Valor Total do Projeto

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UM ESTUDO SOBRE A TEORIA DAS OPÇÕES
REAIS APLICADA À ANÁLISE DE
INVESTIMENTOS EM PROJETOS DE
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D)
Elieber Mateus dos Santos
Orientador: Prof. Edson de Oliveira Pamplona, Dr.
Itajubá, 27 de Novembro de 2001.
1
OBJETIVOS
Principal : Realizar um estudo sobre a da Teoria das Opções Reais
aplicada à análise de investimentos em projetos de pesquisa e
desenvolvimento (P&D);
Secundários :
• Levantamento do estado da arte e da prática da análise de investimentos
utilizando a TOR, dando maior ênfase aos trabalhos em projetos de
P&D;
• Levantamento das limitações dos métodos tradicionais de orçamento de
capital (FCD - VPL e TIR, Árvore de Decisões);
• Definição de um modelo que melhor se adapte à avaliação de projetos de
P&D, baseado na revisão bibliográfica;
• Aplicação da teoria para verificar o impacto do uso da TOR em um
projeto real de P&D;
• Comparação dos resultados obtidos através dos modelos tradicionais
com aquele obtido pela TOR.
2
Metodologia de Pesquisa
Variáveis Independentes
Forma de Coleta de Dados
Hipóteses
AeB
Dados de Arquivo
+
Análise do Caso
Particular
O Fluxo de Caixa do Projeto
O Modelo de Precificação
Taxas de Desconto
O Tempo
A Incerteza
A Irreversibilidade
As Flexibilidades
(opções presentes)
Revisão Bibliográfica
do Estado da Arte
Variável Dependente
Conclusões e
Recomendações
Valor do
Projeto
Método de Pesquisa
Experimento
3
JUSTIFICATIVAS
• A falta de evidência empírica que demonstre a
aplicabilidade parece inibir sua adoção na prática
(Seppã e Laamanen, 2000; Herath e Park, 1999);
• A avaliação tem sido testada em poucos artigos
publicados.
• Superioridade da OPT em relação às técnicas
convencionais de avaliação de P&D e demonstram
a possibilidade de adotar a OPT como uma extensão
das técnicas atuais (Newton e Pearson,1994)
4
CONTRIBUIÇÕES
• Mostrar que o domínio desta técnica (TOR) não é
uma tarefa inacessível ;
• Demonstrar que a utilização das técnicas
tradicionais não tem sido suficiente para prover
uma avaliação que esteja de acordo com o novo
cenário das decisões;
• É um trabalho que aborda de forma específica e
metodológica a análise da viabilidade de
investimentos em projetos de P&D;
• Fornecer uma evidência empírica que diminua a
lacuna entre a teoria e a prática.
5
HIPÓTESES
Hipótese A: A utilização das técnicas tradicionais tende a
subavaliar certos investimentos, principalmente aqueles
que tenham as características de timing, irreversibilidade
e incerteza, podendo conduzir a resultados errados que
comprometeriam a introdução de projetos que gerariam
resultados significativos para o empreendedor, colocando
em risco a sobrevivência da empresa;
Hipótese B: A Teoria das Opções Reais é capaz de suprir
as lacunas das técnicas tradicionais de orçamentação de
capital.
6
LIMITAÇÕES
•O
escopo do trabalho será a TOR
aplicada à avaliação de projetos de P&D.
• O valor de algumas variáveis, como a
volatilidade, por exemplo, serão adotados.
7
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
• VPL conduz a uma decisão sub-ótima quando:
- Parte dos custos são “afundados” (sunk costs)
- A empresa tem ponderação acerca do
momento de investir (timing)
• Em contraste, para a Teoria das Opções Reais:
- Investimentos carregam uma série de
decisões alternativas
- Estas alternativas são similares à opções
8
Opção: É um contrato que dá a seu titular o direito de
comprar ou vender um ativo a valor predeterminado
(preço de exercício) numa certa data (opção européia), ou
antes dela (opção americana).
Opção de compra de um ativo real
Ativo Subjacente = Valor Presente Bruto do Projeto
Preço de Exercício = Gastos com Comercialização e Produção
Opção de venda de um ativo real
Ativo Subjacente = Valor Presente Bruto do Projeto
Preço de Exercício = Preço de Venda do Projeto
9
OS VÁRIOS TIPOS DE OPÇOES REAIS
• Opção de Deferir um Investimento
• Opção de Abandono Durante a Construção
(Time-to-build Option)
• Opção de Expansão
• Opção de Contração
• Opção de Parada das Operações (Shut down)
• Opção de Abandono
• Opção de Mudança de Uso (ex.: inputs e outputs)
10
• Opções = Flexibilidade e, num mundo de incertezas
a habilidade de se avaliar e usar a flexibilidade é
crítica (Dixit e Pindyck, 1995; Kulatilaka, 1993; Luehrman, 1998);
•A TOR tem o potencial de avaliar o valor do projeto
proveniente de uma administração ativa e das
interações estratégicas (Trigeorgis, 1996);
• A TOR vê o projeto como uma possibilidade futura e
então o avalia com as técnicas usadas pelas opções
financeiras.
11
Qual é o efeito da opção de adiamento em um
investimento irreversível? (Dixit e Pyndick, 1994)
200
....
0
1
2
n-1
n
n+1
tempo
300
100
1-q
1.600
q
1a Opção: Investir agora
(o preço futuro esperado é sempre $200 = 0.5* $300 + 0.5*100)
Assim:

