Arrependimento Para a Salvação Pr. Wilson Endruveit II Cor.7:10 – “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar; mas mas a tristeza do mundo produz morte.” O que é arrependimento para salvação? “Assim será com todos que contemplam a Cristo. Quanto mais nos aproximamos de Jesus, e quanto mais claramente distinguimos a pureza de Seu caráter, tanto mais claro veremos a excessiva malignidade do pecado... Haverá um continuo anelo da alma em direção a Deus, uma contínua, sincera, contrita confissão de pecado e humilhação do coração perante Ele... ... A cada passo para a frente em nossa experiência cristã, nosso arrependimento se aprofundará.” A.A. p.561. O que quer dizer aprofundar o arrependimento? Penso que não captamos o significado bíblico completo de arrependimento. Apenas enfatizamos uma parte e perdemos a outra. Arrependimento está intimamente relacionado com o pecado. Se tivermos uma idéia superficial de pecado, também a nossa compreensão de arrependimento será superficial. O que é pecado? • “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.” I S. João 3:4 Em que Momento da Tentação Transgredimos a Lei? A palavra tentação é usada, nas Escrituras, de duas maneiras: 1. Como um estímulo ao pecado; é o que nos faz pecar. Exemplo: Na oração do Pai Nosso. 2. Num sentido neutro, isto é sem ter ligação com o mal. Como sinônimo de teste, prova. Exemplo: Heb. 4:15, Jesus “foi tentado em todas as coisas, igual a nós, mas sem pecado.” Fica claro que tentação não é pecado neste caso. Tentação é o que precede. É o encontro preliminar. E quando a tentação se torna pecaminosa? Estágios da tentação Atenção Consideração Desejo Momentâneo Transgressão silenciosa (espiritual) Desejo Acariciado-decisão Planejamento Pecado=condição ódio e cobiça Ato Transgressão visível (ética) Pecado = atos Três Coisas Importantes 1. O pecado tem um roteiro. O pecado inicia no coração (mente). “Porque do coração precedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat. 15:19 2. Pensamentos ou desejos impuros de cobiça, odeio, egoísmo, inveja, orgulho, são transgressões silenciosas dos mandamentos, portanto, são pecados. “São estas coisas que contaminam o homem.” Mat. 15:20 “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo:Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela.” Mat. 5:27,28. “Ouviste o que foi dito aos antigos: Não matarás; ... Eu, porém, vos digo que todo aquele que odiar o seu irmão será réu de juízo.” Mat. 5:21,22 Jesus toma separadamente os mandamentos, e expõe-lhes a profundidade e a largura das reivindicações. Em lugar de remover um jota de sua força, mostra quão vasto é o alcance de seus princípios, e expõe o erro fatal dos judeus em sua ostentação exterior de obediência. Declara que, pelo mau pensamento ou o cobiçoso olhar, é transgredida a lei divina... “Uma pessoa que se torna participante da mínima injustiça, está violando a lei e degradando sua própria natureza moral. O homicídio existe primeiro na mente. Aquele que dá ao ódio um lugar no coração, está pondo o pé no caminho do assassínio, e suas ofertas são aborrecíveis a Deus.” D.T.N. 291, 292 3. Os pecados internos ou no coração (mente) são mais ofensivos a Deus. • Deus não considera todos os pecados igualmente graves; há aos Seus olhos, como aos do homem, gradações de culpa; por mais insignificante, porém, que este ou aquele mau ato possa afigurar-se aos olhos humanos,... ... pecado algum é pequeno a vista de Deus. ... O ébrio é desprezado, e diz-se-lhe que seu pecado e excluirá do Céu; ao passo que o orgulho, o egoísmo e a cobiça muitas vezes não são reprovadas. No entanto, estes são pecados especialmente ofensivos a Deus...” C.P.C.p. 27 Quando Deus olhou aos antediluvianos, Ele olhou para os seus corações. “E viu Deus que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” Gên. 6:5 O homem vê os atos. Deus vê os motivos. O que é arrependimento? Inclui dois aspectos: 1. Tristeza pelo pecado. 