Economia Política d Globalização

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Economia Política da Globalização
Índice:
1. Introdução…………………………………………………….4
2. Enquadramento teórico……………………………………...6
2.1. O que é Globalização………………………………………….7
2.2. História…………………………………………………………8
2.2.1. Os modelos actuais da AutoEuropa…………………………….9
2.2.2. Investimentos na AutoEuropa…………………………………10
2.3. O modelo Pós-Fordista………………………………………10
2.4. Previsões Iniciais e números efectivos………………………11
2.4.1. As preocupações da AutoEuropa………………………………12
2.5. O grupo Volkswagen…………………………………………13
2.5.1. Marcas do Grupo………………………………………………13
2.5.2. Fábricas Volkswagen no Mundo………………………...……14
3. A Autoeuropa e a globalização……………………………..15
3.1. O Investimento Directo Estrangeiro……………………….16
3.1.1. Aspectos positivos…………………………………………….…16
3.1.2. Aspectos negativos………………………………………..….….16
3.1.3. Realidades…………………………………………………...…..17
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Economia Política da Globalização
4. AutoEuropa e a economia portuguesa……………………19
4.1. Razões para manter a AutoEuropa em Portugal………….20
4.1.1. Impactos económicos…………………………………………...20
4.1.2. Impactos Sociais………………………………………………...22
5. Conclusão……………………………………………………23
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Economia Política da Globalização
1. Introdução
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Economia Política da Globalização
Neste trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Economia Política
da Globalização iremos analisar a empresa AutoEuropa no seu contexto global, ou seja,
de que forma a globalização interfere com o processo produtivo da mesma, tendo esta
um modelo de produção pós-fordista, faremos também uma análise da importância desta
empresa para a economia portuguesa e subsequente importância para o desenvolvimento
da zona industrial de Palmela.
Podemos definir a globalização como um processo de integração económica,
social, cultural e política, que foi impulsionada muito devido ao diminuir dos custos dos
meios de transporte e comunicação nos países a nível mundial no final do século XX e
inicio do século XXI.
É um fenómeno gerado pela necessidade do capitalismo de formar uma “aldeia
global” que permita maiores mercados para os países desenvolvidos cujos mercados
internos já estão saturados.
O processo de globalização diz respeito à forma como se interligam todos os
países a nível mundial, gerando expansão de capitalismo, onde é possível realizar
transacções financeiras, expandir o seu negócio até então restrito ao seu mercado
nacional, pois a comunicação no mundo globalizado permite essa expansão, e um
desses exemplos é a empresa AutoEuropa.
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Economia Política da Globalização
2. Enquadramento teórico
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Economia Política da Globalização
2.1. O que é Globalização?
Segundo Higgott, Richard e Reich, Simon, a globalização está rapidamente a substituir
a "Guerra Fria" como a mais usado e sub-especificada explicação para uma série de
eventos em relações internacionais.
Para alguns, ela representa uma natural, de facto inexorável, progressão rumo a um
mundo "sem fronteiras", sinalizando o fim do estado moderno sistema internacional
como a conhecemos. A análise é garantida pela fé, e exortação para o futuro.
Para outros, o conceito é exagerado e as suas influências benignas são exageradas. Na
verdade, a globalização é perigosa e talvez até mesmo inexistente, como um fenómeno.
Além disso, a sua invocação, gera medo e resistência.
Esta diferença de interpretação tem dado origem a uma disputa entre aqueles que vêem
o surgimento de um número de importantes estruturas de autoridade alternativa,
principalmente no mundo corporativo, que competem (cada vez com mais sucesso) com
os estados para determinar a direcção da economia política global (globalizadores ou
globalistas) e aqueles que ainda vêem os Estados como os principais actores na ordem
mundial política e económica (internacionalistas).
Identificamos quatro definições de globalização, de uso comum em ambos os
académicos e a comunidade política. Estes são o que chamamos.
