CITOPATOLOGIA DE LÍQUIDOS CAVITÁRIOS

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CITOPATOLOGIA DE
DERRAMES EM
CAVIDADES
CORPÓREAS
Vera Andrade, 2016
Pleura parietal
Pleura viceral
Pericárdio
Epicárdio
Cavidades
virtuais
Diafrágma
Peritônio
parietal
Peritônio visceral
O mesotélio recobre: pleura; peritônio e pericárdio
Composto por duas membranas serosas: parietal e visceral. O espaço
entre os folhetos apresenta-se quase virtual, lubrificação.
Líquidos serosos
• Constituição
– Filtrado do plasma, formado na camada
parietal e absorvido na camada visceral da
pleura; peritônio e pericárdio
• Função principal
– Lubrificação, permite o deslizamento das
membranas
• Patologia
– Derrames – efusões (cúmulo de líquido)
• Trauma, infecção ou neoplasias
Derrames de membranas serosas
Transudatos
Exudatos
• A saída de fluído para a
cavidade excede a
capacidade de
reabsorção
• A saída de fluído para a
cavidade excede a
capacidade de
reabsorção, causada
muitas vezes por
processos
inflamatórios
decorrentes de infecção
ou por neoplasia
Transudatos
• Causas mais comuns
– Cirrose, insuficiência cardíaca, embolismo pulmonar,
outros
• Diminuição da pressão osmótica das proteínas
do plasma
• Aumento da pressão hidrostática venosa/arterial
• Retenção de sódio e água
• Densidade < 1.015; Proteínas < 3.0 g/dl
• Teste de Rivalta  Negativo (presença de
material proteináceo, com 2 a 3 gotas de ácido
acético) paucicelular (- de 1.000 células/l)
Exudatos
• Ocorre por inflamação (infecção) ou neoplasias
• Aumento da permeabilidade capilar ocasionada
por bactérias, substâncias tóxicas, agentes
químicos e físicos, etc.
• Densidade > 1.015; Proteínas > 3.0 g/dl
• Teste de Rivalta  Positivo, hipercelularidade
(+ de 1.000 células/l)
Derrame pleural
O excesso (acúmulo) de líquido na cavidade pleural recebe o
nome de derrame pleural. Pode causar dificuldade na expansão
pulmonar, estimular as raízes nervosas e causar muita dor
torácica.
Histologia do
Mesotélio
• Tecido epitelial pavimentoso simples, tecido conjuntivo vascularizado
• Membrana parietal e visceral
Líquido pleural
• Coleta para exame
citológico
• Toracocentese
– EDTA 10% - 100ul
para 10 ml
– Citrato de sódio
3,8% - 400ul para
10ml
Citologia de derrames
• História clínica do paciente
– Sexo
– Idade
– Antecedentes de doenças neoplásicas ou
outra enfermidade
– Tratamentos com quimioterapia ou
radioterapia
• Características macroscópicas do
derrame e analíticas
• Estudo microscópico
Componentes celulares benignos
•
•
•
•
Macrófagos (histiócitos)
Leucócitos
Eritrócitos
Células mesoteliais normais
Macrófagos fagocitando hemácias
Macrófagos
Eosinófilos e linfócitos
Neutrófilos (polimorfonucleares)
Células mesoteliais
• Células epiteliais pavimentosas
– achatadas, pequenas, 10 µm
• Grande capacidade reativa - agressão
Estado em repouso
ím
t
Es
ul
o
Cúbico
Cilíndrico
Pseudopapilar
Pseudoglandular
Pavimentoso
Esfoliação
Variações da célula e formas de aparecimento
Células mesoteliais
• Proliferam, formam várias
camadas
com
crescimento
Estado em
repouso
papilar, cúbicas, cilíndricas
o
ul
– 20 a 40 µmspodendo
chegar a
tím
E
70 µm
Cúbico
Cilíndrico
• Membrana citoplasmática
rendilhada,
franjas, representa
Pavimentoso
a microvilosidade
Pseudopapilar
Pseudoglandular
Esfoliação
Variações da célula e formas de aparecimento
Isolada
Glandular em roseta
Papilar
Multinucleada
Células mesoteliais
• Nos grupos celulares observa-se espaços
claros entre as células, janelas
• Isoladas ou em grupos, bi ou multinucleadas
