Síndrome do Impacto do Ombro

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Síndrome do Impacto do Ombro
Descrição
A síndrome do impacto é uma das causas mais comuns de dores no ombro em adultos.
Resulta de uma pressão na musculatura do ombro (manguito rotador) exercida por parte
da escápula quando o braço é elevado.
O manguito rotador é formado por quatro músculos – o supraespinhoso, o
infraespinhoso, o subescapular e o redondo menor. Estes músculos cobrem a cabeça
do úmero, trabalhando em conjunto para elevar e girar o braço.
O acrômio é a borda frontal da escápula, posicionado acima e na frente da cabeça do
úmero. Quando o braço é elevado, ocorre um impacto entre o acrômio e os tendões do
manguito rotador. Isto pode causar dor e limitação de movimentos.
A dor pode ser por uma inflamação da bursa (bursite) que cobre o manguito rotador ou
uma tendinite do próprio manguito. Algumas vezes, uma ruptura parcial do manguito
pode ser a causa da dor.
Fatores de risco / prevenção
A síndrome do impacto é comum tanto em atletas jovens como em pessoas da meia
idade. Atletas jovens do tênis, da natação e basquetebol são particularmente
vulneráveis. Também aqueles que utilizam as mãos acima da cabeça e em atividades
repetitivas. A dor também pode ser resultado de um pequeno trauma ou até mesmo sem
causa aparente.
Sintomas
Os sintomas iniciais podem ser leves. Normalmente os pacientes não procuram
tratamento nas fases iniciais.
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Deve-se estar atento a dores leves que estão presentes tanto na atividade quanto
no repouso.
Pode haver dor que vai da parte frontal até a lateral do braço.
Pode haver dor súbita ao levantar o braço.
Atletas do tênis podem sentir dor no saque ou nos golpes altos.
A síndrome do impacto normalmente causa dor e inchaço na parte frontal do ombro.
Pode haver dor e rigidez na elevação do braço. Também pode haver dor ao se abaixar o
braço após este estar elevado.
Quando há progressão do quadro, pode ocorrer dor à noite. Ocorre perda de força e de
movimentos. Dificuldade de colocar o braço atrás do corpo, para vestir-se. Em casos
avançados, a perda de movimento pode progredir para um “ombro congelado”. Nas
bursites agudas, o ombro pode estar com dor intensa. Todos os movimentos podem
estar limitados e doloridos.
Diagnóstico
Para o diagnóstico da síndrome do impacto, o ortopedista avalia os sintomas e o exame
físico do ombro.
Pode ser necessário um exame de raio-X. Uma incidência especial, chamada de “túnel
do supraespinhoso”, algumas vezes pode mostrar um pequeno esporão sob o acrômio,
o que irá aumentar o impacto sobre o manguito rotador. Podem ser necessários outros
exames, como a ressonância magnética (RM). Este pode mostrar líquidos ou inflamação
da bursa e do manguito rotador. Até uma ruptura parcial do manguito pode aparecer na
RM.
Algumas vezes, um teste com injeção de anestésico local na bursa, pode ajudar a
confirmar o diagnóstico.
Opções de Tratamento
O tratamento inicial é conservador, através de repouso, evitando atividades com as
braços elevados. Antiinflamatórios normalmente são prescritos. Exercícios de
alongamentos para melhorar a mobilidade em ombros rígidos também podem ajudar.
Muitos pacientes se beneficiam com a infiltração de corticóide com anestésicos locais.
Também pode ser recomendada uma reabilitação na fisioterapia. O tratamento pode
levar várias semanas ou meses. Muitos pacientes melhoram gradualmente e retornam
às suas atividades normais.
Cirurgia
Quando o tratamento conservador não alivia a dor, pode ser recomendado o tratamento
cirúrgico. O objetivo da cirurgia é remover o impacto criando mais espaço para o
manguito rotador. Isto permite que a cabeça do úmero se movimente livremente,
elevando-se o braço sem dor. A cirurgia mais comum é a descompressão subacromial,
ou acromioplastia anterior. Pode ser realizada por via aberta ou via artroscópica.
Técnica Aberta: requer uma incisão pequena na frente do ombro, permitindo a
visualização direta do acrômio e do manguito rotador.
Técnica Artroscópica: duas ou três incisões puntiformes são realizadas, e a articulação
é examinada através de uma lente de fibra óptica conectada a uma microcâmera de
televisão. Pequenos instrumentos são utilizados para a remoção do osso e da bursa.
Na maioria dos casos a parte frontal (anterior) do acrômio é removida juntamente com a
bursa. O cirurgião pode tratar outras patologias presentes no ombro ao mesmo tempo
da cirurgia para a síndrome do impacto. Isto pode incluir artrite acrômioclavicular,
tendinite do bíceps ou uma ruptura parcial do manguito rotador.
Reabilitação
Após a cirurgia, o braço é colocado em uma tipóia por um período curto. Isto permite
uma cicatrização precoce. Quando sentir-se confortável, o paciente pode remover a
tipóia e iniciar exercícios e utilizar o braço. O cirurgião deve fornecer um programa de
reabilitação conforme os achados durante a cirurgia. Isto deve incluir exercícios para
recuperar a mobilidade do ombro e a força do braço. Pode levar de 2 a 4 meses para o
alívio completo dos sintomas.
Fonte: American Academy of Orthopaedic Surgeons.
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