Mecânica Quântica Rudimentos Fonte: Chuang-Nielsen Quantum Computation and Quantum Information, Cambridge University Press, 2000 Francisco M. de Assis Doutor, UFCG Objetivos: Apresentar os princípios da MQ com exemplos de apoio Emaranhamento, fontes quânticas, entropia Projeto QUANTA GEPOTI/QUANTA Mecânica Quântica? Analogia Programas <-> QED (específico) Sistema operacional <-> QM Gravitação Newton Leis de movimento Vamos aceitá-la como uma coleção de quatro postulados que formam as regras básicas para a descrição de qualquer sistema físico! A mais bem sucedida! Não há registro de falha em nenhuma previsão da QM! Nielsen: a teoria do tudo será quântica Aspecto conceitual: problema da medição Teoria da gravitação quântica Álgebra linear A estrutura da QM Notação de Dirac , , A Quatro postulados: 1. Representação de um sistema fechado: “vetores de estado” e “espaço de estados” 2. Dinâmica dos sistemas quânticos: “evolução unitária” 3. Representação das medições quânticas: “medições ou operadores projetivos” 4. Representação de sistemas compostos “produtos tensoriais” Exemplo: qubit (sistemas quânticos com 2 níveis) 1 fótons spin de partículas etc 0 1 0 “Normalização” | |2 | |2 1 base computacional 0 1 “All we do is draw little arrows on a piece of paper - that's all.” - Richard Feynman Postulado 1 Associado com qualquer sistema quântico existe um espaço vetorial complexo (espaço dos estados), Cd. O estado de um sistema quântico é um vetor unitário no espaço dos estados Exemplo: qubits com estados em C2. 0 1 A MQ não especifica estados de sistemas específicos. Uma teoria específica deve ser usada para tanto. Notação bra-ket | Qudit (= ) 0 0 1 1 2 2 ... d 1 d 1 C d 0 1 2 : d 1 0 1 d 1 Dinâmica: um exemplo NOT quântico: Qubit entrada X 0 1 ; X Qubit saída X 1 0 . Representação matricial: 0 1 ? 0 1 1 0 0 X 0 1 1 0 1 1 0 A evolução de um sistema quântico fechado pode ser Representada por uma matriz unitária Matrizes unitárias a b A c d A† A* T A é matriz unitária se: a * c * * * b d AA† A†A I Conjugação hermitiana Notação comum: U para matriz unitária Exemplo 0 1 0 1 1 0 XX . 1 0 1 0 0 1 Postulado 2 A evolução de um sistema quântico é representada por uma transformação unitária ' U Por que unitárias? Observação: transformação unitárias preservam a normalização Sendo ' U | U U | U U | 1 H Portas de Pauli X X 0 1 ; X1 0 ; 0 1 X 1 0 Y Y 0 i 1 ; Y 1 i 0 ; 0 i Y i 0 Z Z 0 0 ; Z1 1 ; 1 0 Z 0 1 Exercício : verifique que XY=iZ Exercício: verifique que X2=Y2=Z2=I Medição de um qubit 0 1 Não é possível determinar os valores de ou Mas é possível obter informação (limitada) sobre estes valores por meio de “Medições na base computacional” 2 P (0) ; P (1) 2 A medição “colapsa” o estado do qubit para um dos estados da base computacional com probabilidades P(0), P(1) respec. Medição de um qubit 1 P (0) P (1) 1 2 0 1 1 0 1 2 2 Medidas: caso mais geral Na base e1 , e2 en a medida do estado : resulta na observação de e j com probabilid ade P( j ) e j A medida provoca o colapso do estado da base computacional. Isto é tudo… para um dos estados Exemplo 0 1 Considere a base ortonormal 0 1 2 , 2 P() P() 2 = 0 1 2 2 2 2 2 Postulado 3 A medição do estado na base computacional e1 , e2 ,, ed resulta na observação do resultado j (o sistema permanece doravante no estado j) com probabilidade P( j ) e