inovação - Banco Carregosa

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Jornal Negócios
n+
03­04­2013
Periodicidade: Diário
Temática:
Economia
Classe:
Economia/Negócios
Dimensão:
1340
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
18239
Página (s):
1/2 a 3
INOVAÇÃO
o que há a fazer antes
de gastar dinheiro
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Economia
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PORTUGAL QUE FUTURO EDUCAÇÃO EMPREGO E EMPREENDEDORISMO
Há muito a fazer
pela inovação antes
de gastar dinheiro
A inovação esteve no centro da
mesa redonda que este ano levou ao
SAS Fórum gestores de algumasdas
maiores empresas nacionais e re
presentantes do sistema nacional
deinovação Asmedidasdereestru
turaçãoqueoambienteeconómico
tem imposto a muitas empresas e o
queépossível fazerparatomarPor
tugal mais competitivo e mais opti
mizado na capacidade de tirar par
tido dos seus recursos foram temas
centrais num debate moderado por
PedroGuerreiro directordo Jornal
Quatro gestores e um responsável académico partilham
opiniões e expectativas sobre o Estado da inovação em
Portugal e o que é preciso mudar para fazer de Portugal
um país mais competitivo
de Negócios
A falta de rigor na gestão não é
um diagnóstico novo na análise dos
factores que conduziram empresas
e Estado a fortes medidas de con
tenção mas é incontornável como
defendeu Maria Cândida Rocha e
Silva Para a presidente do banco
Carregosa essa tem de ser uma das
grandes lições aretirarda crise e ele
mento fundamental em qualquer
estratégia medida ou plano de re
cuperação seja ele público ou pri
vado Maior rigor deveria ter sido
também a receita aplicada pelaban
ca na concessão de crédito ao longo
dos últimos anos Análises mais ri
gorosas e menos risco podiam ter
ajudado a evitar uma situação que
culminou na falta de capacidade
parafazerchegardinheiro àecono
mia admitiu a responsável
Menos dinheiro para investir
traduz se em menos dinheiro para
inovar mas os participantes neste
Portugal que Futuro Educação
Emprego e Empreendedorismo
acreditamqueachave para criar um
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03­04­2013
país mais inovador não está só na
capacidade para investir Passa so
bretudo pela forma de organizar
processos e articular estratégias
mantém
Mudanças na burocracia
e nas obrigações fiscais
Na inovação há muito para fazer
antes de gastar dinheiro defendeu
Diogo da Silveira presidente da
Açoreana que aponta a prioridade
à organização de processos uma
opinião que Luís Portela comple
mentou com outros argumentos
Para o presidente da Bial além de
uma melhor organização as empre
sas portuguesas precisam que haja
mudanças ao nível da burocracia e
das obrigações fiscais cargas pesa
das que as colocam em desvanta
gem competitiva face às congéne
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res europeias
Os efeitos destas falhas internas
e externas às organizações acabam
por reflectir se nos números A
Volkswagen Autoeuropa um dos
pilares das exportações nacionais
conta a nível global com 600 forne
cedores Em Portugal relaciona se
com 400 dos quais apenas sete são
empresas totalmente portuguesas
Isto dá uma ideia do que é o nosso
tecido empresarial 20 anos depois
da indústria automóvel chegar a
Portugal notaAntónio de Melo Pi
res director geral
Ao Estado não caberá intervir di
rectamente no mercado para mu
dar esta situação mas pede se que
crie as condições ideias para que a
economia funcione O Estado deve
sair da economia e deixá la para os
agentes económicos mas interce
der ao nível do apoio social defen
deu ainda António de Melo Pires
que voltou ao exemplo da Autoeu
ropa Para formar recursos adapta
dos às necessidades dasua indústria
a empresa criou uma academia A
estruturaveio suprimir a inexistên
cia de formação na área em toda a
rede de escolas públicas e hoje ab
sorve quase todas as oportunidades
de emprego criadas pelo grupo
Mas se nos cursos técnicos espe
cializados os oradores concordaram
que Portugal compara mal com o
resto da Europa e tem um longo ca
minho a percorrer também houve
consenso em relação àenorme evo
lução no nível médio de formação
no país Os oradores concordam
que a actual geração é a mais bem
Economia
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preparada de sempre mas colocam
a questão principal a outro nível o
que conseguimos fazer com ela
O fosso que se
Ao longo dos últimos anos ganhá
mos posições em termos de educa
ção e ciência e fomos descendo na
área da competitividade recordou
Luís Portela da Bial O responsável
nota que número de licenciados
mestres e doutores cresceu expo
nencialmente mas defende que a
maioria continua fora das empre
sas a investigar em universidades
O fosso entre empresas universi
dades mantém se
Em Portugal e de acordo com
dados que citou 78 dos investiga
dores estarão ainda ao serviço das
universidades Só 22
estão ao ser
viço de empresas Nos Estados Uni
dos uma referência mundial pelo
número de patentes e inovações
80 da investigação está nas em
presas e apenas 20
versidades
está nas uni
Pedro Coelho director do ISE
GI Instituto Superior de Estatísti
ca e Gestão da Informação da Uni
versidade Nova de Lisboa tem uma
visão diferente e diz que a grande
maioria dos doutorados pelo ISEGI
trabalham em empresas que pa
gam essa formação O responsável
também defende que inverter ten
dênciasnão requersó mudanças de
mentalidade dos investigadores
Também é preciso mais arrojo nas
empresas e uma aposta mais ex
pressiva em investigação e desen
volvimento
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Apoio à inovação com metas
e métricas é urgente
