pptx - Departamento de Física

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Semicondutores
CF086 - Introdução a Física do Estado Sólido 1
Introdução
 Vimos que um dado sólido pode apresentar bandas de energia, que
podem estar totalmente vazias, totalmente preenchidas ou
parcialmente preenchidas.
2
Introdução
 Isolante em 𝑇 = 0: bandas vazias ou totalmente preenchidas. A última
banda preenchida num isolante está separada da banda vazia
imediatamente superior por um gap.
 Num isolante, o gap é alto (∼> 3 eV) e a resistividade elétrica
também (𝜚 ∼ 1020 Ω ⋅ m).
3
Introdução
 Para gaps da ordem de alguns décimos de eV até ∼ 3 eV, temos
semicondutores. As resistividades são menores (𝜚 ∼ 10−5 − 107 Ω ⋅
m) (para metais, 𝜚 ∼ 10−8 Ω ⋅ m).
4
Introdução
 Por causa do gap menor, quando 𝑇 ≠ 0 há uma probabilidade de
ocupação dos estados maior, de modo que os elétrons que
“atravessam” o gap é um pouco maior ⇒ material conduz para 𝑇 ≠ 0.
5
Introdução
 Outra grandeza importante é a densidade
de portadores.
 Vamos comparar os comportamentos
para isolantes e condutores.
6
Introdução
 Densidade de estados para elétrons livres (3D):
2𝑚
𝒟 𝜖 =
ℏ2
3
2
𝑉 1
𝜖2
2
4𝜋
 𝒟(𝜖) fornece o número de estados, mas não diz se ele está ocupado.
 Distribuição de Fermi-Dirac
𝑓 𝜖 =
1
𝑒𝛽
𝜖−𝜇
+1
𝑓 𝜖, 𝑇 = 0 =
1,
0,
𝜖<𝜇
𝜖>𝜇
7
Introdução
 Número médio de elétrons: 𝒟 𝜖 𝑓(𝜖).

Em metais, 𝑇 = 0: banda
semipreenchida.

Os níveis são preenchidos até uma
energia máxima: energia de Fermi
𝐸𝐹 .
8
Introdução

Quando 𝑇 ≠ 0: 𝒟(𝜖) é o mesmo, mas
𝑓(𝜖) muda em torno de 𝐸𝐹 = 𝜇(𝑇 =
0), na faixa ±2𝑘𝐵 𝑇 em torno de 𝐸𝐹 .

Os elétrons excitados termicamente
dão origem à corrente elétrica.

Para metais, ocorre excitação em
qualquer 𝑇. Estimativa do número
relativo de elétrons: Δ𝑁𝑇 /𝑁 ∼ 1 %
(𝑇 = 300 K, quadro).
9
Semicondutores
 A ideia é similar para semicondutores e isolantes. As bandas são
separadas por um gap.
 Última banda preenchida: banda de valência (BV).
 Banda vazia superior à BV: banda de condução (BC).
 Diferença entre o topo da BV e a base da BC: gap 𝐸𝑔 .
10
Semicondutores
 Potencial químico 𝜇(𝑇), ou nível de Fermi: próximo ao meio do gap,
varia pouco com 𝑇 (veremos depois).

𝜇(𝑇) regula o fluxo de
partículas (Termodinâmica).

𝒟 𝜖 = 0 no gap. Não é dada
1
2
apenas por 𝒟 𝜖 ∝ 𝜖 .
11
Semicondutores

Para 𝑇 = 0, 𝑓 𝜖 = 0 se 𝜖 > 𝜇(0).
Logo, 𝑓 𝜖 = 0 para 𝜖 > 𝐸𝑔 .

Não há elétrons de condução.

Para 𝑇 > 0, 𝑓(𝜖) permite alguns
elétrons na BC.
Estimativa (𝑇 = 300 K, quadro):
Δ𝑁/𝑁 ∼ 10−52 , 𝐸𝑔 = 6 eV. Δ𝑁/𝑁 ∼
10−9 , 𝐸𝑔 = 1 eV.