j 2 Observe que o ato de medir “perturba” ou “colapsa” o sistema para um determinado estado definitivamente! O problema da medição Sistema quântico Dispositivo de medição Resto do Universo Os postulados 1 and 2 Postulado 3 Pesquisa: resolver o problema da medição… Sistema de múltiplos qubits 00 00 01 01 10 10 11 11 Medição na base computacional: Estado para n qubits: n x 0,1 P (x , y ) | xy |2 x x Observe que são necessários O(2^n) bits clássicos para representar um estado quântico de n qubits! “Hilbert space is a big place” - Carlton Caves Postulado 4 O espaço de estados de um sistema quântico composto é o produto tensorial dos espaços de estados dos sistemas componentes Exemplo: C C C 00 0 0 , 4 2 2 é o espaço dos estados de sistemas 01 0 1 com dois qubits 10 1 0 Propriedades do produto tensorial z v w (z v ) w v (z w ) ( v1 v2 ) w v1 w v2 w v ( w1 w2 ) v w1 v w2 11 1 1 Algumas conseqüências do Postulado 4 Se Alice prepara seu sistema no estado o estado conjunto será a b Conversamente, se o estado conjunto é Alice está no estado a e Bob no estado b a b então o sistema de a e o sistema de Bob está no estado b Observe que independe da fase global: a b = e i a e i b Alice aplicar o operador U ao seu sistema é equivalente a aplicar U I ao sistema em conjunto Lembrar que A B v w A v B w Exemplos Suponha que a porta X (NOT) é aplicada ao segundo qubit (Bob) quando o estado conjunto é 0,4 00 0,3 01 0,2 10 0,1 11 O estado resultante é ( I X )( 0,4 00 0,3 01 0,2 10 0,1 11 ) 0,3 00 0,4 01 0,1 10 0,2 11 Exercício: um sistema com dois qubits encontra-se no estado 0,8 00 0,6 11 sendo submetido a uma operação X no segundo qubit e uma medição na base computacional. Determine as probabilidades das observações que podem ocorrer… Alice Emaranhamento quântico Bob 00 11 2 a b 0 1 0 1 00 10 01 11 0 or 0. Schroedinger (1935): “I would not call [entanglement] one but rather the characteristic trait of quantum mechanics, the one that enforces its entire departure from classical lines of thought.” Resumo Postulado 1: um sistema quântico é representado por um espaço vetorial complexo com produto interno (espaço dos estados) Postulado 2: A evolução de um sistema quântico isolado é descrito por uma transformação unitária ' U Postulado 3: uma medida de um estado realizada na base 2 e1 , e2 ,, ed ej resulta no estado j com probabilidade Postulado 4: O espaço dos estados de um sistema físico composto é o produto tensorial dos espaços dos sistemas componentes Emaranhamento = Recurso Físico Exemplo: Codificação Superdensa Alice Codificação Superdensa ab Alice pode transmitir 2 bits clássicos se dispõe de apenas 1 qubit? Sim! 00 11 2 Dispositivo de medição ab Bob Alice Codificação Superdensa X 0 1; Bob X 1 0 Z 0 0 ; Z 1 1 ab 00 : Apply I 01 : Apply Z 10 : Apply X 11 : Apply XZ 00 11 2 00 11 2 00 11 2 00 11 2 00 11 2 00 11 00 11 2 2 10 01 2 10 01 2 ab Exercício Suponha que o estado inicial compartilhado por Alice e Bob seja agora 10 2 Será ainda possível implementar um protocolo de codificação superdensa? Aplicando as operações I, Z, X e XZ resulta numa base de Bell portanto o estado inicial pode ser compartilhado para codificação superdensa Ciência da Informação quântica: arcabouço para o estudo de sistemas quânticos complexos Processos Quânticos algoritmo de Shor teletransporte comunicação