FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EM HABILITAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. Desigualdades Regionais no Brasil Cariacica, ES Junho, 2008 1 Dirlene Dutra da Silva Érika Serafim Nascimento Jonathan Vieira do Nascimento Desigualdades Regionais no Brasil Economia Brasileira Trabalho acadêmico apresentado como requisito obrigatório da disciplina Economia Brasileira nas Organizações da Faculdade de Estudos Sociais do Espírito Santo sob a orientação do professor Francisco Teixeira. Cariacica, ES Junho, 2008 2 SUMÁRIO 1 - Introdução .......................................................................................................... 3 2 - Desigualdades Regionais .................................................................................. 4 2.1 - Região Norte................................................................................................... 5 2.1.1 - Economia ..................................................................................................... 5 2.2 - Região Centro-Oeste ...................................................................................... 6 2.2.1 - Economia ..................................................................................................... 6 2.3 - Região Nordeste ............................................................................................. 7 2.3.1 - Economia ..................................................................................................... 8 2.4 - Região Sul ...................................................................................................... 9 2.4.1 - Economia ................................................................................................... 10 2.5 - Região Sudeste ............................................................................................ 10 2.5.1 - Economia ................................................................................................... 11 3 - Análise da participação das regiões do PIB brasileiro em %(2002 -2005) ...... 12 4 - Desigualdade Social no Brasil ......................................................................... 13 5 - Desigualdade de renda .................................................................................... 14 6 - Novo índice do BNDES mostra diminuição da Desigualdade Regional .......... 15 7 - Conclusão ....................................................................................................... 17 8 - Referências Bibliográficas. .............................................................................. 19 9 - Anexos. ............................................................................................................ 20 3 1- INTRODUÇÃO O Trabalho tem por objetivo apresentar a Desigualdade Regional do Brasil, informando as diversas diferenças das cinco regiões, apresentando as causas que influenciam e de como cada uma participa da economia no país. A Desigualdade Regional faz parte da história do Brasil desde o I PND onde estabeleceu o principal pólo gerador do desenvolvimento nacional a região dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, partindo do princípio de que “região seria capaz de assegurar a expansão das indústrias, com o aporte cientifico e tecnológico nacional decorrente de um sistema educacional avançado”. Dessa região, ainda segundo o Plano, “os investimentos se expandiriam, atenuando ou mesmo removendo as desigualdades e possibilitando o nivelamento das regiões brasileiras. “Na realidade, ocorreu maior centralização do capital, com maior industrialização naquela região, acentuando ainda mais as desigualdades regionais, mesmo considerando a realização de projetos específicos para a Amazônica e o Nordeste e, em menos escala, para outras regiões carentes, como a do Cerrado e a do Pantanal mato-grossense.” 4 2 - Desigualdades Regionais A desigualdade do Brasil pode ser explicada e identificada, a mesma envolve questões socioeconômicas no Brasil, da qual é diferenciada pelas suas qualidades de vida, que envolve educação, ambiente social e sua renda familiar. Assim, o aspecto mais adverso não é o nível de renda no Brasil, mas sim a sua forma de distribuição, onde a grande maioria é de pessoas pobres. Apesar de atualmente existir uma participação do governo de programas para combater essa desigualdade os níveis permanecem elevados. Esses esforços ganharam maior importância a parti dos anos 50, com as grandes obras de infraestrutura e o apoio à industrialização no âmbito do plano de metas e a criação de instituições como a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), o Banco de Desenvolvimento do Nordeste (BNB) e