Festas Judaicas Shabbat A Torá afirma que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, ordenando-nos assim que descansássemos também. No Shabbat, é proibido trabalhar. Ele começa no por do sol de sexta-feira e termina no por do sol do sábado, isto por que o dia, de acordo com o calendário judaico começa ao por do sol. O Shabbat é o ponto central da vida de um judeu, é o dia mais importante, superando o 'Yom Kippur' . Durante séculos, os judeus descansam no sábado, famílias se reúnem, tem suas refeições reunidos, rezam reunidos, em fim são uma família. Temos que considerar, agora, o mandamento negativo ("não farás nenhuma obra") que nos diz o que não podemos fazer no Shabbat. - Não é permitido trabalho, ou qualquer coisa que provoque esforço. - É proibido escrever, ou fazer marcas permanentes sobre qualquer coisa. - Negócios são proibidos, incluisive tocar em dinheiro. - É proibido acender fogo. - É proibido cozinhar. - É proibido rasgar, cortar e alterar a forma de qualquer coisa, inclusive papel. - É proibido viajar em qualquer tipo de veículo ou animal (inclusive elevador, existem elevadores que são ajustados de modo a parar automaticamente em cada andar do edifício.). - É proibido tocar em instrumentos musicais, assim como praticar esportes. - É permitido tomar banho, porém as regras para o banho no Shabbat são tão complicadas que tornou-se costume não o tomar. - A circuncisão é permitida, apesar de cortar ser proibido. - É proibido carregar qualquer coisa para fora de casa. - É proibido enterrar os mortos. Há ocasiões que o Shabbat pode e deve ser rompido: para salvar a vida de alguém, para dar assistências aos enfermos, e para emeregências nacionais e serviço militar. Porém existem certas dúvidas quanto a estas regras, por exemplo existem muitas discussões se pode-se dirigir para se chegar a uma sinagoga, caso seja humanamente impossível chagar a pé. Outras dúvidas são em torno dos esporte, se estes podem ser praticados com intuito de diversão. O uso de eletricidade é outra coisa que causa muita controvércia. Essas proibições só terão sentido caso se comprienda o significado do 'Shabbat'. O 'Shabbat' além de ser um dia de descanso, é também, um dia de engrandecimento pessoal. A idéia deste dia é de se quebrar o cotidiano, sem cair no marasmo; é, portanto, um dia em que não se deve ter obrigações, porém não se deve, por exemplo, passar o 'Shabbat' deitado na praia. Um bom exemplo do espírito do 'Shabbat' veio de um caso de uma pessoa que perguntou a um rabino se ela podia tocar piano durante o 'Shabbat' - a resposta foi: se você toca piano durante os outros dias da semana, não. Porém, se você nunca toca piano, e isto será para você algo de engrandecimento pessoal, então, sim. Rosh Hashaná É o ano novo judaico. Trata-se de uma festividade alegre mas ao mesmo tempo, solene, celebrada durante dois dias, tanto em Israel quanto fora da Terra Santa. Além de assinalar o começo do ano judaico, Rosh Hashana também é o início de um período de arrependimento de dez dias, que terminam no Yom Kippur. É ensinado aos judeus que no Rosh Hashana se decide o destino de cada judeu no ano seguinte, mas a decisão tomada nas alturas não é selada até o Yom Kippur, podendo ser mudada para melhor no decorrer dos dez dias intermediários. Por conseguinte, são dias de exame da alma e de arrependimento. Em outras palavras, a ênfase recai não só em sentir-se culpado pelo que se tenha feito ou deixado de fazer, mas também em decidir mudar do curso anterior que se vinha seguindo e agir diferentemente no futuro. No primeiro dia so Rosh Hashana (ou o segundo, se o primeiro for sábado) é costume ir-se até as margens de um lago ou qualquer massa de água que contenha peixes e lá dizer uma prece chamada "Teshlich", afirmando que os pecado estão lançados na água. As tradições do Rosh Hashana variam muito de uma comunidade para outra. Mas em todas elas, deseja-se mutuamente um bom ano. A