Cidades Saudáveis

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QUARTA-FEIRA, 8 DE SETEMBRO DE 2010
CIDADE SAUDÁVEL: ALGUMAS CONCEITUAÇÕES
Por Cibele Bonatto
especializanda em Gestão Pública e Sociedade
Em resposta às diversas mudanças ocasionada pela globalização, pela aceleração
da urbanização e pelos arranjos políticos e institucionais, como as autoras Westphal e Mendes
(2000) colocam, surge o projeto de cidades saudáveis. Do qual seu objetivo é ir além das
praticas de saúde médica curativa e buscar a globalidade de fatores que determinam a saúde,
exigindo um tratamento integrado e sistêmico das questões.
Este movimente de cidades saudáveis faz parte de um conjunto de políticas urbanas
difundidas e implantadas pela ONU juntamente com diversas outras organizações que buscam
intervenções diretas, influenciando políticos e planejadores locais, como também de levar em
conta o desenvolvimento humano sustentável, a integração social e a governabilidade.
Duhl (apud WESTPHAL e MENDES, 2000) aponta condições essenciais para que
sejam estabelecidas as definições de uma cidade saudável. A primeira condição é que a cidade
dê respostas efetivas para as necessidades de desenvolvimento, para as organizações e para as
pessoas; a segunda é que a cidade tenha capacidade para lidar com as crises do sistema e de seus
membros; a terceira é que a cidade tenha habilidade para modificar-se e atender às exigências
emergentes; e a quarta condição é que se deve capacitar sua população para usufruir as
vantagens do desenvolvimento para seu bem-estar, o que remete a consideração de que um
processo educativo e de mobilização sejam componentes importantes no movimento por cidade
saudáveis. É importante enfatizar também que a interação, o relacionamento entre as partes e o
senso comum de toda a comunidade que são essenciais para fazer uma cidade saudável.
Assim, a proposta de cidade saudável deve ser definida como uma política de
governo, na qual deve se envolver o governo com um todo. Fazendo com que avance e trabalhe
a relação e inter-relaçao da saúde com a educação, a habitação, o saneamento, o transporte e o
lazer, por meio de políticas integradas. Dessa forma, é necessário ter uma visão e ação mais
globalizada, estabelecer um sentido de unidade na diversidade, bem como de compreender esta
complexidade da realidade, assim, a interdisciplinaridade busca fazer essa ligação com o
coletivo e o todo, tornado-se um dos fundamentos do ideário das cidades saudáveis. E é através
dessa multiplicidade de olhares que irá se trabalhar as relações de reciprocidade e de cooperação
entre os papeis sociais das cidades (WESTPHAL e MENDES, 2000).
As autoras colocam também que além de se ter essa interdisciplinaridade com a
sociedade, é necessário ter a intersetorialidade. Esta que é a articulação entre o planejamento
geral, a realização e a avaliação das ações das políticas publicas, com o intuito de alcançar
resultados integrados e sinérgicos no desenvolvimento social. E isso se dá por meio de uma
exigência de compromisso das autoridades governamentais com o desenvolvimento de políticas
publicas saudáveis que garantem a melhoria da qualidade de vida da população.
Assim, os dez requisitos definidos para Organização Mundial da Saúde (OMS)
para uma cidade saudável seriam: ambiente físico limpo e seguro; ecossistema estável e
sustentável; alto suporte social, sem exploração; alto grau de participação social; necessidades
básicas satisfeitas; acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações;
economia local diversificada e inovativa; orgulho e respeito pela herança biológica e cultural;
serviços de saúde acessível a todos; e alto nível de saúde.
Riani (1997) comenta que a cidade é uma forma de expressão da sociedade, assim,
a cidade só será saudável quando sua sociedade se tornar saudável, quando se organizar de
forma diferente da forma que é posto atualmente, modificando a relação de nossa forma de vida,
nosso valores, bem como mudar as bases do sistema produtivo da sociedade, ou seja,
reorganização da vida na cidade. Dessa forma, diante de nosso situação social, política,
educacional, vale a reflexão: será que isso é utópico, ou ainda há possibilidades?
Referência Bibliográfica
RIANI COSTA, J. L. Algumas reflexões sobre cidade saudável. Saúde e Sociedade: 6 (2): p.
65-70, 1997. Disponível em:< www.scielo.br>. Acessado em: 04 de set. de 2010.
WESTPHAL, M. F. MENDES, R. Cidade Saudável: uma experiência de Interdisciplinaridade e
intersetorialidade. Revista de Administração Pública: 34 (6), p. 47-61, nov.-dez. 2000. Rio de
Janeiro. Disponível em: <www.ebape.fgv.br>. Acessado em: 04 de set. de 2010.
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