a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônica (Sudam). Nos anos 60 e 70, destacaram-se as criações da Zona Franca de Manaus e do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e, recentemente, dos Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro – Oeste. Um dos principais indicadores de medição é PIB nacional, o Brasil com seu PIB é considerado um país com muitas riquezas naturais, mas como o mesmo não é distribuído de forma adequada faz com que haja a desigualdade entre as regiões que compõem o país. O Brasil é composto pelas as regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul, cada região possui sua beleza e seus problemas umas apresentam mais desenvolvimento que as demais e outras infelizmente possuem índices de pobrezas evidentes. A seguir é possível fazer um amparado de cada região apresentando com maior detalhamento, informações precisas mesmas interferem ou não na economia do Brasil. e de como as 5 2.1- REGIÃO NORTE Formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, sua área representa 45,35% do território brasileiro, embora abrigue apenas 7,3% da população do País. A sua economia baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí, madeiras e castanha do Brasil, essenciais à economia do Norte. A região também é rica em minérios, pois é onde estão localizadas a serra dos Carajás (Pará), a mais importante área de mineração do país para a extração e exportação de minério de ferro, e a serra do Navio (Amapá), rica em manganês. No estado do Amazonas, como a planície da bacia amazônica dificulta a construção de hidrelétricas, o estado investe na produção de gás natural. 2.1.1 – ECONOMIA A Região Norte tem priorizado a oferta e a redistribuição de energia para seus estados. O Pará, por exemplo, concluiu em 1999 a linha Tramoeste, que leva a energia de Tucuruí, no rio Tocantins, até o oeste paraense. No Amazonas, como a planície da bacia amazônica inviabiliza a construção de hidrelétricas, o estado investe no gás natural. A Petrobrás é sócia minoritária, com 24% e o restante é do governo estadual, que repassará cotas para empresas privadas. Os maiores consumidores são as geradoras de energia elétrica, que passarão a usar o novo combustível em substituição ao óleo diesel para movimentar as turbinas de suas termelétricas. 6 2.2 – REGIÃO CENTRO - OESTE Formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, sua economia era inicialmente, na época da colonização, baseada na exploração de garimpos de ouro e diamantes sendo gradativamente substituída pela pecuária. A transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960, e a construção de novas vias de acesso aceleraram o povoamento da região, contribuindo para seu desenvolvimento. 2.2.1 – ECONOMIA A economia do Centro-Oeste cresce em um ritmo semelhante ao do País. A agroindústria é o setor econômico mais importante da região, maior produtora de soja, sorgo, algodão em pluma e girassol, que responde ainda pela segunda maior produção de arroz no País e ocupa a terceira posição na produção de milho. O Centro-Oeste também possui o maior rebanho bovino nacional, com 56 milhões de cabeças, de acordo com o IBGE, o maior contingente localizado no Mato Grosso do Sul. As indústrias são principalmente do setor de alimentos e de produtos como adubos, fertilizantes e rações, além de frigoríficos e abatedouros. As maiores reservas de manganês do País estão localizadas no maciço do Urucum, no ecossistema do Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco exploradas. A Região Centro-Oeste vive intenso processo de urbanização. Na década de 70, a população rural representava cerca de 60% do total de habitantes da região. Em apenas dez anos, o percentual cai para 32% até atingir 15,6% em 1996. No ano 2000, 81,3% da população se concentra na zona urbana. Essa progressão se dá não só por causa do êxodo rural, mas também pelo aumento no fluxo migratório de outros estados brasileiros para os centros urbanos do Centro- 7 Oeste. Conseqüência direta dos programas de mecanização da agricultura, a migração do campo modifica definitivamente a distribuição demográfica do Centro-Oeste. A nova configuração exige dos estados grandes investimentos em infra-estrutura urbana e serviços. A mobilização, contudo, é insuficiente. Atualmente, a região registra indicadores sociais e de qualidade de vida abaixo da média brasileira. Uma exceção é o Distrito Federal, detentor das melhores taxas de escolaridade do país. 2.3 – REGIÃO NORDESTE Constituída pelos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, rio Grande do Norte e Sergipe, a região faz fronteira com os Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais (a Sudeste), Goiás, Tocantins e Pará (a Oeste) e Oceano Atlântico (ao norte e