véspera do Rosh Hashana é comemorada com um "Kiddush" e uma festa. entre os "ashkenaziim", a "challá" não é em forma de trança como no resto do ano mas sim redonda, simbolizando o ano que começou. É costume mergulhar o pão em mel, a fim de indicar a esperança de que o ano vindouro seja doce. As famílias tracionalistas comem a cabeça de um peixe nessa noite, pois a palavra "Rosh" significa "cabeça" do ano. Come-se também uma maçã molhada em mel, para que Deus lhe conceda "um ano bom e doce". Já os "sefaradim" têm o costume de comer abóbora, alho-poró, beterraba e tâmara na fesa do Rosh Hashana. O serviço de sinagoga é mais extenso, variado e solene que em outras ocasiões; as orações incluem passagens do Tanach, do Talmud, orações e poemas litúrgicos, alternando com a leitura da Torah e o toque do Shofar. O Shofar, instrumento feito de chifre de carneiro, é um antigo símbolo israelita que nos recorda os momentos em que nosso patriarca Abraham estava disposto a sacrificar seu filho para cumprir a vontade divina, e o Senhor permitiu que sacrificasse um carneiro no lugar de Isaac. Esse som e o que ele representa transformou-se com o passar do tempo no momento mais importante dos dias de Rosh Hashaná. Yom Kippur É o dia do perdão - quando Deus perdoa a todo Israel. Durante esse dia, nada pode ser comido ou bebido, inclusive água. É permitido lavar a boca, escovar os dentes ou banhar o corpo. Somente o rosto e as mãos podem ser lavados pela manhã, antes das orações. Não se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. O jejum não é permitido para crianças menores de 9 anos, pessoas gravemente enfermas, mulheres grávidas e aquelas que deram a luz há menos de trinta dias. Se uma pessoa enquanto estiver jejuando passar mal, a ponto de quase desmaiar, deve-se lhe dar comida até que se recupere. Se houver perigo de uma epidemi, e os médicos da cidade aconselharem que é necessário comer a fim de resistir à moléstia, exigi-se que todos comam. Existem outras proibições, além daquelas contra trabalhar, comer ou beber. As relações conjugais são proibidas, bem como o uso de perfumes e ungüentos, exceto para fins médicos. Além disso, sapatos e outras peças da indumentária feitas de couro não podem ser usadas na Yom Kippur, pois não se pode usar nenhum material para o qual seja necessário matar um animal. Após o Yom Kippur, espera-se que haja festa e alegria, não perdendo de vista o fato de que o Yom Kippur é um dia santo de júbilo. Sucot É a primeira das três festas judaicas, e começa cinco dias após o ' Yom Kippur '. Historicamente, celebra o transporte dos frutos da colheita ao Templo de Jurusalém, e segue o mandamento da Torá: " por sete dias habitareis em sucot (habitações temporárias), para que saibam as vossas gerações que Eu (o Senhor) fiz habitar os filhos de Israel em sucot, quando os tirei da terra do Egito." Esse dia santo exige que toda família construa uma sukka (abrigo temporário) e faça nela pelo menos uma refeição por dia, durante os oito dias que o feriado dura fora de Israel. A sukka é construida entre o ' Yom Kippur ' e o começo deste feriado, e deve ser grande o bastante para que pessoas possam sentar-se e comer no seu interior. No entanto, a obrigação não se aplica a mulheres e crianças, mas elas invariavelmente participam. Sete tipos de alimentos são colhidos na época de Sucot em Israel. Muitos judeus penduram exemplos de cada um no teto da sucá para simbolizar a colheita. Esses alimentos são: trigo, cevada, uvas, azeitonas, romãs, tâmaras e figos. O Lulav, ou folha de palmeira, é amarrado com salgueiro e mirto. O Etrog, um limão, é usado em preces e cerimônias de Sucot. Uma tradição diz que a palmeira representa a espinha, o mirto os olhos, o salgueiro a boca e o Etrog o coração, mostrando a veneração a D'us com todo o corpo. Simchá Torá Em Israel, Shemini Atzeret e Simchá Torá são celebrados com uma mesma festa, no mesmo dia; na diáspora, porém, dois