Cardiopatias acianóticas Vinícius Santana Pereira R1 de Pediatria Orientadora: Dra Antonella Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF www.paulomargotto.com.br Introdução O diagrama das câmaras cardíacas Fisiopatologia das lesões acianóticas com shunt esquerdo direito CIA CIV PCA Defeito do septo AV Defeitos do septo atrial A magnitude do shunt esquerdo-direito é determinado pelo tamanho do defeito e pela relação entre a “distensibilidade” entre o ventrículo esquerdo e direito. O ventrículo direito é mais distensível que o esquerdo shunt esquerdo direito. O átrio direito, ventrículo direito e artéria pulmonar estarão dilatados. Defeitos do septo atrial Defeitos do septo atrial No Raio X de tórax Aumento do átrio direito, Ventrículo direito e artéria pulmonar. O átrio esquerdo não se dilata o sangue que chega a essa câmara é enviada ao átrio direito assim que chega. Defeitos do septo atrial No ECG: Dilatação de câmaras direitas aumento do tempo de despolarização pode produzir padrão semelhante a bloqueio de ramo direito. Hipertrofia de ventrículo direito. Na ausculta: O shunt per si é silencioso. Estenose Relativa da valva pulmonar pode causar um sopro sistólico ejetivo. Defeitos do septo atrial Repercussão clínica: Raramente causa insuficiência cardíaca congestiva. Terceira a quarta década de vida: ICC ou hipertensão pulmonar podem se manifestar. Um CIA amplo pode dar desdobramento fixo de B2. Defeitos do septo Ventricular A magnitude do shunt é determinado pelo tamanho do defeito e pelo nível de Resistência Vascular Pulmonar. Shunt e ICC em RN Defeito pequeno o shunt normalmente é pequeno o grau de congestão vascular e aumento de câmaras é pequeno. O próprio shunt produz um sopro sistólico. Ausculta: B2 normofonética Defeitos do septo Ventricular Defeito moderado o shunt já apresenta tamanho significativo. O ventrículo direito não sofre importante sobrecarga de volume entra em sístole junto com VE. Sopro sistólico é audível. Pode-se auscultar sopro diastólico de estenose mitral relativa Defeitos do septo Ventricular Defeito grande shunt muito intenso pode transmitir pressão em altos níveis para o VD Hipertrofia de VD. Raio X com aumento biventricular. Em caso de não ser tratado: hipertrofia de artérias pulmonares aumento da pressão pulmonar a níveis sistêmicos diminuição do shunt ou shunt bidirecional ausência de sopro ou cianose, respectivamente. Defeitos do septo Ventricular Persistência do Ducto Arterioso Possui uma hemodinâmica semelhante ao defeito do septo ventricular. A magnitude do shunt esquerda-direita depende da resistência oferecida pelo ducto quando o mesmo é pequeno, e pelo nível da resistência vascular pulmonar quando o PCA é grande. Persistência do Ducto Arterioso As câmaras hipertrofiadas também são semelhantes ao defeito de septo ventricular, exceto pela aorta, que está dilatada na PDA. As conseqüências hemodinâmicas também são semelhantes. Gradiente de pressão entre artéria pulmonar e aorta contínuo shunt em todo o ciclo cardíaco sopro contínuo. Persistência do Ducto Arterioso Defeitos de Septo AV Contribuição do septo AV na vida fetal (óstium primum): No fechamento da parte inferior do septo inter-atrial e da parte superior do septo inter-ventricular. Na formação da valva tricúspede e mitral. Conclusão defeito nesse septo podem causar CIA, CIV e fendas nas valvas mitral ou tricúspede. Defeitos de Septo AV Forma parcial do defeito apenas um CIA está presente (CIA tipo ostium primum), freqüente associação com anormalidades na valva mitral. Hemodinamicamente é similar ao CIA tipo ostium secundum. O quadro clínico também é semelhante. Defeitos de Septo AV DIFERENÇA: no CIA tipo ostium primum há desvio no eixo QRS ou hemibloqueio anterior esquerdo no ECG