capacidade de canais quânticos com múltiplos usuários teoria do emaranhamento criptografia Correção de erros quânticos Complexidade Fontes clássicas e quânticas Exemplo: “Fonte binária quase-clássica 1 0 com probabilidade 2 1 com probabilidade 1 2 Exemplo: “Fonte binária quântica” 0 0 1 Definição geral: DMSQ 2 1 com probabilidade 2 com probabilidade 1 2 Uma fonte de informação quântica produz estados j com probabilidades pj Entropia de Von Neumann Fonte binária quase-clássica: 1 1 P 0 , P 1 2 2 1 H 1 2 0 1 1 1 P 0 , P 2 2 2 Fonte quântica binária (legítima): 3 1 0 1 0 1 4 0 0 2 2 2 1 4 Agora usando a entropia de Von Neumann 1 4 1 4 S tr log x logx H0.8536 0,6 x Em geral portanto pode se esperar maior compressão. Subespaço Típico Exemplo: p 0 0 1 p 1 1 , S H p Seqüências não Típicas Seqüências Típicas X 1 , X 2 , , X 2nS Subespaço típico é gerado por X 1 ,, X 2nS , P X j X j Compressão de dados de Schumacher Mede estado para verificar em que subespaço típico está (projetores P) Q = I - P P Transf. Unit. X j j 0 0 Q Envia 0 nS Envia j Justapõe 0 s : j 0 0 Shumacher: EF=1 Transforma da inversa : j 0 0 X j Compressão de Schumacher j 0 UT U medida: 0 0 0 U† O Projeto QUANTA - CNPq Grupo de Informação e Computação Quântica Aércio Ferreira de Lima, DF/UFCG Bernardo Lula Júnior, DSC/UFCG Francisco Marcos de Assis, DEE/UFCG Grupo de Comunicações Quânticas Rubens Vianna Ramos DETI/UFC Objetivos Gerais Desenvolvimento de um sistema de comunicações quântico inviolável Eva Canal clássico Canal quântico Alice Bob Diagrama do sistema quântico Diodo Laser + Atenuador Óptico Ajustável + Controle Fonte de Fótons Isolados Fibra óptica + Acopladores Ópticos + Controle Polarizador Defasador de fase Canal Quântico Bob Receptor de Fótons Isolados Alice 1 Z 0 , 1 X , 0 Fotodiodo APD + Amplificador + Controle Etapas do Projeto Proposição dos protocolos Softwares de controle e comunicação do experimento (DSC/UFCG) Protocolo para autenticação quântica de mensagens clássicas (DEE/UFCG) Aspectos experimentais Montagem e teste: fonte de fótons isolados, interferômetro óptico e receptor de fótons isolados. (DF/UFCG e DETI/UFC) Análise da segurança do sistema montado Inserção do sistema em redes de comunicação existentes Autenticação Esquemas clássicos de autenticação Código de Autenticação de Mensagem (MAC) Funções Hash Segurança Computacional Informacional (Teórica ou Incondicional) Esquemas c/ segurança informacional Wegman e Carter – 1981 Segurança computacional X Computador quântico Subgrupo escondido (fatoração, log discreto, índice) Autenticação quântica de mensagens clássicas Curty e Santos (2001) – Comprimento Unitário Associa 0 0 , 1 1 tal que i | j i , j Chave secreta: par EPR maximamente emaranhado 1 AB 01 2 AB 10 AB Alice - Para enviar o bit i: Prepara tm ii e aplica a operação unitária em A tm EA 0 0 A I 1 1 AU Estado do sistema (Alice + Bob + Mensagem) 1 01 2 AB ii 10 AB U ii Continua ... Autenticação quântica de mensagens clássicas Bob - Para checar a autenticidade DB 0 0 BU 1 1 B I Faz medições ortogonais na base B i ; i 0,1,2,3 Autêntica se o resultado for i ; i 0,1 Requer tecnologia inexistentes Pesquisa: Descrever um protocolo de autenticação quântica de mensagens clássicas que exija apenas preparação, transmissão e medição de estados quânticos de bases ortonormais (ex. Z e X )