a leste). Seu território é de 1.556 mil Km² (18,27% do território nacional) e cerca de 55% da área total encontramse no Semi-Árido, subespaço vulnerável a períodos de longas estiagens. Os quatro maiores estados em termos territoriais – Bahia, Maranhão, Piauí e Ceará, respondem em conjunto por 83,35% da área total da região, 50,1% da população nordestina tem renda familiar de meio salário mínimo. A baixa dotação de recursos naturais da população (47 milhões de pessoas) são apontadas como causas da pobreza predominante. Os noves estados do Nordeste lideram as maiores taxas de mortalidade infantil do país. De acordo com levantamento do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgado em 1999, as 150 cidades com maior taxa de desnutrição do país estão no Nordeste. Nelas, 33,6% das crianças menores de 5 anos estão desnutridas. A expectativa de vida nessa região é menor do país: 65,1 anos. Sua densidade demográfica é de 28,7 habitantes por Km² e a maior parte da 8 população concentra-se na zona urbana (60,6%). As principais metrópoles regionais são as cidades de Salvador, Recife e Fortaleza. 2.3.1 – ECONOMIA A economia nordestina mostra-se mais dinâmica que a média do país. Em 1998, a taxa de crescimento econômico da região (1,5%) é superior ao índice nacional (-0,42%), de acordo com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) . Uma das razões é o impulso dos setores industrial e de serviços. A agricultura e a pecuária, contudo, enfrentam situação inversa nos anos 90. Os longos períodos de estiagem fazem com que o produto interno bruto (PIB) do setor apresente quedas sucessivas. A agricultura baseia-se no cultivo da canade-açúcar, como estado de Alagoas respondendo por metade da produção do Nordeste. Há alguns anos, teve início o desenvolvimento de lavouras de fruticultura para exportação na área do vale do rio São Francisco e no vale do Açu, a 200 quilômetros de Natal. Nos estados da Bahia, Piauí e Maranhão, os cerrados estão sendo ocupados por grandes lavouras de grãos, com forte mecanização principalmente por agricultores emigrados do estado do Rio Grande do Sul. A pecuária ainda sofre os efeitos da estiagem, mas o setor avícola desponta. O estado de Pernambuco é o maior produtor de aves e ovos da região e o quarto do país. No entanto, vale a pena ressaltar que o setor avícola está em decadência após a retirada dos incentivos para a compra de grãos que vêm dos cerrados do Centro-Oeste. A indústria que vem ganhando destaque para o desenvolvimento da região é o turismo devido ao grande número de cidades litorâneas com belas praias e ao clima ensolarado na maior parte do ano. Muitos estados investem na construção de parques aquáticos, complexos hoteleiros e pólos de ecoturismo. Esse crescimento, no entanto, favorece a especulação imobiliária, que em muitos casos, ameaça a preservação de importantes ecossistemas, especialmente áreas de mangue e dunas 9 Em termos populacionais, a região Nordeste apresentou na última década um crescimento inferior ao nacional: a taxa de crescimento médio anual entre 1991 e 2000 alcançou 1,30%, enquanto a média nacional foi de 1,63%. Em 2000, a população total atingiu 47,7 milhões de habitantes, 12% acima da que havia em 1991. Essa tendência, semelhante à das regiões Sul e Sudeste proporcionou a perda de participação na população nacional de 28,91% em 1991 para 28,12% em 2000. Nesse mesmo período, a densidade demográfica passou de cerca de 22 para 31 habitantes/km², resultado que posicionou a região entre as maiores densidades populacionais do país. 2.4 - REGIÃO SUL É formada pelos três estados que reúnem os melhores indicadores na área de educação e saúde do país: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Situada na fronteira com Argentina, Paraguai e Uruguai, principais parceiros do Brasil no Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Região Sul tem sua economia transformada pelo forte crescimento no setor industrial. Tal fato acontece, principalmente, a partir da segunda metade dos anos 90, em virtude de uma agressiva política de incentivos fiscais a empresas estrangeiras dispostas a se instalar nos estados. Os resultados mais significativos são observados nas regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre, para onde se dirigem montadoras de veículos, que modificam o perfil econômico desses estados. A região possui ainda grande potencial hidrelétrico, destacando-se a usina de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai. De acordo com os dados do IBGE, em 1998 a região foi responsável por 17,5% do PIB nacional. 