as duas fraquezas da igreja

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AS DUAS FRAQUEZAS DA IGREJA
Uma das coisas que particularmente está viva em meu coração e está diante de Deus, é
que Ele não permita que eu tenha uma visão pessimista sobre a Sua igreja, entretanto,
não há como negar que nós estamos muito aquém daquilo que o Noivo espera de nós. E
ao olhar para a Escritura, percebo essa verdade a respeito de nós mesmos. Há algum
tempo atrás estive meditando sobre Is 1, quando o profeta revela o terrível estado
espiritual da nação de Israel. O pecado era tamanho que afetou o corpo inteiro. As
feridas não estavam espremidas e nem amolecidas com óleo, além disso, o coração
estava fraco. As feridas vivas indicavam a morte espiritual da nação. Minha primeira
reação foi dissociar esse texto da igreja do novo testamento, mas depois, descobri que
outros pregadores de renome (eu sou apenas um lavador de pés) também estavam
identificando a igreja com o antigo Israel.
O câncer do antigo Israel é o mesmo da igreja neotestamentária: PECADO NÃO
TRATADO. Sei até que vou correr o risco de ser mal interpretado, mas é melhor correr
o risco do que ficar sem fazer nada.
Nestas poucas linhas, com a ajuda do Espírito Santo, ofereço à noiva do Cordeiro, da
qual faço parte, uma reflexão sobre seu próprio estado espiritual. Se continua em seu
estado de Glória original (ver Ez 16) ou se caiu na dormência e apostasia espiritual.
1) A FRAQUEZA GERADA PELA FALTA DE SANTIDADE PESSOAL
Em minha pouca experiência de vida cristã aprendi uma lição muito importante:
PECADO TEM QUE SER TRATADO COMO PECADO, e, segundo a minha bíblia,
PECADO MATA.
O tema ARREPENDIMENTO parece estar suspenso de muitos púlpitos (não me lembro
quando foi à última vez que ouvi!). Não falo de arrependimento de ATITUDES apenas,
falo de arrependimento de NATUREZA, Deus nos está chamando para um
arrependimento da natureza que nutre o pecado. No grego, a palavra metanóia
encontrada em textos como II Co 7:9, 10 denota esse tipo de arrependimento. A
natureza da oliveira só flui se a natureza do zambujeiro bravo morrer (Rm 11: 17, 24).
Para muitos, o tema não é muito atrativo, pois demanda uma mudança de vida radical.
O pecado atinge todas as camadas da sociedade. Desde mendigos a presidentes, da
plebe à realeza, de leigos a clérigos, e, de ovelhas a pastores. Enquanto os ministros se
calam, a beleza e a glória da Noiva vão sendo consumidas. A congregação dos santos
passa a ser freqüentada por demônios, pois o pecado é o salvo-conduto do exército
inimigo.
Por causa da presença do pecado, a presença de Deus fica sufocada; extinta, o
entendimento fica entenebrecido, e os próprios crentes se tornam incapazes de discernir
o mundo espiritual. Não compreendem, por exemplo, que existe um ministério angelical
ordenado por Deus com o propósito de ministrar aos santos, e por isso, não usufruem tal
ministério, por outro lado, se esquecem que o diabo, nosso adversário, anda bramando
desesperadamente como um leão, buscando a quem possa tragar, e por falta dessa
percepção, não há vigilância espiritual; a porta encontra-se aberta para a entrada de
Satanás.
O pecado tira o vigor espiritual, e a ausência de vigor é revelada pelo desinteresse pela
Palavra e pela oração, ou ainda, até se lê, até se ora, mas passando a ser apenas um ritual
a ser seguido; uma exigência da vida cristã, e não um encontro com o Pai, e a
concupiscência, então, assume o lugar da fome e da sede pela presença de Deus. O
salmo 42:1, 2 expressa a fome e a sede do salmista tomando a corsa e as correntes das
águas como exemplo. Diz-se que uma corsa pode sentir o cheiro das águas a dois
quilômetros de distância. Ao sentir o cheiro, corre literalmente desesperada, fica
momentaneamente louca, como que descontrolada até chegar às fontes. É essa a
situação dos filhos de Coré nesse salmo e também a de Davi em Sl 63: 1: “Ó Deus, tu o
meu Deus. De madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti, a minha carne te
deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água”. Davi estava no deserto de
Judá fugindo de Absalão, ao olhar o deserto expressa seu desespero pela presença de
Deus como o deserto desespera por água. Se não há fome e sede por Ele, se a noiva não
aspira estar com o Noivo e não faz a segunda voz no coro do Espírito (Ap 22:17 parte
a), há de fato um grande problema. Esse problema é a presença do pecado e a ausência
do arrependimento e da presença de Deus.
Até quando os ministros vão se calar? Até quando iremos de culto em culto em vez de
irmos de glória em glória? Até quando esperaremos para sermos conduzidos às águas
profundas do arrependimento? Até quando? Até quando? Até quando esperarei? Ó
Deus, conduza-me aos teus lugares altos pelo vale da humilhação!