2. Abandono do pecado mudança Se pecado for ato, então Consideração arrependimento Desejo Decisão é uma avaliação Planejamento do passado. Arrependimento Ato é um olhar retrospectivo, para trás. Atenção Pecado = atos Atenção Consideração Desejo Decisão Pecado = condição (ódio, cobiça) Planejamento Ato Se pecado for uma condição interna (ódio, cobiça) então arrependimen to é uma avaliação dos motivos existentes agora. Arrependimento então é uma avaliação presente-futura dos motivos antes deles praticarem os atos pecaminosos. O crente avalia as suas tendências pecaminosas como elas são agora em relação ao que poderão ser amanhã. Pelo fato de ter a mente de cristo (mente mudada) o crente julga a essência do pecado (ódio, cobiça, egoísmo) antes de haver produzido a colheita. Pecado não é simplesmente um ato. É também uma condição (atitude). Portanto, pecado é cobiça. • Arrependimento é: a. Avaliação da cobiça em termos do produto final. b. Uma reação à cobiça como se ela fosse o ato do adultério. • Pecado é ódio. • Arrependimento é: a. Avaliação do ódio tendo em vista do que será – a morte (homicídio); b. Uma reação ao ódio como se ele fosse o ato do homicídio. • Pecado é injustiça. • Arrependimento é: a. Avaliação da injustiça em função do que será no futuro (atos de desonestidade); b. Uma reação ao pensamento injusto, como se ele fosse a desonestidade praticada. O aprofundamento do arrependimento exige uma mente transformada que seja capaz de perceber que: A semente do homicídio já está no ódio. A semente do adultério já está na cobiça. A resposta (reação) do homem a Deus deve começar no seu interior. O arrependimento verdadeiro não espera até que o crente cometa os atos exteriores do homicídio ou adultério. O tempo para Caim se arrepender foi quando o ódio contra o seu irmão apareceu em seu coração e não depois de havê-lo morto. O tempo para Esaú se arrepender foi quando ele sentiu a prioridade das coisas materiais sobre as coisas espirituais e não quando vendeu a sua primogenitura. O tempo para Faraó se arrepender foi quando ele resistiu ao senhor e não quando perdeu o seu primogênito. O tempo para Judas se arrepender foi quando começou a duvidar de Jesus e não quando jogou as 30 moedas de prata. Deus pretende que o arrependimento leve a pessoa a avaliar as suas atitudes erradas e reagir contra elas da mesma maneira como reagiria contra os atos pecaminosos. Esta é a solução dos problemas internos da pessoa para alcançar a verdadeira espiritualidade. Arrependimento exige a integração da mente da pessoa com a mente de Deus. É pensar como Jesus. O cristão não vive retrospectivamente no passado, lastimando seus pecados cometidos e suas oportunidades perdidas. Ele vive agora, no presente. Arrependimento condiciona a sua mente com o insight e avaliação que discerne entre o bem e o mal antes de tais pensamentos serem manifestos em atos. O chamado de Cristo ao arrependimento é o chamado de pensar como Ele nos assuntos morais e espirituais, sempre com o sincero desejo de viver em harmonia com Deus. Jesus ao chamar a pessoa ao arrependimento, não estava interessado simplesmente na lamentação dos pecados passados; mas, dava ênfase principalmente numa mudança básica das atitudes (coração) com conseqüência para a personalidade toda. Nunca é sábio esperar arrepender-se depois que os pensamentos maus produziram a colheita dos maus atos. O arrependimento dá uma sensibilidade e determinação. Sensibilidade quanto à malignidade do pecado e determinação de viver de acordo com a mente de Cristo. Este aprofundamento do arrependimento levará o cristão para uma experiência cristã genuína. O aprofundamento do arrependimento manterá a justificação pela fé como uma experiência contínua.