O CONFRONTO ENTRE O PECADO E O AMOR (Mt 26, 14-75; 27, 1-66). Côn. Ivanir Leonardi É tão comum as pessoas se queixarem de seus problemas, e algumas na verdade, parecem não ter outro assunto. Sempre, no entanto, haverá outros sofrendo mais do que qualquer um de nós e seria muito importante fazermos periodicamente a leitura e meditação da Paixão de Cristo. Aparentemente uma história que já conhecemos o desfecho, mas que tem algo novo a nos dizer a cada momento. Vemos desde o injusto julgamento, até a cruel agonia e morte de Jesus na cruz, aflorar também toda a miséria humana, capaz das maiores baixarias e violências, devido à insensibilidade provocado pelo pecado, que endurece o coração humano. Por outro lado, contemplamos a infinita grandeza de Jesus que se doa sem medida, disposto a cumprir cada uma das etapas necessárias para resgatar do pecado, as pessoas de todas as épocas e raças. Sempre, um tanto fechados para o verdadeiro amor, certamente que não faltarão comentários: se não haveria outra saída a não ser esta. Deus não poderia ter dado um jeitinho e poupar o seu Filho Único de tamanho martírio? Deus seria alguém cruel, que só se satisfaz com o sacrifício de inocentes? Nós não aprendemos ainda a lição do amor. Continuamos como cegos que não querem ver, ou surdos que não querem escutar, ou ouvimos, entendemos, mas o pecado ainda nos domina e impede o amor passar para nossas vidas, e deixar de ser um conceito abstrato. Longe de desculpas e tentar jogar a culpa em alguém precisamos colaborar para que a Paixão de Cristo, não continue hoje naquele irmão que sofre injustiças e não consegue sobreviver na selva de pedras criada pelo egoísmo humano, que fere a vida de morte a todo o momento. Não podemos julgar Judas, ou o povo judeu como os únicos culpados pelo atróz sofrimento que Jesus teve que passar. Nós também todas as vezes que nos fechamos ao amor, somos causa e cúmplices das maiores barbaridades. Deixemos de buscar culpados ou outras alternativas e vamos aprender a amar, perdoando, pedindo perdão, sendo solidários e ajudando aqueles que sofrem, pois o próprio Jesus afirma categoricamente: que Ele sofre hoje no corpo de qualquer pessoa injustiçada, agredida ou abandonada. Que nossos ramos não sejam mais uma farsa, mas nos lembrem que assumimos hoje com Jesus Cristo um compromisso em favor da vida, para que o mundo seja mais justo e solidário.