EVOLUÇÃO DO EMPREGO E IMPACTOS DA CONSTRUÇÃO PESADA NA ECONOMIA Base dados: Novembro 2016 (RAIS/CAGED), 3º Trimestre 2016 (PNAD Contínua) Atualizados em: 10/01/2017 Sumário Executivo Emprego na construção cai mais que a média Emprego formal no Brasil recuou 5,8% entre dez/2014 e dez/2016 Recuo¹ de 31% na construção pesada e de 25% na civil Construção pesada corresponde a 1,5% da mão de obra e explica 10,8% da queda do emprego formal no Brasil acumulada desde dez/14 Queda do emprego formal não está sendo compensada pela informalidade ou conta própria Emprego total da construção recuou 358 mil postos de trabalho em 2 anos (set/14 a set/16) Taxa de informalidade² da construção pesada (~20%) é menor que a do Brasil (~51%) Informalidade na construção civil: ~76% ¹ Período considerado: Dezembro/14 a Dezembro/16 ² Considera também conta própria Queda da construção retrai toda a economia 2016 deverá ser o terceiro ano consecutivo em que Construção tem queda mais forte que PIB Participação da construção no PIB recua de 5,4% em 2013 para 5,0% no primeiro semestre de 2016 Queda da construção tem impactos de curto e longo prazos na economia Fortes efeitos multiplicadores sobre a economia: redução de investimentos e de obras impacta diretamente diversos setores Sem investimentos, custo logístico brasileiro continuará a ser um dos maiores do mundo reduz potencial de crescimento econômico e impacta negatividade a competitividade nacional Empregos no Setor de Construção Clique para editar o estilo do título mestre 4 Composição do emprego na Construção Queda do emprego afeta todas modalidades de contratação a partir de 2015 queda mais intensa no setor formal (em mil postos de trabalho) set/14 set/15 set/16 Participação no total set/14 set/15 set/16 Formal 3.165 2.803 2.376 39% 32% 31% Informal 1.453 1.743 1.682 18% 20% 22% Conta própria 3.501 4.212 3.703 43% 48% 48% 8.119 8.758 7.761 Total Construção Total Brasil 97.116 97.937 96.210 Fonte: RAIS/CAGED-MTE e PNAD Contínua do IBGE. Elaboração LCA. Obs: os números de trabalhadores informais e conta própria da construção pesada e civil foram ajustados a partir do número de empregos formais da RAIS/CAGED, assim como as taxas de informalidade e de conta própria. 5 Composição do emprego na Construção Queda do emprego afeta todas modalidades de contratação a partir de 2015 queda mais intensa no setor formal (em mil postos de trabalho) Participação no total set/14 set/15 set/16 set/14 set/15 set/16 3.165 2.803 2.376 39% 32% 31% PESADA (infraestrutura e montagem) 1.085 914 755 13% 10% 10% CIVIL (edificações e Instalações) 2.080 1.888 1.621 26% 22% 21% 1.453 1.743 1.682 18% 20% 22% 132 116 123 2% 1% 2% 1.321 1.627 1.560 16% 19% 20% 3.501 4.212 3.703 43% 48% 48% 148 134 62 2% 2% 1% 3.352 4.078 3.641 41% 47% 47% Formal Informal PESADA (infraestrutura e montagem) CIVIL (edificações e Instalações) Conta própria PESADA (infraestrutura e montagem) CIVIL (edificações e Instalações) Fonte: RAIS/CAGED-MTE e PNAD Contínua do IBGE. Elaboração LCA. Obs: os números de trabalhadores informais e conta própria da construção pesada e civil foram ajustados a partir do número de empregos formais da RAIS/CAGED, assim como as taxas de informalidade e de conta própria. 