anormalidades na formação do feixe de HIS. Forma completa Soma dos efeitos do CIA, CIV e incompetência da valva A-V com orifício único. A magnitude do shunt é determinado pelo nível da resistência vascular pulmonar. Defeitos de Septo AV Existe sobrecarga de volume em câmaras esquerdas pelo CIV e parcialmente pela regurgitação valvar. A sobrecarga de câmaras direitas ocorre devido a CIA e desenvolvimento de hipertensão pulmonar precoce. Ao exame físico: precórdio agitado e sopros de regurgitação sistólico de CIV e regurgitação da valva A-V, hiperfonese de B2. Defeitos de Septo AV Fisiopatologia das lesões obstrutivas. Obstrução à saída ventricular São as lesões que causam obstrução à saída ventricular: Estenose aórtica. Estenose pulmonar. Coarctação da aorta. Produzem 3 alterações: Sopro sistólico ejetivo. Hipertrofia de seu respectivo ventrículo. Dilatação pós- estenótica. Obstrução à saída ventricular Estenose de valva aórtica e pulmonar: Sopro de ejeção mais audível sobre a área distal à obstrução. Em casos de estenose isolada o sopro é diretamente proporcional à severidade das estenose. Obstrução à saída ventricular Se a obstrução é severa, o ventrículo que irá tentar vencer a resistência irá hipertrofiar (VE se hipertrofia na estenose aórtica e o VD se hipertrofia na estenose pulmonar) Coarctação da aorta: Um sopro sistólico de ejeção está presente sobre a aorta descendente (FAA e dorso) Comumente associado a uma valva aórtica bicúspide. Obstrução à saída ventricular Dependendo da severidade, os pulsos femorais podem estar diminuídos ou ausentes. Ocorre uma sobrecarga de pressão em VE. Muitos pacientes que desenvolvem sintomas precoces têm outras alterações associadas (CIV, insuficiência mitral) Algumas crianças mais velhas desenvolvem circulação colateral, o que permite sobreviver relativamente bem. Estenose de valva átrio-ventricular Estenose mitral: tem origem mais freqüentemente reumática que congênita. Causa gradiente pressórico na diástole sopro diastólico. Quando a valva é móvel pode haver estalido de abertura Estenose importante aumento pressórico de átrio esquerdo aumenta pressão sobre veias pulmonares Estenose de valva átrio-ventricular Casos graves: edema pulmonar. Dispnéia e ortopnéia podem aparecer. Longo prazo hipertensão de artéria pulmonar hipertrofia de VD insuficiência cardíaca direita. Estenose de valva átrio-ventricular Estenose tricúspede: rara e freqüentemente congênita. Causa hipertrofia de átrio direito. Cursa com hepatomegalia e turgência jugular. Normalmente cursa com sopro mesodiastólico. Lesões de insuficiência valvar Em geral, quando severas, causam dilatação proximal e distalmente. Insuficiência mitral Principal problema sobrecarga de câmaras esquerdas. Sopro sistólico regurgitante melhor ouvido em focos de ápice. Comumente associado a B3 Lesões de insuficiência valvar Casos severos pode estar associado a estenose mitral “relativa”. Insuficiência tricúspide Hemodinamicamente semelhante a estenose mitral. Aumento de câmaras direitas. Sopro sistólico mais audível em foco tricúspide. Lesões de insuficiência valvar Insuficiência aórtica Ocorre sobrecarga de volume do ventrículo esquerdo com conseqüente dilatação. Ocorre, ainda, dilatação da aorta. Pode cursar com pressão divergente ( aumento de pressão sistólica, com manutenção de pressão diastólica. Há um sopro diastólico imediatamente após B2. Lesões de insuficiência valvar Insuficiência pulmonar Possui uma fisiopatologia similar à insuficiência aórtica. O ventrículo direito se dilata e artéria pulmonar também pode sofrer. Um sopro diastólico é audível. "Estou sempre alegre. Essa é a maneira de resolver os problemas da vida.“ "O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.“ Charles Chaplin