Doenças Reumatológicas no Atleta

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Doenças
Reumatológicas no
Atleta
Ana Carolina Corte de Araujo – R3 Medicina Esportiva
Orientadora: Dra Fernanda Lima
Junho/2010
Introdução



Queixa articular: causa mecânica!
Diagnóstico diferencial: Doenças reumatológicas.
Objetivo: Identificar as doenças reumatológicas
que se apresentam como lesões relacionadas ao
esporte.
 Lombalgia,
 Cervicalgia,
 Dor
no quadril,
 Artropatia periférica,
 Lesões de tecidos moles.
Lombalgia





Mecânicas! Estão relacionadas a lesão
muscular e entorses de estruturas ligamentares
da coluna lombar.
Adultos: Hérnia de disco, fratura por
compressão, estenose espinhal, e doença
degenerativa.
Jovens: espondilólise.
Não esquecer: tumores e doenças inflamatórias.
5% do atendimento primário de lombalgia =
espondiloartropatias.
Lombalgia

Espondiloatropatias soronegativas:
 Espondilite
anquilosante: mais frequente
 Atrite reativa ou síndrome de Reiter,
 Artrite enteropática,
 Artrite psoriática.

Os principais sintomas para as
espondiloartropatias são dor lombar inflamatória
ou artrite assimétrica predominante em
membros inferiores.
Lombalgia Espondilite Anquilosante

“É uma doença inflamatória
crônica que acomete
basicamente as articulações
do esqueleto axial, sendo a
lesão da articulação
sacroilíaca seu marco
fundamental.”

3 Homens : 1 Mulher
Média 23 anos.
Patogênese: Entesite


Lombalgia Espondilite Anquilosante

Manifestações Clínicas:
 Queixas
insidiosas de lombalgia persistente
associada à rigidez matinal, aliviada pela atividade
física.
 Característica da dor lombar inflamatória:





Início do desconforto lombar < 40 anos.
Início insidioso.
Persistência por mais de 3 meses.
Mais intenso pela manhã.
Aliviada com exercícios.
Lombalgia Espondilite Anquilosante

Exame Físico:
 Hipersensibilidade
das
articulações
sacroilíacas à
palpação e manobras
(FABERE).
 Limitação da
mobilidade. Teste de
Schöber positivo: <
15cm.
Lombalgia Espondilite Anquilosante

Exames Laboratoriais:
 VHS
e PCR
 FR negativo!
 HLA-B27

Exames Radiológicos:
 Rx
de quadril
Lombalgia Espondilite Anquilosante

Diagnóstico:
Dor lombar por mais de 3 meses.
2) Limitação funcional da coluna lombar.
3) Redução da capacidade de expansão do
tórax.
4) Presença de sacroileíte (Rx).
1)
Presença do critério 4 e mais um outro.
Lombalgia

O médico deve sempre suspeitar a
espondilite anquilosante para atletas
jovens com lombalgia com características
inflamatórias. O diagnóstico precoce e o
imediato tratamento são fundamentais
para a diminuição da progressão da
doença.
Cervicalgia
Causa mais comum: mecânica!
 Diagnóstico diferencial: AR.

 Espondilite Anquilosante:
pode apresentar
cervicalgia antes mesmo de lombalgia.

A poliartropatia da AR afeta as
articulações da coluna, e particularmente,
a coluna cervical.
Cervicalgia
Artrite Reumatóide

Doença inflamatória crônica caracterizada pelo
envolvimento das articulações em um processo
insidioso que resulta em deformidades.

35 – 55 anos;
3 mulheres: 1 homem
Patogênese: sinovite!


Cervicalgia
Artrite Reumatóide

Manifestações Clínicas:
 Início:
Dor articular com rigidez;
 Sintomas constitucionais: fadiga, mal-estar,
anorexia e desconforto muscular.

 Evolução:
artrite simétrica das pequenas
articulações de mãos e punhos.

Não acomete IFD
 Coluna
Cervical: subluxação atlanto-axial.
Cervicalgia
Artrite Reumatóide

Diagnóstico:







Rigidez matinal por, pelo menos,1h.
Artrite de 3 ou mais articulações.
Artrite de mãos e punhos.
Artrite simétrica.
Nódulos reumatóides subcutâneos.
Fator reumatóide.
Alterações radiográficas.
Preencher 4 de 7 critérios e os 4 primeiros por mais de 6 semanas.
Cervicalgia
Artrite Reumatóide

Exames Laboratoriais:
 VHS
e PCR;
 FR;
 Anti-CCP:
especificidade 98%, sensibilidade
50%.

Exame de Imagem:
 Rx.
Cervicalgia

Pacientes com diagnóstico de AR
apresentam risco aumentado de lesão
medular na prática de esportes de contato
pela maior incidência da instabilidade
cervical.
Dor no quadril


Ocorre freqüentemente em esportes que
envolvem rotação e impacto repetitivo.
A dor pode ser originada do quadril ou de
estruturas adjacentes.
 Lesão
labral, fratura de estresse da cabeça do fêmur,
bursite trocantérica, lesão muscular do adutor,
tendinopatia do adutor, do reto abdominal, fratura do
ramo púbico, osteíte púbica, hérnia do atleta.
Dor no quadril

Não esquecer que:
As doenças reumatológicas podem abrir
com quadro de dor no quadril.
Mais comuns: Espondiloartropatias
soronegativas, AR, gota e pseudogota.
Artropatia Periférica
Em caso de monoartrite o principal é
avaliar se há artrite séptica. Após eliminar
a infecção, uma condição reumatológica
deve ser investigada.
 Causas de artrite periférica:

Artropatia Periférica

Artrite é uma das manifestações mais
comuns em pacientes com LUPUS.
Artropatia Periférica –
LUPUS

Doença autoimune multissistêmica crônica
caracterizada pelo desenvolvimento de focos
inflamatórios em vários tecidos e órgãos do
corpo.

