PB0102 - Paróquia São Jorge

Propaganda
Inspiração Bíblica
Curso Panorama Bíblico
Paróquia São Jorge
Introdução
Natureza da inspiração e verdade da Sagrada Escritura
11. As coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura,
foram
escritas porEscritura
inspiração doéEspírito
Santo. Comsobrenatural
efeito, a santa mãe Igreja,
A Sagrada
um escrito
segundo a fé apostólica, considera como santos e canônicos os livros inteiros do
Por três
motivos:
Antigo
e do Novo
Testamento com todas as suas partes, porque, escritos por
inspiração
do Espírito
(cfe. –
Jo inspiração
20,31; 2Tm 3,16; 2Pe 1,19-21; 3,15-16), têm
Sua
origemSanto
divina
Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja. Todavia, para
conteúdo
contém
a everdade
revelada
escrever Seu
os livros
sagrados, –
Deus
escolheu
serviu-se de
homens na posse das
suas faculdades
e capacidades,
para que,para
agindo
nelessalvação
e por eles, pusessem
Sua finalidade
– escrito
a Ele
nossa
por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria.
A Dei Verbum (DV 11) faz três afirmações
fundamentais:
E assim, como tudo quanto afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos deve ser
tido como
afirmado
peloda
Espírito
Santo,Escritura
por isso mesmo se deve acreditar que os
Deus
é autor
Sagrada
livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus,
Deus
inspirou
humanos
para nossa
salvação,
quis os
queautores
fosse consignada
nas sagradas Letras. Por isso, “toda
a Escritura
é divinamente
inspirada
e útil paraaensinar,
para corrigir, para instruir
Os livros
inspirados
ensinam
verdade
na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as
obras boas” (2Tm 3, 15-17).
Introdução
DV 11 sintetiza a doutrina atual da Igreja sobre a
inspiração:
Afirma o fato da inspiração As coisas reveladas por Deus,
contidas e manifestadas na
mãe Igreja,
segundo
a fé
A sacralidade dos livros a santaSagrada
Escritura,
foram
apostólica,
considera
como santos
escritas
por inspiração
do e
escolheu
eSanto
serviu-se
A participação humana Deus
canónicos
os livros
inteirosdedohomens
Antigo
Espírito
na
posse
dasTestamento
suas faculdades
e
e do
Novo
com todas
as
capacidades
suas partes
Esta doutrina é fruto da reflexão da Igreja ao
longo dos séculos
Natureza da Inspiração
Por outra parte o autor bíblico (o hagiógrafo) não deve
ser entendido como os autores modernos, que
simplesmente criam a obra literária
A maioria dos escritos bíblicos tem uma longa préhistória, de tradições orais, documentos escritos, reelaborações, redações, acréscimos, retoques etc.
O processo se completa com a formação de conjuntos
de livros que mutuamente se complementam, como a
Lei (o Pentateuco), os escritos sapienciais etc.
Natureza da Inspiração
Deste modo a “inspiração” compreende todo um
processo no qual intervieram muitas pessoas
Seria mais exato falar em “obra inspirada” do que em
“autor inspirado”: todos os que contribuíram de forma
decisiva ao “resultado final” do livro participam do
“carisma” da inspiração
A inspiração dos vários livros se insere num processo
maior, que é toda a Revelação
Natureza da Inspiração
A Bíblia é um conjunto de escritos de natureza variada:
composta ao longo de mais de mil anos
por autores muito diferentes entre si, alguns conhecidos, a
maioria desconhecidos
inseridos na sua cultura, lugar e tempo
que no seu trabalho agiram conscientemente, como todo
autor humano
Por isto ela pode ser pesquisada com ajuda das ciências
humanas, da linguagem, da história, da etnologia, da
antropologia etc.
Precisa ter isto presente para compreender a
verdadeira natureza da inspiração
Natureza da Inspiração
Perspectivas para a reflexão
Alguns pontos devem ser sublinhados para situar a inspiração bíblica na
sua própria dinâmica
O carisma da inspiração não é um absoluto. Ela está ao serviço da
Revelação e faz parte do seu processo, que recorre toda a história da
salvação
Por “Palavra de Deus” entendemos não apenas a Bíblia escrita. É a
Palavra eterna do Pai, encarnada em Jesus Cristo, é a palavra dos
profetas e testemunhas do Evangelho, é a Palavra proclamada e
atualizada na vida da Igreja
A Palavra escrita não pode ser fossilizada. Não é palavra do passado, da
origem: é palavra viva hoje
Natureza da Inspiração
A Revelação acontece por meio de “fatos e palavras”
Os fatos não se repetem, as palavras sim
A inspiração é o carisma que, através das palavras, nos permite entrar em
contato com os fatos, em especial o evento Cristo
A palavra inspirada deve ser entendida como diálogo. Só atinge o
seu objetivo quando há repercussão na vida do dia-a-dia
O carisma da inspiração confere à Bíblia a função de revelar e
comunicar o mistério cristão: o mesmo Espírito que fez surgir a
Palavra prossegue a sua obra de revelar o Cristo e implantar o
seu Reino.
