Material da prova 10/16

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Material da prova 10/16
Sociedade da informação e sociedade
de massas
Jean Baudrillard (1929-2007)
• Segundo o sociólogo francês, vivemos hoje num mundo de
“simulacros e simulações”:
– Existe tanta informação no mundo que não somos capazes de
absorvê-la e processá-la em sua real complexidade
– A mídia simplifica as coisas para nós, replicando certas histórias
e imagens, levando-nos a aceitá-las como verdade
– As coisas reais (do mundo físico) já não nos alcança
– Portanto, vivemos num mundo com cada vez mais informação e
cada vez menos sentido
• “O real é produzido a partir de unidades miniaturizadas, a
partir de matrizes, bancos de memória e modelos de
comando – e com isso ele pode ser reproduzido um
número infinito de vezes”
• O excesso de informação nos “afoga”. Então, buscamos a solução simples
que nos é dada pela mídia. Os simulacros dão sentido ao mundo, ainda
que as custas da realidade concreta, o que torna a vida cada vez mais
superficial.
• Além da informação, os produtos culturais e o marketing também passam
a atuar via simulacros de realidade (Ex. Fotoshop)
• Finalmente, nós passamos a viver um simulacro de nós mesmos, ou seja,
damos mais valor à vida “simulada” virtualmente do que à realidade
concreta (Ex. redes sociais; second life)
• Ainda sobre o conceito de “simulacro”,
Baudrillard afirma que o registro se
sobrepõe à experiência, assim como a
imagem se sobrepõe à realidade
• Também por essa via podemos refletir
sobre o fenômeno das selfies
Escola de Frankfurt
• Pensadores de meados do séc. XX empenhados
na crítica à cultura de massas e a ordem política e
econômica do chamado “mundo administrado”
– Mundo administrado: controle social baseado na
massificação e homogeneização das experiências.
– “Teoria crítica”: crítica ao desenvolvimento da
chamada “razão instrumental”, na qual o progresso
seria o único critério para a determinação do que vale
ou não ser pensado (paradigma científico cartesiano e
“esclarecimento” iluminista).
Adorno e Horkhemer
• “Dialética do esclarecimento” (1944)
– Ao invés de libertar a sociedade, a razão nos
mergulhou em outro tipo de sujeição: “O indivíduo vêse completamente anulado em face dos poderes
econômicos. Ao mesmo tempo, estes elevam o poder
da sociedade sobre a natureza a um nível jamais
imaginado. (...) O saber que é poder não encontra
nenhuma barreira”.
• Esta anulação do indivíduo passa pelo processo
de massificação da cultura, chamada por eles de
“indústria cultural”
Indústria cultural
• A ideia de uma cultura de massa
pretende aproximá-la da chamada
cultura popular, que segundo eles,
não é correta, e ainda esconderia o
seu real significado. Assim, a
expressão indústria cultural no lugar
de cultura de massas definiria de
forma mais correta o que seria uma
espécie de grande trapaça, que é
fazer crer que os consumidores
sejam sujeitos de suas ações, quando
na verdade não passariam de meros
objetos, subordinados aos desígnios
desta citada indústria
“A impotência e a
dirigibilidade da massa
aumentam com a quantidade
de bens a ela destinados”
Produtos culturais de massa
• A indústria cultural também aplica a mentalidade
industrial aos produtos culturais:
– De expressiva, a cultura torna-se repetitiva e reprodutiva
– De reflexiva, torna-se estéril, contemplativa.
– De inovadora, torna-se uma consagração do consagrado
pela moda e pelo consumo
• Para Adorno, a indústria cultural vende cultura, e por
isso deve seduzir e agradar o consumidor. Assim, não
pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, mas deve
devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já
viu e já fez (consumidor “médio”)
Indústria cultural e arte
• Walter Benjamin: “A obra
de arte na era de sua
reprodutibilidade técnica”
(1936)
• Com a modernidade, a arte
libertou-se de seu caráter
exclusivamente religioso.
No entanto, essa autonomia
se perde no sentido em que
ela deixa de ser uma via
para a expressão humana e
se torna apenas mais um
produto a serviço da
massificação.
• Aura da obra de arte: é o “aqui agora” da obra, o elemento
de subjetivação compartilhada entre artista e público,
evidenciado pela autenticidade.
• Na sociedade de massa, a reprodução da obra aumenta o
contato com o público. No entanto, para ele, não se trata
de uma democratização da arte, mas sim de sua
banalização.
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