“Cabelo bom versus cabelo ruim”: o que a química e a sociedade

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“Cabelo bom versus cabelo ruim”: o que a química e a
sociedade dizem sobre essa relação?
*Cleuma Maria Chaves de Almeida,(PQ) Márcia Matos da Silva (IC)
[email protected]
Palavras-Chave: Ideologia e Cabelo. Química. Ciência.
Introdução
Este trabalho é fruto das primeiras
experiências do projeto “Relacionando os
conteúdos de química com questões
sociais e culturais: ‘cabelo bom versus
cabelo ruim’, as práticas químicas, culturais
e ideológicas envolvidas nesse processo”,
onde a partir dos conhecimentos em
química, a pesquisa relaciona questões
socioeconômicas, culturais e científicas. A
pesquisa é desenvolvida, sobretudo nas
escolas, pois segundo Bourdieu a escola é
a principal estrutura objetiva que molda as
mentalidades e o comportamento dos
indivíduos. No caso da adesão ao cabelo
crespo natural ou aos processos de
alisamento, esta preferência pode estar
atrelada as questões sócio-culturais e ao
mercado. Desta forma, neste trabalho
problematizamos a supervalorização do
cabelo liso em detrimento do cabelo crespo
a partir dos conhecimentos de química e de
sociologia de Bourdieu.
Metodologia
Através da realização das oficinas em
escolas de ensino médio com os seguintes
temas: “O cabelo: Uma visão química que
desconstrói a idéia do bom versus ruim” e
“O cabelo: Uma visão química”. constatouse que existe uma preferência estética a
cabelos lisos e desvalorização do cabelo
cacheado e/ou crespo. E a opção por
alisantes tanto por jovens como crianças a
fim de aproximar-se esteticamente do perfil
branco.
Resultados e discussões
A questão da preferência pelo cabelo liso
pode estar vinculado ao conceito de
violência simbólica, onde o individuo
encontra-se alienado a ceder a desejos da
sociedade para satisfazer um determinado
grupo, ou mesmo para ser aceito no
mesmo.
Nesta pesquisa, observamos que grande
parte das adolescentes e crianças que
fizeram parte da pesquisa afirma ser o
cabelo liso o mais bonito. Diante desta
informação e partindo do pressuposto que
esta visão sobre a supremacia do cabelo
liso pode ser ideológica, buscamos
problematizar e discutir o tema, no sentido
de construir outras representações sociais
sobre o belo. Nas oficinas executadas pelo
projeto, percebemos a possibilidade de
alcançar esses objetivos, pois os alunos
que participaram neste primeiro momento
da pesquisa, exteriorizaram que têm
preferência pelo cabelo liso e se submetem
constatentemente
a
procedimentos
químicos, mas também se perceberam
enquanto
individuos
submetidos
as
representações mediáticas e ao mercado
de comésticos, e mesmo sabendo da
dificuldade de resistir a tal contexto,
participaram de forma crítica dos debates e
se informaram sobre os perigos, efeitos e
conceitos químicos presentes da química
dos cabelos. Desta forma, acreditamos
que os esclarecimentos das reações
químicas que envolvem o cabelo pode
ajudar no rompimento da visão tradicional,
que credita o cabelo “bom” é o cabelo liso.
Conclusões
A forma do cabelo independente de suas
variedades possui uma composição
química comum a queratina, o que muda é
a seqüência dos aminoácidos dessa
proteína, dai pode-se comprovar que além
das diferenças étnicas que denominam os
tipos de cabelo estudos mostram que
grande parte dessa diferença pode ser
atribuída a secção transversal dos fios
onde essa transversal tem forma de elipse
podendo influenciar na aparência deste
outro fator é de como eles crescem. Desta
forma o conhecimento químico atrelado a
uma problematização social apresenta-se
como possibilidade de mudança da
concepção negativa ocupada pelo cabelo
crespo na sociedade.
Referencias
BOURDIEU, PIERRE. A Distinção: Uma
crítica social da faculdade do Juízo.
Tradução: Pedro Elói De Duarte. Coimbra:
Edições 70, 2010.
KÖHLER, Rita de Cassia Oliveira. A
química da estética capilar como
temática no ensino de química e na
capacitação dos profissionais da beleza.
UFSM, 2011, 112F. Dissertação (Mestrado)
– Programa de Pós – Graduação.
Universidade Federal de Santa Maria, 201
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