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Doenças e Pragas de
Pastagens
Aula 4 e 5: Manejo Integrado de Pragas
Manejo Integrado de Pragas (MIP)
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia de controle de pragas que
procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso
integrado de todas as técnicas de combate possíveis, selecionadas com base nos
parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. Visa manter o nível
populacional dos insetos numa condição abaixo do nível de dano econômico,
através da utilização simultânea de diferentes técnicas ou táticas de controle, de
forma econômica e harmoniosa com o ambiente.
Para cada tática de controle tem-se pelo menos uma estratégia de manejo, como
a seguir:
a) uso de variedades resistentes – tem como estratégia cultivar plantas que
desfavoreçam o crescimento, reprodução e sobrevivência dos insetos, devido às
suas características morfológicas, físicas e químicas;
b) rotação de cultura – plantar alternadamente variedades que não sejam
hospedeiras das mesmas pragas, para quebrar ou interromper o ciclo de
desenvolvimento das mesmas;
Manejo Integrado de Pragas
c) destruição de restos culturais – arrancar os restos de cultura para impedir que
o inseto-praga complete o seu ciclo de desenvolvimento, ou mesmo evitar que
esses resíduos vegetais sirvam de hospedeiros para outras pragas;
d) aração do solo – expor larvas, pupas e mesmo adultos de insetos-praga de
solo aos raios solares ou eliminar os insetos através da ação mecânica dos
implementos agrícolas,
e) adubação – provocar uma pseudoresistência, ou seja, o fornecimento de certos
nutrientes à planta pode provocar mudanças fisiológicas na mesma, tornando-a
desfavorável ao desenvolvimento do inseto. Além disso, uma cultura que contém a
maioria dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento, mostra-se mais
resistente ao ataque de pragas;
f) alteração da época de plantio e/ou colheita – fazer com que o período de
maior suscetibilidade da planta não coincida com picos populacionais da praga,
reduzindo os danos causados pela mesma;
Manejo Integrado de Pragas
g) poda ou desbaste – cortar e destruir, principalmente, os ramos de plantas
perenes atacados por brocas, para evitar que as mesmas alcancem o tronco e
cause a morte da planta;
h) irrigação ou drenagem – existem insetos que preferem ambientes secos, e
assim, uma boa irrigação pode desfavorecê-los e, outros se adaptam melhor em
locais úmidos, podendo ser controlados através de uma drenagem. No caso de
insetos bastante diminutos e de tegumento mole (pulgões, tripes, etc.), a irrigação
através do sistema de aspersão pode causar redução de suas populações;
i) cultura armadilha – plantar variedades susceptíveis ao redor ou mesmo no
interior da área de cultivo, para atrair os insetos-praga para as mesmas e, sobre
elas realizar o controle;
j) destruição de hospedeiros alternativos – eliminar plantas que estejam ao redor
ou no interior da área de cultivo, que possam ser utilizadas pelas pragas como
fontes alternativas de alimento e/ou abrigo;
Manejo Integrado de Pragas
k) destruição manual – catar ou esmagar ovos e lagartas encontrados nas plantas
cultivadas, evitando o seu desenvolvimento;
l) uso de barreiras – formar barreiras com vegetais e/ou mesmo sulcos no solo
para impedir que a praga alcance uma determinada cultura para se alimentar ou
utilizála como abrigo;
m) uso de armadilhas – realizar o monitoramento do crescimento populacional
da praga, auxiliando na tomada de decisão do seu controle;
n) manipulação do ambiente - reduzir ou aumentar a temperatura do ambiente,
tornando-o desfavorável ao desenvolvimento do inseto;
o) liberação, proteção e fomento dos inimigos naturais – utilizar parasitóides,
predadores e entomopatógenos no controle de pragas e procurar mantê-los no
agroecossistema;
Manejo Integrado de Pragas
p) feromônios – coletar o máximo possível de indivíduos do sexo masculino ou
feminino, evitando o seu acasalamento; impedir que o macho ou a fêmea
encontre o seu parceiro para cópula, devido ao saturamento do ambiente com
feromônios sintéticos; monitorar o crescimento populacional da praga para
determinar o momento mais adequado de seu controle;
q) esterilização de insetos – liberar populações de insetos estéreis para diminuir
os acasalamentos férteis, reduzindo a sua população a cada geração;
r) quarentena – prevenir a entrada de pragas exóticas e impedir a sua
disseminação;
s) medidas obrigatórias de controle – destruir os restos de cultura para prevenção
contra o ataque de insetos-praga;
t) fiscalização do comércio de produtos fitossanitários – auxiliar na escolha e na
utilização mais racional de produtos químicos; evitar fraudes em formulações e
estabelecer o limite de tolerância de resíduos tóxicos nos alimentos, bem como
períodos de carência;
Manejo Integrado de Pragas
u) produtos químicos – a estratégia mais racional é utilizar produtos químicos no
combate de pragas, somente em casos emergências, quando todas as outras
alternativas de controle foram utilizadas.