(i)
a globalização como época histórica;
(ii)
a globalização como a confluência de fenómenos económicos;
(iii) a globalização como o triunfo dos valores americanos;
(iv) globalização como revolução sociológica e tecnológica.
Então, nós identificamos quatro proposições fundamentais para qualquer entendimento
do campo emergente de estudos de "globalização" nas relações internacionais:
(i)
a tese redistributiva,
(ii)
a tese de regionalismo,
(iii)
a tese de Modernização e
(iv)
a tese da Internet.
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Economia Política da Globalização
As abordagens analíticas que reflectem as ontologias e epistemologias das definições a
partir do qual podemos afirmar que são derivados e ajudar a identificarem as arenas de
poder e de disputa política e os principais actores envolvidos na evolução das relações
entre poder de mercado e autoridade do Estado, assim, revelando significativa
contextual, empírica e variação normativa em relação autoritária entre estados,
mercados e sociedade civil.
2.2. História
A fábrica da Volkswagen Autoeuropa em Palmela representa o maior
investimento estrangeiro, até hoje, feito em Portugal.
Em 1991, a Volkswagen e a Ford constituíram uma "joint-venture“
(empreendimento conjunto) e as responsabilidades do programa foram divididas: a
Volkswagen liderou o desenvolvimento do veículo e a Ford o planeamento das
instalações fabris e o aprovisionamento.
O valor global do investimento inicial realizado no projecto foi de 1.970 Milhões
de euros, montante que incluiu o desenvolvimento dos 3 modelos iniciais: "MPV"
(Monovolumes) de três marcas diferentes: o Volkswagen Sharan, o SEAT Alhambra e o
Ford Galaxy.
Ao longo de quatro anos construiu-se uma das melhores e mais modernas
unidades de produção de automóveis da Europa, com uma área total que ronda os 2
milhões de metros quadrados, incluindo o Parque Industrial onde se fixaram alguns dos
fornecedores mais importantes. A construção e o equipamento das diversas secções da
fábrica fez-se com total respeito
pelos padrões europeus em
matéria
protecção
de
segurança
e
ambiente.
A
do
fábrica divide-se em quatro
áreas principais de produção de
alta
tecnologia:
construção
de
prensagem,
carroçarias,
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Economia Política da Globalização
pintura e linha de montagem.
Em 1999, o Grupo Volkswagen assume 100% do capital social da Autoeuropa
esta operação não afectou a actividade produtiva da fábrica, que manteve o fabrico dos
mesmos modelos nos anos seguintes. A Volkswagen e a Ford continuaram a cooperar
no sentido de reforçar a competitividade dos nossos Monovolumes.
Em 2003, a Autoeuropa atinge a produção de 1 milhão de unidades e foi feito
um investimento de 600 milhões de euros. Em Fevereiro de 2006 a Autoeuropa finaliza
a produção do Ford Galaxy e inicia a produção para o mercado do Volkswagen Eos, o
primeiro carro de luxo da marca Volkswagen a ser produzido em Portugal.
2.2.1. Os modelos actuais da AutoEuropa
Devido
às
características
do
novo modelo, um
cabriolet com uma
singular
capota
rígida, a Autoeuropa
passou a funcionar
com 2 linhas de
produção,
uma
dedicada à produção
dos
monovolumes,
Volkswagen Sharan e Seat Alhambra e outra dedicada ao cabrio Volkswagen Eos.
Ainda em 2006 é feito
o anúncio de um novo produto
para a fábrica de Palmela que
pretende
reviver
o
antigo
modelo Volkswagen Scirocco
este ainda é fabricado.
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Economia Política da Globalização
Em 2007 a casa-mãe anuncia mais um Investimento de 541 Milhões que deu
origem a uma série de profundas reestruturações e melhorias tecnológicas que
permitiram à Autoeuropa ganhar mais flexibilidade estrutural para receber no futuro,
numa linha única, diferentes tipos de produtos. Nesse mesmo ano atinge-se o marco
histórico de 1.500.000 unidades.
