Diapositivo 1 - Pedro Galvão

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Ética Aplicada: Introdução
Pedro Galvão
Departamento de Filosofia
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
As três áreas da ética filosófica (ou filosofia moral)
• Metaética
– Centra-se em questões como:
• Existem factos morais objectivos?
• Se existem, como podemos conhecê-los?
• Ética normativa
– Centra-se em questões gerais sobre valor intrínseco (teoria do
valor) e sobre o dever moral (teoria da obrigação)
• Ética aplicada
– Também tem um carácter normativo, mas centra-se em
questões mais específicas de grande relevância prática.
ética filosófica
Teorias éticas: utilitarismo
• Utilitarismo (de actos):
– Um acto é permissível se e apenas se maximiza o bem-estar.
– Ou seja: o nosso dever fundamental é promover tanto quanto
possível o bem-estar.
• Alguns utilitaristas destacados: Bentham, Mill, Sidgwick, Singer.
• O utilitarismo decompõe-se:
– Numa teoria da obrigação: o nosso dever fundamental é
maximizar o bem (consequencialismo de actos).
– E numa teoria do valor: o bem (intrínseco) consiste apenas no
bem-estar agregado (dos indivíduos sencientes).
teorias éticas
Teorias éticas: deontologia
• A alternativa principal ao utilitarismo (de actos) é a deontologia.
• Os deontologistas (como Kant, Ross e Rawls) acreditam em limites
éticos à promoção imparcial do bem.
• Embora julguem que a promoção do bem é um factor eticamente
relevante, defendem que há outros factores que muitas vezes
“pesam” mais.
• Os limites éticos à promoção imparcial do bem resultam de:
– Restrições deontológicas (direitos morais negativos);
– Obrigações especiais (e.g. deveres familiares, de compensação,
de gratidão);
– Prerrogativas ou opções.
• Alguns deontologistas acreditam num único princípio de obrigação
fundamental. Outros são pluralistas.
teorias éticas
Princípios éticos
• Os princípios éticos são universais na sua forma.
• Importa distinguir princípios éticos absolutos de princípios éticos
prima facie (ou pro tanto).
• Consideremos:
– M: Mentir é errado.
• Entendido como princípio absoluto, M diz:
– Qualquer acto que seja uma mentira é sempre (ponderadas as
coisas) errado.
• Entendido como princípio prima facie, M diz:
– Qualquer acto que seja uma mentira é errado prima facie.
– Ou seja, se um acto é uma mentira, isso contribui sempre para
torná-lo errado.
– Mas, ponderadas todas as coisas, algumas mentiras não serão
erradas.
teorias éticas
Requisito de universalização
• Por exemplo: se pensamos que um determinado acto é errado,
temos de pensar que todos os actos que sejam como esse nos
aspectos eticamente relevantes também são errados.
• Em termos mais gerais: se julgamos que um acto (ou uma prática,
etc.) tem uma certa propriedade moral (como ser errado,
louvável, injusto ou simplesmente aceitável), temos de estar
dispostos a fazer o mesmo juízo a respeito de qualquer acto que
não difira dele em pelo menos num aspecto eticamente
significativo.
• Seria descabido julgar, violando o requisito da universalização, que
um determinado acto é errado mas que um acto parecido é
aceitável, ainda que estes não difiram em nenhum aspecto
eticamente relevante. Isto nunca pode acontecer.
raciocínio ético
• O requisito da universalização compele-nos a procurar as razões
que sustentam avaliações morais diferentes.
• Como havemos de fazer isso? Tentando encontrar princípios éticos
que, plausivelmente, justifiquem essas avaliações.
Um requisito de consequência
• Se aceitamos um princípio ético, temos de aceitar tudo aquilo que
se segue dele, isto é, todas as suas consequências ou implicações
lógicas.
• Para avaliar um princípio ético, há que pensar naquilo que este
implica, considerando tanto situações reais como casos meramente
possíveis, por muito improváveis ou extravagantes que sejam.
• Se não estivermos dispostos a aceitar algumas das implicações de
um princípio ético, teremos de o corrigir ou simplesmente rejeitar,
sob pena de inconsistência.
raciocínio ético
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