Pode-se observar que existe um grande número de táticas de controle que podem
ser utilizadas para redução do crescimento populacional de insetos-praga em
diferentes culturas.
No entanto, somente algumas delas deverão ser utilizadas em casos
específicos, dependendo da praga, cultura e outros fatores ambientais, que serão
abordados dentro do manejo das culturas.
Métodos de controle usados no MIP
1.
MÉTODO LEGISLATIVO
É um método de controle que se baseia em leis, decretos e portarias, quer
federais ou estaduais, que obrigam o cumprimento de medidas de controle como:
a) Serviço quarentenário: previne a entrada de pragas exóticas e impede a
disseminação das nativas.
Este serviço é executado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, órgão do
Ministério da Agricultura, cujos técnicos inspecionam portos, aeroportos e
fronteiras, procurando tratar, destruir ou impedir a entrada de vegetais e animais
atacados, através da quarentena.
Este serviço atua, também, em casos de exportação de produtos agrícolas e
florestais contendo pragas.
Métodos de controle usados no MIP
1.
MÉTODO LEGISLATIVO
b) Lei dos agrotóxicos: a lei no 7802/89, regulamentada pelo decreto nº 4074/02,
tem por finalidade controlar a fabricação, formulação, comércio e uso adequado,
em termos de toxicidade, segurança, eficiência e idoneidade dos inseticidas,
recolhimento de embalagens, entre outros, além de obrigar o uso do Receituário
Agronômico (RA) para qualquer atividade envolvendo o uso destes produtos.
O RA é um parecer técnico sobre a situação fitossanitária da cultura e que tem a
finalidade de instituir o uso adequado dos agrotóxicos.
Tem por objetivo maximizar a eficiência no controle com o uso mais racional de
inseticidas.
O RA é obrigatório para a aquisição e aplicação de produtos fitossanitários e é
de competência exclusiva de Engenheiros Florestais e Agrônomos.
Métodos de controle usados no MIP
2. MÉTODO MECÂNICO
Consiste na utilização de medidas de controle que causem a destruição direta dos
insetos ou que impeçam seus danos, tais como:
a) Catação manual: baseia-se na coleta e na destruição direta dos insetos que
estão causando prejuízos. Pode ser utilizada em pequenas áreas e quando a mãode-obra é barata.
Ex: coleta de besouros, lagartas, pupas em viveiros e hortas. Escavação de
formigueiros iniciais, para matar a rainha. O rendimento desta operação gira em
torno de 1 há/homem/dia;
b) barreiras: consistem no uso de qualquer prática que impeça ou dificulte o
acesso dos insetos à planta. Usada para proteger árvores isoladas, áreas
experimentais, viveiros etc.
Ex: uso de casa-de-vegetação para a produção de mudas, uso de sombrite em
viveiros, uso de cones invertidos nos troncos das árvores, uso de tintas ou
vernizes, uso de embalagens etc.
