Dra. Margarete Solá Soares Medica Sanitarista do CAOP Saúde Pública. Ao recebermos solicitações de análise quanto a falha de fornecimento pelo SUS de um medicamento utilizamos as ferramentas de pesquisa disponíveis para que possamos emitir um parecer técnico embasado nas melhores e mais confiáveis informações. A. B. C. D. E. F. Existem diversas fontes de informações de qualidade para serem consultadas, no Centro de Apoio as promotorias em Defesa da Saúde Pública utilizamos com maior freqüência: Bibliotecas Virtuais de Saúde. Critérios da Medicina Baseada em Evidencia. Pesquisa nas fontes do Ministério da Saúde Pesquisa nos órgãos Estadual e Municipal de Saúde. Pesquisa nas fontes do Conselho Federal e Regional de Medicina e Farmácia. Pesquisa junto as Sociedades Científicas nas Especialidades Médicas. Bibliotecas virtuais na área da Saúde. A BIREME é um centro especializado da Organização PanAmericana da Saúde (OPAS) /Organização Mundial da Saúde (OMS), em informação científica e técnica em saúde para a região da América Latina e Caribe. Foi estabelecida no Brasil em 1967, com o nome de Biblioteca Regional de Medicina (que originou a sigla BIREME).Posteriormente, em 1982, passou a chamar-se Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde para melhor expressar as suas funções orientadas ao fortalecimento e ampliação do fluxo de informação científica e técnica em saúde em toda a região, mas conservou sua sigla. Com o surgimento e consolidação da internet como meio predominante de informação e comunicação, o modelo de cooperação técnica da BIREME evoluiu, a partir de 1998, para a construção e desenvolvimento da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A BVS é a base distribuída do conhecimento científico e técnico em saúde registrado, organizado e armazenado em formato eletrônico nos países da Região,acessível de forma universal na internet de modo compatível com as bases internacionais. Mapa das Bibliotecas Virtuais de Saúde Coleção de fontes de informação de boa evidência em atenção à saúde, em inglês. Inclui as Revisões Sistemáticas da Colaboração Cochrane, em texto completo, além de ensaios clínicos, estudos de avaliação econômica em saúde, informes de avaliação de tecnologias de saúde e revisões sistemáticas resumidas criticamente. Opinião dos revisores sobre o uso de bomba de infusão contínua de insulina em pacientes diabéticos: Quando comparada com a terapia com várias injeções de insulina o tratamento com bomba de infusão resultou em uma modesta melhoria na hemoglobina glicosilada em adultos com diabetes tipo 1. Seu valor principal pode ser a redução de outros problemas, tais como hipoglicemia e “fenômeno do alvorecer” (é um aumento nos níveis de glicose que ocorre nas primeiras horas da manhã), e na melhoria da qualidade de vida, permitindo maior flexibilidade no estilo de vida Critérios da Medicina Baseada em Evidencias. O grupo auto-intitulado “ Evidence-Based Medicine Working Group” fez a primeira publicação em 1992, usando a denominação de Medicina Baseada em Evidencias (MBE) iniciando a série do JAMA (Journal of American Medical Association) “User’s Guide to the Medical Literature.” É a abordagem da prática médica que tem o objetivo de melhorar e avaliar o cuidado com o paciente. Necessita de integração crítica das melhores evidências em pesquisa com os valores dos pacientes para tomar decisão sobre cuidado médico. Este método é usado para auxiliar os médicos a fazer diagnósticos apropriados, construir a melhor bateria de testes, escolher o melhor tratamento e metodologia para a prevenção de doença, bem como desenvolver orientações para grupos grandes de pacientes com a mesma doença. (Tradução livre do original: JAMA 296 (9), 2006) Evidencia cientifica atualizada. Tomada de decisão clinica. Levando em consideração: Experiência do médico. Conhecimento fisiopatológico da doença. Situação clinica individualizada. Participação do doente no tratamento proposto. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos não controlados). D: Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em consensos, estudos fisiológicos ou modelos animais. Atualmente novos medicamentos, modalidades terapêuticas, técnicas cirúrgicas, testes diagnósticos, testes de “screening”,vacinas : Avaliação praticamente obrigatória por ensaios clínicos. Conselhos Regionais e Federal de Medicina. Ministério da Saúde Órgãos Estaduais de saúde. Órgãos Municipais de Saúde. Uma paciente de Prudentópolis é portadora de Hipertensão Arterial, Diabetes tipo II , cardiopatia isquêmica e depressão. Seu médico assistente, indicou o uso de Diovan® ( Valsartana ) e Vytorin ® ( Ezetimiba e Sinvastatina) , entre outros medicamentos que já foram fornecidos. Estes medicamentos são de uso continuo e caso sejam interrompidos há risco de acidente vascular cerebral ou infarto do miocárdio, entre outras complicações. Seu tratamento é realizado em caráter particular e seu médico, por não ser credenciado ao SUS, desconhece quais são os fármacos disponibilizados neste âmbito. 1° passo: analisar a situação clinica do paciente. 2° passo: verificar se os medicamentos solicitados ou análogos estão nas listagens de medicamentos da Atenção Básica e/ou Especializada, em Protocolos Estaduais ou do Ministério da Saúde. 3° passo: caso não estejam nestas listagens, verificar se o seu uso é validado nos Protocolos Científicos atuais ou se ainda está em estudo a sua utilização na doença do paciente. 4° passo: caso haja referencia científica e evidencias mostrando que o seu uso já está estabelecido sugerir a sua aquisição. Nesta situação há necessidade de saber se o medicamento tem registro na ANVISA e se consta ou não da RENAME. 5° passo: caso sejam medicamentos que tem ação farmacológica idêntica aos das listagens da farmácia SUS sugerimos indagar ao medico que assiste o paciente se há possibilidade de substituição. 6° passo: informar os dados obtidos nas pesquisas sobre o tema, anexando sempre que possível cópia das principais referencias bibliográficas. 7° passo: a prescrição de medicamentos é livre e não podemos cerceá-la. Tomamos o cuidado de sugerir mudanças quando possível . Lembramos que no SUS não há somente entrega de fármacos mas ações educativas e acompanhamento clinico, é sempre bom que o paciente seja integralmente assistido. 8° passo: concluímos nos posicionando favoráveis ou não ao fornecimento do medicamento ou tratamento solicitado baseando-nos sempre nas informações científicas mais confiáveis e de alto nível, não usando como parâmetro unicamente a nossa experiência profissional. Neste caso de Prudentópolis: Os medicamentos solicitados tinham similares no Programa de Hipertensão e de tratamento de Dislipidemia do SUS. Então sugerimos indagar se as substituições eram possíveis. Sugerimos informar ao paciente que há Programa de Hipertensão no município. Anexamos as informações técnicas e lembramos que na pagina eletrônica do CAOP saúde há uma sinopse sobre o tema e também as listagens de medicamentos nas diversos níveis de atenção. Astrid Rosmandi Viola: Médica Sanitarista [email protected] Margarete Solá Soares: Médica Sanitarista [email protected] William Ribas e Targa: Médico Sanitarista [email protected] Ramais: 4080 e 4081.