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Rigor na gestão
é arma para a eficiência
António Melo Pires
Maria Cândida Rocha e Silva
Luís Portela
Director geral da Autoeuropa
Presidente do Banco Carregosa
Presidente da Bial
António Pires defende uma
economia assente em modelos
de diferenciação salarial pela
produtividade e afasta modelos
resultados Hoje isso não acontece
e na sua opinião voltará a não
acontecer no próximo programa
quadro europeu para apoio à I D
baseados em salários baixos com
António Pires acredita num
o exemplo da Autoeuropa que
a partir de Portugal assegura
lugares cimeiros no ranking
das fábricas europeias do grupo
Estado fora da economia que
oriente as medidas adequadas
caminho para afirmar a economia
portuguesa num contexto
as estratégias endereçam mal
mas não produzirão efeitos
do grupo
A inovação é na sua opinião o
internacional Os apoios públicos
à inovação são por isso essenciais
enquanto não tiverem estratégia
metas e métricas que obriguem
quem recebe a produzir
ao seu funcionamento e
competitividade A educação é
uma das áreas onde acredita que
as necessidades Defende um
sistema de ensino dual que é
posto em prático na academia
rigor é para Maria Cândida Rocha
e Silva um ingrediente chave para
um Portugal mais competitivo A
gestora não descarta a culpa dos
bancos na oferta exagerada de
crédito que contribuiu para
endividar famílias aumentar níveis
de incumprimento e comprometer
a liquidez do sistema bancário
Quem tem mais tem mais
responsabilidade defendeu
No resto da economia diagnostica o
mesmo problema e considera que
foi a falta de rigor na gestão que
despedimentos
O e outras medidas de
contenção Maria Cândida Rocha e
Silva sublinha que não acredita em
receitas mágicas mas recorda que
historicamente esta é uma entre
muitas crises que a Europa já teve
de gerir Nas anteriores a
capacidade para resolver
os problemas que se colocam tem
prevalecido
Para Luís Portela Portugal tem
muitos bons exemplos de projectos
de sucesso mas é essencial
conseguir generalizá los Ter um
Estado que promova a inovação com
incentivos e pouca burocracia é
fundamental mas é também crucial
que o país consiga converter a
riqueza intelectual conseguida com
o aumento dos índices de formação
nos últimos anos em riqueza
material O gestor preocupa se com
o desequilíbrio entre a investigação
feita nas universidades e nas
agravou uma situação também
empresas mas sublinha que
internacional um mix que
contribuiu para aumentar
A Bial representa hoje uma
estrutura de 900 pessoas 120 são
influenciada pelo contexto
há formas de a compensar
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Empreendedorismo
um efeito colateral positivo da crise
investigadoras um número
grande para Portugal pequeno a
nível internacional A receita
para manter a capacidade de
competir globalmente passa no
caso da Bial por acordos com
mais de 100 universidades Estes
acordos permitem à empresa
chegar aos melhores do mundo
em diversas áreas e reunir as
competências necessárias para
desenvolver os seus próprios
medicamentos mesmo com uma
estrutura fixa mais reduzida que
a dos concorrentes Luís Portela
sustenta que a mesma equação
devia ser posta em prática por
mais empresas nacionais
Economia
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Prioridade deve ser formar pessoas
que resolvam problemas
Diogo da Silveira
Pedro Simões Coelho
CEO da Açoreana Seguros
Director do ISEGI UNL
Diogo da Silveira defende a
introdução de estágios em todos os
anos do ensino superior como forma
de aproximar empresas e academia
uma ligação que na sua opinião
precisa de ser mais trabalhada
O gestor também é defensor de um
Estado fora da economia mas
considera que isso não significa que
o Estado não tenha aí um papel Esse
papel deve passar pela definição de
estratégias antecipando e definindo
medidas que facilitem a acção dos
privados Diogo da Silveira deixou
ainda no debate uma nota positiva
para a evolução da estrutura de
apoio ao empreendedorismo que é
hoje possível encontrar no mercado
português considerando que os
empreendedores têm à disposição
Formar resolvedores de
problemas tem de ser a
100
ensino mudou na forma de
um conjunto alargado de prémios e
iniciativas para apoiar novas
iniciativas empresariais E a procura
prioridade das instituições de
ensino hoje em dia É isso que
preparar os alunos para o
mercado mas também mudou a
aumenta ou não fosse o
as empresas procuram Pedro
forma como estes encaram o
desemprego uma espécie de efeito
Simões Coelho diz que isso
faz se combinando hard skills
colateral positivo da crise
com soft skills e preparando
mercado de trabalho admite
Pedro Coelho Criar o próprio
Além destas iniciativas que apoiam
o lançamento de novos projectos de
várias formas o gestor defende que
também não falta capital para ajudar
a fazer nascer novas O
capital de risco está num ciclo
diferente daquele que condiciona
hoje a oferta de crédito da banca e
está disponível para cumprir a sua
missão a este nível
os alunos para as questões reais
no dia a dia das empresas
sempre numa lógica de
negócio tornou se uma ambição
comum com muitos alunos a
proximidade com estas
querer lançar o seu próprio
negócio As universidades têm
criado estruturas para apoiar
empregabilidade próximas dos
sublinha Pedro Coelho
organizações O ISEGI tenta iniciativas
estas iniciativas mas vale a pena
combinar estes ingredientes e não
lembrar que não se transformam
se tem dado mal alguns dos
pessoas em empreendedores com
cursos ministrados pelo instituto
uma disciplina no fim do curso É
garantem taxas de
também uma questão cultural
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