Evangelho SEGUNDO O Espiritismo O Tema: Bemaventurados os Brandos e Pacíficos PALESTRA 17/2009 - 02/06/2009 Um navio esteve perdido por muitos meses, viajando por mares desconhecidos. De repente, a tripulação vê, exultante, um morro à sua frente, de onde sobressaía uma forca. Aliviados, os homens exclamam: “Graças a Deus! Chegamos à civilização! Qual é a ironia desse episódio? Que tipo de sinal deveria representar o mundo civilizado? RICHARD SIMONETTI Bem-aventurados os brandos, porque eles possuirão a Terra. (Mateus, V: 4). VALORES DO MUNDO Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, V: 9) X VALORES CRISTÃOS NO USO POPULAR: BRANDURA PASSIVIDADE, FRAQUEZA BRANDO PESSOA EM QUEM “NÃO CORRE SANGUE NAS VEIAS” “SANGUE DE BARATA” PESSOA AUTORITÁRIA PERSONALIDADE FORTE NO CONCEITO ORIGINAL DE BRANDOS/MANSOS: EM GREGO: DOÇURA, TOLERÂNCIA EM HEBRAICO: DOÇURA É uma virtude, logo é um ato de força “A doçura é a força. É o domínio de tudo o que é irascível dentro de si mesmo” (Jean-Yves Leloup) Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar será réu no juízo. Pois eu vos digo que todo o que se irar contra o seu irmão será réu no juízo; e o que disser a seu irmão: raca, será réu no conselho; e o que disser: és louco, merecerá a condenação do fogo do inferno. (Mateus, V: 21 e 22). TODA VIOLÊNCIA É REPROVÁVEL, DESDE ATOS EXTREMOS COMO ASSASSINATOS ATÉ ATITUDES DE RISPIDEZ E CÓLERA PARA COM O PRÓXIMO. PARA JESUS, HOMEM FORTE É AQUELE QUE... o TEM UMA POSTURA DE PROFUNDO RESPEITO AO OUTRO o TEM CONTROLE SOBRE OS PRÓPRIOS PENSAMENTOS E IMPULSOS o CONSEGUE PERDOAR o SE DEFENDE SEM VINGANÇA o NÃO RESPONDE O MAL COM O MAL o TRIUNFA DO MAL COM O BEM PARA JESUS, HOMEM FRACO É AQUELE QUE... o PERDE O DOMÍNIO SOBRE SI MESMO APENAS POR CONTA DE UMA CONTRARIEDADE, UMA OBSERVAÇÃO INOFENSIVA E MAL INTERPRETADA, UM MERO INCIDENTE SEM IMPORTÂNCIA. BRANDURA E MANSIDÃO SÃO O COMPORTAMENTO NÃO VIOLENTO. “Felizes os brandos, porque sabem dominar-se, e o domínio de si-próprios lhes valerá o domínio do mundo”. Muitos espíritos contemplam de perto o cristianismo e convivem com ele, sem suspeitarem de que é uma escola de energia. A mansidão e a humildade, que são inseparáveis, constituem a força de caráter e do domínio do próprio eu. GEORGES CHEVROT CAPÍTULO IX: BRANDURA MANSIDÃO AFABILIDADE PACIÊNCIA • Mais que virtudes, leis • Chaves para a libertação interior O AUTO-CONTROLE: o Nos impede de falarmos cedo demais. o Nos impede de pronunciar a palavra que fere o adversário em seu ponto fraco. o Nos impede de pronunciar a palavra que nunca vai ser esquecida. o Leva-nos a esperar pelo momento propício para fazermos uma observação mais velada. o Leva-nos, algumas vezes, a nos calar-nos completamente. POR QUE SER BRANDO É TAREFA DOS FORTES? o Revidar, contra-atacar, pagar com a mesma moeda é parte de nossa natureza animal. o Auto-controle é desafio para o espírito, pois requer exercício. o Parábola dos cães o O pensamento de Jesus se apresenta como um grande antídoto contra a violência, pois procura atuar na raiz do problema: o coração do homem. Casos da Vida Edgar, juiz de Direito, deu o seguinte depoimento: Miguel matou o Jarbas. Confessou o crime. Tive que condená-lo. Mas o meu coração sangrava, pois fiquei conhecendo a história do Miguel. Aos cinco anos de idade, ele viu o próprio pai ser assassinado pelo Jarbas. No ambiente em que cresceu, só se falava em vingança. Nunca ouviu uma palavra sequer de perdão e de amor. Por isso, menino ainda, Miguel achou que ele devia vingar a morte do pai. Esperou longos anos, pois não queria que as duas filhas do Jarbas tivessem a sorte que ele mesmo teve. Só depois que as duas casaram, é que executou a vingança e matou o Jarbas. O seu crime foi resultado e o fruto do ambiente em que viveu. A lei dizia: “Deve ser condenado!” E foi condenado! Mas a lei, do jeito que ela era e é, não conseguiu atingir a causa que produziu o crime; não conseguiu atingir e processar o