2.2.2. Investimentos na AutoEuropa
Desde a sua inauguração a Autoeuropa tem sido alvo de vários acordos de
investimento entre a Volkswagen e o Governo Português, nomeadamente no final de
2003 e, mais recentemente, em Novembro de 2007, antecipando a vinda de novos
modelos para a fábrica.
Estes investimentos tiveram como objectivo a instalação de novas infraestruturas de produção, a modernização de equipamento e formação de colaboradores de
modo a tornar as linhas e métodos de produção cada vez mais eficientes e aumentar as
competências.
Esta filosofia de melhoramento contínuo da Autoeuropa tem a posicionado como
uma das empresas do grupo Volkswagen na vanguarda em vários indicadores de
produtividade.
Caracterizada por ser uma fábrica competitiva no ramo automóvel dotada de
tecnologia de ponta, a VW Autoeuropa apresenta-se com uma empresa flexível e capaz
de enfrentar os desafios futuros, seguindo as últimas normas de qualidade e ambientais.
2.3. O modelo Pós-Fordista
Alguns dos aspectos mais importantes do modelo pós-fordita são: automatização
flexível a pequena escala, produção para nichos de mercado, integração das habilidades
manuais e mentais, máquinas polivalentes, mão-de-obra qualificada executando tarefas
integradas e flexíveis, produtos diferenciados, produção de pequenos lotes a curto prazo,
economias de escala através dos aumentos na produtividade do capital circulante,
mercados competitivos, concorrência através da inovação, novos produtos, aumentos da
qualidade e gestão eficiente de uma rede de fornecedores (outsourcing).
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Economia Política da Globalização
Podemos então afirmar que a Autoeuropa segue um modelo pós-fordista, pois
segue muitos dos aspectos deste modelo, apresenta na sua fábrica uma mão-de-obra
extremamente qualificada; tem uma variada rede de fornecedores tanto locais (Palmela)
como internacionais, importando matéria de vários países; produção de uma vasta gama
de modelos automobilísticos; instalações com um nível de maquinaria muito
sofisticado; entre outros aspectos.
A AutoEuropa é um exemplo típico da globalização e do modelo pós-fordista
que esta mesma segue.
2.4. Previsões Iniciais e números efectivos
A Volkswagen Autoeuropa é uma das fábricas de produção automóvel do Grupo
Volkswagen de origem alemã. Está inserida na região de Palmela e iniciou a sua
produção efectiva em 1995. Representa o maior investimento estrangeiro até hoje feito
em Portugal (superior a 400 milhões de contos), tendo um impacto muito positivo na
economia portuguesa, sobretudo ao nível das exportações e mesmo a níveis de
empregabilidade criando actualmente 2990 empregos directos e 6100 indirectos, este
valor aquando da criação da empresa estimava-se que iria envolver a criação de 4671
postos de trabalho directos e cerca de 12 000 a 15 000 indirectos. Este número consta da
Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/91, de 4-7-91. Contudo, na data de
inauguração da empresa (26-4-95), na informação distribuída aos convidados e à
imprensa já se admitia que até ao final de 1995 a AutoEuropa viesse a empregar cerca
de 3000 pessoas e que outras 1500 trabalhariam no parque industrial. Esta diminuição
de 4671 trabalhadores para cerca de 3000 representou durante algum tempo uma
«bandeira» para os críticos do projecto.
Em 2008 foram produzidos 94100 unidades automóveis, 43578 dos quais VW
Eos. A indústria automóvel é segmentada em várias partes por vários países, a
Autoeuropa é fornecida por um total de 724 fornecedores sendo na sua maioria
fornecedores europeus num total de 712 e não europeus num total de 12. Apenas em
Portugal situam-se 74 desses mesmos fornecedores.