 (1.1)
VPL = -1600 +
t 0
200
t
= -1600 + 2200 = $600
12
Os cálculos ignoram um custo – o da oportunidade de se
investir agora, ao invés de se esperar, mantendo-se aberta a
possibilidade de não investir caso os preços caiam.
2a Opção: Investir no próximo ano (P = $300)
300
1
0
...
2 . n-1
n
n + 1 Tempo
1.600
VPL = (0.5)*
  1600


 1.1


t 1
300 

t
(1.1) 
850
=
= $773
1 .1
Flexibilidade = $773 - $600 = $173
13
A flexibilidade expande o valor da
oportunidade de investimento enquanto
limita as perdas relativas às expectativas
iniciais da administração sob uma
administração passiva (Minardi, 2000; Trigeorgis, 1993).
VPL expandido = VPL trad. ou estático + Valor das Opções
14
• “...
Para mim, todos os tipos de decisões de
negócios são opções” (Nichols, 1994);
• É difícil se justificar projetos de P&D através do
simples uso dos métodos tradicionais
(Herath e Park, 1999);
• A TOR está ganhando atenção porque capta o
valor da flexibilidade gerencial de forma que o
FCD, sozinho, não capta;
• Na década de oitenta houveram muitas críticas
ao FCD aplicado à P&D.
15
COMPARAÇÃO ENTRE A TEORIA
TRADICIONAL E A TOR
Análise
Tradicional
Incerteza
Abordagem das
Opções
Incerteza
Prêmio de
risco
Taxa de
Desconto
potencial de ganho mas com
perda limitada ao montante
investido
Valor do
Projeto
Valor do
Projeto
16
A APLICAÇÃO
Premissas Básicas: Irreversibilidade, Incerteza e Timing.
11.080.107
Opção de
Compra
0 (1997)
1 (1998)
3 (1999)
Tempo (ano)
690.944
690.944
5.749.104
4.396.000
Opção de
Venda
0 (1997)
690.944
1 (1998)
3 (1999)
690.944
Tempo (ano)
17
1) Kallberg e Laurin (1997)
Valor Presente
Líquido
VPL
Valor Presente
Líquido
Expandido
VPLe
Time-to-build
Valor da Opção
no Projeto
Opção de Compra ou
Venda
Duas alternativas:
1) Comercialização própria;
2) Venda dos direitos de uso do produto.
18
RESULTADOS DA ANÁLISE TRADICIONAL
VPLTrad_1 = R$ 2.675.218
VPLTrad_2 = R$ 1.980.359
Para o cálculo da time-to-build utilizou-se o método binomial.
Valor da Opção time-to-build (1) = R$ 104.295
Valor da Opção time-to-build (2) = R$ 799.154
19
Para o cálculo das opções de compra e de venda,
utilizou-se a fórmula de Black e Scholes (1973).
Opção de Compra
Opção de Venda
C = R$ 1.748.055
P = R$ 34.008
20
Valor Total do Projeto: Comercialização Própria Por Parte da
Empresa X
VPL(TOR)_1 = VPLTrad_1 + Time-to-build + Opção de Compra (C)
VPLTrad_1 = R$ 2.675.218
Valor da Opção time-to-build (1) = R$ 104.295
C = R$ 1.748.055
VPL(TOR)_1 = R$ 4.527.568
21
Valor Total do Projeto: Venda dos Direitos de Comercialização
Para Terceiros
VPL(TOR)_2 = VPLTrad_2 + Time-to-build + Opção de Venda (P)
VPLTrad_2 = R$ 1.980.359
Valor da Opção time-to-build (2) = R$ 799.154
P = R$ 34.008
VPL(TOR)_2 = R$ 2.813.521
22
Como
VPL(TOR)_1 = R$ 4.527.568