10 2.4.1 – ECONOMIA A mecanização da agricultura e a agroindústria também provocam a expulsão de famílias do campo para a cidade. A conseqüência imediata desse êxodo rural é a formação de bolsões de miséria nas principais cidades do Sul. Atualmente, cerca de 15% da população de Curitiba, que é de 1,4 milhão de pessoas, considerada um modelo mundial de cidade, vive abaixo da linha de pobreza. A agropecuária, no entanto, continua a desempenhar importante papel na economia regional. O uso de técnicas modernas propicia boa produtividade às culturas de milho, arroz, feijão e tabaco, e os estados do Sul são os maiores produtores no País de soja, arroz e maçã. A vegetação rasteira, típica da região, contribui para a criação de rebanhos bovinos, principalmente nos pampas gaúchos. A criação de aves e suínos também é significativa, principalmente no Paraná - onde também é expressivo o extrativismo, especialmente de madeira de pinho - e no oeste de Santa Catarina, que abriga grandes abatedouros e frigoríficos. É importante salientar que, apesar de também estarem entre os dez maiores arrecadadores de impostos do Brasil, eles recebem menos verbas federais que os estados da Região Nordeste como parte da política de atenuação das desigualdades regionais. Seguindo tendência nacional, os governos estaduais sulinos, na tentativa de equilibrar suas contas, lançam programas de privatização de suas companhias estatais de energia, água e dos bancos oficiais. 2.5 – REGIÃO SUDESTE Formada pelos estados de Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, sua economia é mais desenvolvida e industrializada dentre as economias das cinco regiões, nela se concentrando mais da metade da produção nacional. 11 Movimentada pelas maiores montadoras de veículos e siderúrgicas do país, a produção industrial da região é diversificada e considerada de ponta. O estado de São Paulo concentra o maior parque industrial representando 36,5% do produto interno bruto brasileiro (PIB) em 1999. Embora os ramos de calçados e têxtil se mostrem os mais dinâmicos, percebe-se, no final dos anos 90, relativo declínio nos investimentos do setor industrial, em função, principalmente, dos incentivos fiscais adotados por outras regiões. Ainda assim, o Sudeste consegue manter elevada, sua participação no PIB industrial, com pequena variação em mais de dez anos: de 65,7%, em 1985, para 66,2% em 1998. O interior paulista desponta, no decorrer da década, como um dos principais pólos de atração de investimentos. 2.5.1 – ECONOMIA A agricultura demonstra elevado padrão técnico e boa produtividade. A produção de café, laranja, cana-de-açúcar e frutas estão entre as mais importantes do país. Na pecuária, a região Sudeste perde pontos na última década: a participação no PIB agropecuário cai de 38,9%, em 1985, para 36,3% em 1998. Existe, ainda, a riqueza mineral da região. No estado de Minas Gerais, destaca-se a exploração de numerosa variedade de minérios, em especial as reservas de ferro e manganês na serra do Espinhaço - e da bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, sai a maior parte do petróleo brasileiro. O Brasil extrai petróleo do fundo do mar e importa 30% do consumo. Abrigando 42,5% da população brasileira e responsável por 59,4% do produto interno bruto (PIB) nacional, o Sudeste também apresenta grandes contrastes. Ao mesmo tempo em que concentra a maior parcela da riqueza e da renda nacionais, é a região que mais sofre com o desemprego e com o crescimento da violência. Ainda assim, seus indicadores sociais mostram-se os melhores do país: o analfabetismo na região é de 8,1%, a água tratada beneficia 95,9% das casas e 12 o esgoto é recolhido em 83,8% das moradias. No Brasil, esses índices ficam em 14,7%, 78,8% e 63,9%, respectivamente. 3 – ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES NO PIB BRASILEIRO EM % (2002-2005) As regiões Sudeste, Nordeste e Norte elevaram suas participações no PIB brasileiro, segundo o levantamento Contas Regionais de 2005, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A participação do Sudeste aumentou 0,7 ponto percentual em 2005 na comparação com 2004, passando de 55,8% para 56,5%. O Nordeste elevou de 12,7% para 13,1%, e o Norte, de 4,9% para 5%. As regiões Sul (de 17,4% para 16,6%) e Centro-Oeste (de 9,1% para 8,9%) tiveram queda em 2005 em relação ao ano anterior. (Figura 1); (Figura2); (Figura 3); (Figuras 4); (Figura 5). O comércio foi um dos importantes fatores de elevação do PIB. Ele praticamente dobrou a sua participação no cálculo de todas as unidades da federação. A prestação de serviços também. A pesquisa mostra que o setor de serviços ganhou uma importância maior e a estimativa representou essa mudança estrutural na economia brasileira" (Cunha Frederico, 2007). O Amazonas foi o estado de maior variação do volume do PIB de 2005 em relação a 2004 (10,2%), enquanto Paraná (-0,1%) e Rio Grande do Sul (-2,8%) tiveram quedas. Maranhão, Tocantins e Acre cresceram 7,3%, e o Amapá, 6,3%. São Paulo cresceu, em volume do PIB, 3,6%. O setor agropecuário (-3,6%) teve queda, principalmente pelo aumento do preço de insumos cotados em dólar, afetando especialmente a cultura da soja. O Rio de Janeiro teve crescimento do PIB de 2,9%. 