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Economia Política da Globalização
2.4.1. As preocupações da AutoEuropa
Uma das preocupações de quando foi feita a fábrica da VW foi que as suas
actividades causassem o mínimo efeito negativo no ambiente cumprindo normas mais
exigentes da protecção ambiental a nível europeu, ultrapassando a legislação criada para
este efeito, como é o caso de recorrerem a tintas à base de água. Existe também na
fábrica uma estação de tratamento primário dos efluentes industriais, a água utilizada na
Nave de Pintura é reciclada e reutilizada, as emissões gasosas que são lançadas para a
atmosfera são controladas, todos participam no cuidado com o ambiente, cada pessoa
que trabalhe na empresa é incentivada a tomar medidas tais como a reciclagem do papel
e dos materiais, reaproveitamento as pilhas usadas entre outras.
A fábrica desde Abril de 1997 que utiliza gás natural, as sacadas metálicas são
integralmente recicladas. Todos os produtos químicos usados na fábrica são
previamente analisados e aprovados por uma equipa de especialistas. Os resíduos são
tratados pela legislação portuguesa. Em Dezembro de 1998, recebeu a Certificação de
Gestão Ambiental.
O objectivo da Autoeuropa é garantir a máxima qualidade na produção de
produtos do Grupo Volkswagen. A fábrica de Palmela, actualmente, conta com cerca de
3000 colaboradores.
A Autoeuropa afirma-se como uma empresa de produção de produtos de nicho e
diferencia-se por ter uma plataforma de produção com uma linha única, flexível e capaz
de receber diferentes modelos.
Neste sentido, a Autoeuropa visa atingir a qualidade e produtividade máxima
baseada na flexibilidade dos produtos, de infra-estruturas e dos seus colaboradores.
A VW Autoeuropa procura a excelência no fabrico de veículos de alta qualidade
em Portugal, e está perfeitamente consciente de que o êxito, num mercado cada vez
mais competitivo, depende dessa filosofia.
De forma a responder a necessidades de uma indústria em constante evolução, a
VW Autoeuropa tem por base uma filosofia de formação contínua tendo assim um
centro de formação próprio.
12
Economia Política da Globalização
Privilegiam alguma experiência, obtida num trabalho anterior ou num estágio.
Para além disto, procuram pessoas com vontade de aprender, fluência em Inglês e/ou
Alemão.
2.5. O grupo Volkswagen
O Grupo Volkswagen, ou simplesmente Volks, traduzido "carro do povo", é um
dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, com sede mundial na cidade de
Wolfsburg, Alemanha.
A origem da empresa remonta à longínqua década de 1930 na Alemanha nazi, e
ao projecto de construção do automóvel que ficaria conhecido na Alemanha como
"Käfer", em Portugal como "Carocha" e nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, como
"Beetle". O desejo de Adolf Hitler era o de criar um automóvel barato, que qualquer
pessoa pudesse comprar através de um sistema de poupança voltado para sua aquisição.
O engenheiro encarregado de desenvolver o modelo foi Ferdinand Porsche (1875-1952),
apesar de grande parte de seu desenho ter sido inspirado nos carros desenvolvidos por
Hans Ledwinka para a empresa Tatra.
Após 1948, a Volkswagen tornou-se um importante elemento simbólico e
económico da recuperação da Alemanha Ocidental. Em 1964, ocorre a aquisição da
Audi/Auto-Union pelo grupo Volkswagen. A Audi detinha os conhecimentos
tecnológicos sobre tracção dianteira e motores refrigerados a água, que a Volkswagen
tanto necessitava para produzir um sucessor de seu "tipo 1". A influência da Audi abriu
caminho para uma nova geração de automóveis: Polo, Golf e Passat.
2.5.1. Marcas do Grupo
Audi
Lamborghini
Seat
Skoda
Volkswagen
Bentley
13
Economia Política da Globalização
Bugatti
Scania
2.5.2. Fábricas Volkswagen no Mundo
O Grupo Volkswagen opera em 61 fábricas em quinze países europeus e em seis
países na América, Ásia e África. Reúne em todo o mundo mais de 370 mil
colaboradores envolvidos diariamente na produção ou na prestação de serviços de mais
de 26.600 veículos de mais de 30 modelos diferentes.
