REGULAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO Thiago Brandão Modelo de Laffont and Tirole Modelo Um único período Mercado Financeiro Completo Portfolio Agregado de Mercado cujo retorno é rm. Sem perda de Generalidade: Retorno de ativo sem risco Prêmio de risco do mercado Choque aleatório (média zero e desvio padrão finito) Firma Firma com produto único Função Custo: Parâmetro exógeno e aleatório de eficiência Nível de esforço do gerente para redução de custos Cash Flow da firma: Desutilidade de exercer esforço : Firma Os parâmetros e podem assumir valores baixos ou altos e possuem correlação ρ J = L, H ; k = L, H A tecnologia da firma é parcialmente determinada pela performance agregada da economia A probabilidade do estado é: A probabilidade conjunta garante que a probabilidade marginal de cada choque ser alto ou baixo é a mesma. Consumidores Função de demanda inversa Parâmetro de gosto Reflete o quão sensível é a demanda ao choque aleatório Excedente bruto de um consumo de q unidades Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) Modelo de regulação com seleção adversa e perigo moral, no qual o custo realizado e quantidade produzida são observados, porém esforço e eficiencia não são Nesse modelo, o regulador reembolsa o custo de produção C(q; e; ϴj) e paga um subsídio t para a firma usando fundos do governo que possui custo marginal λ > 0. Regulador é Utilitarista, maximizando bem estar: Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) (qjk; ejk; Ujk) denotam a quantidade, esforço e utilidade da firma no estado (ϴj ;mk). A firma opera sob limited liability, e foi normalizado seu ex-post cash flow para ser não negativo sempre. I ≥0 é a capacidade necessária. Não há capacidade de produção no início do período e o valor total desse investimento será arcado pela firma. Capacidade leva tempo para ser construida, então deverá ser feita ex-ante. Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) A política de regulação explica o nivel de capacidade, estado da produção e as rendas A política de regulação deve ser revelada para a firma no início do período, para que ela possa decidir sua entrada no negócio regulado. A decisão da firma de entrar ou não é modelada em seguida. Sendo V o valor da Firma no início do período Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) Em equilíbrio no CAPM: Os sócios da firma somente investirão se: Conseqüentemente: Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) O denominador da equação anterior é simplesmente o valor da firma multiplicado pela variance de rm, então será sempre positivo em equilibrio (A firma não existe se V<0), e o sinal de B será determinado pelo sinal da covariância entre o cash flow da firma e os choques do mercado, E[Um] O papel do regulador é escolher uma política que maximize o bem estar esperado Modelo de Laffont and Tirole (86, 93) Quando o regulador consegue prover confiancia em sua política não há problema de induzir à firma o investimento I no início do período. A firma possui a certeza de receber a renda de Ujk quando o estado é (j ;mk) e consequentemente seu valor será no mínimo igual ao investimento inicial. Não há risco de falência do regulador Informação Completa Encontramos resultados first-best de quantidade produzida e níveis de esforço sem restrições de capcidade ou de financiamento, quando maximizamos a função Informação Completa Em qualquer caso, os melhores outputs são encontrados quando os custos são baixos e a demanda é alta. Dessa forma, assume-se uma capacidade de produção fixada: Informação Completa A maximização da Função Objetivo resulta no mesmo esforço e quantidade produzida que encontramos quando não havia restrição de capacidade. O preço que prevaleceria se os consumidores pagassem diretamente o bem seria: Informação Completa Quando o custo do esforço é muito alto, o preço tende para o custo marginal social basico: O perfil de pagamento ótimo é um valor não negativo de retorno que miniza o valor esperado E[U] sujeito a restrição de financiamento de I: O perfil ótimo requer renda zero nos “estados bons” quando m~ = mH EX. in U.S. Capital Markets Considerando um ciclo de maturidade de 5 anos no mercado financeiro americando, podemos usar para o restorno risk-free o short-term Treasury bonds