Teoria matemática da comunicação Claude Shannon e Warren Weaver Sistemas de informação: nova abordagem teóricoconceitual Vânia Maria Hermes de Araújo ________________________________ Fundamentos da Ciência da Informação Prenúncio • 1945, As we may think, Vannevar Bush • 1948, Cybernetics or control and communication, Norbert Wiener • 1948, Conferência sobre Informação Científica da Royal Society, em Londres • 1949, The mathematical theory of communication, Claude Shannon e Warren Weaver • 1951, Zatocoding applied to mechanical organization of knowledge, Calvin Mooers Teoria matemática da comunicação • Desenvolvida em 1948, publicada em 1949 por dois engenheiros de telecomunicações, Shannon (Bell Systems, AT&T) e Weaver (Rockfeller Foundation), envolvidos com pesquisas em criptografia e máquinas de calcular • Reconhecida por muitos como fundadora do campo da CI ou seu prenúncio (PINHEIRO, LOUREIRO, 1995, P. 42; OLIVEIRA, 2005, p. 13) • Também conhecida como “Teoria da Informação” • Três níveis de problemas: técnicos (exatidão do transporte), semânticos (sentido, significado), pragmáticos (efeitos no comportamento do receptor) • Descrição do processo: Fonte, Transmissor, Sinal, Canal, Receptor, Destino (linearidade, fragmentação e papéis fixos) • Definição de informação: a medida da incerteza, grau de novidade, de liberdade de escolha (não o que se diz mas o que se poderia dizer) • Conceitos correlatos: repertório, estrutura, código, entropia, redundância, ruído • Objetivo da teoria: quantificar a informação • Processo de comunicação como linha reta entre um ponto de partida e um ponto de chegada • Informação como símbolo calculável • Transposição do modelo de cientificidade próprio das ciências exatas • Norbert Wiener, Cibernética (1948): informação como a medida do grau de organização da informação num sistema (informação como o negativo da entropia); introdução de um modelo circular (feedback) Teoria Sistêmica • Marco moderno: 1933, Modern Theories of Development de Ludwig von Bertalanffy • Sistema: qualquer conjunto interdependente de elementos que podem ser considerados como uma unidade • Método geral para se entender uma grande variedade de fenômenos • Primado do todo sobre as partes, é o arranjo das partes que faz o todo ser como é (estudo dos “todos integrados”) • Características dos sistemas: elementos interrelacionados entre si e com o ambiente • Insatisfação com visão mecanicista • Lógica sistêmica: objetivos do todo (medidas de desempenho), ambiente, recursos, componentes, metas, gerência • Tipologia: naturais/artificiais, abstratos/físicos, determinista/probabilista, fechado/aberto • Propriedades e características: totalidade, objetos, atributos, relações, processo, fronteiras, estado estável (homeostase), subsistemas, retroalimentação, sub-otimização • Processos: importação de energia (estímulos), transformação (execução de um trabalho), produto (exportado para o ambiente) • Caráter cíclico • SRIs – aplicação da teoria sistêmica no campo da CI • SRI: função de dar acesso às informações contidas nos documentos • Entropia e informação (Shannon, Wiener, Brillouin) – ordenação, controle, redução; “lutar contra a desordem, a feiúra, a entropia” • Entropia = perda de energia, potencial de inf • Conceito de informação (Belkin): o que altera estruturas (concepção mental); algo só se transforma em inf se faz isso • SI e SRI são termos inadequados, já que inf só existe no contexto da ação acabada • Objeto da CI é a inf ou seus simulacros? Confusão entre objeto (docs) e seu efeito no R (inf) • CI tem lidado com o reempacotamento e reembalagem de mensagens • A hipótese da autora: SI atingiram limite de crescimento; solução seria reversão a tamanhos compatíveis • No plano teórico: teoria do caos A consolidação de um paradigma • “CI – a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação, as forças que regem o fluxo informacional e os meios de processamento da informação para a otimização do acesso e uso. Está relacionada com um corpo de conhecimento que abrange a origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação. Isto inclui a investigação, as representações da informação tanto no sistema natural como no artificial, o uso de códigos para uma eficiente transmissão de mensagens e o estudo dos serviços e técnicas de processamento da informação e seus sistemas de programação” (BORKO, 1968) A consolidação de um paradigma • Década de 1950, testes de Cranfield • 1958, fundação do Institute of Information Scientists, Inglaterra • 1962, conferência no Georgia Tech Institute • 1968, ASIS • 1968, Information Industry Association, Garfield e outros • Relatórios sobre a importância da informação: Bell, Machlup, Nora e Minc, Porat • Ações da Unesco • 1977, conferência de Copenhaguen • 1980, Paperwork Reduction Act • 1980, Relatório McBride A informação como coisa INTANGÍVEL TANGÍVEL ENTIDADE 2.Informação-como3. Informação-como-coisa conhecimento Dados, documentos; Conhecimento; aquilo que propriedade de é percebido em (1), relativo proporcionar conhecimento a um fato ou assunto de algo PROCESSO 1. Informação-comoprocesso Se tornar informado, aquilo que a pessoa conhece é alterado;o ato de informar, a comunicação do conhecimento 4. Processamento da informação Processamento dos dados; tratamento, manuseio e obtenção de novas formas ou versões de (3) • Teoria matemática e Teoria sistêmica estão na base (são os fundamentos) das primeiras conceituações de CI, participando da consolidação de um paradigma que ainda hoje é o hegemônico na área • Muito ligados à idéia de pesquisa operacional, aplicações práticas • Modelo “representacionista” do real – duplicação na mente • Trata-se do “paradigma físico” (Capurro, Ellis), da “tradição racionalista e dirigida para sistemas” (Ingwersen), do “paradigma tradicional” (Dervin e Nilan) • Ao mesmo tempo, relação com o “paradigma cognitivo” Manifestações • RI: os experimentos de Cranfield • Bibliometria e seus similares • Comunicação científica: fluxos e diferentes produtos informacionais • Unesco: teorias difusionistas • Teorias funcionalistas: as instituições e a informação no todo social • Teorias críticas: acesso físico