feriados são concedidos, a fim de"compensar-nos por não termos a felicidade de viver na Terra Santa". O Simchá Torá assinala o final do ciclo de leituras da Torá para o ano, porque a última sedra, é lida e completada neste ponto do serviço. Simchá Torá também assinala o começo do ciclo de leitura da Torá, uma vez que, assim que aa última parte da última sedra foi lida pelo Noivo da Torá (o Noivo da Torá é aquele honrrado com a leitura da última sedra), o ciclo recomeça com a leitura das três primeiras partes do Gênese, a primeira sedra. Simchá Torá encerra com uma conclusão tumultuosa o ciclo de dias santos do mês de Tishrei, que começou com a prática solene do Rosh Hashaná no primeiro dia do mês. Pessach Este dia santo celebra o mais importante evento da história do povo judeu, a redenção de sua escravidão no Egito e a saída dessa terra. Ele é mais importante que o Rosh Hashana que comemora a criação do mundo e o Yom Kippur, que celebra o perdão de Deus aos pecados de cada judeu. O Shabat que precede a Páscoa é chamada de o grande Shabat, pois neste dia os judeus sacrificaram um cordeiro em desafio aos egípcios, que idolatravam esse animal. O dia anterior à Páscoa, é um dia de jejum para os primogênitos. Foi neste dia que os filhos primogênitos de Israel foram poupados. Porém, há uma festa para celebrar a execução de um mandamento chamado " seudat mitavá", que quebra o jejum e mesmo os primogênitos não precisam mais jejuar. Um outro costume que atende a Páscoa, a Ma'cot Chettim, merece ser mencionado: a coleta de dinheiro para comprar matzot, vinho e outros alimentos para os pobres na Páscoa.Todos os judeus praticantes ficam ansiosos por cumprir tal ação caridosa antes do dia santo. A Páscoa começa ao por-do-sol do décimo quarto dia do mês de Nisan. Há três coisas essenciais que distínguem a Páscoa. A primeira é a proibição de comer, beber ou ter a posse de qualquer alimento feito fe cereal levedado ou fermentado durante todos os oito dias do feriado. A segunda é a obrigação de comer matzá pelo menos o primeiro dia do Yom Tov. A terceira é a celebração de 'seder' casa, em cuja ocasião toda a história da Páscoa é recitada em benefício das crianças da família. Páscoa, toda a comida, utensílios da cozinha, pratos e outros objetos que contêm chametz (fermento) devem ser retirados de casa. A razão para esta "limpeza de primavera" é a buscar o cumprimento de um mandamento específico: "ao primeiro dia tirarais o chametz de vossas casas"(Êx.12:15). A proibição absoluta contra ter pão em casa durante esses oito dias serve para lembrar o período em que o estilo de vida judaíco mudou, tal como mudou da escravidão para a liberdade - a mudança mais radical que pode haver na condição humana - no Êxodo do Egito. Na décima praga o faraó libertou os judeus do Egito, que marcaram a porta de suas casas com sangue de carneiro, para que o Anjo da Morte passasse por eles. Os judeus então fugiram para Canaã e assaram pão para a viagem, só que não houve tempo para fermentar. Para comemorar esse fato, os judeus comem matzá em vez de pão durante a Páscoa, simbolizando a mudança radical do modo de vida. Shavuot De ano em ano, durante mais de 30 séculos e em circunstâncias diversas, ora afortunadas, ora trágicas, o povo judeu celebra uma de suas festas mais significativas e felizes: Matan Torá. Das 3 grandes festividades judaicas: Pessach, Shavuot e Sucot, nas que recordamos fatos históricos transcendentais transcorridos desde o êxodo do povo do Egito até seu estabelecimento em Eretz Israel , fatos que forjaram nossa complexidade nacional- religiosa, é Shavuot - ainda que a mais curta das festas - a de maior flexibilidade, de maior riqueza de totalidades e de mais fecundas sugestões. É uma festa de um profundo conteúdo e de amplas possibilidades evolutivas. Em seu constante desenvolvimento enriqueceu-se de valores e ideais múltiplos: místicos, econômicos, nacionais, culturais e humanitários. É