6 Emprego formal na Construção Dados mais recentes do emprego formal (dez/16) continuam mostrando queda muito mais acentuada do emprego na construção (-27% dez/14 a dez/16) em relação ao total (-6% dez/14 a dez/16) (em mil postos de trabalho) PESADA (infraestrutura e montagem) dez/14 dez/15 dez/16 Variação Dez/15 e Dez/16 Dez/14 e Dez/16 998 824 686 -17% -31% CIVIL (edificações e Instalações) 2.021 1.762 1.514 -14% -25% TOTAL DA CONSTRUÇÃO 3.019 2.585 2.200 -15% -27% Emprego Total - BRASIL 49.572 48.061 46.689 -3% -6% Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração LCA. Total de empregos Brasil abrange ambos os setores privados e público. A comparação mais precisa seria relativizar exclusivamente com emprego privado. Porém, por incompatibilidade entre as séries RAIS/CAGED e informações CNAE/CBO, esse ajuste, até o presente momento, não é possível. 7 Evolução do Emprego Formal na Construção Pesada Dezembro de 2016 ficou abaixo da média observada em 2008 Mil trabalhadores 1059 1049 1020 998 935 9% 862 784 662 3% 1% -6% 8% 824 10% -17% 18% 686 -17% 562 18% 2006 2007 2008 2009 Fonte: RAIS/CAGED-MTE. Elaboração: LCA Nº de postos de trabalho em dezembro de cada ano (milhares) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 dez/16 8 Evolução do Emprego Formal na Construção Forte queda da atividade econômica afeta o setor de Construção • O Brasil sofreu entre dez/2014 e dez/2016, redução de 2,9 milhões de postos formais de trabalho. • Destes, 819,2 mil postos (28,4%) foram perdidos na construção em geral (pesada + edificações e instalações). • Somente na construção pesada perderam-se 311,9 mil postos nesse período, ou seja, 10,8% do total das perdas do país. 9 Qual a dimensão disto? O setor da construção pesada representava 2,0% do total de empregos do país¹ e respondeu por 10,8% da redução de postos formais de trabalho nos últimos 2 anos. 2,0% vs. 10,8% !!! ¹ Em dezembro de 2014. Participação caiu para 1,5% em dezembro de 2016. 10 Emprego informal – 2014 a 2016 Aumento das taxas de informalidade no setor da construção, como verificado em toda a economia (em mil postos de trabalho) Tx. Informalidade set/14 set/15 set/16 set/14 set/15 set/16 132 116 123 10% 10% 13% CIVIL (edificações e Instalações) 1.321 1.627 1.560 20% 21% 23% TOTAL DA CONSTRUÇÃO 1.453 1.743 1.682 18% 20% 22% 21% 22% 22% PESADA (infraestrutura e montagem) Emprego Total - BRASIL 20.668 21.005 21.070 Fonte: PNAD Contínua, RAIS/CAGED, IBGE. Elaboração LCA. * Trabalhadores por Conta Própria categorizados em separado dos informais 11 Emprego informal + Conta própria na Construção Aumento das taxas de informalidade somado com conta própria no setor de construção supera o observado na economia (em mil postos de trabalho) Tx. Informalidade set/14 set/15 set/16 set/14 set/15 set/16 280 251 185 21% 22% 20% CIVIL (edificações e Instalações) 4.674 5.705 5.200 69% 75% 76% TOTAL DA CONSTRUÇÃO 4.954 5.956 5.385 61% 68% 69% 49% 50% 51% PESADA (infraestrutura e montagem) Emprego Total - BRASIL Fonte: PNAD Contínua, RAIS/CAGED, IBGE. Elaboração LCA. 47.437 49.095 48.866 12 Informalidade no setor da construção Taxa de informalidade subiu de 18% para 22% entre set/2014 e set/2016 por queda do emprego formal e por aumento do informal* mil trabalhadores 1.654 1.453 1.466 132 148 1.321 1.318 set/14 dez/14 1.504 103 1.743 116 1.619 127 mar/15 1.682 132 123 1.576 1.560 jun/16 set/16 127 116 1.387 1.515 1.709 1.551 jun/15 Civil 1.627 set/15 1.492 dez/15 1.388 mar/16 Pesada Fonte: PNAD Contínua, RAIS/CAGED, IBGE. Elaboração LCA. Dados PNAD podem apresentar divergências em relação aos dados RAIS/CAGED. * Valores de emprego informal não consideram trabalhadores de Serviços da Construção Civil e trabalhadores por Conta Própria. 