A AutoEuropa e a Globalização Introdução Neste trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Economia Política da Globalização iremos analisar a empresa AutoEuropa no seu contexto global, ou seja, de que forma a globalização interfere com o processo produtivo da mesma, tendo esta um modelo de produção pós-fordista, faremos também uma análise da importância desta empresa para a economia portuguesa e subsequente importância do desenvolvimento da zona industrial de Palmela. História Em 1991, a Volkswagen e a Ford constituíram uma"joint-venture“ ( empreendimento conjunto )e as responsabilidades do programa foram divididas: a Volkswagen liderou o desenvolvimento do veículo e a Ford o planeamento das instalações fabris e o aprovisionamento. Ao longo de quatro anos construiu-se uma das melhores e mais modernas unidades de produção de automóveis da Europa, com uma área total que ronda os 2 milhões de metros quadrados, incluindo o Parque Industrial onde se fixaram alguns dos fornecedores mais importantes. Em 1999, o Grupo Volkswagen assume 100% do capital social da Autoeuropa esta operação não afectou a actividade produtiva da fábrica, que manteve o fabrico dos mesmos modelos nos anos seguintes. Em 2007 a casa-mãe anuncia mais um Investimento de 541 Milhões que deu origem a uma série de profundas reestruturações e melhorias tecnológicas que permitiram à Autoeuropa ganhar mais flexibilidade estrutural para receber no futuro, numa linha única, diferentes tipos de produtos. Desde a sua inauguração a Autoeuropa tem sido alvo de vários acordos de investimento entre a Volkswagen e o Governo Português, nomeadamente no final de 2003 e, mais recentemente, em Novembro de 2007, antecipando a vinda de novos modelos para a fábrica. Enquadramento A Volkswagen Autoeuropa é uma das fábricas de produção automóvel do Grupo Volkswagen de origem alemã. Está inserida na região de Palmela e iniciou a sua produção efectiva em 1995. Representa o maior investimento estrangeiro até hoje feito em Portugal (superior a 400 milhões de contos), tendo um impacto muito positivo na economia portuguesa, sobretudo ao nível das exportações e mesmo a níveis de empregabilidade criando actualmente 2990 empregos directos e 6100 indirectos, este valor aquando da criação da empresa estimava-se que iria envolver a criação de 4671 postos de trabalho directos e cerca de 12 000 a 15 000 indirectos. A indústria automóvel é segmentada em várias partes por vários países, a Autoeuropa é fornecida por um total de 724 fornecedores sendo na sua maioria fornecedores europeus num total de 712 e não europeus num total de 12. Apenas em Portugal situam-se 74 desses mesmos fornecedores. A Globalização Beneficios: –O investimento directo estrangeiro –Aumento da concorrência induzida por empresas multinacionais (MNEs) em empresas nacionais –Melhoria ao nível do bem estar social –Contribuição para as receitas nacionais/PIB –Criação de postos de trabalho Efeitos negativos: –Menos eficiência –Grande dependência externa –Qualidade da produção pode levar a um aumento dos preços que penaliza as empresas nacionais nos custos A AutoEuropa e a economia Portuguesa A AutoEuropa representa um activo muito importante na economia portuguesa, é um exemplo do investimento estrangeiro que todas as economias mundiais tentam captar, podemos exemplificar essas importância com os esforços feitos em 2005 para manter a AutoEuropa em Portugal, período esse em que houve uma ameaça da deslocalização da mesma para os países de Leste. As vendas de carros representam mais de 3% das exportações Portuguesas não existe outra empresas no país que exporte tanto, agora que a Quimonda está na falência, os carros fabricados em Palmela significam 1,2% do PIB Português. Para além dos benefícios agora ilustrado existem ainda os que anteriormente foram referidos, os empregos directos e indirectos. Os empregos indirectos são os das empresas que fornecem produtos e serviços à fábrica da VW, na zona industrial de Palmela existem cerca de uma dúzia de empresas que fornecem tinta, peças de plástico e outros componentes para automóveis, à saída da linha de montagem mais de metade de cada veículo foi feito em Portugal e a incorporação nacional é de 51%. Com as dificuldades que o sector automóvel está a atravessar, algumas das empresas Portuguesas fornecedoras da AutoEuropa começaram a anunciar despedimentos colectivos no inicio do ano (2009), uma empresa de transportes anunciou uma redução de 40 trabalhadores e outra de assentos para carros anunciou também despedir varias dezenas de trabalhadores. Foi mesmo pedido ao governo a criação de uma linha especial de apoio às empresas da AutoEuropa, que o governo fomente uma maior participação das empresas portuguesas de acessórios de automóveis em veículos fabricados em Portugal e que o governo crie medidas ou incentivos para um maior consumo de automóveis, dando o exemplo do Sirocco que é construído por equipamentos que vêm de uma empresa espanhola exterior ao parque industrial da AutoEuropa. Conclusão No final deste trabalho é possível afirmar que a Autoeuropa é um belíssimo exemplo da globalização e principalmente de alguns dos seus benefícios. Esta empresa assegura uma parte bastante relevante no emprego existente em Palmela e zonas redundantes, pois aí são fabricados grande parte dos constituintes dos automóveis produzidos na Autoeuropa. Ainda em termos de percentagem do PIB e relevância para as exportações nacionais, mais uma vez esta empresa mostra o seu valor e todos os benefícios dela adjacentes, sendo assim perceptível o porque do grande esforço por parte dos governos para que essa não se desloque para outros mercados, como já foi passível de acontecer. 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