como um verdadeiro ser vivo, como a mesma Torá que não é somente lei sagrada senão "ciência viva" (Torat Chaim); seus conceitos e ensinamentos crescem e se desenvolvem constantemente, plasmados pela vida real e pela capacidade potencial do povo. Todas as festas judaicas possuem esta elasticidade, porém Shavuot é a de maior elasticidade. Festa puramente agrícola - ritual em suas origens; adota, mais tarde, na era do segundo Templo, o caráter de Festa da Lei e da Ordem Moral - o decálogo e seus respectivos comentários constituem sua inspiração e norma. Durante a diáspora, nos anos de pouca sorte, soube infundir fé e esperança num porvir do povo, enriqueceu seu conteúdo com uma missão consoladora, de saber messiânico, animou a fé na "Gueulá", que se converteu em um de seus mais caros motivos. E em nossos dias as pregações e cânticos de esperança por um futuro melhor acompanha ideais de renascimento, aspirações e ações nacionais de ordem construtiva. Curiosidades A festa de Shavuot recebe outros nomes como: ·Chag Hashavuot - a Torá chama essa festa de Chag Hashavuot porque sete semanas são contadas desde Chag Hapessach. Essas semanas também são chamadas de "contagem do Omer". ·Chag Hakatzir - outro nome da festa relacionado com a ceifa dos cereais. ·Atzeret - na Mishná e no Talmud chamam essa festa de Atzeret, que significa reunião festiva de multidão do povo. ·Chag Habikurim - esse nome é popular, significando a festa quando levava-se as primeiras sete espécies (Shivat Haminim: trigo, cevada, uva, figo, romã, azeitona tâmara) para o templo Sagrado (Beit Hamikdash). Sendo esta uma das 3 vezes que se peregrinava para o Templo; as outras duas eram em Pessach e Sucot. ·Matan Torá - esse nome não aparece na Torá; é o nome tradicional que foi dado pelo povo. Foi nesses dias que entregou-se a Torá para o povo de Israel, no Monte sinai. Tradições e Costumes ·Contagem do Omer - 49 dias entre Pessach e Shavuot. ·Folhagem para Shavuot - decorar a sinagoga e a casa com plantas de cor verde. ·Leitura da Meguilat Ruth - uma das 5 Meguilot do Tanach que descreve a colheita e demonstra até que ponto a legislação judaica considerava a situação dos desamparados. ·Comidas de leite - costuma-se comer produtos derivados de leite, como queijo e bolos de queijo. ·Caminhada ao túmulo do Rei David - ele é descendente de Ruth e morreu em Chag Hashavuot. ·Leva-se os primeiros frutos - as crianças levam as primícias do campo que são entregues ao Keren Hakaiemet . ·Chag Hashavuot - é uma festa única, que não tem limitação de comidas ou orações específicas. ·Estudo noturno - costuma-se estender a noite com o fim do estudo da Torá. Em Shavuot come-se o que quiser e onde quiser. Chanuká Chanuka significa consagração. Comemora a consagração do templo em Jerusalém por Judas Macabeu, seus irmãos e suas tropas. Esses rebeldes venceram e expulsaram da Terra Santa os exércitos sírios, que eram superiores e representavam o Império Romano. A história conta que quando Judas e suas tropas limparam o Templo e o colocaram em ordem para o culto, eles quiseram acender a menorá (lâmpada do templo), mas só encontaram óleo consagardo para um dia, não havendo o suficiente para durar a comemoração que seria de oito dias. Milagrosamente, a vela permanesceu acesa durante oito dias, havendo tempo suficiente para preparar o óleo que manteria a vela ascesa após esse período. Por isso, celebra-se o dia santo durante oito dias, e acende-se um candelabro de Chanuka de oito braços. Há oito chamas no candelabro, e mais uma usada para acender as outras. O candelabro é usado apenas como enfeite, e sua luz não pode ser usada para ler, nem para examinar coisas. A este candelabro denominamos Chanukiáh. Há o costume de neste dia, se jogar um jogo chamado "dreidel", que consiste de um pião que dependendo do lado que ficar para cima, o jogador ganha prêmios, em geral nozes e balas. A doação de presentes am Chanuka, possui uma longa