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Muro de Berlim
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Grafites sobre o Muro de Berlim em 1986.
Mapa do traçado do Muro de Berlim.
Imagem de satélite de Berlim, com a localização do Muro em amarelo.
O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) foi uma barreira física, construída pela
República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que
circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo
Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a
divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA),
que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e
República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes
do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam
parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas
electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro
provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares
aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.
A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a
Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar
a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.
Antes da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as
restrições de emigração do Leste e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo
da fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e
1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha
Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.[1]
Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco de Leste, o governo da Alemanha
Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis,
que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim
Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se
aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das
semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por
caçadores de souvenirs, mais tarde, equipamentos industriais foram usado para remover
quase todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim, abriu o caminho para a
reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos
apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim
incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do
muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o
muro fazia quando estava erguido.
Índice
[esconder]






1 Antecedentes
o 1.1 Alemanha pós-guerra
o 1.2 O Bloco de Leste e o Bloqueio de Berlim
o 1.3 Emigração para o ocidente no início dos anos 1950
2 Construção do muro
3 Reações
o 3.1 Alemanha ocidental
o 3.2 Aliados
4 Estrutura e áreas adjacentes
5 Tentativas de fuga
o 5.1 Processos pelas mortes do muro
6 "Mr. Gorbachev, tear down this wall!"

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
7 Queda do Muro
8 Ver também
9 Referências
10 Ligações externas
[editar] Antecedentes
História de Berlim
Este artigo faz parte de uma série
República de Weimar (1919–33)
Berlim em 1920
Grande decreto de Berlim
Alemanha Nazi (1933–45)
Welthauptstadt Germania
Bombardeamento de Berlim na II Guerra
Mundial
Batalha de Berlim
A cidade dividida (1945–90)
Berlim Leste
Berlim Ocidental
Muro de Berlim
Bloqueio de Berlim (1948–49)
Crise de Berlim de 1961
"Ich bin ein Berliner" (1963)
"Tear down this wall" (1987)
História da Alemanha
Margraviado de Brandeburgo
[editar] Alemanha pós-guerra
Ver artigo principal: História da Alemanha após 1945
Depois de 1949 os dois estados alemães e a dividida cidade de Berlim desenvolveramse através do Zonas da ocupação aliadas. A Alemanha Ocidental era formada pelas
zonas estado-unidense, britânica e francesa e a Alemanha Oriental era formada pela
Zona Soviética.
Zonas da ocupação aliadas em Berlim.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, o que restou da Alemanha nazista a
oeste da linha Oder-Neisse foi dividido em quatro zonas de ocupação (por Acordo de
Potsdam), cada um controlado por uma das quatro potências aliadas: os Estados Unidos,
o Reino Unido, a França e a União Soviética. A capital, Berlim, enquanto a sede do
Conselho de Controle Aliado, foi igualmente dividida em quatro sectores, apesar da
cidade estar situada bem no interior da zona soviética.[2] Em dois anos, ocorreram
divisões entre os soviéticos e as outras potências de ocupação, incluindo a recusa dos
soviéticos aos planos de reconstrução para uma Alemanha pós-guerra auto-suficiente e
de uma contabilidade detalhada das instalações industriais e infra-estrutura já removidas
pelos soviéticos.[3] Reino Unido, França, Estados Unidos e os países do Benelux se
reuniram para mais tarde transformar as zonas não-soviéticas do país em zonas de
reconstrução e aprovar a ampliação do Plano Marshall para a reconstrução da Europa
para a Alemanha.[4][5]
[editar] O Bloco de Leste e o Bloqueio de Berlim
Ver artigos principais: Bloco do Leste e Bloqueio de Berlim.