A verdade da Bíblia
Nos antigos manuais a questão da “inerrância” da Escritura era
tratada como conseqüência da inspiração, por tanto a
continuação
O Concílio Vaticano II trouxe uma mudança fundamental: em vez
de “inerrância” (em negativo) fala-se em “verdade” da Escritura
(em positivo)
Isto situa a questão, não mais como apêndice da inspiração, mas
relacionada com o cânon e a hermenêutica
O cânon é que trata da Bíblia como norma da fé
e considera a Bíblia toda como uma unidade: uma só verdade, não
muitas
A verdade da Bíblia
Mas descobrir qual é essa única verdade é tarefa da
hermenêutica: entender o quê que a Bíblia (Deus e os
hagiógrafos) quer nos dizer
a)O conceito da “inerrância”
A “inerrância”, ou ausência de erro, nunca entrou nos
documentos dos Concílios
Os teólogos trataram dela por motivo das divergências entre o
texto bíblico e as ciências
A verdade da Bíblia
b)A “verdade sem erro para a nossa salvação”
A afirmação da verdade (mais do que não-erro) da Bíblia não é
novidade
Já Santo Agostinho (†430) escreveu:
† “O Senhor, a través da Escritura queria fazer cristãos, não cientistas”
† “O Espírito de Deus, que falava por meio dos autores sagrados, não quis ensinar
aos homens coisas que em nada aproveitariam para a salvação deles”
Santo Tomás (†1274), comentando Gn 1, diz que quando há dúvidas sobre
várias interpretações, devem ser descartadas aquelas que a razão demonstra
serem insensatas, para não expor a Palavra de Deus ao ridículo
A verdade da Bíblia
c)A posição da Dei Verbum
abandona a categoria de “inerrância”
essa revela uma concepção intelectualista
é um conceito duas vezes negativo: in-errância, como dizer “não-não
verdade”
mais do que excluir o erro, na Bíblia vem nos revelar “a verdade sem
erro”e destaca que o objetivo dessa verdade é a nossa salvação
Destaca também que o “sem erro” não se limita às “questões de fé e
costumes”, mas ao conjunto da revelação bíblica que tem por
finalidade,
toda
ela,
a nossa
E assim,
como
tudo
quanto salvação
afirmam os autores inspirados ou hagiógrafos
deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, por isso mesmo se deve
acreditar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem
erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas
sagradas Letras (DV 11)
A verdade da Bíblia
A este respeito o Concílio cita novamente 2Tm 3,15: “TODA a
Escritura...”
As palavras da Escritura contêm afirmações que são também
objeto da filosofia, da história, das ciências, que as estudam com
critérios científicos próprios
Na Bíblia TODAS as afirmações são válidas pelo fato de estarem a
serviço da revelação de Deus e da salvação: esta é a VERDADE
delas:
umas vezes visam a salvação de forma direta e explícita
outras de forma mais relativa, indireta, progressiva
A verdade da Bíblia
No parágrafo 12, a DV coloca em relação a verdade da Escritura e
a sua hermenêutica ou interpretação
Do momento que Deus se revela através de mediadores humanos,
para captar a verdade bíblica é necessário interpretar corretamente o
que os autores humanos quiseram expressar
Isto tem algumas implicações no que se refere à verdade bíblica:
Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à
maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis
†comunicar-nos,
É imprescindível
os gêneros
e chegar realmente
a conhecer o
devepesquisar
investigar com
atenção oliterários
que os hagiógrafos
pensamento
e intenção
autor a Deus manifestar por meio das suas
quiseram significar
e quedoaprouve
†palavras
Mas o autor
humano não tem a visão mais ampla e profunda que tem Deus: só
(DV 12).
Deus sabe a onde Ele “quer chegar”: principalmente o AT deve ser visto “em
perspectiva”
A verdade da Bíblia
O texto do Concílio distingue:
“O que os autores quiseram significar”
“E que aprouve a Deus manifestar”
Por tanto, a “intenção do autor” é um critério hermenêutico decisivo
Mas deve ser visto dentro da totalidade da “intenção de Deus”: ela
também é critério hermenêutico fundamental
Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias,
revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina (DV 15)
A revelação do AT tem necessariamente caráter preparatório e
progressivo
E tem logicamente coisas “temporais e imperfeitas”
A verdade da Bíblia
Conclusão: a verdade bíblica, grega ou semítica?
Em hebraico “verdade” ( ‫ۥ‬ĕmet) tem o sentido de “fidelidade”; ela se
opõe, não ao erro, mas à infidelidade, no contexto da Aliança
Já em grego a verdade tem a ver com a essência, a natureza e o
conhecimento
O conceito semítico de verdade é religioso, o grego é intelectual e
profano
A verdade da Bíblia
É verdade que na Bíblia o conceito de verdade é religioso e não
puramente intelectual: “fazer a verdade”, “caminhar na verdade”
Mas os textos mais recentes do AT, e o NT falam também da
“verdade revelada” e da doutrina que é transmitida, oposta
principalmente à mentira e às “fábulas”
As Cartas pastorais falam dos “doutores de mentira” (1Tm 4,2),
que voltaram as costas à verdade (Tt 1,14), infiéis à Igreja, coluna
e fundamento da verdade (1Tm 3,15)
A verdade da Bíblia
Verdade grega e verdade semítica não estão em contradição,
nem se excluem mutuamente
Pode-se dizer que S.João faz a síntese entre os dois conceitos:
A verdade plenamente revelada é Cristo
Ele enviará o Espírito de verdade, para que os discípulos cheguem à
verdade plena (Jo 16,13). “Conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará” (Jo 8,32)
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”: em Cristo encontramos a
verdade plena, que Deus quis nos revelar “para a nossa salvação” (DV
11).
Cronograma
Título
1º Encontro
Palavra de Deus - O que é?
2º Encontro
Leitura bíblica
3º Encontro
Contexto histórico e geográfico
4º Encontro
Pentateuco
5º Encontro
Livros históricos e proféticos
6º Encontro
Novo Testamento - Evangelhos
7º Encontro
Cartas de São Paulo
8º Encontro
Cartas Apostólicas e Apocalipse de São João
Tarefa de Casa
Um pequeno resumo de um capítulo da DV:
1
2
3
4
5
6
Download