Highlights em Infecções do Congresso Brasileiro de

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Patógenos Emergentes
em Fibrose Cística
Inclui Highlights do VI Congresso Brasileiro de
Fibrose Cística - 2017
Mariane Martynychen Canan
Reunião Científica – SPTDT
29/04/2017
Fibrose Cística
• Doença genética letal autossômica recessiva
• No Brasil: (Raskin, 2008)
• 1:7576 nascidos vivos
• Sobrevida em ascensão: 41 anos nos EUA
Fibrose cística
• Mutação de um único gene:
CFTR
–
Cystic
Fibrosis
Transmembrane
Conductance
Regulator
(1989)
• 2017 mutações registradas
(Cystic
Fibrosis
Mutation
Database, ABRIL/2017)
J Hum Genet. 2010; 55:71-6.
J pediatria, 2002
Doença Multissistêmica
Acometimento Pulmonar
Fisiopatologia Pulmonar
Chest, 143 (1), 2013
Infecção x Faixa Etária
REBRAFC, 2014
Dr. Nick Simmond
Dra. Elizabeth Tullis
PATÓGENOS EMERGENTES
Microorganismos em FC
Clássicos
Emergentes
Incertos
MSSA
MRSA
Ralstonia spp
Haemophilus influenzae
SVC S. aureus
Pandorea
Pseudomonas aeruginosa Achromobacter xylosoxidans
Burkholderia cepacia complex
Stenothrophomonas
maltophilia
Mycobacterias não
tuberculosas
Inquilinus
Bordetella
Características em Comum
• Maioria BGN
• Provenientes do solo / água / ralos / torneiras/ respiradores /
inaladores
• Resistência intrínseca a antibióticos
• Repercussão ainda não totalmente esclarecida
• Fenótipos parecidos => identificação difícil
Árvore Filogenética
B. cepacia complex (BCC)
• Mais de 17 espécies (genomovares)
• B. cenocepacia
• B. multivorans
• Alta transmissibilidade / cepas epidêmicas
• Infecção associada com maior mortalidade (fator de risco
individual)
• Infecção associada com maior mortalidade após transplante
de pulmão
• Sobrevida média pós Tx com BCC 3,3 anos x 12,4 anos
• Disseminação sistêmica (síndrome cepacia)
Am J Epidem 2001
J Heart Lung Transpl 2015
Achromobacter xylosoxidans
• Identificação difícil
• Co-existência com outros patógenos
• Infecção transitória, intermitente ou crônica
• Pacientes mais graves
• Incerto, mas provavelmente patogênico
• Maior perda de função pulmonar?
• Maior risco de morte ou transplante (Ann Am Thorac Soc, 2017)
Stenotrophomonas
maltophilia
• Colonização intermitente
• Adquirida do ambiente
• Prevalência aumenta com idade e uso de antibióticos
• Pacientes com doença mais avançada
• Não associada a piora funcional ou piora da sobrevida
• Aumento do número de exacerbações?
Am J Resp Crit Care Med 2010
J Cyst Fibros 2016
Pandorea, Ralstonia, Inquilinus...
• Significado incerto mas possivelmente
patogênicos:
• Pandorea isolada de hemoculturas
• Evidência de disseminação epidêmica
• Aumento de marcadores inflamatórios (IL-6, IL-8)
Small Colony Variant S. aureus
• Crescimento lento
• Não pigmentadas
• Não hemolíticas
• 10 x menores
Small Colony Variant S. aureus
• Difícil identificação
• 8%-33% dos pacientes com FC
Small Colony Variant S. aureus