Métodos de controle usados no MIP
3. MÉTODO FÍSICO
Este método consiste na aplicação de métodos de origem física para o controle de
insetos, tais como:
a) Fogo: utilizado na limpeza de áreas exploradas ou em implantação para facilitar
a localização e tratamento de sauveiros e quenquenzeiros. Em casos extremos é
utilizado no controle de cigarrinhas das pastagens, cochonilhas e gafanhotos. O
uso do fogo no controle de pragas está cada vez menos freqüente;
b) Temperatura: consiste na manipulação da temperatura do ambiente, tornandoa letal aos insetos (>50 ou <5ºC). Ex. uso do frio em silos para proteção das
sementes contra as pragas de grãos armazenados;
c) Luz: utilização de uma faixa de radiação luminosa (300 a 770 nm) para atrair e
capturar insetos adultos de hábito
Métodos de controle usados no MIP
4. MÉTODO ETOLÓGICO OU COMPORTAMENTAL
É um método que se baseia no estudo fisiológico dos insetos visando ao seu
controle através do seu hábito ou comportamento. Existem dois tipos de controle
etológico:
a) Hormônios: são substâncias produzidas por glândulas internas e lançadas
diretamente na hemolinfa dos insetos para provocar reações específicas em
alguma parte de seu corpo.
Têm -se os inibidores de síntese de quitina (Ex: diflubenzuron, usado em iscas
formicidas e no controle de lagartas); abamectinas (iscas formicidas); precocenos
e juvenóides;
b) Semioquímicos: são substâncias produzidas por glândulas internas ou externas
e lançadas para fora do corpo dos insetos para provocar reações específicas em
outro indivíduo. São usadas na comunicação entre indivíduos. Os semioquímicos
dividem-se em:
Métodos de controle usados no MIP
1) Feromônios: servem para a comunicação entre indivíduos da mesma espécie.
Podem ser usados no MIP para: detecção (verificação da presença de pragas em
determinados locais); monitoramento (estimar a densidade da população de
pragas e acompanhar sua flutuação ao longo do tempo), e controle (controlar a
praga).
O controle pode ser feito através da:
-coleta massal: consiste em se colocar grande quantidade de armadilhas para
coletar grande número de indivíduos, reduzindo a população da praga. É eficiente
em baixas populações da praga;
- confundimento: consiste em saturar a área com feromônio, visando a reduzir os
acasalamentos, pela desorientação do receptor. Muito usado em pomares;
- cultura armadilha: consiste em se aplicar o feromônio em faixas de cultura ou em
pontos específicos para atrair os insetos para aquele local, onde se pode aplicar
um produto químico para eliminá-los. O feromônio de agregação é o mais usado
neste processo.
Métodos de controle usados no MIP
2) Aleloquímicos: servem para a comunicação entre indivíduos de espécies
diferentes. São divididos em:
- cairomônios: a comunicação beneficia o receptor da mensagem, isto é, são
atraentes. Ex. iscas formicidas;
- alomônios: comunicação beneficia o emissor da mensagem, isto é, são
repelentes.
Métodos de controle usados no MIP
5. MÉTODO DE RESISTÊNCIA DE PLANTAS A INSETOS
Consiste na seleção e utilização de cultivares que, devido a suas características
genéticas,são menos danificadas que outras em igualdade de condições. O uso de
espécies,subespécies, variedades ou procedências de plantas que possuam
mecanismos naturais de resistência aos insetos é uma alternativa muito
promissora para o controle de pragas em pastagens.
a) Graus de resistência
-imunidade: planta que não sofre danos;
- resistência: planta que, devido a suas características genéticas, sofre um dano
menor que outras em igualdade de condições; e
- suscetibilidade: planta que sofre um dano maior que outras em igualdade de
condições.
Métodos de controle usados no MIP
5. MÉTODO DE RESISTÊNCIA DE PLANTAS A INSETOS
b) Tipos de Resistência
- antixenose ou não-preferência: as plantas são menos preferidas para a
alimentação, abrigo ou oviposição pelas pragas;
- antibiose: as plantas afetam a biologia da praga;
- tolerância: a planta suporta o ataque da praga sem afetar sua produção, nem a
biologia da praga;
- pseudo-resistência: resistência não transmitida hereditariamente.