13 Dimensão do Setor na Economia Clique para editar o estilo do título mestre 14 Evolução do PIB Brasil Brasil não observa dois anos consecutivos de queda no PIB desde 1930/31 Evolução PIB Brasil – R$ bilhões 2015 7,5% 5,1% 4,0% -0,1% 5.293 2008 5.286 2009 1,9% 3,0% 0,5% -3,8% 5.684 2010 5.910 2011 6.023 2012 6.204 2013 6.236 2014 -3,1% -4,0% 4.526 4.347 6.001 2015 2015 2016 Jan-Set Jan-Set 15 PIB construção Construção representou 5,1% do PIB de 2015 e seu recuo foi equivalente a 9,0 % da queda do PIB Brasil em 2015 5,1% vs. 9,0% !!!¹ PIB Construção - R$ Bilhões de 2015 e participação no PIB (%) 5,0% 5,2% 5,3% 309 318 4,8% 4,4% 285 235 2008 5,4% 333 5,2% 326 5,1% 2010 2011 2012 2013 2014 5,0% 228 218 304 252 2009 5,0% 2015 Setor de Construção deverá ter três anos consecutivos de queda, com a retração esperada para o consolidado de 2016. 2015 2016 Jan-Set Jan-Set Fonte: IBGE. Elaboração: LCA . ¹ Comparação dos resultados das contas nacionais, sem considerar potenciais impactos diretos e indiretos sobre o restante da economia. 16 Multiplicadores: impactos sobre a cadeia produtiva Queda Construção Pesada impacta restante da economia: Forte interdependência com diversos setores Ofertantes de Insumos Exemplos: Produtos de minerais não-metálicos; Tintas; Cimento; Serviços. Construção Pesada Demandantes de Produtos Exemplos: Indústria, Comércio, Transporte 17 Multiplicadores dos investimentos na Construção Pesada R$ 1 milhão investido na produção do setor de Construção Pesada R$ 1,6 milhão de valor adicionado Incremento marginal no PIB gerado por efeitos diretos, indiretos e renda 56 mil ocupações Aumento no total de pessoas ocupadas, ao longo de um ano R$ 538 mil em salários Acréscimo de massa salarial Elaboração: LCA com base nos dados das Contas Nacionais e PAIC – IBGE (2009). Considera apenas os efeitos multiplicadores da Construção Pesada. 18 Aumentos na produção do setor de Construção Pesada possuem reflexos praticamente em todos os outros setores econômicos do País R$ 92 mil R$ 105 mil Serviços imobiliários e aluguel Intermed. financeira e seguros R$ 68 mil Transporte, armazenagem e correio R$ 173 mil Comércio Construção Pesada R$ 1 Milhão Produtos de minerais não- metálicos R$ 60 mil R$ 1 milhão Serviços prestados às empresas Demais 49 setores R$ 19 mil Refino de petróleo e coque R$ 57 mil Alimentos e Bebidas R$ 26 mil Elaboração: LCA – Matriz Insumo-Produto (MIP) com base nos dados das Contas Nacionais e PAIC – IBGE (2009) 19 Impactos da Construção sobre o restante da Economia Uma retração de 6,5% do PIB* da Construção tem potencial para reduzir o PIB nacional em R$ 35,6 bilhões via efeitos diretos e indiretos *como foi observado em 2015 Uma queda de 6,5% do PIB do setor da Construção R$ -35,6 bilhões de valor adicionado Decréscimo marginal no PIB em um ano, considerando efeitos diretos e indiretos -932 mil ocupações Queda no total de pessoas ocupadas, ao longo de um ano R$ -12,2 bilhões em salários Decréscimo de massa salarial em 12 meses Elaboração: LCA com base nos dados das Contas Nacionais e PAIC – IBGE (2009). Exercício considera choque estritamente exógeno na economia, sob a estrutura produtiva de 2009 (dados disponíveis para cálculo). Valores inflacionados para 2015. Efeitos multiplicadores consideram Construção Pesada e Civil. 