• Núcleo redondo, oval, aparência uniforme,
nucléolos e figuras de mitoses normais
• Citoplasma “sombreado”, azul profundo,
algumas vezes mais pálido ou róseo perto do
núcleo, pode ter alguns vacúolos e microvilos
Células Mesoteliais Malignas
• Tumores
– Adenocarcinomas
– Mesotelioma
– Carcinoma escamoso
– Linfomas
– Carcinoma de pequenas células
(Oat cell carcinoma)
• Geralmente por metástase
Adenocarcinoma
• Forma acinar
– citoplasma vacuolizado
– aspecto tridimensional
– agregados papilares
redondos ou irregulares
– nucléolos gigantes
Formação
papilar de
adenocarcinoma
de mama
• Forma livre
– mais raro, pequenas
células tumorais, difícil
diagnóstico
Células de adenocarcinoma
de pulmão
Carcinoma escamoso
• Raramente
encontrado em
efusões
• Grupos de células
fortemente
hipercromático de
núcleo irregular
Carcinoma de pequenas células
(Oat cell carcinoma)
• Células
pequenas, sem
citoplasma,
formam
pequenos
grumos ou
ocorrem aos
pares.
Células pequenas em fluido pleural originado de
carcinoma de células pequenas do pulmão.
Mesotelioma
• Tumor primário das
membranas serosas
• Muitos grupos
grandes de células
mesoteliais
• Bi ou multinucleados
com figuras mitóticas
Célula mesotelial maligna
Linfomas
• Células variam de
tamanho, geralmente
discretas
• Marcado pleomorfismo
nuclear, cromatina fina,
nucléolos
• Semelhantes aos blastos
vistos no sangue
periférico, nos linfomas
leucemizados
Outras análises do líquido pleural
• Exame bioquímico (sem anticoagulante)
• lipídios, glicose, proteínas, enzimas, metais,
marcadores
• Transudatos
• Exudatos
• Exame microbiológico (frasco estéril)
• pH (seringa heparinizada)
Líquido pericárdico
• Derrame pericárdico é resultado de alterações de
permeabilidade na membrana
Líquido pericárdico
• Causas de pericardites
–
–
–
–
–
Bacterianas
Virais
Tuberculosa
Urêmica
Neoplásica
• Amostra
– Coleta por pericardiocentese
Exame citológico
• Contagem de células vermelhas
• Contagem de leucócitos: > 1000 sinal de
infecção
• Contagem diferencial: valor limitado
• Fundamental importância - detecção de
células neoplásicas
Análise laboratorial
• Glicose: pode estar diminuída (< 40mg/dl)
– tuberculose
– malignidade
– doença reumatóide bacteriana
• pH ácido, <7,0
– efusões purulentas
– doença reumatóide
– algumas efusões hemorrágicas
• Exames microbiológicos
– Gram
– Cutura
• Biópsia
Líquido de ascite
• Ascite - acúmulo de fluido na cavidade peritoneal
Líquido de ascite
• Causas mais frequentes
– cirrose carcinomatose peritoneal
– insuficiência cardíaca congestiva
– tuberculose peritoneal
– tumores de ovários, trato gastrointestinal e
linfoma em homens e mulheres; em crianças,
leucemia-linfoma, tumor de Wilms,
neurobastoma
Líquido de ascite
• Coleta de amostra por paracentese
• Classificação
– Transudatos
– Exsudatos
Citologia de líquido de ascite
• Contagem total de células
• Eritrócitos: < 100.000 /ul, contagens mais
altas podem indicar trauma hemorrágico
• Leucócitos: < 300/ul
• Polimorfonucleares > 250/ul
– Peritonite bacteriana
Citologia
• Citológico diferencial
• Predomóinio de linfócitos/monócitos, raras ou
ausência de células mesoteliais Tuberculose
• Presença de vários macrófagos e células
mesoteliais  Cirrose
• Presença maciça de neutrófilos  peritonite
bacteriana
• Presença de células neoplásicas  80%
positividade na primeira amostra, elevando-se
para 90% em três
Líquido de ascite
Adenocarcinoma em ascite,
arranjo tubular, adenocarcinama
tubular do trato gastrointestinal
(carcinoma de reto).