O apóstolo Paulo ensinou que devemos mortificar os nossos membros que estão sobre a
terra (Cl 3:5). Mortificar significa “tirar o vigor de”, e a única maneira de fazer isso é
indo para a cruz (Lc 9:23). Infelizmente a igreja hodierna tem se tornado uma réplica do
antigo Israel, e muitos ministros estão sob o juízo de Deus pela perspectiva profética de
Ez 34. Você já leu?
2) A FRAQUEZA GERADA PELA FALTA DE EDIFICAÇÃO PESSOAL
A mesma bíblia que diz que Ele nos fortalece (Fl 4:13), diz que devemos nos fortalecer
nEle (Ef 6:10). A alegoria da armadura de Deus encontrada em Ef 6:13-18 encerra a
verdade de que o crente tem uma participação insubstituível no processo de
fortalecimento de si mesmo, entretanto, o elemento mais importante dessa armadura,
acompanhado da Espada do Espírito que é a Palavra de Deus, é pouco compreendido, e
conseqüentemente, pouco usado. Refiro-me ao elemento citado no versículo 18:
“Orando em todo o tempo com toda oração e súplica no espírito...”. A pergunta é: o que
é orar no espírito?
Nota: Em muitas bíblias o termo “espírito” está escrito com letra maiúscula, porém, no
texto grego não é assim, pode se referir tanto ao espírito humano como ao Espírito de
Deus.
A resposta é encontrada em I Co 14:2: “Porque o que fala em língua desconhecida não
fala a homens, senão a Deus, porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios”.
Veja que o espírito que ora não é o de Deus, é o meu: “porque se eu orar em língua, o
meu espírito ora...” (vs. 14). O Espírito Santo não fala/ora em línguas, mas apenas
concede que falemos (At 2:4). Todo aquele que foi batizado no Espírito Santo por Jesus
e falou em línguas, tem o dom de línguas. Usar um dom é, muitas vezes, como usar um
dos nossos cinco sentidos. Por exemplo, se você estiver na cozinha lanchando e a
televisão estiver ligada, você simplesmente ouve a televisão, mas se quiser prestar
atenção ao que está sendo falado, você aciona sua audição e passa não só a ouvir, mas a
receber a informação transmitida. Alguns dons são assim, você aciona e usa, em seu
benefício ou em benefício de outros (I Co 14:12). No caso das línguas você usa em seu
próprio favor, pois, “o que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo” (vs. 4).
A palavra grega para edificar é oikodomei, e significa, edificar, construir, reconstruir,
reedificar, restaurar, fortalecer, beneficiar. O tempo do verbo é o presente do indicativo
ativo que enfatiza a ação contínua que é habitual, portanto, o que ora em língua
estranha, acionando seu sentido espiritual por simplesmente abrir a boca, uma vez que
as línguas já estão dentro de nós pela presença e dádiva de Deus, o seu Espírito, a si
mesmo se fortalece; a si mesmo se prepara. Não é suficiente falar em línguas como não
é suficiente cantar, tem que falar com Deus!
A falta de compreensão desta verdade tem privado muitos crentes de uma vida espiritual
mais abundante. Quando falamos em línguas algo acontece dentro de nós. Não ficamos
tão vulneráveis, nos robustecemos espiritualmente e fluímos no Espírito que está dentro
de nós. Eu sempre achei que para falar em línguas tinha que sentir alguma coisa, mas,
graças a Deus, descobri que isso não é verdade. Deus me deu, portanto, é só usar e me
fortalecer nEle.
No início algumas dúvidas podem surgir, mas não pare, você tem a promessa de um
Deus que promete te conduzir pelo Seu Espírito em toda a verdade (Jo 16:13). Confie
nEle e comece a subir o Rio. Paulo também orienta que aquele que fala em língua
estranha deve orar para que também a possa interpretar, a fim de que ore com o seu
espírito e também com o seu entendimento (I Co 14:13-17).
CONCLUSÃO
Arrependimento não é uma oração feita uma só vez quando recebemos a Cristo na
famosa “oração do pecador”, em que o pregador vai nos conduzindo e nós repetindo.
Arrependimento é uma maneira de viver, é uma decisão do coração para mudança. A
obra do arrependimento não estará completa até que o fruto da justiça apareça, por outro
lado, a santidade ministrada a nós pelo Senhor via arrependimento, precisa ser
fortalecida. Quando disse que a oração no espírito é o elemento mais importante unido à
Palavra, é porque todos os outros elementos são o resultado destes dois. Não há Escudo,
nem Calçado, nem Verdade, nem Capacete sem Espada e sem oração. Enquanto você lê
a Palavra e ora em línguas, vai se fortalecendo no Senhor e na força do Seu poder; vai
vestindo a Sua Armadura, e quando vier o dia mal, você vai vencer tudo e ficar firme
como os montes de Sião, que não se abalam, mas permanecem para sempre.
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