08:09 Natureza: Sociologia – Nota de Aula 03 – 1º Bimestre 2016 Professor: Natan de Sousa Ano: 2° NASCIMENTO DA SOCIOLOGIA Capítulo 03 – A sociologia de Durkheim A. OS FATOS SOCIAIS Continuando o trabalho iniciado por Comte, o de fazer da Sociologia uma ciência, coube a Émile Durkheim (1858-1917), herdeiro do positivismo, criar regras para o método sociológico e definir aquilo que ele considerava como o seu objeto de estudo: os fatos sociais. Para ele, os acontecimentos sociais, tais como os crimes, os suicídios, a família, a escola, as leis, poderiam ser observados como coisas (objetos). Fatos sociais seriam, portanto, maneiras coletivas de agir, de sentir e de pensar, pertencentes a determinados grupos sociais, que exercem um poder de coerção sobre os indivíduos. Os fatos sociais possuem três características básicas: a) Generalidade: o fenômeno é comum a todos os membros de um grupo; b) Exterioridade: acontece independente da vontade individual; c) Coercibilidade: os indivíduos são obrigados a se submeter ao comportamento social estabelecido pelo grupo. O indivíduo que tenta se rebelar a essa coerção social sofre sanções do grupo, sejam elas jurídicas ou informais. Durkheim compreendia a sociedade, composta pelas suas instituições sociais, como um corpo organizado. Essas instituições devem zelar pela coesão social. Entretanto, assim como qualquer outro organismo vivo, a sociedade apresenta estados que podem ser considerados “normais” ou “patológicos”. Caso as instituições, como a família, a igreja, o Estado, a escola, o trabalho, os partidos políticos, etc., que são elementos da sociedade com funções específicas, venham a falhar no cumprimento delas, surge no corpo da sociedade aquilo que Durkheim chamou de anomia. O Estado, entendido como o organizador da vida social, tem grande importância na teoria durkheimiana. Ele deve ser o defensor das liberdades individuais e promotor da justiça social (coesão social). O Estado seria uma organização que tem um objetivo claro: o interesse coletivo. A organização estatal é necessária para lembrar e obrigar o indivíduo a agir com disciplina moral. Essa disciplina moral seria agir orientado para a coletividade, e não para interesses individuais. Há um caráter moral muito forte na concepção estatal durkheimiana, já que para ele o Estado era responsável por plenificar o desenvolvimento do indivíduo. A educação pública, p. ex., devia se voltar para a formação moral sem fins conceituais ou religiosos. É no Estado que o indivíduo desenvolve plenamente sua liberdade, sem as amarras despóticas da família e da religião. B. O SUICÍDIO COMO FATO SOCIAL Durkheim utilizou sua teoria acerca dos fatos sociais para explicar o suicídio. Para ele, isso que aparentemente seria um ato individual estava ligado com aquilo que ocorria na sociedade. Durkheim verificou que existem três categorias de suicídios: Suicídio Altruísta: ocorre como uma forma de sacrifício, quando um indivíduo valoriza a sociedade mais do que a ele mesmo, ou seja, os laços que o unem à sociedade são muito fortes. Suicídio Egoísta: O egoísmo é um estado onde os laços entre o indivíduo e os outros na sociedade são fracos. Uma vez que o indivíduo está fracamente ligado à sociedade, terminar sua vida terá pouco impacto no resto da sociedade. Em outras palavras, existem poucos laços sociais para impedir que o indivíduo se mate. Suicídio Anômico: A anomia é um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo, mais frequentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias econômicas e/ou sociais. Este tipo pode acontecer quando as partes do corpo social deixam de funcionar e as normas ou laços que poderiam “abraçar” (solidarizar) os indivíduos perdem sua eficácia, deixando-os viver de forma desregrada ou em crise. C. A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL Sempre visando a coesão social, Durkheim considerava que a especialização do trabalho típica da industrialização promoveu uma solidariedade maior entre os indivíduos, já que agora precisamos uns dos outros para conseguir saciar todas as nossas necessidades. Tipos de solidariedade: Mecânica: Típica de sociedades tribais (pré-capitalistas). O que dá coesão a esse tipo de sociedade é o conjunto de crenças, tradições e valores partilhados comumente pelo grupo. Orgânica: Típica das sociedades mais complexas. Com a divisão social do trabalho (profissões) os indivíduos dependem uns dos outros, como um organismo vivo. Rua Des. Leite Albuquerque, 1056 – Aldeota – CEP: 60.150-150 – Fone: 4008-2313 – Fortaleza-CE • e-mail:[email protected] Unidade Edson Queiroz – Rua Hil Morais, 124 – Edson Queiroz – CEP: 60.811-760 – Fone: 3273.1282 Unidade Sul – Rua Roberto Gradvohl, 3470 – Alagadiço Novo –CEP: 60.812-540 – Fone: 3276.3969/3274.9075 Unidade Varjota – Av. Antônio Justa, 3790 – Varjota – CEP: 60.165-090 – Fone: 3267.2929 –“Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” (Fil. 4:13.)