O Grupo Volkswagen vende os seus produtos em mais de 150 países e tem uma
participação de topo no mercado global automóvel.
Ao longo dos anos passaram pela presidência do Grupo Volkswagen nomes
como:
1945 - 1948 - Ivan Hirst
1948 - 1967 - Heinrich Nordhoff
1968 - 1971 - Kurt Lotz
1971 - 1975 - Rudolf Leiding
1975 - 1982 - Toni Schmucker
1982 - 1993 - Carl Hahn
1993 - 2002 - Ferdinand Piëch
2002 - 2007 - Bernd Pischetsrieder
2007 - Presente - Martin Winterkorn
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Economia Política da Globalização
3.
A AutoEuropa e a Globalização
15
Economia Política da Globalização
A autoeuropa é um dos mais evidentes exemplos da globalização e dos seus
efeitos.
3.1. O Investimento Directo Estrangeiro
3.1.1. Aspectos positivos
O investimento directo estrangeiro é um dos benefícios adjacentes à
globalização, esse trás benefícios para as empresas internas pois as empresas
estrangeiras são donas de saber tecnológico, marketing e capacidade de gestão, a
experiência internacional ou a reputação pode ser transmitida às empresas nacionais,
aumentando o seu nível de produtividade (Blomstrom e Kokko, 1998).
O melhor exemplo dessa vantagem está relacionado ao aumento da concorrência
induzida por empresas multinacionais (MNEs) em empresas nacionais. Por um lado, é
um incentivo para que se faça um uso mais eficiente dos recursos existentes e tecnologia
ou até mesmo para adoptar novas tecnologias.
3.1.2. Aspectos negativos
No caso da presença de MNEs, essas podem implicar perdas significativas,
dirigindo a operação a uma escala menos eficiente, com um consequente aumento nos
custos médios (Aitken e Harrison, 1999). As multinacionais podem atrair os melhores
trabalhadores de empresas nacionais, oferecendo salários mais altos (Sinai e Meyer,
2004).
Outro provável impacto negativo tem sido relacionado com as ligações futuras,
considerando que a qualidade da produção induzida pela presença de empresas
multinacionais pode levar a um aumento dos preços que penaliza as empresas nacionais
nos custos (Javorcik, 2004).
Uma qualidade negativa ajustada a realidade da fabrica Autoeuropa pode ser a
extrema dependência da zona de Palmela em relação a esta fabrica, isto é, esta zona está
completamente dependente desta empresa, a maioria dos empregos está relacionada
directamente e indirectamente com a Auto-europa, caso esta fabrica feche ou se
descentralize para outro pais esta zona fica completamente desolada em relação a
16
Economia Política da Globalização
empregos e investimentos, pois tudo esta canalizado e direccionado quase
exclusivamente para esta produção fabril e isto a longo prazo pode ser extremamente
negativo.
3.1.3. Realidades
Portugal tornou-se um importante receptor de IDE depois de ter aderido a União
Europeia em 1986. Uma parte significativa desse IDE tem sido dirigida à indústria
transformadora (47,4 por cento do total de entradas em 1995-99).
O IDE em percentagem do PIB passou de menos de 1 por cento, antes de 1986,
para 5 por cento em 1990 e, embora essa proporção tenha diminuído entre 1991 e 1994,
uma outra tendência positiva foi de notar na segunda metade da década de 1990,
atingindo um pico de 11,4 por cento em 1998.
Se a diferença de capacidades tecnológicas entre os dois conjuntos de empresas
é muito grande, as empresas nacionais podem não ser capazes de beneficiar da nova
tecnologia. A tecnologia de afiliados pode ser demasiado avançada para permitir
qualquer interacção com as empresas locais, maior tecnologia só serve para isolar as
filiais. Por outro lado, se a diferença é muito pequena, o investimento estrangeiro pode
transmitir poucos benefícios para as empresas nacionais.