12
Semicondutores
 Note que, quando 𝑇 cresce, o número de elétrons excitados
termicamente cresce, e a condutividade aumenta.
 Esse comportamento é oposto ao exibido por metais, onde 𝜚 cresce
com 𝑇 (e a condutividade decresce). Em metais,
𝜎met
𝑒2 𝑁
=
𝜏
𝑚 𝑉 𝑒𝑙
 e 𝜏𝑒𝑙 diminui com 𝑇, pois há mais colisões.
 Semicondutores têm coeficientes de temperatura para a resistividade
negativos ⇒ propriedade que os fez se destacarem no séc. XIX.
13
Semicondutores
 A excitação térmica pode fazer com que elétrons passem da BV para a
BC. Essa é a origem da condutividade intrínseca do semicondutor.
 Semicondutor intrínseco: condutividade é dominada por efeitos
térmicos.
14
Semicondutores
 Ao excitar um elétron da BV para a BC, a BV fica com a ausência de
um elétron.
 A BV estava totalmente preenchida. Assim, o momento total dela era
nulo. Não há movimento ordenado de cargas ao aplicar um campo
elétrico fraco (𝐸campo ≪ 𝑘𝐵 𝑇).
 Com um elétron a menos, o momento total deixa de ser nulo, e tornase possível alterar estados eletrônicos na BV.
15
Semicondutores
 A ausência de um elétron se comporta como uma carga positiva,
chamada “buraco”.
 O buraco tem carga oposta à do elétron.
 Elétrons no topo da BV têm massas efetivas negativas, pois a BV é
côncava para baixo.
 Ausência dos elétrons (buracos) têm massas efetivas positivas.
16
Semicondutores
 Ao aplicar um campo elétrico sobre os buracos, eles se comportam de
maneira “normal” ⇒ movem-se no mesmo sentido que o campo.
 Há outros modos de alterar a condutividade, além do térmico.
 Incidindo radiação com energia da ordem do gap ou maior, os elétrons
da BV podem ser fotoexcitados ⇒ fotocondutividade.
 Semicondutores podem ser usados como fotodetectores.
17
Semicondutores
 Há outro modo de alterar a condutividade ⇒ impurezas.
 Suponha que uma pequena quantidade de arsênio (As) seja
introduzida na rede de germânio (Ge).
18
Semicondutores
 Ge: tetravalente, As: pentavalente.
 Ao trocar Ge ⇒ As, o As faz 4 ligações com o Ge, e um elétron fica
“flutuando” em torno do As.
 O As se comporta como um núcleo com uma carga positiva +𝑒,
envolto por um elétron “orbitando” esse núcleo ⇒ átomo de
hidrogênio, com níveis discretos dentro do gap.
 Há algumas diferenças.
19
Semicondutores
 O meio blinda a força elétrica ⇒ permissividade elétrica 𝜖, e não 𝜖0 .
Permissividade elétrica relativa 𝜖𝑟 .
 A massa do elétron é substituída pela massa efetiva 𝑚∗ .
1
𝐸𝑛𝑑 = −
4𝜋𝜖
2
𝑚∗ 𝑒 4
𝑚∗ 𝐻
=
𝐸
2ℏ2 𝑛2 𝑚𝜖𝑟2 𝑛
 Estimativa: 𝐸1𝑑 ∼ 0,01 eV, para 𝑚∗ = 0,2𝑚, 𝜖𝑟 = 16.
20
Semicondutores
 O pequeno valor da energia dos níveis doadores faz com que seja fácil
excitar termicamente os portadores para a BC.
 Os níveis doadores ficam logo abaixo da BC, no nível 𝐸𝑑 , abaixo de
𝐸𝑐 . As é uma impureza doadora.
21
Semicondutores
 Considere a substituição de um Ge por um gálio (Ga).
 Ga: trivalente.
 A ideia é similar, mas agora temos falta de um elétron, e não excesso.
 Há um núcleo de carga −𝑒 e um buraco orbitando esse núcleo.
 A situação é simétrica, mas os níveis são próximos à BV.
22
Semicondutores
 Os níveis são níveis de buracos. Assim, elétrons podem passar da BV
para estes níveis aceitadores (de elétrons) por excitação térmica.
 Surge um nível aceitador 𝐸𝑎 logo acima de 𝐸𝑣 da BV.
23
Semicondutores
 Quando elétrons passam da BV para um nível aceitador 𝐸𝑎 , geram
buracos na BV, que podem conduzir.
 Ga: impureza aceitadora.
 Semicondutor tipo 𝑛 (negativo): níveis doadores.
 Semicondutor tipo 𝑝 (positivo): níveis aceitadores.
24
Semicondutores
 Representação gráfica:
 Semicondutor extrínseco: semicondutor dopado.
25
Semicondutores
 Num semicondutor intrínseco (não dopado), o número de estados vazios
na BV é igual ao número de elétrons na BC.
 𝜇 (nível de Fermi) fica próximo ao centro do gap.
 Bandas simétricas:
𝜇 𝑇 = 0 = 𝐸𝑣 +
𝐸𝑔
2
26
Semicondutores
 Semicondutor extrínseco: situação mais complicada.
 Semicondutor tipo 𝑛: em 𝑇 = 0, 𝜇 fica entre 𝐸𝑑 e 𝐸𝑐 . Quando 𝑇
cresce, elétrons passam de 𝐸𝑑 para 𝐸𝑐 , e 𝜇 cai.
 Quando metade dos elétrons passa de 𝐸𝑑 para 𝐸𝑐 , 𝜇 = 𝐸𝑑 .
 Aumentando 𝑇, elétrons da BV passam para a BC, e 𝜇 cai ainda mais,
indo em direção a 𝐸𝑣 + 𝐸𝑔 /2.
27
Semicondutores
 Semicondutor tipo 𝑝: em 𝑇 = 0, 𝜇 fica entre 𝐸𝑣 e 𝐸𝑎 . Quando 𝑇
cresce, buracos passam de 𝐸𝑑 para 𝐸𝑣 , e 𝜇 cresce, indo em direção a
𝐸𝑣 + 𝐸𝑔 /2, de forma similar ao que ocorre no tipo 𝑛.
28
Semicondutores
 O próprio gap varia com 𝑇:
 As dimensões da rede se alteram, e, com isso, as bandas e os intervalos entre
elas também mudam.
 A distribuição de fônons varia com 𝑇, e isso influi nas bandas.
29
Semicondutores
 Há dois tipos de gaps:
 Gap direto: mínimo da BC e máximo da BV ocorrem para o mesmo valor de
𝑘. Assim, eles estão verticalmente alinhados num gráfico ℰ × 𝑘.

Note que o momento transferido
pelo fóton é muito pequeno quando
comparado com o do elétron.