9 mulheres: 1 homem
15 – 45 anos.
Patogênese: ação de auto-anticorpos formados
por um desequilíbrio do sistema imunológico.


Artropatia Periférica –
LUPUS

Manifestações Clínicas:
 Sintomas
constitucionais: fadiga, mal-estar,
queda do estado geral, febre, perda ponderal.
Artropatia Periférica –
LUPUS

Diagnóstico: 4/11.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Erupção Malar: em asa de borboleta
Erupção Discóide.
Fotossensibilidade.
Úlceras Orais.
Artrite: 2 articulações periféricas
Serosite: pleurite, pericardite
Distúrbio Renal: proteinúria ou cilindrúria
Distúrbio Neurológico: convulsões ou psicose
Distúrbio Hematológico: Anemia hemolítica ou leucopenia ou
linfopenia ou trombocitopenia.
Distúrbio Imunológico: AAF ou anti-DNA positivo ou anti-SM
ou VDRL falso positivo.
FAN positivo.
Artropatia Periférica –
LUPUS

Exames Laboratoriais:
↓
C3 e C4.
 ↑ VHS
 Auto-anticorpos Específicos:



Anti-DNA: E=95%. Atividade da doença e nefrite lúpica.
Anti-SM: E = 99%. Presente somente em 30%.
Anti-Ro e anti-La: Síndrome de Sjögren.


Anti-Ro: lupus cutâneo subagudo, fotossensibilidade e lupus no
idoso.
Anti-Histonas: induzido por drogas.
Artropatia Periférica –
Gota
Depósito de cristais de urato monossódico
em articulações, causando artrite.
 Homens 7: 1 mulheres
 40 – 50 anos.

Artropatia Periférica –
Gota
Hiperprodução de ácido úrico
Redução da Excreção Renal
Etilismo
Etilismo
Dieta rica em purina
Diuréticos, desidratação
Neoplasias
AAS, ciclosporina,
pirazinamida, etambutol
Anemias hemolíticas
Obesidade
Psoríase
IRC, acidose lática,
hipotireoidismo,
hiperparatireoidismo.
Artropatia Periférica –
Gota

Evolução natural da gota: 4 etapas.
 Hiperuricemia
assintomática:
Aumento dos níveis séricos de ácido úrico, sem
sintomas de artrite.
 Termina quando tem início a primeira crise de
artrite ou de nefrolitíase.

Artropatia Periférica –
Gota
 Artrite
gotosa aguda:
Artrite dolorosa de início súbito.
 Fatores predisponentes: traumas, medicações,
álcool.
 Início: monoartrite. Depois: oligo ou poliartrite.
 Típicas: quanto mais distal for a localização: hálux.
 As crises perduram por tempo limitado (3-10dias)
e são seguidas pelo período intercrítico.

Artropatia Periférica –
Gota
 Gota
intercrítica:
Paciente assintomático.
 Recaídas mais freqüentes e duradouras.
 Resoluções não são mais totais.
 Crises são mais graves: caráter poliarticular e
febre.

Artropatia Periférica –
Gota
 Gota

Tofosa Crônica:
Formação e depósito de cristais de urato
monossódico nas cartilagens, articulações,
tendões e partes moles.
Artropatia Periférica –
Gota

Diagnóstico:
 Quadro
clínico;
 Presença dos cristais típicos de urato
monossódico no líquido sinovial da
articulação afetada.
Lesões de Tecidos Moles
São as principais causas de dores em
atletas competitivos e recreativos.
 Agudas ou crônicas.
 Entretanto, muitas lesões podem ser uma
manifestação de uma doença
reumatológica sistêmica.

Lesões de Tecidos Moles

Bursite:
 Sítios
mais comuns: bursa olecraneana,
bursa trocantérica e bursa anserina.
 Sintoma: dor. Edema é raro.
 Bursite olecraneana é mais comum em
pacientes com gota ou AR. Diagnóstico
etiológico: aspiração.
Lesões de Tecidos Moles

Tendinopatias:
 Sítios




mais comuns:
Supraespinhal;
Flexor dos dedos;
Tendão patelar;
Aquileu.
 Aumento
da prevalência de FR em pacientes com
epicondilite lateral de repetição sugerindo que haja
uma predisposição para doenças reumatológicas.
Lesões de Tecidos Moles
 AR,
gota, LUPUS podem levar a ruptura de
tendões em indivíduos jovens.
 Na AR, a ruptura mais comum é no tendão
dos extensores dos dedos.
Lesões de Tecidos Moles

Entesites:
 Causa:
recorrente estresse na êntese ou
doença inflamatória autoimune.
 Sítios comuns de entesites: fascia plantar,
tubetosidade isquiática, trocanter maior e
crista ilíaca.
 Entesite é um dos principais critérios
diagnósticos de EA.
Conclusão

Diante dos diversos casos relatados de
doenças reumatológicas que são
mascaradas pela lesão esportiva, o papel
do médico do esporte é diferenciar uma
síndrome inflamatória de uma nãoinflamatória por meio de uma boa história
e um bom exame físico.
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