Agrupamento de células de
adenocarcinoma do ovário.
Análise laboratorial
• Exame físico
• Aspecto:
– Transudatos - límpidos, serosos
– Exsudatos - turvos, purulentos, fibrinosos
– Brilhante: derrames crônicos
– Hemorrágico: presença de sangue recente ou
crônico
– Sero-fibrinoso: tuberculoso
• Exame físico
• Cor
– Transudatos - amarelo-palha
– Exsudatos: amarelo turvo, ouro
– Branco, leitoso ou quiloso- lesão linfática ou derrame
crônico
• Densidade
– >1020 exsudatos
– <1020 transudatos
• pH
– transudatos: >7,20
– exsudatos: < 7,20
Líquido
Cefalorraquidiano
URI, Vera Vargas, 2006
Células
ependimárias
(glia) do plexo
coróide
(cilíndricas
baixas a
cúbicas)
Sistema Nervoso
• Sistema Nervoso
Central (SNC)
– Cérebro
– Medula espinhal
• Sistema Nervosos
Periférico (SNP)
– Nervos cranianos e
nervos espinhais
– Gânglios
Sistema Nervoso Central
Três túnicas de tecido
conjuntivo recobrem o
cérebro e a medula
Espaço epidural
Espaço subdural
Células ependimárias
• Células ependimárias revestem os ventrículos
cerebrais (terceiro e quarto ventrículos e
ventrículos laterais), e canal central da medula
espinhal
• Formam o plexo coroide
• Produzem o líquido cefalorraquidiano (LCR,
líquor)
• O líquor circula pelo espaço subaracnóideo
Líquido Cefalorraquidiano – Líquor – LCF
• Funções
– Proteção mecânica do tecido cerebral
– Lubrificante, evita atrito com o crânio
– Elimina resíduos, faz circular nutrientes
• Volume no adultos
– Produzido 20 mL/h  500 mL/24 h
– Volume total de cerca de 100 a 150 mL, é
renovado em média a cada 6 horas
Exame do LCR
• Diagnóstico
–
–
–
–
–
Meningites bacterianas, virais, fúngicas e parasitárias
Tumores
Hemorragias
Reações à válvulas na hidrocefalia
Neuroleucemias
• Prognóstico
– Infiltrações leucêmicas
– Metástases tumorais
• Tratamento
– Quimioterapia
• Punção
– Geralmente, punção
lombar, entre 3a e 4a
espaço
intravertebral
– Ocasionalmente,
punção ventricular
ou occipital
Amostras
• Ideal três frascos
esterilizados
– Exame microbiológico
– Exames físico
bioquímico e
imunológico
– Exame citológico
Exame Microbiológico
• A função do laboratório de microbiologia é
identificar o agente etiológico (exemplo:
meningite)
• O laboratório deve realizar outros exames
de triagem como a coloração de Gram e
coloração de Ziehl (bactérias), prova com
tinta nanquim (Cryptococcus neoformans )
e provas de aglutinação em látex
•
Aspecto: avaliação antes e
após centrifugação
– Normal: límpido (cristalino,
transparente)
– Anormal: opalescente, turvo,
hemorrágico
• Cor: avaliação após
centrifugação
– Normal: incolor e
xantocrômico (até 1 mês de
vida)
– Anormal: xantocômico,
eritrocrômico
• pH: alcalino de 7,4 a 7,5
• Densidade: 1003 a 1008
Exame físico
Exame Bioquímico
• Proteínas
– Adultos.............15 a 45 mg/dl
– RN................... 15 a 60 mg/dl
– Acima de 60a...15 a 60 mg/dl
• Glicose
– 50 a 80 mg/dl ou 2/3 da glicemia
• Cloretos - 690 a 770 mg/dl
Citologia
• Objetivo principal é