Relativamente ao investimento directo estrangeiro, Portugal é um caso em que
as empresas entram para aproveitar as vantagens de exportação. As empresas
estrangeiras conseguem ultrapassar barreiras de entrada que afectam as firmas internas
tais como barreiras à entrada.
Aparentemente, as empresas estrangeiras têm expectativas diferentes sobre a
rentabilidade em comparação às empresas nacionais, possivelmente devido à exportação
das empresas estrangeiras orientada para o resto da União Europeia (UE).
Acima de tudo, parece que essas empresas estrangeiras introduzem indústrias
para explorar a vantagem de Portugal em relação à Europa Ocidental, os baixos salários.
17
Economia Política da Globalização
O que leva as empresas a investir no estrangeiro são as vantagens de
propriedade, vantagens de internalização e de localização. No caso das vantagens de
localização as empresas estrangeiras vão preferir estabelecer operações em mercados
estrangeiros, em vez de exportar se o país anfitrião oferece vantagens específicas, tais
como abundantes recursos naturais, trabalho relativamente barato, e economias de
aglomeração, relativamente baixos custos dos factores.
No caso das vantagens de propriedade Ceteris paribus, as empresas estrangeiras
presumivelmente têm desvantagens distintas em comparação com rivais domésticos em
termos de produção no mercado local eles não estão familiarizados com as leis locais,
costumes, língua e assim por diante. Com base nos pressupostos da concorrência
perfeita, as empresas estrangeiras teriam de enfrentar o que Caves (1971) chamou de
"desvantagem do estatuto de estrangeiro. "No entanto, eles podem competir nos
mercados estrangeiros como compensação, são as vantagens da empresa de propriedade
específica. Isto implica que a concorrência é imperfeita, uma condição necessária do
IDE, concorrentes estrangeiros devem ter vantagens específicas em relação aos
concorrentes reais ou potenciais no país de acolhimento. Estas vantagens resultam de
um posse da empresa de bens de propriedade, como superior tecnologia de
diferenciação do produto, ou comercialização e habilidades gerências para os quais os
mercados não existem ou são imperfeitos (Dunning, 1981; Caves, 1996).
A combinação das vantagens de localização específicas do país, vantagens de
propriedade e de internalização oferece uma explicação de porque os países preferem
produzir no exterior ao invés de exportação ou de licença.
18
Economia Política da Globalização
4.
AutoEuropa e a economia Portuguesa
19
Economia Política da Globalização
4.1. Razões para manter a Auto Europa em Portugal
4.1.1. Impactos económicos
A AutoEuropa representa um activo muito importante na economia portuguesa,
é um exemplo do investimento estrangeiro que todas as economias mundiais tentam
captar, podemos exemplificar essas importância com os esforços feitos em 2005 para
manter a AutoEuropa em Portugal, período esse em que houve uma ameaça da
deslocalização da mesma para os países de Leste.
Nesse período Marques Mendes, líder do PSD considerou uma catástrofe a
eventual saída da AutoEuropa do país, atendendo à sua importância para a economia e
para as exportações portuguesas, esse afirmou que deveria haver bom senso e sentido de
responsabilidade na condução das negociações, pois havia um impasse entre a
administração e a comissão dos trabalhadores quanto ao aumento de salários, os
trabalhadores reclamavam 3,5%, enquanto a administração só estava disposta a dar
2,5%.
As vendas de carros representam mais de 3% das exportações Portuguesas não
existe outra empresas no país que exporte tanto, agora que a Quimonda está na falência,
os carros fabricados em Palmela significam 1,2% do PIB Português.
Para além dos benefícios agora ilustrado existem ainda os que anteriormente
foram referidos, os empregos directos e indirectos.
Os empregos indirectos são os das empresas que fornecem produtos e serviços à
fábrica da VW, na zona industrial de Palmela existem cerca de uma dúzia de empresas
que fornecem tinta, peças de plástico e outros componentes para automóveis, à saída da
linha de montagem mais de metade de cada veículo foi feito em Portugal e a
incorporação nacional é de 51%.