Os vetores 𝑘 para o elétron antes e
depois da transição são iguais.
30
Semicondutores
 Gap indireto: mínimo da BC e máximo da BV ocorrem para valores diferentes
de 𝑘.
 Para haver conservação de momento, um fônon deve participar da transição.
 O fônon pode ser absorvido + ou criado − .
𝐸𝑔 = ℏ𝜔 ± ℏΩ
𝑘𝑐 = 𝑘𝑖 + 𝑞
31
Semicondutores
 Os níveis de energia importantes em transições eletrônicas são os que
ficam próximos ao topo da BV e na base da BC.
 De forma genérica, estas bandas pode ser escritas como
ℏ2
ℰ 𝑘 = ℰ𝑐 +
2
ℏ2
ℰ 𝑘 = ℰ𝑣 −
2
𝑘𝜇 𝑀−1 𝑘𝜈
,
elétrons
𝑘𝜇 𝑀−1 𝑘𝜈
,
buracos
𝜇𝜈
𝜇𝜈
32
Semicondutores
 ℰ𝑐 : base da BC, ℰ𝑣 : topo da BV.
 𝑀: tensor de massa efetiva. Na forma diagonal, temos
ℰ 𝑘 = ℰ𝑐 + ℏ2
𝑘12
𝑘22
𝑘32
+
+
2𝑚1 2𝑚2 2𝑚3
,
elétrons
ℏ2
𝑘12
𝑘22
𝑘32
+
+
2𝑚1 2𝑚2 2𝑚3
,
buracos
ℰ 𝑘 = ℰ𝑐 −
 As bandas são elipsoides de energia constante (em 𝑘).
33
Semicondutores
 Si: 6 bandas de condução em ⟨1 0 0⟩.
 Bandas de valência degeneradas em 𝑘 = 0.
34
Semicondutores
 Ge
35
Propriedades dos Buracos
 Buracos: carga oposta à do elétron.
 Vetor de onda do elétron: 𝑘𝑒 . Vetor de onda do buraco (hole):
𝑘ℎ = −𝑘𝑒
 Nível de energia zero no topo da BV. Elétrons nela têm energias
negativas. Assim, a energia do buraco é
𝜖ℎ 𝑘ℎ = −𝜖𝑒 𝑘𝑒
36
Propriedades dos Buracos
 Velocidade do buraco:
𝑣ℎ = 𝑣𝑒 ⇒ 𝛻ℎ 𝜖ℎ 𝑘ℎ = 𝛻𝑒 𝜖𝑒 𝑘𝑒
 Massa efetiva:
𝑚ℎ∗ = −𝑚𝑒∗
 Equação de movimento sob campo eletromagnético:
ℏ
𝑑𝑘ℎ
= 𝑒 𝐸 + 𝑣ℎ × ℬ
𝑑𝑡
37
Propriedades dos Buracos
 Densidade de corrente:
 elétrons na BC: 𝐽𝑒
 buracos na BV: 𝐽ℎ
 as duas orientam-se no mesmo sentido
 Notar que
𝐽 = 𝜎𝐸
𝐽 = 𝜚𝑣
𝜚=
𝑁
𝑄 = 𝑛𝑄
𝑉
𝑄 = ±𝑒
 É importante poder determinar 𝑛 ⇒ efeito Hall.
38
Efeito Hall
 Na presença de um campo magnético, temos
𝐽 =𝜎 ℬ ⋅𝐸
 ou, reescrevendo,
𝐸 =𝑟 ℬ ⋅𝐽
 𝑟: tensor resistividade elétrica
𝑟𝑖𝑗 = 𝜎 −1
𝑖𝑗
39
Efeito Hall
 Para determinar 𝑟𝑖𝑗 , usa-se a configuração abaixo, chamada
configuração padrão.
40
Efeito Hall
 Na situação estacionária 𝐽𝑦 = 0. Assim,
𝑟𝑥𝑥
𝐸𝑥
=
𝑟𝑦𝑥
𝐸𝑦
𝑟𝑥𝑦
𝑟𝑦𝑦
𝐽𝑥
0
 Desenvolvendo,
𝐸𝑥 = 𝑟𝑥𝑥 ℬ 𝐽𝑥 ,
𝐸𝑦 = 𝑟𝑦𝑥 ℬ 𝐽𝑥
 Magnetoresistividade longitudinal:
𝑟𝑥𝑥 ℬ =
𝐸𝑥
𝐽𝑥
41
Efeito Hall
 Magnetoresistividade transversal (resistividade Hall):
𝑟𝑦𝑥
𝐸𝑦
ℬ =
𝐽𝑥
 Coeficiente Hall:
𝑟𝑦𝑥
𝐸𝑦
𝑅𝐻 =
=
ℬ
𝐽𝑥 ℬ
 Tensão Hall:
𝑉𝐻 = 𝑌𝐸𝑦
42
Efeito Hall
 Modelo 1:
 um tipo de portador (elétrons), banda isotrópica, densidade numérica 𝑛 e
massa efetiva 𝑚∗ .
 meio dissipativo: modelado por um tempo de relaxação 𝜏.
 Equação de movimento:
∗
𝑑
𝑣
𝑚
𝑚∗
= −𝑒𝐸 − 𝑒𝑣 × ℬ −
𝑣
𝑑𝑡
𝜏
43
Efeito Hall
 Situação estacionária:
𝑑𝑣
𝑑𝑡
=0
𝑣=−
𝑒𝜏
𝑒𝜏
𝐸
−
𝑣×ℬ
𝑚∗
𝑚∗
 Frequência cíclotron:
𝜔𝑐 =
𝑒ℬ
𝑚∗
44
Efeito Hall
 Desenvolvendo, chega-se a (quadro):
𝑛𝑒 2 𝜏 𝐸𝑥 − 𝜔𝑐 𝜏𝐸𝑦
𝐽𝑥 =
𝑚∗ 1 + 𝜔𝑐2 𝜏 2
𝑛𝑒 2 𝜏 𝜔𝑐 𝜏𝐸𝑥 + 𝐸𝑦
𝐽𝑦 =
𝑚∗ 1 + 𝜔𝑐2 𝜏 2
 Então:
𝑚∗
1
𝑟 ℬ = 2
𝑛𝑒 𝜏 −𝜔𝑐 𝜏
𝜔𝑐 𝜏
1
45
Efeito Hall
 Magnetoresistividade longitudinal:
𝑟𝑥𝑥
𝑚∗
= 2
𝑛𝑒 𝜏
 Magnetoresistividade transversal:
𝑟𝑦𝑥 = −
ℬ
𝑛𝑒
𝑅𝐻 = −
1
𝑛𝑒
 Coeficiente Hall:
46
Efeito Hall
 Modelo 2: dois portadores:
 elétrons: massa efetiva 𝑚1 = 𝑚1∗ , densidade numérica 𝑛, tempo de relaxação
𝜏1 , frequência cíclotron 𝜔1 .
 buracos: massa efetiva 𝑚2 = 𝑚2∗ , densidade numérica 𝑝, tempo de relaxação
𝜏2 , frequência cíclotron 𝜔2 .
47
Efeito Hall
 Magnetocondutividade: soma das duas contribuições:
𝜎 ℬ =
𝐴1
𝐶1
−𝐶1
𝐴
+ 2
𝐴1
𝐶2
−𝐶2
𝐴 + 𝐴2
= 1
𝐴2
𝐶1 + 𝐶2
−𝐶1 − 𝐶2
𝐴1 + 𝐴2
 onde:
𝐴𝑖 =
𝜎𝑖
1 + 𝜔𝑖2 𝜏𝑖2
𝑛𝑖 𝑒 2 𝜏𝑖
𝜎𝑖 =
𝑚𝑖
𝐶𝑖 =
𝜎𝑖 𝜔𝑖 𝜏𝑖
1 + 𝜔𝑖2 𝜏𝑖2
𝑒ℬ
𝜔𝑖 =
𝑚𝑖
48
Efeito Hall
 Magnetoresistividade longitudinal:
𝑟𝑥𝑥
𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎1 𝜔22 𝜏22 + 𝜎2 𝜔12 𝜏12
ℬ =
𝜎1 + 𝜎2 2 + 𝜎1 𝜔2 𝜏2 − 𝜎2 𝜔1 𝜏1
2
 Se ℬ = 0, 𝜔1 = 𝜔2 = 0, e
𝑟𝑥𝑥 ℬ = 0 =
1
𝜎1 + 𝜎2
 Note que 𝑟𝑥𝑥 ℬ > 𝑟𝑥𝑥 (0) para qualquer ℬ ≠ 0.
49
Efeito Hall
 Se ocorrer
 temos
𝜎1 𝜔2 𝜏2 = 𝜎2 𝜔1 𝜏1
𝑛=𝑝
 Nesse caso, 𝑟𝑥𝑥 → ∞ se ℬ → ∞. Se 𝑛 ≠ 𝑝, 𝑟𝑥𝑥 satura quando ℬ → ∞.
50
Efeito Hall
 Para a magnetoresistividade transversal, temos
𝑟𝑦𝑥
𝜎2 𝜔2 𝜏2 1 + 𝜔12 𝜏12 − 𝜎1 𝜔1 𝜏1 1 + 𝜔22 𝜏22