Métodos de controle usados no MIP
6. MÉTODO CULTURAL
Consiste no emprego de certas práticas culturais, normalmente utilizadas para o
cultivo das plantas, visando ao controle de pragas.
a) Época de plantio: objetiva dessincronizar a fase suscetível da cultura com o pico
de ocorrência da praga. Ex: plantio no início da época chuvosa reduz os danos de
cupins e formigas.
b) Poda: em pomares e outros plantios perenes a poda é uma prática corriqueira
que elimina focos de infestação, galhos velhos, etc.
c) Preparo de solo: a aração e gradagem promovem um ressecamento da camada
superficial do solo, matando algumas pragas que passam algum estádio no solo.
Ex: gradagem para matar ninfas e adultos de percevejo castanho em pastagens e
culturas anuais,além de controlar pupas de várias pragas de solo.
d) Adubação: planta bem nutrida é mais resistente ao ataque de pragas. Ex.
adubação fosfatada reduz o corte de mudas por formigas.
e) Plantio direto: favorece os inimigos naturais das pragas; entretanto; favorece
algumas pragas de solo, como formigas cortadeiras.
Métodos de controle usados no MIP
7. MÉTODO BIOLÓGICO
Consiste na manipulação direta ou indireta dos inimigos naturais (parasitóides,
predadores, patógenos e competidores) das pragas, no sentido de manter as
populações destas pragas em níveis toleráveis. O controle biológico pode ser de 2
tipos:
- Natural: consiste na ação dos parasitóides, predadores, patógenos e
competidores em ambientes não manipulados pelo homem.
- Aplicado: consiste na introdução e manipulação dos inimigos naturais pelo
homem. Em pastagens implantadas, a ocorrência de inimigos naturais é restrita,
em conseqüência da pequena diversidade ecológica e estabilidade biológica, típica
desses locais.
Métodos de controle usados no MIP
a) Estratégias do controle biológico em pastagens
- Manutenção das condições ambientais (CB por conservação): consiste em
manter ou manipular adequadamente as condições do ambiente, para favorecer a
reprodução, abrigo e alimentação dos inimigos naturais.
Ex: uso de faixas de vegetação nativa entre os piquetes;
aumentar a diversidade de espécies plantadas;
restringir o fogo, a caça, agrotóxicos etc.
O planejamento da distribuição das reservas de vegetação natural é um fator
imprescindível no manejo ambiental.
A retirada das matas nativas acentua mais ainda o problema da simplificação do
ambiente, o que pode promover o desaparecimento dos inimigos naturais que
necessitam de locais de abrigo, alimentação ou reprodução.
Métodos de controle usados no MIP
a) Estratégias do controle biológico em pastagens
- Multiplicação de agentes nativos (CB por incremento): consiste na criação e
liberação de inimigos naturais nativos da região, para o controle de insetos-praga.
Isso é feito quando a população de inimigos naturais não é suficiente para
controlar as pragas ou quando não é possível melhorar as condições ambientais.
Para tal, é necessário um bom programa de seleção dos IN, estudos de biologia da
praga e do seu IN, estudos da relação praga-IN, desenvolvimento de técnicas de
criação massal e acompanhamento de sua ação após a liberação.
Ex: uso de parasitóides para controle da cochonilha dos capinzais (Antonina
graminis).
Introdução de agentes exóticos (CB Clássico): consiste na introdução de inimigos
naturais nativos num local onde ele não ocorre naturalmente, para o controle de
insetos pragas. Essa técnica tem sido bastante utilizada para controlar pragas
introduzidas. Devem-se tomar os mesmos cuidados tomados na multiplicação de
agentes nativos, além de verificar se o agente a ser introduzido não causará
problemas com o tempo. Ex: introdução de Bacillus thuringiensis para controlar
lagartas.