13 4- DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL O crescente estado de miséria, as disparidades sociais, a extrema concentração de renda, os salários baixos, o desemprego, a fome que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, etc, são expressões do grau a que chegaram as desigualdades sociais no Brasil. As desigualdades sociais não são acidentais, e sim produzidas por um conjunto de relações que abrangem as esferas da vida social. Na economia existem relações que levam a exploração do trabalho e a concentração da riqueza nas mãos de poucos. Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária, que coexistia com o esquema agrário-exportador, sendo o Brasil exportador de matéria prima, as indústrias eram pouquíssimas, mesmo tendo ocorrido, neste período, um verdadeiro "surto industrial". A industrialização no Brasil, a partir da década de 30, criou condições para a acumulação capitalista, evidenciado não só pela redefinição do papel estatal quanto a interferência na economia (onde ele passou a criar as condições para a industrialização) mas também pela implantação de indústrias voltadas para a produção de máquinas, equipamentos, etc. As políticas econômicas, estando em prática, não se voltavam para a criação, e sim para o desenvolvimento dos setores de produção, que economizavam mãode-obra. Desde a antiguidade, as sociedades apresentam as diferentes formas de discriminação e distribuição de bens, gerando a estratificação de classes e, com base nessa desigualdade, variados grupos tornam-se cultural, comportamental e 14 organizacionalmente distintos. A especialização do trabalho e as formas hierárquicas de convívio social levam a diferenciação e a desigualdade social. Elas podem ocorrer praticamente em todos os níveis de sociedade. O Brasil, apesar de estar entre as dez maiores economias do mundo é um dos campeões em desigualdade social. Tal situação é fruto de um longo período de descaso e conformismo de toda sociedade. 5 – DESIGUALDADE DE RENDA O funcionamento do mercado de trabalho e a distribuição das riquezas são as principais causas da origem da má distribuição de renda no país. Estes fatores não são atuais, tem acompanhado a evolução histórica do país desde os tempos coloniais e estão cristalizados na história, tornando-se cada vez mais evidente, mesmo havendo mudanças políticas e econômicas. (POCHMANN, 2003). O Brasil é um dos países que muito deixa a desejar não só na distribuição de renda, mas também nas condições sociais da população, como educação, saúde, segurança, emprego, moradia, entre outros. (COSTA, 1997). Grande parte da desigualdade da renda e os piores índices de ganho estão concentrados na região nordeste do país, onde vivem 28% da população nacional, dos quais aproximadamente 50% desta população vivem sem mínimas condições para se ter uma boa qualidade de vida. (POCHMANN, 2003). 15 6 - NOVO ÍNDICE DO BNDES MOSTRA DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE REGIONAL O Centro-Oeste se aproximou do Sul e do Sudeste em desenvolvimento social de 1995 a 2005. Já o Norte e o Nordeste ainda continuam bem distantes, embora esta última seja a região que mais evoluiu proporcionalmente no período. Estes são os principais resultados, por enquanto, do Índice de Desenvolvimento Social (IDS) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Todas as regiões melhoraram suas condições de vida no período, mas não uniformemente, de acordo com o IDS. O índice vai de zero - a pior possibilidade a 1 - a melhor. Entre as regiões, o Nordeste merece destaque, não só por ter acelerado seu desenvolvimento social relativamente às outras regiões, mas porque esse desempenho permitiu subir acentuadamente todos os indicadores parciais. Do ponto de vista da desigualdade regional, o IDS-BNDES mostra um dado importante: a redução da distância Nordeste-Sudeste em 17% no período. Contribuíram, para tanto, o aumento da taxa de alfabetização de 57,8% para 69,5% e da média de anos de estudo da população, que passou de 3,9 para 5,7 anos. De 1995 a 2005, o IDS do Nordeste subiu de 0,13 para 0,30. "Houve aumento de rendimento, mas o que explica (esse aumento) é educação e saúde", (TORRES Ernani, BNDES). 