ambiente que, aos poucos, foi levando o Miguel a ser um assassino. Justiça foi feita, mas não foi uma justiça verdadeira e total. As causas que produziram o crime estão aí, e vão produzir outros crimes. E quem sabe, pode ser que eu mesmo esteja contribuindo para manter a causa que produz e gera o crime… Adaptação de texto de Carlos Mesters No Sermão da Montanha, Jesus diz que não basta não matar; é preciso não cultivar ódio e rancor pelos outros. O crime de Miguel foi plantado no coração porque só lhe falavam em ódio e vingança. O destino de Miguel poderia ter sido diferente se ele tivesse absorvido em profundidade a advertência do Cristo? Que advertência é essa? O juiz levantou um problema sério: para haver verdadeira justiça, não basta só castigar o Miguel, pois seu crime tem raízes mais profundas. Qual a pista que Jesus dá para solucionar o problema levantado por Edgar? CHAVES DE INTERPRETAÇÃO • Kardec, ao compor o capítulo juntou duas bemaventuranças: • A Bem-aventurança dos que brandos • A Bem-aventurança dos pacíficos BRANDURA, MANSIDÃO CULTURA DE PAZ o Por trás mansidão e da brandura se esconde um objetivo, que é a paz. o Esta, para se tornar realidade, deve ser precedida de uma grande batalha interna que irá se refletir no mundo externo. Que paz queremos? A paz do mundo, que se adapta, ou a paz do Cristo, que não cede? A paz do mundo, que se adapta, ou a paz do Cristo, que não se adapta? Que paz queremos? Se queremos a paz do mundo, estejamos tranquilos, porque nada, ninguém nos perturbará. Se queremos a paz do mundo, podemos dormir tranquilos, porque respiramos juntamente com aqueles que se acostumaram com o ar infecto das planícies. Mas se queremos a paz do Cristo, tudo será diferente. É preciso que estejamos atentos à batalha, que acontecerá sobretudo dentro de nós mesmos. DELFOS Psicografia de Divaldo Pereira Franco A CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO DE PAZ EXIGE O ABANDONO DE FRASES COMO: o É mais forte do que eu... o Quando me dou conta, a besteira já está feita... o Eu às vezes fico fora de mim... o Não consigo me controlar... o O sangue me sobe à cabeça... o Não sei o que me dá... “Segundo a idéia falsíssima de que lhe não é possível reformar a sua própria natureza, o homem se julga dispensado de empregar esforços para se corrigir dos defeitos em que de boa-vontade se compraz, ou que exigiriam muita perseverança para serem extirpados. Não vos mostra a experiência, a vós espíritas, até onde é capaz de ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam sob vossas vistas? Compenetrai-vos, pois, de que o homem não se conserva vicioso, senão porque quer permanecer vicioso; de que aquele que queira corrigir-se sempre o pode”. HAHNEMANN (Cap. IX, item 10) Se há tanta paz no azul que o céu abriga E há tanto azul que tanto bem nos faz, Se há tanto azul e há tanto céu, me diga: Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz no verde-mar da onda Que faz-se verde e em branco se desfaz, Se há tanta onda pelo mar, responda: Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz no olor das multicores, Flores: orquídeas, rosas, manacás... Se há tanta paz em cada flor e há tantas flores, Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz nos cânticos suaves Que entoam na alvorada os sabiás, Se há tanta paz num canto de ave e há tantas aves, Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz na brisa que desliza Sobre as folhagens, tímida e fugaz, Se há tanta paz na brisa e há tanta brisa, Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz nas expressões tão mansas que ao vir ao mundo uma criança traz, E se a cada dia existem mais crianças, Por que é que o homem não encontra a paz? Se há tanta paz nos corações com fé, Que atrai o bem e afasta as coisas más, Então oremos juntos, todos de pé, Para que o homem encontre, um dia, a paz... LUNA FERNANDES Evangelho SEGUNDO O Espiritismo O Que bom que você veio! Volte sempre e vá com Jesus de Nazaré!!!