=
𝜎1 + 𝜎2 2 + 𝜎1 𝜔2 𝜏2 − 𝜎2 𝜔1 𝜏1 2
 Quando ℬ → ∞, temos (verificar)
𝑟𝑦𝑥 =
 e o coeficiente Hall fica
ℬ
𝑝−𝑛 𝑒
1
𝑅𝐻 =
𝑝−𝑛 𝑒
51
Efeito Hall Quântico
 Em condutores bidimensionais, em baixas temperaturas e campos
magnéticos intensos, ocorre o efeito Hall quântico.
 Curva da resistividade Hall (𝑟𝑦𝑥 ) em função de ℬ exibe platôs que são
múltiplos de
ℎ
= 25812,806 Ω
𝑒2
 Correspondentemente, 𝑟𝑥𝑥 = 0 nesses platôs.
52
Efeito Hall Quântico
 Os valores de 𝑟𝑦𝑥 são dados por
𝑟𝑦𝑥 =
ℎ 1
𝑒2 ℓ
 ℓ ∈ ℤ: efeito Hall quântico usual.
𝑃
 ℓ = , onde 𝑃, 𝑄 ∈ ℤ, 𝑄 ímpar:
𝑄
efeito Hall quântico fracionário.
53
Portadores em função de 𝑻
 Queremos o número de portadores por volume em função de 𝑇.
Impurezas influenciam nos valores, mas é possível obter resultados
gerais, que não dependem disso.
 Na BC, temos 𝑛𝑐 elétrons por volume e densidade de estados por
𝒟
volume 𝑔𝑐 𝜖 = 𝑐. Então,
𝑉
∞
𝑛𝑐 𝑇 =
𝑔𝑐 𝜖
𝜖𝑐
1
𝑒𝛽(𝜖−𝜇) + 1
𝑑𝜖
54
Portadores em função de 𝑻
 Na BV, temos 𝑝𝑣 buracos por volume e densidade de estados por
𝒟
volume 𝑔𝑣 𝜖 = 𝑣. Então,
𝑉
𝜖𝑣
𝑝𝑣 𝑇 =
𝑔𝑣 𝜖
−∞
1
𝑒𝛽(𝜇−𝜖) + 1
𝑑𝜖
 𝜇 é influenciado pelas impurezas. Para conhecer 𝜇, é preciso ter
informações sobre elas.
55
Portadores em função de 𝑻
 Se ocorrer
𝜖𝑐 − 𝜇 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
𝜇 − 𝜖𝑣 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
 é possível obter resultados importantes sem conhecer 𝜇 precisamente.
 Se essa condição é válida, temos um semicondutor não degenerado.
Se não é valida, então o semicondutor é degenerado, e não é possível
usar os resultados abaixo.
56
Portadores em função de 𝑻
 Considerando a condição de não degenerescência, temos (quadro):
∞
𝑛𝑐 𝑇 = 𝑒 −𝛽(𝜖𝑐 −𝜇)
𝑔𝑐 𝜖 𝑒 −𝛽(𝜖−𝜖𝑐 ) 𝑑𝜖
𝜖𝑐
 Definimos
∞
𝑔𝑐 𝜖 𝑒 −𝛽(𝜖−𝜖𝑐 ) 𝑑𝜖
𝑁𝑐 𝑇 =
𝜖𝑐
57
Portadores em função de 𝑻
 Então:
𝑛𝑐 𝑇 = 𝑒 −𝛽
𝜖𝑐 −𝜇
𝑁𝑐 𝑇
 De forma similar, temos
𝜖𝑣
𝑃𝑣 𝑇 =
𝑔𝑣 𝜖 𝑒 −𝛽(𝜖𝑣 −𝜖) 𝑑𝜖
−∞
e
𝑝𝑣 𝑇 = 𝑒 −𝛽
𝜇−𝜖𝑣
𝑃𝑣 𝑇
58
Portadores em função de 𝑻
 As energias envolvidas para os elétrons e buracos são da ordem de
𝑘𝐵 𝑇. Com isso, é possível escrever
1
𝑔𝑖 𝜖 = 2
2𝜋
2𝑚𝑖
ℏ2
3/2
𝜖 − 𝜖𝑖
 e, considerando as bandas com forma parabólica em torno da base da
BC e do topo da BV, temos, para a BC,
ℏ2 𝑘 2
𝜖𝑘 = 𝜖𝑐 +
2𝑚𝑐
59
Portadores em função de 𝑻
 Com isso, achamos (quadro)
1 2𝑚𝑐
𝑁𝑐 𝑇 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
1 2𝑚𝑣
𝑃𝑣 𝑇 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
e
60
Portadores em função de 𝑻
 Então, obtemos
1 2𝑚𝑐
𝑛𝑐 𝑇 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
1 2𝑚𝑣
𝑝𝑣 𝑇 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
𝑒 −𝛽(𝜖𝑐 −𝜇)
e
𝑒 −𝛽(𝜇−𝜖𝑣 )
61
Portadores em função de 𝑻
 A partir disso, obtemos
𝑛𝑐 𝑇 𝑝𝑣 𝑇 = 𝑁𝑐 𝑇 𝑃𝑣 𝑇 𝑒 −𝛽𝐸𝑔
 que é a lei de ação de massas.
 Para semicondutor intrínseco,
𝑛𝑐 𝑇 = 𝑝𝑣 𝑇 = 𝑛𝑖 𝑇
62
Portadores em função de 𝑻
 Então,
1
2
𝑛𝑖 𝑇 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
𝑚𝑐 𝑚𝑣
3/4 −𝛽𝐸𝑔 /2
𝑒
 Além disso, achamos também (quadro)
𝜇 𝑇 = 𝜖𝑣 +
𝐸𝑔 3
𝑚𝑣
+ 𝑘𝐵 𝑇 ln
2 4
𝑚𝑐
63
Portadores em função de 𝑻
 Ex.:
64
Portadores em função de 𝑻
 Semicondutor extrínseco:
𝑛𝑐 − 𝑝𝑣 = Δ𝑛 (≠ 0)
 Lei de ação de massas é válida, e escrevemos
𝑛𝑐 𝑇 𝑝𝑣 𝑇 = 𝑛𝑖2
 Desenvolvendo, chegamos a (quadro)
𝑛𝑐
=
𝑝𝑣
Δ𝑛
2
2
+ 4𝑛𝑖2
±
Δ𝑛
2
65
Portadores em função de 𝑻
 Obtemos, também,
Δ𝑛
= 2 sinh 𝛽 𝜇 − 𝜇𝑖
𝑛𝑖
 que indica qual a importância das impurezas para o número de
portadores.
 Note que
𝜖𝑐 − 𝜇𝑖 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
𝜇𝑖 − 𝜖𝑣 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
 Δ𝑛/𝑛𝑖 só é apreciável quando 𝜇 não é comparável a 𝜇𝑖 .
66
Portadores em função de 𝑻
 Semicondutor não degenerado: 𝜇 ∼ 𝑂(𝜇𝑖 ) e
impurezas não são importantes.
Δ𝑛
𝑛𝑖
≪ 1 ⇒ níveis de
 Nesse caso,
𝑛𝑐
Δ𝑛
𝑛𝑖2
Δ𝑛
=
+
±
𝑝𝑣
2
Δ𝑛 2
2
 A concentração do portador majoritário é
outro portador.
Δ𝑛 2
𝑛𝑖
vezes maior que a do
67
Portadores em função de 𝑻
 Se Δ𝑛 > 0, 𝑛𝑐 ≫ 𝑝𝑣 , e temos um semicondutor tipo 𝑛 (excesso de