VPL(TOR)_2 = R$ 2.813.521
Conclui-se que deve optar-se pela alternativa de comercialização
própria, a menos que alguma empresa esteja disposta a pagar o
valor de VPL(TOR)_1 pelos direitos sobre o produto.
23
Cálculo do Valor do Projeto Utilizando o Modelo de Geske (1979), adaptado por
Kemna (1993), para opções reais.
P&D do Produto
XPTO
Fase de Testes
 - * = 1
* = 1
Introdução no Mercado
Fluxo de Caixa de 9 anos
=2
t = 0 (1997)
t = 1 (1998)
Investimento
Inicial
= 690.944
Investimento
follow up
(K* = 690.944 )
t = 2 (1999)
Tempo (t) em anos
Investimento follow up em capacidade de
produção (K = 5.749.104)
Valor Presente do Fluxo de Caixa
(F = 11.080.107 )
G = F e – r τ M(k, h; ρ) – K e – r τ M(k - σ, k - σ;ρ) – K* e – r τ N(k - σ)
24
Assim, resulta um valor da opção composta de:
G = R$ 5.819.300
•O valor presente do investimento inicial (sunk cost) é de
R$ -690.944;
•O valor presente das oportunidades de crescimento é igual ao
valor da opção composta G= R$ 5.819.300;
•O valor de se investir no projeto XPTO tem, portanto, valor total
igual a
VPL (Geske) = R$ 5.819.300 – R$ 690.944 = 5.128.356
VPL (Geske) = R$ 5.128.356
25
CONCLUSÕES
• Os objetivos propostos foram atingidos:
- Levantamento do estado da arte da TOR;
- Levantamento da limitações dos métodos tradicionais;
- Escolha do método para avaliar o caso particular de
P&D;
- Aplicação da TOR para análise de um caso real;
- Comparação dos resultados com os métodos
tradicionais.
• Verificadas as Hipótese A e B;
26
CONCLUSÕES - Continuação
• A análise estratégica dos investimentos pode ser
melhor refletida através do uso da TOR;
• Em um ambiente instável e tão competitivo como
o atual, as empresas devem se sofisticar na maneira
como avaliam seus investimentos;
• Embora a TOR apresente certas limitações e
ainda encontre barreiras à sua adoção, esta deve
ser vista como uma interessante “opção” no
processo de análise da viabilidade de investimentos;
27
CONCLUSÕES - Continuação
•A TOR deve ser vista como uma ferramenta
a mais, devendo ser encarada como uma extensão
das técnicas atuais;
• A TOR representa um caminho para avaliar P&D
que irá ganhar mais importância no futuro,
embora seja um caminho difícil para pessoas
trabalhando na prática;
•A falta de um método padronização parece inibir a
adoção da TOR.
28
RECOMENDAÇÕES
• Há a necessidade de um processo de padronização
dos modelos já existentes;
• Obter a volatilidade a partir de uma twin security;
• Fazer um estudo sobre o procedimento de NewtonRaphson para a obtenção do valor de Fc utilizado no
modelo de Geske;
• Desenvolvimento de novos trabalhos na área, não
só em P&D;
• Difusão no meio corporativo;
• Trabalhos empíricos adicionais.
29
AGRADECIMENTO
Á CAPES, pelo suporte financeiro.
30
ARTIGOS
XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção
(ENEGEP), 17 a 19 de outubro, Salvador, Bahia, Brasil,
2001.
• Captando o Valor da Flexibilidade Gerencial
Através da Teoria das Opções Reais;
• Teoria das Opções Reais: Uma Abordagem
Estratégica Para Análise de Investimentos
31
FIM
OBRIGADO !!!
32
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