IZABELLA RODRIGUES CHAVES DOS SANTOS TÍTULO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO EM FRUTOS: POLIFENOLOXIDASE DE ATEMÓIA (Annona Mill. X Annona squamosa L.) DATA DA DEFESA: 29/05/2009 RESUMO A família das anonáceas é composta por muitos gêneros e espécies; dentre essas, a atemóia (Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.), resultante do cruzamento entre a fruta-do-conde (Annona squamosa L.) e a cherimóia (Annona cherimola Mill.). No Brasil, a atemóia vem despertando grande interesse na produção/comercialização dos seus frutos; no entanto um dos obstáculos enfrentados é a facilidade de escurecimento enzimático que a fruta apresenta. Esse tem como responsável a polifenoloxidase (PPO, E.C. 1.14.18.1); que sob diferentes condições de armazenamento e processamento de vegetais na sua fase póscolheita pode atuar sob substratos naturais e resultar na formação de compostos escuros, acarretando diminuição do valor nutricional, modificação das propriedades organolépticas e sensoriais, com consequente rejeição. Os objetivos desse trabalho foram isolar, purificar e caracterizar algumas propriedades da polifenoloxidase de atemóia. Condições de extração para a PPO foram estabelecidas e a enzima foi isolada por precipitação com sulfato de amônio e eluição em Sephadex G-100. Somente um pico de atividade foi eluído no processo de purificação com um fator de purificação de 7,12. O peso molecular determinado foi 82 kDa com valores ótimos de pH 6,0 e 7,0 para 4-metil catecol e catecol, respectivamente; sendo estável por 12 e 24 horas à incubação na faixa de pH 4,0-8,0. A temperatura ótima de atividade foi 35°C e 28°C para 4-metil catecol e catecol, respectivamente. Os valores calculados de energia de ativação (Ea) para esses substratos foram 87,29 cal/mol -1 e 180,97 cal/mol-1. As constantes cinéticas Km e Vmax foram 5,52mmol/L e 1428,57 UA/mL, para 4-metil catecol, e 79,3 mmol/L e 5000 UA/mL, para catecol. A relação Km/Vmax determinou uma maior afinidade da enzima pelo primeiro substrato. A enzima mostrou desprezível atividade para os ácidos caféico e clorogênico, enquanto nenhuma para L-DOPA, catequina, pirogalol e p-cresol. Foram testados os efeitos inibidores de sais, quelantes, ácidos fenólicos, acidulantes e outros. O cálculo da constante de inibição (Ki) revelou maior inibição pelo ácido p-cumárico seguido de protocatéico, transcinâmico, 2-nitrobenzóico e ácido benzóico. A inibição do ácido benzóico e p-cumárico foram do tipo não competitivo e as demais do tipo competitivo. Estudos de inativação térmica da PPO indicam uma baixa resistência térmica. A energia de ativação (Ea) para inativação da polifenoloxidase foi de 342,31 kJ/mol (83,53 cal/mol) e 357,04 kJ/mol (87,12 cal/mol) para 4-metil catecol e catecol, respectivamente. Nos estudos de inativação térmica não se verificou o efeito protetor da sacarose na inativação enzimática e leve efeito protetor do NaCl e KCl.