elétrons).
 Se Δ𝑛 < 0, 𝑝𝑣 ≫ 𝑛𝑐 , e o semicondutor é tipo 𝑝 (excesso de buracos).
68
Portadores em função de 𝑻
 Vamos agora estimar a influência de 𝑇 nos níveis das impurezas.
 Os níveis das impurezas doadoras ficam em 𝜖𝑑 , logo abaixo de 𝜖𝑐 . Os
níveis aceitadores ficam em 𝜖𝑎 , logo acima de 𝜖𝑣 .
 Há 𝑁𝑑 impurezas doadoras por volume, e 𝑁𝑎 impurezas aceitadoras
por volume.
 Portadores em níveis de impurezas não interagem (hipótese).
69
Portadores em função de 𝑻
 Cada nível doador pode estar vazio, ter um elétron ou dois elétrons.
Essa última configuração tem energia muito alta, e é pouco provável.
 Número médio de ocupação de um nível qualquer (Termodinâmica:
grande-canônico)
𝑛 =
𝑁𝑗 𝑒 −𝛽(𝐸𝑗 −𝜇𝑁𝑗)
𝑒 −𝛽(𝐸𝑗 −𝜇𝑁𝑗)
70
Portadores em função de 𝑻
 Para um dado nível doador, temos 𝑁𝑗 = 0 ou 𝑁𝑗 = 1 (↑ ou ↓).
𝑛 =
1
1
1 + 2 𝑒𝛽(𝜖𝑑 −𝜇)
 Assim, o número médio de elétrons nos níveis doadores é
𝑛𝑑 =
𝑁𝑑
1
1 + 2 𝑒𝛽(𝜖𝑑 −𝜇)
71
Portadores em função de 𝑻
 Para os níveis aceitadores, a ideia é similar, trocando-se elétrons por
buracos. Assim,
𝑝𝑎 =
𝑁𝑎
1
1 + 2 𝑒𝛽(𝜇−𝜖𝑎)
 Queremos generalizar a condição 𝑛𝑐 = 𝑝𝑣 válida para equilíbrio
térmico em semicondutores intrínsecos.
72
Portadores em função de 𝑻
 Conservação de carga:
𝑛𝑐 + 𝑛𝑑 − 𝑝𝑣 + 𝑝𝑎 = 𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
 Condição para semicondutor não degenerado:
𝜖𝑑 − 𝜇 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
𝜇 − 𝜖𝑎 ≫ 𝑘𝐵 𝑇
73
Portadores em função de 𝑻
 Se esta condição é verificada, ocorre
𝑛𝑑 ≪ 𝑁𝑑 ,
𝑝𝑎 ≪ 𝑁𝑎
 Assim, praticamente todos os níveis de impurezas estão ionizados
(vazios – doadores, com elétrons – aceitadores).
 Conservação de carga fica
𝑛𝑐 + 𝑛𝑑 = 𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 = Δ𝑛
74
Portadores em função de 𝑻
 Então,
𝑛𝑐
1
=
𝑝𝑣
2
𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
2
1/2
+ 4𝑛𝑖2
1
± (𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 )
2
e
𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
= 2 sinh 𝛽 𝜇 − 𝜇𝑖
𝑛𝑖
75
Portadores em função de 𝑻
 Regime intrínseco: 𝑛𝑖 ≫ |𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 |:
𝑛𝑐
1
= 𝑛𝑖 ± (𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 )
𝑝𝑣
2
 Regime extrínseco: 𝑛𝑖 ≪ |𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 |:
𝑛𝑐
1
𝑛𝑖2
= 𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 +
𝑝𝑣
2
𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
2
1
𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 ± 𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
2
76
Portadores em função de 𝑻
 Se 𝑁𝑑 > 𝑁𝑎 :
𝑛𝑐 = 𝑁𝑑 − 𝑁𝑎 ,
𝑛𝑖2
𝑝𝑣 =
𝑁𝑑 − 𝑁𝑎
𝑛𝑖2
𝑛𝑐 =
,
𝑁𝑎 − 𝑁𝑑
𝑝𝑣 = 𝑁𝑎 − 𝑁𝑑
 Se 𝑁𝑑 < 𝑁𝑎 :
77
Portadores em função de 𝑻
 Em baixas temperaturas, ou para altas concentrações de impurezas,
𝑛
𝑝
uma das frações 𝑑 ou 𝑎 (não ambas) pode deixar de ser desprezível
𝑁𝑑
𝑁𝑎
⇒ nível não está totalmente ionizado.
 A densidade de portadores dominante diminui com 𝑇.
78
Portadores em função de 𝑻
 Outro efeito em 𝑇 baixa é a possibilidade de ocorrer tunelamento
entre os níveis de impurezas, por causa da superposição das funções
de onda ⇒ hopping.
79
Portadores em função de 𝑻
Ge dopado com Sb
80
Junção 𝒑𝒏
 Vamos agora investigar um dispositivo formado por semicondutores:
junção pn.
81
Junção 𝒑𝒏
 Hipóteses:
1. Semicondutor tipo n: apenas níveis doadores, tipo p: apenas níveis
aceitadores.
2. 1D (direção x).
3. Junção ocorre em 𝑥 = 0. Região de depleção: −𝑑𝑝 < 𝑥 < 𝑑𝑛 .
4. Impurezas tipo n: densidade 𝑁𝑎 (𝑥). Tipo p: densidade 𝑁𝑑 (𝑥).
5. Densidades dadas por
𝑁𝑑 𝑥 =
𝑁𝑑 ,
0,
𝑥>0
𝑥<0
𝑁𝑎 𝑥 =
0,
𝑁𝑎 ,
𝑥>0
𝑥<0
6. Impurezas ionizadas ⇒ saturação longe da junção.
82
Junção 𝒑𝒏
 Considere os semicondutores separados:
 Tipo 𝑛: 𝜇 entre 𝐸𝑐 e 𝐸𝑑 .
 Tipo 𝑝: 𝜇 entre 𝐸𝑣 e 𝐸𝑎 .
 Diferença: 𝑒Δ𝜙.
83
Junção 𝒑𝒏
 Colocando os semicondutores em contato:
84
Junção 𝒑𝒏
 A diferença no potencial químico gera fluxo de elétrons do lado 𝑛
para o 𝑝.



