprodol + fenilbutazona)
Doracin (dipirona + citrato de orfenadrina + cafeína)
Dorilax (dipirona + citrato de orfenadrina + cafeína)
Posologia: 1 comprimido a cada 6 horas durante 2 dias
3- Dipirona + Relaxante Muscular
Ex: Dipirona sódica solução (anador ou novalgina): 30 ou 20 gotas respectivamente a
cada 4 horas por 2 dias
+
Tizanidina (sirdalud 2 mg): 1 comprimido a cada 8 horas por 2 dias
12.2- Dor Miofacial
a) Tratamento
-
Dipirona associada ou não a relaxante muscular se constituí na droga de escolha
-
Doses: 500 a 800 mg a cada 4 ou 6 horas por 2 dias
-
Casos mais severos: magnopyrol injetável 800 mg (2 ml), 1 ampola a cada 12
horas IM por 2 dias
12.3- Miosite
-
É de caráter inflamatório
-
A medicação mais apropriada é corticóide de ação prolongada (betametasona ou
dexametasona); possuem duração de ação de 5 a mais dias
a) Tratamento da Miosite
-
Betametasona (diprospan): ampolas de 1 ml (7 mg)
-
Betametasona (celestone soluspam): ampolas de 1 ml (8 mg)
-
Dexametasona (decadronal): ampolas de 2 ml (8 mg/ml)
Posologia: 1 ampola em dose única IM (exclusivamente)
12.4- Desordens Inflamatórias da ATM
-
São condições capsulares e sinoviais que têm a dor articular (artralgia) como seu
sintoma mais evidente
-
A inflamação da ATM geralmente responde muito bem as terapias locais
(eliminação da causa, aplicação de calor úmido, repouso e movimentos suaves)
a) Tratamento
-
Medidas fisioterápicas
-
Dieta líquida
-
Analgésicos de ação periférica (ex: dipirona)
-
Antiinflamatórios não esteroidais em alguns casos
Ex. Meloxicam (movatec 15 mg a cada 24 horas)
Ibuprofeno (motrim 600 mg a cada 12 horas)
Nimesulide (scaflam 100 mg a cada 12 horas)
-
Antiinflamatórios esteroidais também podem ser usados
Ex. Betametasona (diprospan): ampolas de 1 ml (7 mg)
Betametasona (celestone soluspam): ampolas de 1 ml (8 mg)
Dexametasona (decadronal): ampolas de 2 ml (8 mg/ml)
PROTOCOLO MEDICAMENTOSO PADRÃO UTILIZADO NAS CIRURGIAS DE
IMPLANTES REALIZADAS NO CEPID/UFSC
O protocolo medicamentoso descrito abaixo vem sendo utilizado com sucesso
nos pacientes atendidos no CEPID/UFSC.
1- Medicação Pré operatória
a) Ansiolítico
-
Diazepam 5 mg ou 10 mg; administrar por via oral 1 comprimido 1 hora antes do
procedimento
b) Antiinflamatório esteroidal
- Dexametasona ou Betametasona; administrar 4 mg por via oral em dose única
c) Antibiótico
-
Amoxicilina; administrar 2g por via oral 1 hora antes do procedimento
d) Anestésico local
- Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000
2- Medicação Pós operatória
a) Analgésico
- Dipirona (500 mg) ou Paracetamol (500 mg); administrar por via oral 1 comprimido
a cada 4 horas por 24 horas.
- Paracetamol 750 mg; administrar por via oral 1 comprimido a cada 6 horas por 24
hs
Obs: É importante observar que o protocolo descrito acima é apenas uma sugestão.
No pré operatório é possível utilizar antiinflamatório não esteroidal administrado 30
minutos antes de iniciar o procedimento. Neste caso no pós operatório mantém-se o
antiinflamatório não esteroidal por um período de aproximadamente 3 dias. Além
disso, é importante lembrar ainda que as modificações deste protocolo poderam ser
feitas também em função das informações obtidas na anamnese do paciente como
por exemplo: ser ou não alérgico à penicilina, apresentar sensibilidade à algum dos
medicamentos selecionados, a quantidade de implantes em cada cirurgia ou alguma
outra informação que justifique uma modificação de protocolo.
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