Figo-da-Índia (Opuntia spp) Pitelli et al, 2003
 Introduzida na Austrália 1839 como planta ornamental e alimentícia
 1850-1875 usada como cerca viva
 Várias espécies
Histórico da Opuntia spp
 1895 - incluída entre 10 piores plantas daninhas da Austrália;
 1912 - início do controle químico com Pentóxido de Arsênico
por pulverização;
 1915 - 60 milhões de acres inutilizados como pastagens, com
taxa de invasão de 1.000.000 acres/ano;
 1920 - Formação da “Comissão de estudo e controle do
cactus” ;
 1920 - 1925 - Entomologistas enviados às Américas para
procura de inimigos naturais da Argentina até sul dos EUA;
Cuidado dos entomologistas
 Apenas fossem introduzidos predadores exclusivos do
cactus;
 Que os insetos viessem livres de seus inimigos naturais;
 Nas condições australianas, mesmo com restrições
alimentares, o inseto continuasse predador exclusivo do
cactus;
Agentes que se tornaram estabelecidos








Cactoblastis cactorum (Lep.) Argentina
Olycella junctolineela (Lep.) EUA
Chelinidea tabulata (Col.) EUA
Chelinidea opuntiaea (Col.) EUA
Dactylopius opuntiae (Hom.) EUA
Moneilema ulkey (Col.) EUA
Moneilema variolare (Col.) México
Tetranychus opuntiaea (Ácaro) EUA
Após três anos
 Chelinidea tabulata (Col.) EUA
 Dactylopius opuntiae (Hom.) EUA
 Tetranychus opuntiaea (Ácaro) EUA
baixa pressão de predação
Controle Biológico Clássico
Lepdoptera
Cactoblastis cactorum
Origem do agente: Argentina
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
Cactoblastis cactorum
 Em 1925 - Levados 2750 ovos, da Argentina para
Austrália
 Até 1927 - criados em gaiolas e liberados 9 milhões de
ovos no campo
 1929 - coleta de ovos diretamente no campo
 Até 1930 - três bilhões de ovos liberados
Gaiolas utilizadas para distribuição dos insetos no campo
Liberação no campo: 1927 a 1930
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
Alto poder de
predação e
destruição
total das
plantas
Liberação no campo: 1927 a 1930
http://www.fs.fed.us/wildflowers/rareplants/whyare/index.shtml
http://www.aphis.usda.gov/plant_health/plant_pest_info/cactoblastis/pgallery.shtml
Sucesso total no controle
Segundo Pitelli et al (2003) em 10 anos obtiveram uma recuperação de 95% áreas infestadas
 10 anos de controle – muito tempo?
 Problema de mais de 30 anos e aumentando sem controle
 Sem novos impactos ambientais
Métodos de controle usados no MIP
b) Agentes de controle biológico
- Predadores: são organismos (insetos, aves, mamíferos, aranhas etc.) que
necessitam alimentar-se de muitos indivíduos para sua sobrevivência e, assim,
matam e comem outros insetos (1 predador consome várias presas).
Ex. Joaninhas predando pulgões.
- Parasitóides: insetos que durante o seu desenvolvimento necessitam apenas de
um único hospedeiro (1 parasito consome 1 hospedeiro). Os parasitóides adultos
têm vida livre e sua fonte de alimento é diferente da usada na sua fase jovem.
Normalmente, os adultos se alimentam de pólen, néctar e exudações diversas. As
diferentes fases do inseto-praga (ovo larva-pupa-adulto) podem ser parasitadas
por diferentes espécies de parasitóides.
Ex. Trichogramma spp. (Hymenoptera) parasitando ovos de lepidópteros.
Trichogramma spp
A vespa parasitóide conhecida como Trichogramma spp. é um inseto
microhimenóptero da família Trichogrammatidae, que se caracteriza pelo tamanho
diminuto e por parasitar ovos de inúmeras espécies de praga da ordem
Lepidoptera.
Esse gênero tornou-se o grupo de insetos mais utilizado no mundo para o controle
biológico
Trichogramma spp
A fêmea adulta da
vespinha coloca seus
ovos no interior dos
ovos da praga onde
ocorre todo
desenvolvimento do
parasitóide.
É parasitóide de várias
espécies de mariposas
Trichogramma spp
Sua eficiência de controle é elevada e atualmente é um dos parasitóides mais
utilizados no mundo para o controle de pragas.
Abaixo estão algumas das pragas agrícolas que após a realização de pesquisas
científicas, comprovou-se a eficiência do controle biológico pela atuação da
vespa Trichogramma spp.
MARACUJÁ
Agraulis vanillae (Lagarta das Folhas)
Dione juno juno
..........................................................................................
