PRISCILEILA COLERATO FERRARI TÍTULO: SISTEMAS MULTIPARTICULADOS REVESTIDOS PARA LIBERAÇÃO COLÔNICA DE METRONIDAZOL DATA DA DEFESA: 05/05/2011 RESUMO: O desenvolvimento de formas farmacêuticas administradas pela via oral e utilizadas para liberação colônica de fármacos, visando o tratamento local de doenças inflamatórias intestinais, tem sido bastante estudado. Com essa finalidade, no presente trabalho foram preparados pellets de metronidazol (MT), constituídos ou não de quitosana (QS) e revestidos com QS, ftalato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMCP), Kollicoat MAE® e Kollicoat SR®. Os pellets foram preparados por extrusão-esferonização e revestidos em leito fluidizado. Três delineamentos experimentais foram planejados com a finalidade de se definir as formulações a serem preparadas e analisadas. Os pellets e seus constituintes foram analisados por espectrofotometria no IV e por análise térmica, para verificação de possíveis interações entre o fármaco e o excipiente. A morfologia dos pellets foi analisada através de estereoscópio e por microscopia eletrônica de varredura. Outras análises incluíram área superficial, granulometria, densidade e grau de intumescimento. Também foi realizada a liberação in vitro do fármaco durante 8 horas, utilizando-se os Aparatos I e III da Farmacopéia Americana, e análise de absorção intestinal pela técnica do saco intestinal invertido. As análises térmica e espectrofotométrica por IV revelaram que não há interações físico-químicas entre o MT e os demais componentes dos pellets. A análise morfológica revelou que os pellets são esféricos; as análises de área superficial e microscopia eletrônica de varredura mostraram que o processo de revestimento não foi eficaz para algumas amostras, pois apresentaram poros em suas estruturas. Os pellets também foram analisados quanto à capacidade de intumescimento, demonstrando que a presença de QS acentua o grau de intumescimento das amostras. Os pellets foram analisados in vitro quanto à sua capacidade de atingir a região colônica. Primeiramente, foi observado que durante 2h de experimento a maior parte do fármaco foi liberada dos pellets no meio gástrico simulado nas amostras sem revestimento, ou revestidas com QS ou HPMCP, devido principalmente aos defeitos observados nestes revestimentos. Nas amostras revestidas com Kollicoat MAE® não houve liberação do fármaco nesse meio. No meio entérico simulado o restante do fármaco presente nos pellets foi liberado na maioria das amostras, com exceção dos pellets revestidos com Kollicoat SR® e/ou MAE®, dos quais o fármaco foi lentamente liberado. A cinética de liberação do fármaco foi estudada pelo modelo matemático de Weibull, indicando que a liberação do MT dos pellets se deve a um mecanismo complexo, onde difusão segundo a lei de Fick, intumescimento e erosão ocorrem simultaneamente. O estudo de absorção intestinal revelou que o MT contido nos pellets com QS levou mais tempo para ser absorvido em relação ao MT livre.