e o S&P 500 para retorno de mercado. rf = 31%, λ = 34% and ϭm = 54% A compensação do valor da firma seria aproximadamente 80% do valor de investimento O regulador possui custo baixo de induzir o investimento por tranformar a firma numa hedge asset com os resultados de first best. Informação Completa • Regulador Fornece: {I, (qjk; ejk; Ujk)j;k=L;H} para firma decidir sua entrada Regulador Firma • Decide se participa do negócio e constrói sua capacidade I • (ϴj ;mk) é realizado e observado por todos os agentes . A firma produz, {ejk; qjk} e recebe Ujk. Resultado A regulação no Brasil Os produtos são promessas A captação de recursos do público para devolução, sob certas condições: Esta é a característica essencial e comum aos mercados financeiro, securitário, previdenciário e de capitais. Esta característica comum unifica o principal risco ao interesse do público investidor em tais mercados: O grande risco ao interesse público é o descumprimento da promessa. Os produtos são promessas O descumprimento da promessa: Afeta diretamente o público investidor , Pode afetar, sistemicamente e em cascata, credores de promessas que, por sua vez ,tenham também feito promessas ao público. Os produtos são promessas Insolvência: O promitente não tem capacidade econômica de pagar, no momento ajustado. Iliquidez: O promitente tem patrimônio suficiente, mas não consegue convertê-lo a tempo em recursos necessários ao cumprimento da promessa. Fraude: O promitente não tinha ou deixou de ter a intenção de cumprir a promessa, e se apropriou dos recursos. Agentes Regulados Investidores Emissores Administradores Intermediários Agentes Auxiliares Auditores Analistas Bolsas e Mercados de Balcão Organizados Quem é a CVM? A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, tem como objetivo disciplinar, fiscalizar e auxiliar a desenvolver o mercado de valores mobiliários nacional. O papel da CVM De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; O papel da CVM De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; Assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores mobiliários; Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. Regulação Privada A ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais é a representante das instituições que atuam nos mercados financeiro e de capitais. Representa mais de 340 instituições , dentre bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Atua como agente regulador privado Criou e supervisiona o cumprimento das regras de seus Códigos de Regulação e Melhores Práticas , atuando conjunta e construtivamente com as instituições públicas brasileiras para regular as atividades das entidades que atuam nos mercados financeiro e de capitais. Regulação Privada A ANBIMA é um dos principais provedores de pesquisas e estatísticas sobre os mercados que representa, produzindo e divulgando informações sobre os mercados de capitais, de fundos de investimento e de produtos de tesouraria. Visando estimular a transparência dos mercados secundários de títulos públicos e privados, a entidade divulga diariamente índices e taxas médias, utilizados como parâmetros de referência para os agentes destes mercados, cotações de fundos de investimento, além de publicar mensalmente boletins técnicos sobre seus mercados. A Associação também possui importantes iniciativas na área de Educação, como o site www.comoinvestir.com.br, e os prêmios de Mercado de Capitais e de Renda Fixa, ambos com o objetivo de estimular a produção e disseminação de conhecimento por meio do incentivo a pesquisas que abordem temas relevantes para o desenvolvimento dos mercados financeiro e de capitais. Regulação e a Crise Subprime O início As hipotecas subprime ofereciam empréstimos para aquisição de residências com elevado risco de crédito. Baixas taxas iniciais de juros e sem entrada. Hipotecas com taxas ajustáveis (ARM). As taxas de juros eram reajustadas para mais elevadas Proprietários não eram capazes de pagar. As execuções de hipotecas residenciais nos Estados Unidos cresceram em 75% de 2006 para 2007 O início Existem várias implicações para outras áreas do mundo financeiro. Os bancos concediam hipotecas e as mantinham em suas carteiras, recebendo pagamentos por 15 ou 30 anos até que o saldo devedor fosse zerado. Mas na