Diversidade e desigualdade: contribuição metodológica ao estudo

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Diversidade e desigualdade: contribuição metodológica ao estudo demográfico da
população quilombola no Brasil
José Maurício Arruti (CERES/UNICAMP)
Monika Dowbor (CEM/CEBRAP)
Danilo Torini (CEBRAP)
Marta Azevedo (NEPO/UNICAMP)
Ricardo Dagnino (NEPO/UNICAMP)
Bárbara Estanislau (NEPO/UNICAMP)
Alessandra Traldi (NEPO/UNICAMP)
RESUMO: O Censo Demográfico do Brasil de 2010 produziu um importante avanço no
modo de apreender a diversidade sociocultural brasileira quando compatibilizou a
malha de setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
com a de Terras Indígenas da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Assim torna-se
possível a análise da dinâmica populacional específica a estes territórios e populações.
Mas no Brasil há também a população e os Territórios Quilombolas (TQ), que
continuam sem abordagem no censo: não há a opção de autodeclaração como
quilombola no quesito de cor ou raça, muito menos a compatibilização da malha
censitária com a dos TQs. Diante disso, este trabalho vem apresentar uma metodologia
desenvolvida para a obtenção de dados aproximados sobre Territórios Quilombolas.
Para isso utilizamos a base de dados dos TQs, georreferenciada pelo Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), para sobrepô-los ao banco nacional de
setores censitários georreferenciados, produzindo com isso a identificação de “setores
censitários quilombolas”. Ao todo foram analisados 171 TQs, que correspondem a
aproximadamente 147 mil pessoas, das quais foi possível caracterizar o perfil
demográfico e socioeconômico. Ao comparar tais perfis com o seu entorno, é possível
compreender as especificidades da população quilombola nos territórios reconhecidos
pelo governo brasileiro, avançando no tema da relação entre diversidade étnicocultural e desigualdade socioeconômica no Brasil.
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