tradição em certo sentido: doação aos pobres, seja de dinheiro ou alimentos, e é uma importante prática no Chanuka. Curiosidades: O Sevivon (ou dreidl, "pião") é um brinquedo característico de Chanuca, pois o fazemos girar segurando-o pela haste da parte superior, porque o milagre de Chanuca se deu de cima para baixo, ou seja, transcendeu a natureza. Macabi, o grito de guerra adotado pelos Macabeus, é o acróstico de "Mi camocha BaElim HASHEM" - "Quem entre os deuses pode se comparar a D'us?" ( Êxodo 15:11), que se refere à grandeza da fé, como arma no campo de batalha. Durante os 8 dias de Chanuca, acendemos 36 velas (além do Shamash). Essas correspondem às 36 horas da Criação, quando uma luz de características especiais cobriu o universo. Essa luz espiritual de grande intensidade, foi ocultada da vista dos seres humanos, mas ainda existe na Torah e que, por essa razão, em aramaico se chama Oraita - fonte de luz. Em cada geração essa luz é percebida por 36 homens justos (lamed vavniks) pelo mérito dos quais se mantém o mundo, por mais que suas identidades sejam desconhecidas. Chanuca significa inauguração e se refere ao Templo, mas se dividimos a palavra em duas partes: Chanu (acampou) e Cá (formada pelas letras Chaf e Hei, cujo valor numérico é 25, data em que se celebra Chanuca) há outro significado: em 25 de Kislev, Israel acampou e descansou depois da vitória sobre seus inimigos. A palavra Tzion em hebraico formada pela letra Tsadi e pelas letras Yud, Vav e Nun com as quais se escreve Yavan, que significa Grécia, implica a superioridade do tzadik, do espírito de Israel, sobre o materialismo da Grécia. As pessoas são como as velas, que dissipam a escuridão. Uma pode iluminar um canto, muitas podem iluminar o mundo inteiro. O Shamash é a vela que serve para acender as demais, já que as próprias velas de Chanuca, por representarem a luz interior, não podem ser usadas, nem sequer para iluminar o ambiente. Isso simbolicamente o torna "o ajudante" que recebe o nome de Shamash. Enquanto as velas de Chanuca estão acesas, as mulheres não costumam fazer nenhum trabalho, para comemorar a heróica participação, física e espiritual, dessas heroínas e da geração de mulheres que se rebelaram contra os valores e a opressão grega, preservando assim o Judaísmo. Em Israel encontra-se a "aldeia dos chashmonaim', localizada nas proximidades da cidade de Modiin, a somente 20 minutos de Jerusalém. Ali pode-se vivenciar a vida cotidiana da época dos Macabeus. Faz-se demonstrações do pastoreio, cunhagem de moedas e extração do azeite de oliva. Yavan (Grécia) foi o quarto dos sete filhos de Yefet, filho de Noé e portanto neto deste. A palavra Yefet deriva-se da palavra yofi (beleza em hebraico); D'us lhe deu o domínio sobre a beleza (estética) e a sabedoria (materiais) e portanto a Grécia se distinguiu por tal filosofia, arquitetura e retórica. Nem só de Macabeus se faz Chanuca. Chanuca também contou com duas destacadas heroínas: Yehudit e Chana. Purim Purim é uma das oportunidades em que o bom humor da comunidade sobe ao nível mais alto. Os acontecimentos que esta festa relembra tiveram um curso tão inesperadamente favorável que a sua simples recordação já tem efeito contagioso e produz nos judeus de todos os tempos o mesmo trasbordamento de júbilo que em sua época provocaram esses episódios entre os judeus de Pérsia. Purim, celebrado em 14 de Adar, comemora um episódio da vida hebraica na Pérsia, e sua heroína é Ester, esposa do rei Assuero. De extraordinária beleza, esta jovem cativara o monarca, que, ignorando sua origem judaica, a desposara. Ester se mantinha contudo, fiel a sua fé, graças a direção espiritual que sobre ela exercia seu tio Mordechai. Em virtude da denúncia de uma conspiração, Mordechai chegara a gozar da intimidade do rei, conquistando para si, assim, a inimizade e a inveja do primeiro ministro Haman. Para desfazer-se do judeu que detestava, não achou Haman melhor