cuidando do cuidador

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CUIDANDO DO CUIDADOR
A SAÚDE DA EQUIPE
CUIDAR SIGNIFICA
• Atenção, cautela, desvelo, zelo.
• Assume ainda características de sinônimo de palavras
como imaginar, meditar, empregar atenção ou
prevenir-se.
• Porém, representa mais que um momento de atenção.
• É na realidade uma atitude de preocupação, ocupação,
responsabilização e envolvimento afetivo com o ser
cuidado.
(REMEN, 1993; BOFF, 1999; WALDOW, 1998)
CONDIÇÕES E DIMENSÕES DO
CUIDAR
Para assumirmos a posição de cuidadores, é
indispensável estarmos bem cuidados, ou por nós
mesmos, ou também com a ajuda e participação dos
que convivem conosco.
( Costenaro e Lacerda, 2002)
O que estamos fazendo conosco mesmo quando, ao
cuidar tão intensamente do outro, não cuidamos de
nós?
Respostas possíveis:
Dimensão inconsciente?
Delegação?
Hábitos?
Mitos (fortaleza, afeto, empatia, missão,
compreensão, solidariedade, salvação, dívida,
doação...)?
Efeitos da “auto-manicomialização”?
Onipotência x impotência?
• O CUIDADO COM O CUIDADOR
TRANSCENDE AS VÁRIAS REALIDADES
Deve estender-se a todos os lugares onde se encontram
pessoas, cuidando de outra, quer por razões profissionais,
quer por outras razões, impostas pela vida tais como:
cuidar de uma pessoa portadora de alguma necessidade
especial na família, de uma pessoa dependente, de um
membro da família com um diagnóstico de morte, um
paciente crônico, terminal, de ordem física ou mental etc.
DIMENSÕES DO CUIDADO
• Pessoal ( cuidar de si para cuidar do outro)
• Relacional ( cuidar da relação própria e com o outro)
• Emocional (cuidar do afeto)
• Profissional ( cuidar técnico)
• Político ( cuidar com diretrizes e ideologias)
• Social ( cuidar inserido na demanda)
• Humano e Ético (cuidar do ser humano com a melhor
reflexão e compromisso ético possível)
DIMENSÃO EMOCIONAL
• É necessário um preparo emocional do
profissional que irá, consequentemente, se
expor e se colocar como ferramenta de
trabalho.
DIMENSÃO RELACIONAL
• Um processo de interação interpessoal
• Co- participação de experiências e esforços para conhecer
a realidade que se busca mudar, não permitindo uma relação
de dominação e manipulação do que cuida sobre o que deve
ser cuidado.
• PROFISSIONAL DE SAÚDE
É aquele que cuida e que merece ser cuidado;
É uma pessoa que passou por profundas
modificações como resultado do treinamento
especializado do conhecimento e da experiência;
Estão diariamente expostas à dor, à doença e à morte,
para quem essas experiências não são mais conceitos
abstratos, mas sim, realidades comuns;
De muitas maneiras, é como estar sentado na poltrona da
primeira fila no teatro da vida, uma oportunidade
inigualável para adquirir um profundo conhecimento e
maior compreensão da natureza humana.
CUIDANDO DO CUIDADOR EM SAÚDE
MENTAL
• Considera-se que os cuidados dirigidos à saúde
mental dos profissionais depende muitas
vezes, do funcionamento e das diretrizes de
cada serviço. Mesmo sendo percebido a
necessidade por gestores e equipes, há falta de
políticas públicas que priorizem esses
momentos nos ambientes de trabalho.
Ramminger (2005)
Acreditamos que cuidar do cuidador
implica, antes de tudo:
Em um levantamento das necessidades da equipe, para
conhecer melhor a natureza das atividades desempenhadas
por cada profissional, pensando inclusive no ambiente
físico (ambiência).
• O levantamento das necessidades tem como objetivo
conhecer melhor as situações que geram frustrações,
conflitos, fadiga física e mental, situações que os trabalhos
científicos apontam como sendo potencialmente geradoras
de doenças psicossomáticas no exercício da atividade
profissional.
Cuidar do cuidador e as medidas
preventivas
As medidas
preventivas devem ter os seguintes objetivos:
• levar em consideração que as situações geradoras
de estresse, conflitos e doenças psicossomáticas
podem ter múltiplas causas.