ERVILHA
Agrotis sp (Lagarta Rosca)
..........................................................................................
ALGODÃO
Alabama argillacea (Curuquerê)
Heliothis virescens (Lagarta da maçã)
Spodoptera frugiperda (Lagarta do Cartucho do milho)
SOJA
Anticarsia gemmatalis (Lagarta da Soja)
..........................................................................................
CANA-DE-AÇÚCAR
Diatraea saccaralis (Broca da cana)
..........................................................................................
MILHO
Spodoptera frugiperda (Lagarta do cartucho)
Helicoverpa zea (Lagarta da espiga)
..........................................................................................
TOMATE
Helicoverpa zea (Lagarta da espiga do milho)
Neoleucinodes elegantalis (Broca pequena)
Tuta absoluta (Traça do fruto)
..........................................................................................
REPOLHO
Plutella xylostella (Traça)
..........................................................................................
MANDIOCA
Erinnyis ello (Mandarová)
..........................................................................................
ABACATE
Stenoma catenifer (Lagarta do fruto)
Manutenção das linhagens de Trichogramma em laboratório.
Trichogramma em Anticarsia.
Trichogramma em Spodoptera.
Cotesia flavipes
A vespa Cotesia flavipes é parasitóide da lagarta da broca da cana (Diatraea
saccharalis).
Sua eficiência no controle desta praga é comprovada cientificamente e aprovada
pelos produtores e usinas, sendo o agente biológico mais utilizado no controle
biológico na cana-de-açúcar.
Em algumas regiões do país, a broca da cana tem atacado também as lavouras de
milho.
Vespa Cotesia sobre a broca da cana, efetuando o parasitismo.
Cotesia parasitando a broca da cana.
Massa de casulos de Cotesia.
Lagarta da broca parasitada.
Adultos de Cotesia.
Métodos de controle usados no MIP
b) Agentes de controle biológico
- Patógenos: são organismos (fungos, bactérias, vírus, nematóides etc.) que
provocam doenças e a morte de insetos-praga. São classificados em:
Fungos: embora no Brasil os melhores resultados de controle biológico com o uso
de fungo tenham sido encontrados no controle de cigarrinhas e cochonilhas, é
bastante comum encontrar lagartas e pupas controlados por fungos dos gêneros
Beauveria e Metarhizium, dentre outros.
Bactérias: são empregadas em pulverizações dos esporos sobre a praga, sendo
altamente eficientes. Para a maioria das culturas, a bactéria Bacillus thuringiensis
é considerada a mais importante. Seus esporos, quando ingeridos pelas lagartas
provocam a ruptura da parede intestinal, levando-as à morte. Já existem no
mercado muitas variedades desta bactéria, e as marcas mais comuns no Brasil são:
Dipel, Agree e Thuricide. Estes produtos já são utilizados no Brasil há vários anos
contra lepidópteros desfolhadores e mostraram alta eficiência. É importante
lembrar que a ação deste produto é ineficaz para as outras fases do inseto, sendo
eficiente exclusivamente na fase de lagarta.
Cigarrinha da pastagem infectada com o fungo Metarhizium anisopliae.
INSETICIDAS À BASE DE Bacillus thuringiensis: SEGURANÇA PARA A
SAÚDE HUMANA E AMBIENTAL
Leon Rabinovitch
Laboratório de Fisiologia Bacteriana
Departamento de Bacteriologia do Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ
“De acordo com Charles et al (2000) o Bt é o mais bem sucedido princípio ativo
bacteriano que compõe inseticidas (biopesticidas) de importância comercial, sendo os
produtos responsáveis por 90% do mercado no campo microbiano. Suas aplicações
para a proteção de plantações e florestas, bem como a prevenção de doenças
humanas (por exemplo, controle de lagartas desfolhantes ou controle de larvas do
Aedes aegypti vetor do vírus do dengue), são práticas realizadas em várias partes do
mundo em projetos integrados, visando diminuir o emprego de inseticidas químicos,
contra os quais pesa a questão da resistência de insetos.”