O lado 𝑝 fica negativo
na região da junção. O
lado 𝑛 fica positivo.
Surge campo elétrico na
junção.
BV e BC na região 𝑝 são
mais altos que na região
𝑛. Diferença: 𝑒Δ𝜙.
85
Junção 𝒑𝒏
 O campo elétrico orienta-se de 𝑛 → 𝑝. O potencial elétrico
correspondente aumenta de 𝑝 → 𝑛.
 Eles aparecem numa região chamada de região de depleção. Fora dela
o potencial é constante e o campo é nulo.
 Em geral, há circulação de cargas nos dois sentidos.
86
Junção 𝒑𝒏
 Num dado instante, algum elétron da BV na região 𝑝 é excitado
termicamente à BC da região 𝑝.
 Posteriormente, ele pode seguir para a BC da região 𝑛. Isso dá origem
à corrente térmica.
 Noutro instante, algum elétron num nível da BC do lado 𝑛 abaixo da
BC do lado 𝑝, pode sofrer flutuação em energia e atingir energia
compatível com a BC-𝑝, passando para ela. Essa é a corrente de
recombinação.
87
Junção 𝒑𝒏
 No equilíbrio térmico, sem
potencial externo, a corrente
total é nula.
 A aplicação de uma tensão
externa modifica o
comportamento da corrente de
recombinação, sem alterar a
corrente térmica.
88
Junção 𝒑𝒏
 O potencial elétrico altera o hamiltoniano do sistema da seguinte
forma:
ℋ𝑛 = ℰ𝑛 𝑘 − 𝑒𝜙 𝑥
 Com isso, temos
𝑛𝑐 𝑥 = 𝑁𝑐 𝑇 𝑒 −𝛽(𝜖𝑐 −𝑒𝜙
𝑥 −𝜇)
e
𝑝𝑣 𝑥 = 𝑃𝑣 𝑇 𝑒 −𝛽 𝜇−𝜖𝑣 +𝑒𝜙
𝑥
89
Junção 𝒑𝒏
 Saturação (longe da junção):
𝑁𝑑 = 𝑛𝑐 ∞ = 𝑁𝑐 𝑇 𝑒 −𝛽(𝜖𝑐 −𝑒𝜙
∞ −𝜇)
𝑁𝑎 = 𝑝𝑣 −∞ = 𝑃𝑣 𝑇 𝑒 −𝛽 𝜇−𝜖𝑣 +𝑒𝜙
−∞
 Graficamente
90
Junção 𝒑𝒏
 Definindo:
Δ𝜙 = 𝜙 ∞ − 𝜙(−∞)
 temos a condição (quadro)
𝑁𝑎 𝑁𝑑
𝑒Δ𝜙 = 𝐸𝑔 + 𝑘𝐵 𝑇 ln
𝑁𝑐 𝑃𝑣
 que é uma condição de contorno para o problema.
91
Junção 𝒑𝒏
 Para achar 𝜙 𝑥 , é preciso trabalhar com a equação de Poisson (em
1D):
𝑑2𝜙
𝜚 𝑥
𝛻 𝜙=
=−
𝑑𝑥 2
𝜖
2
 Na saturação:
𝜚 𝑥 = −𝑒[𝑛𝑐 𝑥 − 𝑝𝑣 𝑥 + 𝑁𝑎 𝑥 − 𝑁𝑑 (𝑥)
 Em princípio, combinar estas equações resulta numa equação
diferencial solúvel numericamente.
92
Junção 𝒑𝒏
 Estimativa mais útil (quadro): potencial só varia na região de
depleção: −𝑑𝑝 ≤ 𝑥 ≤ 𝑑𝑛 . A densidade fica
𝜚 𝑥 =
0,
−𝑒𝑁𝑎 ,
𝑒𝑁𝑑 ,
0,
𝑥<−𝑑𝑝
−𝑑𝑝 <𝑥<0
0<𝑥<𝑑𝑛
𝑥>𝑑𝑛
 Para 𝑥 < −𝑑𝑝 e 𝑥 > 𝑑𝑛 , o campo é nulo, e o potencial é constante.
93
Junção 𝒑𝒏
 Após resolver a equação de Poisson, o potencial fica
𝜙 𝑥 = 𝜙 −∞ ,
𝜙 𝑥 = 𝜙 −∞ +
𝑒𝑁𝑎
𝑥 + 𝑑𝑝
2𝜖
𝑒𝑁𝑑
𝜙 𝑥 =𝜙 ∞ −
𝑥 − 𝑑𝑛
2𝜖
𝜙 𝑥 =𝜙 ∞ ,
𝑥 < −𝑑𝑝
2
2
,
,
−𝑑𝑝 < 𝑥 < 0
0 < 𝑥 < 𝑑𝑛
𝑥 > 𝑑𝑛
94
Junção 𝒑𝒏
 Graficamente:
95
Junção 𝒑𝒏
 A continuidade do campo e do potencial em 𝑥 = 0 fornece
𝑁𝑎 𝑑𝑝 = 𝑁𝑑 𝑑𝑛
e
Δ𝜙 =
𝑒
(𝑁𝑎 𝑑𝑝2 + 𝑁𝑑 𝑑𝑛2 )
2𝜖
 Com isso, é possível determinar a largura da região de depleção.
96
Junção 𝒑𝒏
 Para 𝑑𝑝 , temos
𝑁𝑑
1
2𝜖Δ𝜙
𝑑𝑝 =
𝑁𝑎 𝑁𝑑 + 𝑁𝑎 𝑒
1/2
 e, para 𝑑𝑛 , ficamos com
𝑁𝑎
1
2𝜖Δ𝜙
𝑑𝑛 =
𝑁𝑑 𝑁𝑑 + 𝑁𝑎 𝑒
1/2
97
Junção 𝒑𝒏
 Largura total:
𝑁𝑎 + 𝑁𝑑 2𝜖Δ𝜙
𝑤 = 𝑑𝑛 + 𝑑𝑝 =
𝑁𝑎 𝑁𝑑
𝑒
1/2
 Ex.: para Δ𝜙 ∼ 1 V, 𝜖 = 10−10 F/m e 𝑁𝑎 , 𝑁𝑑 na faixa 1014 a 1018
portadores/cm3, temos 𝑤 ∼ 102 − 104 Å e campos da ordem de
105 − 107 V/m.
98
Junção 𝒑𝒏
 Na junção pn usual, 𝑁𝑎 ∼ 𝑁𝑑 e ambos não são muito grandes.
 É interessante considerar o caso onde 𝑁𝑎 , 𝑁𝑑 ou ambos são grandes.
Temos as junções
 p+n:𝑁𝑎 ≫ 𝑁𝑑 .
 pn+: 𝑁𝑑 ≫ 𝑁𝑎 .