meio que despertar no rei a desconfiança contra esse povo espalhado e dividido entre todos os povos, cujas leis são diferentes das dos demais e obteve a autorização para fazer exterminar todos os judeus do reino num dia que se escolheria por sorte, e que veio a ser o 13 de Adar. Foi quando a intervenção de Ester salvou o seu povo. Induzida por Mordechai, revelou ao rei sua condição de judia e conseguiu a anulação do decreto fatal. Mas, não pararam aí as coisas: como uma vingança sarcástica, ordenou o monarca que o maléfico ministro fosse pendurado na mesma forca que preparara para o judeu Mordechai, e que todos os sequazes de Haman fossem, igualmente executados. Purim tem seu nome da palavra Pur, que significa sorte, pois, por sorteio escolhera Haman o dia em que haviam de cumprir seus sinistros desígnios. 2. COSTUMES - A MEGUILÁ - CELEBRAÇÃO RELIGIOSA A Meguilá A história de Ester é relatada num livro da Bíblia, e aparece inscrita num rolo separado, a Meguilá, cuja leitura faz parte do cerimonial religioso de Purim. Não se acha especificada a data exata em que ocorreram esses fatos, porém, tratando-se de uma época em que os judeus constituíam uma minoria disseminada pelo reino persa, pode ser situada no século V anterior à era atual. Figura notável do relato é a de Mordechai, judeu austero que conserva impoluta sua fé, apesar de viver na corte. Favorecido pela boa vontade do rei, não sonha, por um momento sequer, fazê- la valer em seu próprio benefício. Junto à sua sobrinha, servelhe de mentor espiritual e mantém desperta a sua consciência judaica. Não a deixa esmorecer ante o perigo e, a todo risco, obriga-a empreender a salvação de seu povo. De todos os livros da Bíblia, é este o único em que não aparece escrito o nome de Deus. Talvez resida a razão desse curioso detalhe em que, sendo um livro que incita à resistência e a auto defesa, traz implícita a moral: Ajuda-te e Deus te ajudará. Foi composto, de fato, durante a época do Segundo Templo, quando os judeus viviam em seu próprio país, como súditos de uma nação estranha; e a intenção que animou seu autor foi, sem dúvida, a de estimular em seus compatriotas o espírito de luta contra o senhor estrangeiro. Com o exemplo desse venturoso episódio de seu passado imediato, pretendia infundir em seus contemporâneos a confiança em suas próprias forças e a fé numa libertação próxima. Celebração religiosa Precede a festa um dia de jejum, chamado jejum de Ester como recordação do perigo de vida que correram os judeus daquele tempo, nesse dia. O traço distintivo do ofício religioso de Purim é a leitura do livro de Ester - Meguilá - e a oração de Purim, de agradecimento pela milagrosa derrota de Hamán. Lê-se também o capítulo do Êxodo, que relata a luta contra os amalecitas, pois a tradição faz Haman descendente daqueles inimigos de Israel. É uso desenrolar-se a Meguilá e dobrá-la em quatro, imitando a carta que Mordechai enviou a todas as províncias, proclamando, pela primeira vez, a festa de Purim na Pérsia. Sua leitura dá lugar a comentários buliçosos dos ouvintes. Quando se pronuncia o nome de Haman, ao começar o terceiro capítulo, a indignação das crianças se exterioriza em tocar matracas, que se repetem toda vez que o detestado nome é mencionado. Mordechai convidou os judeus a dar esmola aos pobres, e hoje em dia ao entrar na sinagoga, na véspera de Purim, cada um deposita seu óbolo numa bandeja, e o dinheiro assim coletado se destina a obras de caridade. 