“Considerando que desde 1930 grandes quantidades de esporos de Bt e suas
endotoxinas foram aplicados no meio ambiente, em diferentes países, para controlar
pragas e vetores de doenças, essa espécie bacteriana é considerada “amigável” para o
homem e animais.”
20 de março de 2007
MILHO BT
Ministério da Agricultura divulga nova lista de defensivos contra helicoverpa.
Empresa: BIO - CONTROLE - MÉTODOS E CONTROLE DE PRAGAS LTDA
Marca comercial: AGREE
Ingrediente ativo: BACILLUS THURINGIENSIS AIZAWAI
Empresa: BIO - CONTROLE - MÉTODOS E CONTROLE DE PRAGAS LTDA
Marca comercial: THURICIDE
Ingrediente ativo: BACILLUS THURINGIENSIS
Empresa: MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS LTDA
Marca comercial: BIO HELICOVERPA
Ingrediente ativo: (Z)-11-HEXADECENAL; (Z)-9-HEXADECENAL - Feromônio sintético
Empresa: CCAAB AGRO S.A.
Marca comercial: Hz-SNPV CCAB
Ingrediente ativo: BACULOVÍRUS (VPN-HzSNPV)
Empresa: VECTORCONTROL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA.
Marca comercial: BAC-CONTROL WP
Ingrediente ativo: BACILLUS THURINGIENSIS
Empresa: IHARABRAS S.A. INDÚSTRIAS QUÍMICAS
Marca comercial: COSTAR
Ingrediente ativo: BACILLUS THURINGIENSIS
Ministério da Agricultura divulga nova lista de defensivos contra helicoverpa.
Empresa: BAYER S.A.
Marca comercial: BELT
Ingrediente ativo: FLUVENDIAMIDA
Empresa: SUMITOMO CHEMICAL DO BRASIL
Marca comercial: DIPEL WG
Ingrediente ativo: BACILLUS THURINGIENSIS
Empresa: SYNGENTA PROTEÇÃO DE CULTIVOS LTDA.
Marca comercial: AMPLIGO
Ingrediente ativo: LAMBDA-CIALOTRINA + CLORANTRANILIPROLE
Empresa: BIO - CONTROLE - MÉTODOS E CONTROLE DE PRAGAS LTDA
Marca comercial: GEMSTAR LC - VÍRUS VPN-HzSNPV
Ingrediente ativo: BACULOVÍRUS
Empresa: KOPPERT DO BRASIL HOLDING LTDA
Marca comercial: DIPLOMATA
Ingrediente ativo: BACULOVIRUS (VPN-HZSNPV)
Empresa: KOPPERT DO BRASIL HOLDING LTDA
Marca comercial: PHEROBANK HELICOVERPA ARMIGERA LURE
Ingrediente ativo: (Z)-11-HEXADECENAL+(Z)-9-HEXADECENAL+(Z) HEXADECENAL - Feromônio
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Centro Nacional de Pesquisa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
ISSN 1676 - 1340
Junho, 2003
Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 39
Persistência larvicida de formulações de Bacillus thuringiensis subsp. israelensis
para o controle de larvas de Aedes aegypti
http://www.cenargen.embrapa.br/clp/publicacoes/bpd/bpd039.pdf
Métodos de controle usados no MIP
b) Agentes de controle biológico
Vírus: são freqüentemente responsáveis pelo controle de muitos surtos de praga,
aparecendo algum tempo depois do estabelecimento do inseto. É característico
em uma lagarta contaminada por vírus paralisar sua alimentação e movimentação
no final do período de 1 a 3 dias, ficando amarronzadas e apodrecendo,
permanecendo nos ramos dependuradas, secas ou se liquefazendo.
Nematóides: diversas espécies de nematóides atuam como parasitos obrigatórios
de insetos, podendo atacar a cavidade geral do corpo do hospedeiro, ocorrer no
intestino ou ser parasitos de órgãos reprodutores.
Ex: Steinernema e Heterorhabiditis.
- Competidores: são organismos que competem por algum fator de sobrevivência
necessária aos insetos daninhos. Os insetos são os maiores competidores das
pragas.
Ex: competição entre Atta spp. e Acromyrmex spp.
Outros exemplos de controle
biológico diversos
PAREI AQUI
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