TRANSPLANTIO DE VEGETAÇÃO ARBÓREA DE RESTINGA NO CAMPO DE GOLFE OLÍMPICO, RIO DE JANEIRO, BRASIL Janice R.V. Peixoto¹, Allana Oliveira Lima ¹, Carlos R. Favoreto2 1 UFF- Universidade Federal Fluminense ² Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Palavras-chave: recuperação vegetal, espécies nativas, flora. Introdução Vários estudos indicam o alto grau de degradação dos ecossistemas litorâneos, principalmente as restingas do Sul e sudeste brasileiro. Essas formações vegetacionais são muito ameaçadas pelas ações antrópicas, em função da pressão imobiliária de diversos locais (PEIXOTO et al., 2015). Segundo Balensiefer (1997), a recuperação de áreas degradadas no Brasil é uma atividade relativamente recente, onde as técnicas empregadas evoluem positivamente. O objetivo deste estudo foi realizar o transplantio de espécies de restinga no Campo de Golfe Olímpico da Barra da Tijuca, visando a preservação da diversidade biológica e dos recursos genéticos da flora que foram afetados pelas obras da Construção do Golfe Olímpico. Materiais e Métodos O transplantio das espécies de restinga foi realizado no ano de 2014, em cinco áreas do Campo de Golfe Olímpico. As áreas de transplantio foram preparadas com a abertura das covas com dimensões maiores que o tamanho do torrão e umidificadas para a realização das atividades. Os indivíduos selecionados foram podados manualmente, assim como seus respectivos torrões, reduzindo a área foliar em 2/3, buscando a minimização da evapotranspiração e do potencial de perda. Esta estratégia visou um contra balanceamento entre absorção das raízes e perda de água pela copa. Após esta etapa, indivíduos de porte arbóreo foram retirados da cova original através do arranque do torrão, com o içamento manual e auxílio da retroescavadeira. O material resultante da capina e limpeza da área foi utilizado para a “Técnica de Mulching”. Os espécimes foram avaliados fitossanitariamente, os ramos que estavam infectados com parasitas ou partidos foram removidos. Colocaram-se suportes mecânicos nos indivíduos que necessitavam de auxílio no crescimento e fortalecimento das raízes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram transplantadas 50 espécies nativas de restinga, sendo que ao longo das atividades de transplantio ocorreu uma taxa de 10% de mortalidade. A família Fabaceae foi a que apresentou maior número de espécies transplantadas, um total de nove. Vale destacar que do total de indivíduos transplantados, 14% eram da espécie Cupania emarginata Cambess., a mais abundante no local. Dentre as espécies transplantadas, três eram considerados ameaçadas de extinção a nível nacional, sendo elas: Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth e Inga maritima Benth., incluidas na categoria “Vulnerável” e Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. considerada “Em Perigo”. O transplantio assim como o plantio realizado Campo de Golfe Olímpico, permitiu resgatar a função ecológica do ecossistema, conectando-se a faixa de vegetação que margeia a Lagoa de Marapendi com o Parque Natural Municipal do Marapendi, onde se formaram corredores ecológicos naturais, os quais possibilitam o fluxo gênico das espécies faunísticas. CONCLUSÕES O translplantio realizado no Campo de Golfe obteve um resultado satisfatório, apresentando uma diversidade de espécies significativas, contando com três espécies ameaçadas de extinção no Brasil.