Após a Segunda Guerra Mundial, o líder soviético Joseph Stalin construiu um cinturão
protector da União Soviética em nações controladas em sua fronteira ocidental, o Bloco
do Leste, que então incluía Polónia, Hungria e Tchecoslováquia, que ele pretendia
manter a par de um enfraquecido controle soviético na Alemanha.[6] Já em 1945, Stalin
revelou aos líderes alemães comunistas que esperava enfraquecer lentamente a posição
Britânica em sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar sua ocupação
dentro de um ano ou dois e que, em seguida, nada ficaria no caminho de uma Alemanha
unificada sob controle comunista dentro da órbita soviética.[7] A grande tarefa do
Partido Comunista no poder na zona Soviética alemã foi abafar as ordens soviéticas
através do aparelho administrativo e fingir para as outras zonas de ocupação que se
tratavam de iniciativas próprias.[8] Nesse período, a propriedade e a indústria foram
nacionalizadas na zona de ocupação Soviética.[9]
Em 1948, após desentendimentos sobre a reconstrução e uma nova moeda alemã, Stálin
instituiu o Bloqueio de Berlim, impedindo que alimentos, materiais e suprimentos
pudessem chegar a Berlim Ocidental.[10] Os Estados Unidos, Reino Unido, França,
Canadá, Austrália, Nova Zelândia e vários outros países começaram uma enorme "ponte
aérea de Berlim", fornecendo alimentos e outros suprimentos à Berlim Ocidental.[11] Os
soviéticos montaram uma campanha de relações públicas contra a mudança da política
Ocidental e comunistas tentaram perturbar as eleições de 1948,[12] enquanto 300 mil
berlinenses pediam para que o transporte aéreo internacional continuasse.[13] Em maio
de 1949, Stalin acabou com o bloqueio, permitindo a retomada dos embarques do
Ocidente para Berlim.[14][15]
A República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) foi declarada em 7 de outubro de
1949, onde o Ministério de Negócios Estrangeiros Soviético concedeu autoridade
administrativa a Alemanha Oriental, mas não sua autonomia, onde os soviéticos
possuíam ilimitada penetração no regime de ocupação e nas estruturas de administração
e de polícia militar e secreta.[16][17] A Alemanha Oriental diferia da Alemanha Ocidental
(República Federal da Alemanha), que se desenvolveu como um país Ocidental
capitalista com uma economia social de mercado ("Soziale Marktwirtschaft" em
alemão) e um governo de democracia parlamentar. O crescimento económico contínuo a
partir de 1950 da Alemanha Ocidental alimentou um "milagre económico" de 20 anos
("Wirtschaftswunder"). Enquanto a economia da Alemanha Ocidental cresceu e seu
padrão de vida melhorou continuamente, muitos alemães orientais tentavam ir para a
Alemanha Ocidental.
[editar] Emigração para o ocidente no início dos anos 1950
Ver artigo principal: Bloco do Leste
Depois da ocupação soviética da Europa Oriental no final da Segunda Guerra Mundial,
a maioria das pessoas que viviam nas áreas recém-adquiridas do Bloco Oriental
aspiravam à independência e queriam que os soviéticos saíssem.[18] Aproveitando-se da
zona de fronteira entre as zonas ocupadas na Alemanha, o número de cidadãos da RDA
que se deslocam para a Alemanha Ocidental totalizou 197.000 em 1950, 165.000 em
1951, 182.000 em 1952 e 331.000 em 1953.[19][20] Uma das razões para o aumento
acentuado em 1953 foi o medo de Sovietização mais intensa com as ações cada vez
mais paranóicas de Joseph Stalin em 1952 e no início de 1953.[21] 226.000 pessoas
fugiram apenas nos primeiros seis meses de 1953.[22]
[editar] Construção do muro
Os planos da construção do muro eram um segredo do governo da RDA. Poucas
semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim
à pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental:
Vou interpretar a sua pergunta da maneira que na Alemanha Ocidental
existem pessoas que desejam que nós mobilizemos os trabalhadores da
capital da RDA para construir um muro. Eu não sei nada sobre tais planos,
sei que os trabalhadores na capital estão ocupados principalmente com a
construção de apartamentos e que suas capacidades são inteiramente
utilizadas. Ninguém tem a intenção de construir um muro!
Assim, Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes
da sua construção.
Os governos ocidentais tinham recebido informações sobre planos drásticos,
parcialmente por pessoas de conexão, parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que
Walter Ulbricht havia pedido a Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do
Pacto de Varsóvia, a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental, incluindo
a interrupção de todas as linhas de transporte público.
Construção do muro em 1961.
Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia
intentassem inibir os actos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que
propusessem implementar um guarda e controle efectivo. Dia 11 de Agosto, a
Volkskammer confirmou os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos
ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos ministros decidiu dia 12 de
Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos
fronteiriços.
Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões
de trânsito a Berlim Ocidental. Eram apoiadas por forças soviéticas, preparadas à luta,
nos pontos fronteiriços para os sectores ocidentais. Todas as conexões de trânsito
ficaram interrompidas no processo (mas, poucos meses depois, linhas metropolitanas
passavam pelos túneis orientais, mas não servindo mais as estações fantasma situadas
no oriente).
[editar] Reações
[editar] Alemanha ocidental
Ainda no mesmo dia, o chanceler da Alemanha ocidental, Konrad Adenauer, dirigiu-se
à população pelo rádio, pedindo calma e anunciando reações ainda não definidas a
serem implementadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim havia
apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente
contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de
Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300 000 participantes em frente
do Schöneberger Rathaus, em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro. Brandt
participou nessa manifestação. Ainda em 1961, fundou-se em Salzgitter a Zentrale
Erfassungsstelle der Landesjustizverwaltungen a fim de documentar violações dos
direitos humanos no território da Alemanha Oriental.
[editar] Aliados
O então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, visitando o Muro de Berlim.
As reações dos Aliados ocidentais vieram com grande demora. Vinte horas depois do
começo da construção do muro apareceram as primeiras patrulhas ocidentais na
fronteira. Demorou 40 horas para reservar todos os direitos em Berlim ocidental em
frente do comandante soviético de Berlim Oriental. Demorou até 72 horas para o
protesto ser oficial em Moscou. Por causa desses atrasos sempre circulavam rumores
que a União Soviética havia declarado aos aliados ocidentais de não afectar seus direitos
em Berlim ocidental. Seguindo as experiências no Bloqueio de Berlim, os Aliados
sempre consideravam Berlim ocidental em perigo, e a construção do muro manifestou
esta situação.
Reações internacionais, 1961:


A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra. John F.
Kennedy, presidente dos EUA.
Os alemães orientais param o fluxo de refugiados e desculpam-se com uma
cortina de ferro ainda mais densa. Isto não é ilegal. Harold Macmillan,
primeiro-ministro britânico.
Contudo, o presidente norte-americano John F. Kennedy apoiou a ideia da cidade libre
de Berlim. Mandou forças armadas suplementares e reactivou o general Lucius D. Clay.
Dia 19 de Agosto 1961 chegaram em Berlim Clay e o vice-presidente dos EUA, Lyndon
B. Johnson. Protestaram fortemente contra o chefe de estado da RDA, Walter Ulbricht,
que havia declarado que as polícias popular e fronteiriça da RDA tivessem autoridade
de controle sobre policias, oficiais e empregados dos aliados ocidentais. Finalmente até
o comandante soviético na RDA mediou pedindo moderação do lado do governo
alemão oriental.
Dia 27 de Outubro de 1961 houve uma confrontação perigosa entre tanques dos EUA e
soviéticos ao lado do Checkpoint Charlie na rua Friedrich. Dez tanques norte
americanos enfrentaram dez tanques soviéticos, mas todos se retiraram no dia seguinte.
As duas forças não queriam deixar explodir a guerra fria, com o risco de uma guerra
nuclear.
[editar] Estrutura e áreas adjacentes
Posição e traçado do Muro de Berlim e seus postos de fronteira (1989).
Havia oito passagens de fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental, o que permitia o
trânsito de berlinenses ocidentais, alemães ocidentais, estrangeiros ocidentais e
funcionários dos Aliados na Berlim Oriental, bem como as visitas de cidadãos da
República Democrática Alemã e cidadãos de outros países socialistas na Berlim
Ocidental, desde que possuíssem as permissões necessárias. Essas passagens eram
restritas às nacionalidades que possuíam autorização para usá-las (alemães do leste, os
alemães oeste, berlinenses ocidentais, outros países). A mais famosa foi o ponto de
verificação de pedestres na esquina da Friedrichstraße e Zimmerstraße, também
conhecida como Checkpoint Charlie, que era limitada aos funcionários dos países
Aliados e estrangeiros.
Quatro rodovias ligavam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental, sendo a mais famosa
a rodovia Helmstedt, que entrava em território da Alemanha Oriental, entre as cidades
de Helmstedt e Marienborn (Checkpoint Alpha), e que entrou em Berlim Ocidental
Dreilinden (Checkpoint Bravo) no sudoeste de Berlim. O acesso a Berlim Ocidental
também era possível pelo transporte ferroviário (quatro linhas) e de barco através dos
canais e rios.