 p+n+: ambos são grandes.
99
Junção homopolar
 Podemos combinar portadores de mesmo tipo, formando junções
homopolares, onde apenas um tipo de portador é relevante.
 p+p: acúmulo de buracos no lado p.
 n+n: acúmulo de elétrons no lado n.
 Elas facilitam a condução, ao contrário da junção pn.
100
Junção sob Tensão Externa
 Vamos agora considerar o efeito da aplicação de uma tensão externa à
junção.
 Ocorre deslocamento do equilíbrio sob tensão externa.
 Recordando, na junção elétrons passam naturalmente do lado 𝑛 para o
𝑝.
 Considere uma fonte de tensão contínua, com terminais (+) e (-).
101
Junção sob Tensão Externa
 Ao conectar o terminal (+) no lado 𝑛 e o (-) no 𝑝, o campo elétrico na
região da junção fica mais intenso.
 A altura da barreira de potencial aumenta.
 O efeito é dificultar a passagem de elétrons no sentido 𝑛 → 𝑝.
 Com isso, a corrente de recombinação diminui.
102
Junção sob Tensão Externa
 A corrente térmica não é alterada, pois depende apenas de 𝑇.
 Assim, elétrons vão de 𝑝 → 𝑛, e corrente flui de 𝑛 → 𝑝.
 Essa é a corrente de polarização reversa, e é pequena.
103
Junção sob Tensão Externa
 Conectando o terminal (+) ao lado p e o (-) ao n, a situação se inverte.
 A altura de barreira diminui, o campo elétrico fica menos intenso, e a
corrente de recombinação cresce muito.
 Há corrente elétrica no sentido 𝑝 → 𝑛. Esta é a corrente de
polarização direta, que é 4-5 ordens de grandeza maior que a reversa
(tipicamente).
104
Junção sob Tensão Externa
 Vamos considerar que 𝑉 > 0 corresponde à polarização direta, e 𝑉 <
0 à reversa.
105
Junção sob Tensão Externa
 Diferença de potencial na junção sob tensão externa:
Δ𝜙 = Δ𝜙0 − 𝑉
 Δ𝜙0 : ddp para 𝑉 = 0 (situação de equilíbrio).
 A aplicação da tensão externa altera os limites da região de depleção:
𝑁𝑑
1
2𝜖 Δ𝜙0 − 𝑉
𝑑𝑝 =
𝑁𝑎 𝑁𝑑 + 𝑁𝑎
𝑒
1/2
𝑁𝑎
1
2𝜖 Δ𝜙0 − 𝑉
𝑑𝑛 =
𝑁𝑑 𝑁𝑑 + 𝑁𝑎
𝑒
1/2
106
Junção sob Tensão Externa
 Largura total:
𝑁𝑎 + 𝑁𝑑 2𝜖 Δ𝜙0 − 𝑉
𝑤 = 𝑑𝑛 + 𝑑𝑝 =
𝑁𝑎 𝑁𝑑
𝑒
1/2
 Interessa-nos investigar as correntes na região da junção pn.
 Convenção:
 𝑗: densidade de corrente elétrica.
 𝒥: densidade de corrente numérica.
107
Junção sob Tensão Externa
 Relação entre as densidades:
𝑗𝑒 = −𝑒𝒥𝑒 ,
𝑗ℎ = 𝑒𝒥ℎ
 Quando 𝑉 = 0, 𝒥𝑒 = 𝒥ℎ = 0 ⇒ compensação entre corrente térmica
e de recombinação.
 Para elétrons:
𝒥𝑒 = 𝒥𝑒term 𝑒 𝛽𝑒𝑉 − 1
 𝒥𝑒term : densidade numérica de corrente térmica em 𝑉 = 0.
108
Junção sob Tensão Externa
 Para buracos:
𝒥ℎ = 𝒥ℎterm 𝑒 𝛽𝑒𝑉 − 1
 𝒥𝑒term : densidade numérica de corrente térmica em 𝑉 = 0.
 Densidade resultante (vetorial):
𝑗 = 𝑒 𝒥ℎterm + 𝒥𝑒term 𝑒 𝛽𝑒𝑉 − 1
 Como determinar os coeficientes? Outra abordagem.
109
Junção sob Tensão Externa
 Correntes podem ser geradas por campos elétricos ou por gradientes
de concentração de portadores (correntes de difusão). Em 1D:
𝒥ℎ = 𝜇ℎ 𝑝𝑣 𝐸 − 𝐷𝑝
𝑑𝑝𝑣
𝑑𝑥
𝒥𝑒 = −𝜇𝑒 𝑛𝑐 𝐸 − 𝐷𝑛
𝑑𝑛𝑐
𝑑𝑥
 Estas equações combinam as relações
𝑗 = 𝜎𝐸
𝑗 = −𝐷𝛻ϱ
110
Junção sob Tensão Externa