Com as dificuldades que o sector automóvel está a atravessar, algumas das
empresas
Portuguesas
fornecedoras
da
AutoEuropa
começaram
a
anunciar
despedimentos colectivos no inicio do ano (2009), uma empresa de transportes
anunciou uma redução de 40 trabalhadores e outra de assentos parta carros anunciou
também despedir varias dezenas de trabalhadores.
20
Economia Política da Globalização
Foi mesmo pedido ao governo a criação de uma linha especial de apoio às
empresas da AutoEuropa, que o governo fomente uma maior participação das empresas
portuguesas de acessórios de automóveis em veículos fabricados em Portugal e que o
governo crie medidas ou incentivos para um maior consumo de automóveis, dando o
exemplo do Sirocco que é construído por equipamentos que vêm de uma empresa
espanhola exterior ao parque industrial da AutoEuropa.
Resumindo, podemos afirmar que a AutoEuropa é uma das empresas mais
importantes para a economia portuguesa, devido ao que representa tanto nas
exportações (3%, valores relativos a 2009), como a nível do PIB (1,2%, valores
relativos a 2009) e ao número de empregos que cria, tanto directos como indirectos que
andam a volta de 9000. Mais de 50 fábricas portuguesas são fornecedoras da
AutoEuropa e não é de estranhar que sempre que existe uma ameaça, podemos tomar
como exemplo a tentativa de deslocalização da fábrica em 2005 e a ameaça de “lay-off”
em Maio de 2009, o governo intervém e pressiona sempre no sentido de moderar e
arranjar novas soluções para a continuação normal de laboração da fábrica, apesar de
estarmos perante uma das maiores crises do sector automóvel.
Quadro exemplificativo:
21
Economia Política da Globalização
4.1.2. Impactos Sociais
Os impactos sociais prendem-se em grande medida com o emprego gerado pela
AutoEuropa, directos e indirectos.
Esta é uma implicação bastante óbvia pois, tal como referido anteriormente, esta
empresa representa uma parte significativa da economia Portuguesa e é primordial na
área de Palmela.
É assim evidente que uma possível deslocalização da AutoEuropa representaria
socialmente um grande abalo, tendo assim diversas repercursões sociais sobre ao níveis
de confiança dos trabalhadores, a segurança, entre outros.
22
Economia Política da Globalização
5. Conclusão
23
Economia Política da Globalização
No final deste trabalho é possível afirmar que a Autoeuropa é um belíssimo
exemplo da globalização e principalmente de alguns dos seus benefícios.
Esta empresa assegura uma parte bastante relevante no emprego existente em
Palmela e zonas redundantes, pois aí são fabricados grande parte dos constituintes dos
automóveis produzidos na Autoeuropa.
Como demonstrado no nosso trabalho, podemos verificar que a AutoEuropa
trabalha com uma variedade de empresas fornecedoras de materiais relacionados com a
indústria automóvel (tintas, peças plásticas, pneus, etc.) e muitas empresas de serviços,
uma grande percentagem destas empresas está implantada no parque industrial de
Palmela. AutoEuropa é uma das empresas portuguesas com maior percentagem de
captação de emprego (directo e indirecto), sendo também responsável por um grande
crescimento e desenvolvimentos da região de Setúbal e arredores.
Ainda em termos de percentagem do PIB e relevância para as exportações
nacionais, mais uma vez esta empresa mostra o seu valor e todos os benefícios dela
adjacente, sendo assim perceptível o porquê do grande esforço por parte dos governos
para que essa não se desloque para outros mercados como já foi passível de acontecer.
Ainda recentemente em maio de 2009 ocorreu a ameaça de lay-off.
Com tudo isto, podemos dizer que a AutoEuropa é a “ jóia da coroa portuguesa”.
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Economia Política da Globalização
Bibliografia
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Economia Política da Globalização
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