[editar] Tentativas de fuga
Memorial em homenagem as vítimas do muro em Berlim. Foto de 1982.
Nos 28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não existem números
exatos e há indicações muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia
todas as informações sobre incidentes fronteiriços. A primeira vítima morta a tiros foi
Günter Litfin, baleado pela polícia dia 24 de Agosto de 1961 ao tentar escapar perto da
estação Friedrichstraße. Rudolf Urban havia morrido em 17 de setembro de 1961 depois
de cair no dia 19 de agosto enquanto tentava escapar utilizando uma corda de um
apartamento localizado na Bernauer Strasse, exatamente na divisa entre as duas
Alemanhas. No dia 17 de agosto de 1962, Peter Fechter desangrou no chamado
corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais, sendo a vítima mais famosa. [23] Em
1966, foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último incidente fatal ocorreu no
dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de
32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de
Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.
Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem desertores da
república. Desertar da república era um crime que, segundo o artigo §213 do código
penal da RDA, era punido com até 2 anos de prisão. Pessoas armadas, membros das
forças armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais severamente
punidas, se considerado culpado de escape da república, por pelo menos 5 anos de
prisão.
Também houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes violentos no
muro. A vítima mais conhecida era Reinhold Huhn, que foi assassinado por um
Fluchthelfer (pessoas que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira, ilegalmente).
Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a sua propaganda, e para
posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.
[editar] Processos pelas mortes do muro
Os processos judiciais do Schießbefehl, a respeito de se atirar em todas as pessoas que
tentaram cruzar o Muro entre 1961 e 1989, demoraram até o outono de 2004. Entre os
responsáveis acusados, estavam o presidente do Conselho de Estado, Erich Honecker, o
sucessor dele, Egon Krenz e os membros do Conselho Nacional de Defesa Erich
Mielke, Willi Stoph, Heinz Keßler, Fritz Streletz e Hans Albrecht e ainda o presidente
regional do partido SED em Suhl. Além disso, foram acusados alguns generais, como o
chefe das forças fronteiriças, Klaus-Dieter Baumgarten e vários soldados que eram parte
do Exército Popular Nacional (NVA) ou das forças fronteiriças da RDA.
Como resultado dos processos, 11 dos acusados foram condenados à prisão, 44 foram
condenados a uma pena, que foi suspensa condicionalmente, 35 acusados foram
absolvidos. Entre estes, Albrecht, Streletz e Keßler foram condenados a vários anos de
prisão. O último processo acabou dia 9 de Novembro de 2004, exatamente 15 anos
depois da derrubada do Muro, com uma sentença condenatória.
[editar] "Mr. Gorbachev, tear down this wall!"
Ver artigo principal: Tear down this wall
Ronald Reagan no Muro de Berlim em Junho de 1987: “Tear down this wall!”
Em um discurso no Portão de Brandemburgo em comemoração ao 750º aniversário de
Berlim[24] em 12 de junho de 1987, Ronald Reagan desafiou Mikhail Gorbachev, então
Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética, para derrubar o muro como
um símbolo de crescente liberdade no Bloco de Leste:
“
Damos as boas-vindas à mudança e à abertura, pois acreditamos que a
liberdade e segurança caminham juntos, que o progresso da liberdade
humana só pode reforçar a causa da paz no mundo. Há um sinal de que os
soviéticos podem fazer que seria inconfundível, que faria avançar
dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário Geral Gorbachev,
se você procura a paz, se você procura prosperidade para a União Soviética
e a Europa Oriental, se você procurar a liberalização, venha aqui para este
”
portão. Sr. Gorbachev, abra o portão. Sr. Gorbachev, derrube esse muro![25]
Queda do Muro
Alemães em pé em cima do muro, em 1989, ele começaria a ser destruído no dia
seguinte.
O Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite de 9 de Novembro de 1989 depois
de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua
queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de
viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas
embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta
entre a Hungria e a Áustria, perto do lago de Neusiedl.
O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da
RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida
ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED,
anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e
completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só
no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.
O muro de Berlim e o Portão de Brandemburgo ao fundo em 9 de novembro de 1989.
Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e
televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a
abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de
controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque
os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de
Bornholmer Strasse, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na
fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco
depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se
abriu, na manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo
passar pela fronteira.
Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas
boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande
celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes
cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as
Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag
interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente
cantaram o hino nacional da Alemanha.
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