metade dos anos 90, as restrições foram relaxadas para esforço de estender a propriedade de casas O resultado foi que passou a ser possível comprar e vender hipotecas facilmente. Adquiridas por corretoras de ações, agrupadas em carteiras de investimentos e vendidas em forma de títulos. O início O risco de problemas de inadimplência se espalhou por todo o setor financeiro. À medida que as taxas de juros subiam nas ARMs, as prestações mensais das hipotecas cresciam. Com a contribuição de fatores, como pesadas demissões de operários pela indústria automobilística e a especulação imobiliária praticada com casas adquiridas em contratos de ARM, logo alguns compradores passaram simplesmente a abandonar suas casas - e o pagamento dos empréstimos com que as haviam comprado O início Mas as grandes empresas que efetivamente desembolsavam o dinheiro descobriram repentinamente que a receita de pagamentos mensais estava caindo rapidamente. Em 2006, antes da crise do subprime, a Countrywide havia registrado lucro de mais de US$ 2,5 bilhões. No segundo semestre de 2007 reportou perda de receita de US$ 1,5 bilhão. Quase todas as áreas do mercado financeiro foram infectadas por hipotecas de valor nulo. Ainda pior, porque investidores de todo o mundo haviam adquirido hipotecas subprime em forma de títulos, a economia de todo o mundo sofreu as conseqüências da crise do mercado subprime norte-americano. Grandes bancos de investimento e empresas de empréstimo começaram a quebrar. As pessoas se prepararam para o pior: um crash do mercado de ações. Mais problemas... Bancos não lidavam com o devedor diretamente. Existiam empresas independentes (“corretoras”) que intermediavam. Resultado = Explosão de documentos inadequados Tais empresas, não reguladas, estão no mercado há mais de um século. O Joint Economic Committee sugeriu estabelecer responsabilidade fiduciária as empresas independentes para com os seus clientes e torná-las sujeitos a sanções federal. Mais problemas... Através de determinação de aplicação de requisitos mínimos de capital para os balanços dos bancos, que necessitavam de proteção mais dos ativos mais arriscados, em 1988 o Acordo de Basileia encorajou os bancos a deixarem as atividades de risco fora do balanço. Reduz a transparência das atividades arriscadas Incentivo a riscos excessivos, falta de transparência e deficuldade para regulação Mais problemas... Com o Federal Reserve mantendo as taxas de juros em níveis abaixo de 2% por longo período - Os bancos de investimento e os hedge funds (fundos de hedge) inovaram e criaram produtos novos em busca de maior rentabilidade Papel dos Hedge Funds A indústria de fundos de hedge é mais de meio século de idade, mas nunca foi tão proeminente e bem capitalizado, como atualmente. Regulação próxima de zero Muitas perdas, porém muitos ganhos. Objetivo de reduzir riscos. Deve ser regulamentado? E agora? A crise do subprime é a primeira crise da era da massa securitização. Alguns concluem, com base nessa experiência que os custos de titularização de créditos, na forma de riscos para a estabilidade financeira, excedem os benefícios. Devemos voltar aos dias mais simples de "banca à moda antiga", no qual os bancos comerciais são originários de empréstimos às famílias e às empresas e mantê-los em seus balanços? E agora? Esse back-to-the-1960-fórmula ignora as realidades econômicas - que não há como voltar o relógio em tecnologia financeira e, mais ainda, nos progressos da informação e comunicação. E agora? Claramente, existe muito mais a fazer além de reforçar a regulação do sistema bancário. Além disso, há a necessidade de uma regulamentação mais eficaz para proteger os consumidores contra práticas enganosas de bancos e corretores de hipotecas, caso existam, considerando as mudanças no tratamento fiscal da remuneração dos executivos do sector financeiro a fim de melhor alinhar os incentivos dos gestores, os accionistas e outras partes interessadas Maior concorrência na indústria de rating Os problemas foram revelados recentemente no sistema financeiro... Conclusão Transparência Bibliografia Essays on Regulation and Risk - Régio Soares Ferreira Martins , Humberto Luiz Ataíde Moreira Origins and Regulatory Consequences of the Subprime Crisis - Barry Eichengr Sites da CVM, AMBIMA