20 Investimentos no setor de Construção Forte redução dos investimentos dos governos estaduais e federal em 2015 (R$ 63 bilhões). Montante não considera queda de 33%¹ dos desembolsos do BNDES Investimentos no setor de construção (R$ bilhões 2015) e Participação no PIB (%) 1,34% 67,3 2007 1,71% 90,7 2008 2,08% 109,9 2009 2,46% 139,8 2010 2,22% 131,4 2011 2,38% 143,1 2012 2,66% 165,2 3,01% 2,07% 1,86% 1,76% 84,1 76,4 JanAgo 2015 JanAgo 2016 187,8 124,4 2013 2014 Fonte: Tesouro Nacional e Secretaria da Fazenda *: Não considera informações de MS. ¹: Desembolsos em infraestrutura (dados reais para 2015): 42,39 bi em 2014 vs 34,93 bi em 2015. Desembolsos totais: 201,82 bi em 2014 vs 135,8 bi em 2015. 2015 21 Investimentos no setor de Construção A perda de investimentos de R$ 63 bilhões gera um impacto na economia de: VALOR ADICIONADO (PIB) OCUPAÇÃO (R$) (unidades, por 1 ano) - R$ 98,7 bilhões - 3,5 milhões Equivalente a 1,6% do PIB Equivalente a 7,3% do emprego formal IMPOSTOS (R$) - R$ 13,4 bilhões Equivalente a 1,6% da arrecadação federal Nota: em valores de 2015. Elaboração: LCA com base nos dados das Contas Nacionais e PAIC – IBGE (2009) Perdas significativas de produção, emprego e renda, por representar um setor com tamanho significativo na economia e apresentar efeitos encadeados relevantes para toda a economia. 22 Custo logístico - % do PIB Custo com logística no Brasil é um dos mais altos do mundo 12,0% 9% 9% 8% 8% 7% 6% Brasil Canadá Vietnã Estados Unidos Índia Alemanha França 6% Austrália Fonte: Boston Logistics Group (2012). São considerados os custos de transporte, estoque, armazenagem e administrativo, desconsiderando o transporte de passageiros. 23 Construção Pesada: efeitos de longo prazo na economia Atraso de grandes obras interrompe atividade econômica, com impactos em diversos setores e ao longo do tempo Redução do custo logístico de 12,7¹% (observado em 2015) para 9% (nível do Canadá² em 2012) diminuiria os custos em R$ 222 bi³ ¹ Fonte: Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) – 2015. ² Fonte: Boston Logistics Group – 2012. ³ Em valores de 2015. 24 Considerações Finais Emprego formal da construção tem queda mais acentuada que o observado na média da economia Entre dez/2014 e dez/2016: – Emprego formal total: -27% – Construção civil: -25% – Construção pesada: -31% Construção tem aumento da taxa de informalidade, como o observado na economia Queda da construção explica parte relevante da retração econômica Construção representou 5,1% do PIB de 2015 e respondeu por 9,0 % da queda do PIB Brasil em 2015 Necessários investimentos em infraestrutura para reduzir o elevado custo logístico brasileiro Melhora em infraestrutura é fator importante para impulsionar crescimento econômico com promoção da competitividade Taxa de informalidade cresce na economia, atingindo 22% em set/16¹. – Construção Civil: 23% – Construção Pesada: 13% Informalidade na construção pesada é menor que a média nacional ¹ Não considera conta própria 25 www.sinicon.org.br