3. TRADIÇÕES Entre a família, a celebração de Purim caracteriza- se por duas tradições, a saber: mishloach- manot e seudá. a) Mishloach - manot Costuma-se mandar presentes aos familiares e amigos, como doces, frutas, e sobremesas. b) Seudá Consiste em ingerir o vinho, como recordação dos banquetes de Assuero e Ester, essa bebida deve correr generosamente nas ceias de Purim. Atualmente, usa- se dar donativos pessoais, sob forma de dinheiro ou de artigos de primeira necessidade. Por causa destes donativos chega também às casas humildes um pouco de alegria de Purim. c) A ceia de Purim Consiste em uma refeição de caráter festivo, composta de pão feito com passas, uvas e açafrão. Com a sopa são servidos os creplach, porém o prato predileto são os homentash, que são comidos por último, são doces recheados com uma mistura de mel e sementes de papoulas. d) Festas Festas e alegria são mencionadas na Meguilá. Costuma-se preparar celebrações festivas para comemorar Purim. e) Fantasias Atualmente comemora-se nas escolas Purim com a realização de uma festa de fantasia, podendo também usar máscaras. f) Máscaras O uso de máscaras teve origem na França, onde usava-se máscaras de personagens bíblicos. 4. SÍMBOLOS Os símbolos de Purim são: Purim: Símbolo de festa de libertação judaica. Leitzan: palhaço Oznei-Haman: doces Raashan: Reco-reco Masechá: máscaras Yom Haatzmaut No dia 5 de Iyar é Yom Haatzmaut (Dia da Independência), aniversário da Proclamação do Estabelecimento do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. Esta é uma celebração nova; muitos cidadãos israelenses participaram ativa e pessoalmente dos acontecimentos que levaram à criação do novo Estado e testemunharam as enormes mudanças ocorridas no país desde 1948. Após o cair da noite, na véspera do Yom Haatzmaut, as prefeituras costumam promover celebrações públicas, com música popular, e a população, sobretudo crianças e jovens, vai ao centro da cidade para participar do espírito festivo. No dia do Yom Haatzmaut multidões saem a passear pelo país, visitando os locais onde ocorreram as batalhas da Guerra da Independência e os monumentos em memórias aos soldados caídos. Em geral, passam o dia ao ar-livre, em piqueniques e churrascos. Neste dia realiza-se a cerimônia de entrega do Prêmio Israel aos laureados nos campos literário, artístico e científico, assim como o Certame Bíblico Internacional da Juventude Judaica. Bases militares estão abertas à visitação pública e realizam-se exibições da Força Aérea e da Marinha. Yom Hashoá Iom Hashoá significa dia de recordação dos heróis e mártires perecidos no Holocausto. É uma data internacionalmente respeitada, no 27 dias de Nissan. De início essa data foi lembrada no dia 19 de março da data comum. Em 19 de março do ano de 1943 começou o levante do Gueto de Varsóvia. Naquele ano era véspera do Pessach (Páscoa judaica) foi quando os nazistas resolveram acabar com o gueto mandando os habitantes para campos de extermínio. Pensaram que ia ser fácil, mas tiveram de enfrentar uma tenaz resistência dos defensores do gueto. Os insurretos lutavam contra a maior potência militar na época praticamente sem armas. Assim mesmo, agüentaram mais que a Polônia. Foram vencidos mas não subjugados. Por isso, o gueto de Varsóvia é considerado símbolo da resistência judaica. Após o fim do nazismo, os judeus lembravam o dia 19 de março, o dia do Gueto. Com a criação do Estado de Israel, e a unificação da Sherit Hapletá, para não cair a triste lembrança nos dias de feriado de Pessach, foi decidido que o dia de lembrança, denominado Iom Hashoá Ve Gvurá (Dia do Holocausto e da Bravura), será 27 dias de Nissan. Como a data de acordo com o calendário da era comum é móvel, nem sempre cai 19 de março. Este dia é lembrado em Israel com toque de sirenes e cinco minutos de silêncio. Todo o país para em honra dos que pereceram durante a perseguição nazista. Na diáspora, este dia é lembrado nas escolas e todas as instituições judaicas e não judaicas com intuito de não deixar esquecer o ocorrido. No Rio de Janeiro, este dia é lembrado na Câmara dos Vereadores devido a sugestão do presidente da Sherit Hapletá, Sr. Aleksander Laks, à vereadora Sra. Jurema Batista que apresentou o projeto, tendo sido este votado e aprovado por unanimidade e sancionado pelo então prefeito César Maia. Originalmente a data se refere a 19 de março, mas o evento acontece 27 dias de Nissan.