diagnóstico de
meningite, neoplasia
e na monitorização de
tratamentos
• O diagnóstico de
tumor cerebral
primário é limitado
Contagem de Células
• Celularidade – eritrócitos e leucócitos
– Adultos: 0 a 5 leucócitos/ul
– Rn........: 0 a 30 leucócitos/ul
• Contagem celular
– Câmaras de Neubaeur e/ou Fuchs Rosenthal
• Usar o líquor puro ou diluído, se
necessário, para contagem total de
células
Contagem Diferencial
• Contar as células identificar os tipos celulares
presentes
• A contagem diferencial deve ser feita após
método de concentração da amostra por:
– Filtração, sedimentação, citocentrifugação e
centrifugação comum
• As lâminas podem ser coradas com o corante
de Wrigth ou May-Grünwald-Giemsa e deve-se
contar 100 células registrando o resultado em
percentagem
• As células encontradas no LCR são
principalmente linfócitos e monócitos;
• Os adultos têm mais linfócitos, enquanto que
nas crianças a predominância é de monócitos
• Considera-se anormal o resultado que
apresenta número elevado de neutrófilos
(meningite bacteriana), assim como a presença
de leucócitos imaturos, eosinófilos,
plasmócitos, células teciduais e células
malignas
• Se a contagem de leucócitos no LCR for
elevada e a percentagem de linfócitos e
monócitos for alta há indícios de meningite de
origem viral, tuberculosa, fúngica ou parasitária
CÉLULAS PRESENTES NO LÍQUOR
CÉLULAS
SIGNIFICADO CLÍNICO
ASPECTO
MICROSCÓPICO
Linfócitos /
Monócitos
Normal
Encontrados em todos
Meningite viral
os estágios de
Meningite tuberculosa
maturação;
Meningite fúngica
Muitas vezes
Início meningite bacteriana
reacionais
Esclerose múltipla
Neutrófilos
Meningite bacteriana
Início da meningite viral
Hemorragia cerebral
Podem ter menos
grânulos que no
sangue, se
desintegram
rapidamente
CÉLULAS PRESENTES NO LÍQUOR
CÉLULAS
SIGNIFICADO CLÍNICO
Eosinófilos
Infecções parasitárias
Reações alérgicas
Válvulas intracranianas
Macrófagos
Meningite bacteriana crônica
Meningite bacteriana tratada
Hemorragia subaracnóide
ASPECTO
MICROSCÓPICO
Idênticos ao sangue
Podem conter
hemácias
fagocitadas,
grânulos de
hemossiderina
CÉLULAS PRESENTES NO LÍQUOR
CÉLULAS
SIGNIFICADO
CLÍNICO
Plasmócitos
Inflamações subaguda e crônica
Esclerose múltipla
Mieloma múltiplo
Células ependimárias
e do plexo coróide
Traumas
Cirurgia do SNC
Válvulas
Neonatos
ASPECTO
MICROSCÓPICO
Aparecem na forma
clássica e formas
transitórias, maiores,
menos coradas
Geralmente
agrupadas
CÉLULAS PRESENTES NO LÍQUOR
CÉLULAS
SIGNIFICADO
CLÍNICO
Blastos
Leucemias
Linfomas
Células neoplásicas
Tumores primários do
SNC
Metástases ( mama,
pulmão,melanoma)
Células imaturas
(eritroblastos,
precursores
mielóides)
Punção acidental da
vértebra
ASPECTO
MICROSCÓPICO
Algumas vezes formas
alteradas, com
núcleos lobulados,
nucléolos evidentes,
mas com morfologia
monomórfica
Geralmente
observadas
agrupadas com fusão
de bordas e dos
núcleos
Como no sangue ou
medula óssea
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