16 Já o índice do Norte, passou apenas de 0,32 para 0,36. A região chegou a sofrer queda em indicadores de saúde e educação entre 2003 e 2005, destoando do movimento de progressivo aumento nesses dois indicadores nas demais regiões. O IDS do Centro-Oeste, que em 1995, era de 0,44, relativamente próximo do índice da região Norte, cresceu para 0,61. O Centro - Oeste foi à região onde houve maior crescimento da renda, com esse indicador específico saltando de 0,52 para 0,68. O estudo não investigou as causas disso, mas é possível a influência do agronegócio, que cresceu muito na região no período. Já o IDS do Sul cresceu de 0,54 para 0,68 de 1995 a 2005 e o Sudeste passou de 0,64 para 0,74. Essas regiões mantiveram suas posições no ranking das melhores condições sociais e melhoraram indicadores de educação e saúde. No caso da renda, o indicador do Sul cresce de 0,62 para 0,72 e o do Sudeste começa e termina o período inalterado em 0,76, embora com altos e baixos no período de dez anos abrangidos no estudo. 17 7 - CONCLUSÃO O trabalho apresentou a Desigualdade Regional existente no Brasil, onde foi possível analisar cada região, sua economia e de que forma elas ajudam no desenvolvimento do país. Um dos principais fatores de medição da Desigualdade Regional é o PIB, pois, ele apresenta a arrecadação de cada região e seus destaques para cada setor. A exemplo podemos citar em primeiro a região Sudeste que possui maior destaque no PIB devido ao foco na industrialização nela existente, mas em contra partida a mesma possui uma desigualdade social considerável, pois, é alvo de pessoas que saem de regiões mais humildes em busca de emprego. A Região Norte apresenta pouco mais de 7,0% da população do país, ganha destaque na extração e exportação de minério de ferro. Porém essa região não vem se destacando em vista das demais na desigualdade social, apresentando no período de 1993 a 2005 uma queda na evolução do ensino e saúde. A Região Centro-Oeste tem sua economia voltada para agroindústria sendo a segunda maior produtora de arroz no Brasil, ela se aproxima do Sul e do Sudeste em relação ao Desenvolvimento Social. O Nordeste é a região que se destaca pela fome e miséria, sendo a expectativa de vida a menor do país, devido as constantes secas fazendo com que o produto interno bruto apresente queda sucessiva nos setores agricultura e pecuária. A região vem crescendo no setor de serviços, como o turismo recebendo imigrantes com o objetivo de apreciar as belas paisagens localizadas na região. O Sul é um dos melhores indicadores de educação e saúde, se comparado com as demais. É responsável por aproximadamente 18% do PIB Nacional conseqüência das grandes industrias automobilísticas e agropecuária. 18 Concluímos que o Brasil possui uma diversificação considerável entre as regiões, fazendo com que ocorra diversa desigualdade em vários setores. Em relação à economia a Região Sudeste possui uma participação elevada em relação ao PIB auxiliando assim para a economia do Brasil. 19 8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.cut.org.br/site/start.cut?infoid=10198&sid=22: 30/05/08 às 21:24 hs. http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/-,MUL192084-9356,00 SUDESTE+NORDESTE+E+NORTE+ELEVAM+SUAS+PARTICIPACOES+NO+PIB.h tml, disponível em 30/05/08 às 22:37 hs. http://www.portalbrasil.net/regiao_sudeste.htm, disponível em 24/05/08 às 15:00 hs. http://www.portalbrasil.net/regiao_centrooeste.htm, disponível em 24/05/08 às 15:15 hs. http://www.portalbrasil.net/regiao_norte.htm, disponível em 24/05/08 às 15:23 hs. http://www.portalbrasil.net/regiao_sul.htm, disponível em 24/05/08 às 15:35 hs. SIQUEIRA, Tangore Villarim, FILHO, Nelson Fontes Siffet. desenvolvimento regional no Brasil: Tendências e Novas perspectivas. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, p. 79-118, dez. 2001. NASSER, Bianca.Economia regional, desigualdade regional no Brasil e o estudo dos eixos nacionais de integração e desenvolvimento.Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v.7.n.14.p.145-178. dez. 2000. FURTADO,Milton Braga.síntese da economia brasileira 7ed.Rio de Janeiro: LTC.2000. 20 ANEXO: PIB do Sudeste de 2002 à 2005. 56,80% 56,70% 56,50% 56,60% 56,40% 56,20% 56,00% 55,80% 55,80% 2003 2004 55,80% 55,60% 55,40% 55,20% 2002 2005 (Fonte IBGE) PIB do Nordeste de 2002 à 2005. 13% 13% 13,10% 13% 13% 13% 12,80% 13% 12,70% 13% 13% 13% 2002 (Fonte IBGE) 2003 2004 2005 21 PIB do Norte de 2002 à 2005. 5,05% 5,00% 4,95% 4,90% 4,85% 4,80% 4,75% 4,70% 4,65% 4,60% 4,55% 5% 4,90% 4,80% 4,70% 2002 2003 2004 2005 (Fonte IBGE) PIB do Sul de 2002 à 2005. 17,80% 17,60% 17,40% 17,20% 17,00% 16,80% 16,60% 16,40% 16,20% 16,00% 17,70% 17,40% 16,90% 16,60% 2002 (Fonte IBGE) 2003 2004 2005 22 PIB do Centro - Oeste de 2002 à 2005. 9,15% 9,10% 9,05% 9,00% 8,95% 8,90% 8,85% 8,80% 8,75% 8,70% 8,65% 9,10% 9,00% 8,90% 8,80% 2002 (Fonte IBGE) 2003 2004 2005