Menos virulentas

Mais resistentes a antibióticos (resistência
funcional):


multiplicação intracelular

crescimento lento
Infecção Crônica e Recorrente
Small Colony Variant S. aureus
•
Relacionada a:
• Uso prolongado de antibióticos
• Sulfametoxazol-trimetoprim
• Aminoglicosídeos
• Co-infecção com pseudomonas
Small Colony Variant S. aureus
CID, 2013
Patógenos Emergentes
TRATAMENTO
Eur Resp Rev, 2013; 22: 127, 3-5
Uso de antibióticos em FC
• Principal contribuinte para a melhora da
sobrevida
• Parte essencial do tratamento padrão
• Características próprias de uso:
• Número de antibióticos
• Maior dose
• Maior tempo
Objetivos do Tratamento
• Exacerbação aguda:
• reduzir sintomas
• recuperar VEF1 basal
• Infecção crônica:
• evitar exacerbações agudas
• reduzir perda do VEF1
Princípios de Tratamento
Não há guideline oficial.
Princípios de Tratamento
• Uso de 2 ou mais antibióticos de diferentes classes
• 10 a 14 dias de tratamento
• Associação com antibiótico inalatório
• Antibióticos em Infusão prolongada
• Controle de comorbidades
• Acompanhamento laboratorial (PCR, VHS leucócitos)
e com função pulmonar.
Antibióticos para BCC
• Meropenem
• Ciprofloxacina
• Sulfa
• Levofloxacina
• Doxiciclina
• Cloranfenicol
• Minociclina
• Ceftazidima
• Piperacilina / Tazobactan
Resistência intrínseca à maioria dos beta-lactâmicos e a polimixina B.
Antibióticos para Achromobacter
• Imipenem / Meropenem
• Piperacilina / tazobactam
• Sulfametoxazol / Trimetoprim
• Ciprofloxacina
• Doxiciclina / Minociclina
Antibióticos para Stenotrophomonas
• Minociclina / Doxiciclina
• Sulfametoxazol / Trimetoprim
• Ciprofloxacina / Levofloxacina / Moxifloxacina
• Tigeciclina (?)
• Cloranfenicol (?)
Resistência intrínseca à maioria dos beta-lactâmicos , parcial às quinolonas.
Antibióticos para
Small Colony Variant S. aureus

Antibiótico com ação intracelular e ação bactericida
prolongada

Rifampicina + antibiótico com ação intracelular

Penicilinas

Beta-lactâmicos

Cefalosporinas de primeira e segunda duração
Resistência a sulfa, aminoglicosídeos e quinolonas.
Tratamento da Infecção Crônica
ANTIBIÓTICOS INALATÓRIOS
Racional para Uso
Altas dose no local da infecção: EFICÁCIA
Menor exposição sistêmica: SEGURANÇA
Mean Peak Tobramycin Levels
8
Serum
Sputum
1200
6
800
mcg/ml
µg/gm
4
400
2
0
0
IV1
Aerosol2
IV1
Aerosol2
Vantagens do antibiótico inalatório
Annals of the American Thoracic Society, 2014, 1120-1129
Antibióticos Inalatórios para
Microorganismos Emergentes
Nenhum específico disponível
Antibióticos específicos para inalação
• Tobramicina inalatória (TOBI, Bramitob)
• Tobramicina inalatória em pó (Zoteon Pó)
Estudos in vitro mostraram que Tobramicina
Inalada em Altas Doses pode matar BCC,
Steno e Achromobacter
Antibióticos específicos para inalação
• Aztreonam inalatório (Cayston)
• Polimixina E em pó seco
(Colobreathe)
• Stenotrophomonas
• Achromobacter
Antibióticos específicos para inalação
• Levofloxacina Inalatória (Quinsair)
Estudos in vitro mostraram que a Levofloxacina
Inalatória pode matar o Achromobacter
Patógenos Emergentes
RECOMENDAÇÕES FINAIS
Quando valorizar?
• A bactéria está presente em uma única ou em múltiplas
culturas?
• A bactéria é a única presente ou há co-infecção com outras?
• O paciente está doente? Há evidência clínica de infecção?
Recomendação
Se há outras bactérias conhecidamente patogênicas....
.....tratá-las antes!
Se não há outras bactérias patogênicas ou se a resposta inicial
ao tratamento foi insatisfatória...
... direcionar terapia para os “emergentes”.
Nosso ambulatório
Obrigada!
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