• as medidas devem adaptar-se ao ser, levar em
consideração as necessidades de reconhecimento e de
valorização que sente todo profissional no exercício de suas
atividades.
Recomendações da III Conferencia Nacional
de Saúde Mental 2001
• capacitação e qualificação continuada, através de
criação de fóruns e dispositivos permanentes de
construção teórica, científica, prática terapêutica e de
intercâmbio entre serviços;
• remuneração justa aos profissionais;
• garantia de condições de trabalho e de planos de cargos,
carreira e salários;
• democratização das relações e das discussões em todos os
níveis de gestão, contemplando os momentos de planejamento,
implantação e avaliação;
garantia de supervisão clínico institucional;
avaliação de desempenho e garantia da jornada de trabalho
adequada para todos profissionais de nível superior, bem como a
isonomia salarial entre eles;
desenvolvimento de estratégias específicas para acompanhar e
tratar da saúde mental dos trabalhadores de saúde;
criação de programas de saúde mental no âmbito da
administração municipal para os funcionários e servidores
portadores de sofrimento psíquico.
POLÍTICA NACIONAL DE
HUMANIZAÇÃO NO SUS
Portaria SAS/Nº 202, de 19 de junho de 2001.
Estabelecer diretrizes para a implantação,
desenvolvimento, sustentação e avaliação de
iniciativas de humanização nos hospitais do Sistema
Único de Saúde.
• Humanizar é, ofertar atendimento de qualidade articulando os
avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos
ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos
profissionais.
• Portanto, para a construção de uma Política de
Qualificação do Sistema Único de Saúde
(SUS), a Humanização deve ser vista como
uma das dimensões fundamentais, não
podendo ser entendida como apenas um
“programa” a mais a ser aplicado aos
diversos serviços de saúde, mas como uma
política que opere transversalmente em toda
a rede SUS.
A HUMANIZAÇÃO DO SUS SE
OPERACIONALIZA COM:
• A troca e a construção de saberes;
• O trabalho em rede com equipes
multiprofissionais;
• A identificação das necessidades, desejos e
interesses dos diferentes sujeitos do campo da
saúde;
• O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS
entre as diferentes instâncias de efetivação das políticas
públicas de saúde (instâncias da gestão e da atenção),
assim como entre gestores, trabalhadores e usuários
desta rede;
O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as
práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores,
trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e
protagonistas das ações de saúde;
Construção de redes solidárias e interativas,
participativas e protagonistas do SUS
RECOMENDAÇÕES
Gestão
Relações interpessoais
Equipe
Espaço para expressão de angústias
Apoio e cuidado à saúde física e mental
Política de valorização
Gestão
As gerências dos serviços precisam ser sensíveis às
configurações relacionais da equipe e estar investida do
espírito de melhorar a qualidade das relações interpessoais;
É preciso conscientizar e exigir que os gestores qualifiquem
e garantam que as atividades de cuidado (supervisões,
grupos de discussão, reuniões de equipe, grupos de lazer e
dinâmicas como parte integrante do trabalho.
Relações Interpessoais
• Trabalhar as relações interpessoais objetivando
minimizar o desgaste relacional (o que inclui
atividades sociais);
• Estimular atividades relacionais que promovam a
integração da equipe para se vencer a falta de diálogo
entre as diferentes formações.
Equipe
• Estruturar a rotina dos trabalhos do Centro
reservando tempo obrigatório para o cuidador, onde
ocorrerão as discussões dos casos atendidos e os
sentimentos envolvidos, seja em intervisão ou
supervisão;
• Recomenda-se que a supervisão técnica seja externa,
feita por supervisor que conheça não só o
funcionamento dos serviços em geral, mas que
também contemple o conhecimento da realidade
imediata dos profissionais;
Espaços para Expressão de Angustias
• É preciso criar mecanismos de expressão de angústias
mais pessoais no envolvimento com o trabalho (grupos
terapêuticos, facilitar/incentivar o aconselhamento
psicológico individual, grupos de vivências, grupos
focais, etc) ;
• Incentivar e, na medida do possível, promover a análise
pessoal quando requerido.
Apoio e cuidado à saúde física e mental
•Promover condições para cuidados físicos e mentais dos
profissionais (convênios, serviços, parcerias de saúde etc);
•Promover atividades de interação social, de lazer e
aprofundamento das relações afetivas e relacionais dos
profissionais e seus familiares.
OBRIGADA !
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