 𝜇𝑒 e 𝜇ℎ : mobilidade de elétrons e buracos (𝜇𝑖 > 0).
 A mobilidade é dada por
 De
𝑗 = 𝜚𝑣
 sai
𝜎𝑒 = 𝑒𝑛𝜇𝑒
𝜎ℎ = 𝑒𝑝𝜇ℎ
𝜇=
𝑣
𝐸
𝜎 = 𝜎ℎ + 𝜎𝑒 = 𝑒(𝜇𝑒 𝑛 + 𝜇ℎ 𝑝)
111
Junção sob Tensão Externa
 𝐷𝑝 e 𝐷𝑛 : coeficientes de difusão para buracos e elétrons.
 São grandezas positivas, e relacionadas com 𝜇𝑖 pelas relações de
Einstein:
𝑒𝐷𝑛
𝜇𝑒 =
𝑘𝐵 𝑇
𝑒𝐷𝑝
𝜇ℎ =
𝑘𝐵 𝑇
112
Junção sob Tensão Externa
 A condutividade pode ser modelada por
𝑛𝑒 2 𝜏
𝜎=
𝑚
 Com isso, a mobilidade pode ser escrita como
𝑒𝜏𝑒col
𝜇𝑒 =
𝑚𝑒
𝑒𝜏ℎcol
𝜇ℎ =
𝑚ℎ
 𝜏𝑖col : tempo médio de colisões para o portador i.
 𝑚𝑖 : massa efetiva do portador i.
113
Junção sob Tensão Externa
 Equação de continuidade:
𝛻⋅𝑗+
𝜕𝜚
=0
𝜕𝑡
 Escrevendo em termos das densidades numéricas, temos
𝜕𝑛𝑒
𝜕𝒥𝑒
=−
𝜕𝑡
𝜕𝑥
𝜕𝑝𝑣
𝜕𝒥ℎ
=−
𝜕𝑡
𝜕𝑥
 Entretanto, estas equações não consideram a transferência de cargas
entre as bandas.
114
Junção sob Tensão Externa
 Levando em conta as transferências de cargas, obtemos
𝜕𝑛𝑒
𝑑𝑛𝑐
=
𝜕𝑡
𝑑𝑡
𝜕𝒥𝑒
−
𝜕𝑥
𝑔−𝑟
𝜕𝑝𝑣
𝑑𝑝𝑣
=
𝜕𝑡
𝑑𝑡
𝜕𝒥ℎ
−
𝜕𝑥
𝑔−𝑟
 Índice g-r: geração – recombinação. Modelo para essas taxas:
𝑑𝑛𝑐
𝑑𝑡
𝑔−𝑟
𝑛𝑐 − 𝑛𝑐0
=−
𝜏𝑛
𝑑𝑝𝑣
𝑑𝑡
𝑔−𝑟
𝑝𝑣 − 𝑝𝑣0
=−
𝜏𝑝
 𝑛𝑖0 : valores de equilíbrio.
 𝜏𝑖 : tempo médio de recombinação.
115
Junção sob Tensão Externa
 Note que, em geral, 𝜏𝑖 ≫ 𝜏𝑖col , pois as colisões são intrabandas e as
recombinações são interbandas.
 Tipicamente, 𝜏𝑖col ∼ 10−12 - 10−13 s, e 𝜏𝑖 ∼ 10−3 - 10−8 s.
 Com isso, temos
𝜕𝑛𝑒
𝑛𝑐 − 𝑛𝑐0 𝜕𝒥𝑒
=−
−
𝜕𝑡
𝜏𝑛
𝜕𝑥
𝜕𝑝𝑣
𝑝𝑣 − 𝑝𝑣0 𝜕𝒥ℎ
=−
−
𝜕𝑡
𝜏𝑝
𝜕𝑥
116
Junção sob Tensão Externa
 Situação estacionária para 𝑉 ≠ 0:
𝜕𝒥𝑒 𝑛𝑐 − 𝑛𝑐0
+
=0
𝜕𝑥
𝜏𝑛
𝜕𝒥ℎ 𝑝𝑣 − 𝑝𝑣0
+
=0
𝜕𝑥
𝜏𝑝
 Caso particular: ℰ pequeno e concentração de portadores majoritários
constante:
𝑑 2 𝑛𝑐 𝑛𝑐 − 𝑛𝑐0
𝐷𝑛
−
=0
𝑑𝑥 2
𝜏𝑛
𝑑 2 𝑝𝑣 𝑝𝑣 − 𝑝𝑣0
𝐷𝑝
−
=0
𝑑𝑥 2
𝜏𝑝
117
Junção sob Tensão Externa
 Comprimentos de difusão: distâncias características em que as
concentrações voltam aos valores de equilíbrio.
𝐿𝑛 =
𝐷𝑛 𝜏𝑛
𝐿𝑝 =
𝐷𝑝 𝜏𝑝
 Solução considerando que estamos do lado 𝑛 da junção:
𝑝𝑣 = 𝑝𝑣 ∞ + 𝑝𝑣 𝑥0 − 𝑝𝑣 ∞ 𝑒 −(𝑥−𝑥0)/𝐿𝑝
118
Junção sob Tensão Externa
 Estimativa para as densidades numéricas de corrente:
𝒥ℎ𝑡𝑒𝑟𝑚
𝑛𝑖2 𝐿𝑝
=
𝑁𝑑 𝜏𝑝
𝒥𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚
𝑛𝑖2 𝐿𝑛
=
𝑁𝑎 𝜏𝑛
 A densidade de corrente fica
𝑗 = 𝑒𝑛𝑖2
 Lembrar que
𝐷𝑝
𝐷𝑛
+
𝑁𝑎 𝐿𝑛 𝑁𝑑 𝐿𝑝
1 2𝑚𝑐
2
𝑛𝑖 =
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
𝑒 𝛽𝑒𝑉 − 1
1 2𝑚𝑣
4 𝜋𝛽ℏ2
3/2
𝑒 −𝛽𝐸𝑔
119
Junção sob Tensão Externa
 Corrente de saturação: 𝑉 → −∞:
𝑗=
−𝑒𝑛𝑖2
𝐷𝑝
𝐷𝑛
+
𝑁𝑎 𝐿𝑛 𝑁𝑑 𝐿𝑝
120
Junção sob Tensão Externa
 Se 𝑉 > 0 → polarização direta: corrente apreciável.
 Se 𝑉 < 0 → polarização reversa: corrente baixa.
retificador
121
Transistor
 𝑝+ : altamente dopada: emissor.
 𝑛: fracamente dopada e fina: base.
 𝑝: moderadamente dopada: coletor


𝑉𝐸 > 0:
polarização
direta emissorbase.
𝑉𝐶 ≪ 0:
polarização
reversa basecoletor.
122
Transistor
 Praticamente toda a corrente que entra no emissor segue para o
coletor: 𝐼𝐶 ∼ 𝐼𝐸 .
 Como 𝑉𝐶 ≫ 𝑉𝐸 , temos um amplificador de potência.
123
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