Positivismo - aplicação dos princípios e métodos das ciências naturais à filosofia e às ciências humanas. • Admite, como fonte única de conhecimento e critério de verdade, a experiência, os fatos positivos e os dados sensíveis. Nenhuma interpretação, justificação transcendente ou imanente da experiência é considerada. • Pretensão de conhecer as leis gerais dos processos sociais, através da observação e da experiência. • Augusto Comte – principal proponente da corrente positivista – “Ciência, daí previdência, previdência, daí ação”; “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”. • A sociedade, o homem e as disciplinas são hierarquizados: Matemática, Física, Química, Biologia e Sociologia. "Quando a última ciência chega ao último estado, isso não significa apenas o aparecimento de uma nova ciência. O nascimento da sociologia tem uma importância que não podia ter o da biologia ou o da física: ele representa o fato de que não mais existe no universo qualquer refúgio para os deuses e suas imagens metafísicas. Como cada ciência depende da precedente sem a ela se reduzir, o sociólogo deve conhecer o essencial de todas as disciplinas que precedem a sua. Sua especialização própria se confunde, pois - diferentemente do que se passa para os outros sábios - com a totalidade do saber. Significa dizer que o sociólogo é idêntico ao próprio filósofo, "especialista em generalidades", que envolve com um olhar enciclopédico toda a evolução da inteligência, desde o estado teológico ao estado positivo, em todas as disciplinas do conhecimento.” (Augusto Comte) Émile Durkheim (séc. XVIII-XIX) • Sociologia começa se consolidar como ciência e a inspirar rigorosos procedimentos de pesquisa. • Concepção de sociedade organicista é ampliada: “o todo é mais que a soma de todas as partes”. • Sociedade – forma de ser superior e autônomo “A sociedade é o mais poderoso feixe de forças físicas e morais cujo resultado a natureza nos oferece. Em nenhuma parte encontra-se tal riqueza de materiais diversos levado a tal grau de concentração. Não é surpreendente, pois, que uma vida mais alta se desprenda dela e que, reagindo sobre os elementos dos quais resulta, eleva-os a uma forma superior de existência e os transforme”. (Durkheim) • Sociologia – Ciência da sociedade como organismo autônomo • Objeto de estudo da Sociologia: fatos sociais “É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior.”; ou ainda, “que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais.” Ou ainda: “Todas as maneiras de ser, fazer, pensar, agir e sentir desde que compartilhadas coletivamente. Variam de cultura para cultura e tem como base a moral social, estabelecendo um conjunto de regras e determinando o que é certo ou errado, permitido ou proibido.” (Durkheim) • Os fatos sociais são: coercitivos (exercem uma força sobre o indivíduo), exteriores (os padrões culturais e sociais são exteriores aos indivíduos) e gerais (os fatos sociais existem não para um indivíduo específico, mas para a coletividade). "Na nossa cultura, o uso de vestimentas é algo que vem sendo transmitido de gerações para gerações, fazendo com que o indivíduo tenha essa prática naturalmente. Aquele que por alguma razão não o fizer, estará sujeito a ser excluído ou discriminado dentro do seu grupo, por não enquadrar-se aos padrões que a própria sociedade determinou." "O devoto, ao nascer, encontra pronta as crenças e as práticas da vida religiosa; existindo antes dele, é porque existem fora dele. O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar as dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas minhas relações comerciais, as práticas seguidas na profissão e etc funcionam independentemente do uso que delas faço.” (Durkheim) • Os fatos sociais devem ser investigados e analisados como “coisas”, com objetividade e neutralidade. • A sociedade é um ser superior que constrange e domina cada um de nós. Os fenômenos que constituem a sociedade têm sua origem na coletividade. • A educação é o processo através do qual são internalizadas as normas sociais – Socialização – Não a vemos como coercitivas, mas como naturais. • Representações sociais – são também fatos externos e superiores acerca de determinadas experiências internalizadas a partir do processo de socialização = categorias de entendimento, valores sociais, conceitos... • Consciência Individual – representada por nossos estados mentais e por nossas necessidades mais íntimas. • Consciência Coletiva – Corresponde a este “conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade" que "formam um sistema determinado com vida própria". • Quanto mais extensa a consciência coletiva, maior a uniformidade e conformidade com relação às regras e normas sociais. Os indivíduos se diferenciam menos e a individualidade também é menor. • Divisão do trabalho e Solidariedade social – Componente fundamental que possibilita as pessoas viverem em sociedade • Solidariedade Mecânica – O indivíduo não se pertence, ele depende da consciência coletiva (típica das sociedades menos desenvolvidas). • Solidariedade Orgânica – Característica das sociedades capitalistas, onde, através da divisão do trabalho social, os indivíduos tornam-se interdependentes, garantindo, assim, a união social. Os indivíduos não se assemelham, são diferentes e necessários, como os órgãos de um ser vivo. Assim, o efeito mais importante da divisão do trabalho não é o aumento da produtividade, mas a solidariedade que gera entre os homens. • Divisão do trabalho e tipo de direito – O papel do direito nas sociedades é regular as disfunções da sociedade. • Direito Repressivo – Típico das sociedades menos desenvolvidas, pretende infligir ao culpado uma dor, diminuição ou privação. Ferir a consciência comum nas sociedades menores provoca, consequentemente, uma reação mais forte no seio social. É importante para restabelecimento da ordem e coesão social. • Direito Restitutivo – Permitir que as coisas e relações perturbadas sejam restabelecidas à sua situação anterior (Direito Civil, Comercial, Administrativo, Processual e Constitucional). Típico das sociedades modernas. • O Suicídio – Fato social – As causas do suicídio são exteriores ao indivíduo. A maior coesão e vitalidade das instituições às quais a pessoa está ligada contribuem para preservá-lo de cometer tal ato. • Suicídio Egoísta – Provocado pela desintegração social, pela ausência ou fraqueza da religião, da política e da família, como coesão social. • Suicídio Altruísta – Seria mais típico das sociedades inferiores, em que o ego individual estaria totalmente dissolvido e envolvido na coletividade . • Suicídio Anômico – Se deve a uma situação de desregramento social devido ao qual as normas estão ausentes ou perderam o respeito. Típico das sociedades modernas.