Aula de Bioética (3° ano)

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Filosofia – 3° ano do Ensino Médio
O Homem, a Ciência e a Bioética
BASES FILOSÓFICAS DA
EDUCAÇÃO
CONCEITOS BÁSICOS DE FILOSOFIA
FILOSOFIA
PENSAR
VIVER
AGIR
ÉTICA
ETHOS
GUARIDA
HOSP. INCONDICIONAL
CAPACIDADE DE
PENSAR O PRÓPRIO PENSAMENTO
VIRTUDE
HÁBITO
MODO DE SER
CARÁTER
DEVER-SER
PROTEÇÃO
PROCESSO DE
HUMANIZAÇÃO
CIDADANIA CIVIL
CIDADANIA SOCIAL
CIDADANIA ECONÔMICA
FILOSOFIA:
É a própria sabedoria.
É uma atividade que nos ensina como devemos pensar, como
devemos viver e como devemos agir.
É o desenvolvimento da capacidade de pensar o próprio
pensamento.
É um instrumento de investigação e reflexão sobre as
ciências. (Metáfora da Coruja de Minerva, Hegel).
OBJETO DA FILOSOFIA: A existência humana, o sentido de
vida.
Toda investigação filosófica veicula uma determinada
concepção do que seja existência humana e qual o seu
sentido.
OBJETO DA FILOSOFIA
Tem como objeto o homem e sua existência.
A existência humana é “objeto” de investigação.
A filosofia investiga o SER, o sentido de vida.
A educação visa transmitir determinada imagem de ser humano, um
tipo bem concreto de existência.
Debruçar-se sobre os princípios filosóficos é ver qual a imagem de ser
humano veiculada, e, as suas consequências para a educação.
A filosofia nos dará os conceitos de compreensão, por isso é um ótimo
instrumento de reflexão.
“... houve um tempo em que nosso poder
perante a morte era muito pequeno, e de fato ela
se apresentava elegantemente. E, por isso, os
homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a
sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de
viver. Hoje, nosso poder aumentou, a morte foi
definida como a inimiga a ser derrotada, fomos
possuídos pela fantasia onipotente de nos
livrarmos de seu toque.
Ruben Alves
.. a morte não é algo que nos espera no fim. É
companheira silenciosa que fala com voz branda,
sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a
verdade e nos convidando à sabedoria de viver.
Quem não pensa e não reflete sobre a morte, acaba
por esquecer da vida. Morre antes, sem perceber"
Bioética
Bios (vida) + ethos (conduta)
Ética da vida
A Bioética emerge no contexto
científico como uma reflexão
sobre tudo o que interfira no
respeito à qualidade e dignidade
da vida, representando o resgate
da ética, da condição plena de
cidadania e do respeito às
diferenças.
Bioética
como nova ciência ética que combina humildade, responsabilidade e uma
competência interdisciplinar, intercultural, que potencializa o senso de
humanidade.
Humildade
é a consequência apropriada que segue a afirmação "posso estar errado" e
exige responsabilidade de aprender com as experiências e conhecimentos
disponíveis.
“A humildade seria necessária como um antídoto para a
ruidosa arrogância tecnológica atual”. (Hans Jonas Ética, medicina
e técnica. Lisboa: Vega Passagens, 1994:65).
Egoísmo
Eu
Outro
Altruísmo
Eu
Outro
Solidariedade
Eu
Outro
“Bioética nada mais é dos que
os deveres do ser humano para com o outro ser
humano e de todos para com a humanidade”.
Bom dia, angústia ! São Paulo: Martins Fontes, 1997:61.
André Comte-Sponville
Bioética é a reflexão sobre a adequação ou
inadequação de ações envolvidas com a vida.
Competência
Científica
Conhecimento
Tecnologia
Técnica
Competência
Humanista
Sabedoria
Confiança
Ética
Bioética
 Interação entre a vida e o universo das normas e valores;
 Ela reflete a tensão entre ética e técnica, entre ciência e
consciência;
 Constitui-se como uma tentativa de humanizar o progresso
científico e a visão técnico-instrumental que o indivíduo tem
do mundo.
Tecnociência
 Fonte de complicados dilemas éticos, geradores de
angústia, ambivalência e incertezas.
 A modernidade nos fez acreditar que a tecnologia
tornaria mais feliz a nossa vida e menos penosa a
nossa morte.
Fatores que contribuíram para o
surgimento da bioética:
 Tecnicização das
formas de vida;
 Hegemonia da razão instrumental;
 Avanço material vertiginoso;
 Novo modelo de civilização;
 Isolamento do homem moderno;
 Individualismo burguês.
Tal cenário suscitou a necessidade de :
Mudança dos valores sociais
Negação dos avanços desordenados da ciência
Repensar a insuficiência da ética médica para
resolver os problemas postos pela democratização
dos saberes, pelo pluralismo dos valores e pela
secularização dos costumes
Garantir os espaços de manifestação da
liberdade;
Conter a ação desordenada do homem sobre o
meio-ambiente;
Criticar o predomínio do modelo instrumental
nas ciências da vida;
Respeito à vida e aos direitos humanos
Negar o modo de vida mecanicista e a
despersonalização do indivíduo no mundo
sistêmico.
A bioética, enquanto disciplina ou campo de
reflexão sistemático sobre a relação ciênciaconsciência, surge em 1970 com a obra
Bioethics: bridge to the Future de Van
Rensselaer Potter.
1º momento: reflexão aplicada às ciências da
vida.
2º momento: disciplina, domínio, campo de
discussão.
Hoje
A bioética é um universo
multidisciplinar
Dimensão pluralista, aberta,
multifacetada
Bioética
Ponte entre o saber científico e o saber
humanista;
Reflexão sobre o dever-ser em ciência;
Fruto da evolução do saber e das novas
concepções geradas pela biologia,
sociologia, medicina, teologia, direito,
filosofia...
OBJETIVO
Humanizar o progresso científico e a visão técnicoinstrumental que os indivíduos têm do mundo, uma vez a o
uso inapropriado da ciência pode conduzir a uma
desumanização do homem.
A bioética possui um caráter especulativo (críticoquestionador) e normativo-prescritivo (visa a elaboração de
normas e critérios para resolver problemas específicos).
Princípios da Bioética
Alguns autores não
distinguem estes dois princípios, mas há
diferença em fazer o bem e evitar fazer o
mal
Os princípios da bioética
Evitar submeter o paciente a intervenções cujo
sofrimento resultante seja muito maior do que o
benefício eventualmente conseguido.
Evitar intervenções que determinem desrespeito
à dignidade do paciente como pessoa.
O princípio da autonomia, frente ao paciente terminal, está
secundariamente situado em relação à beneficência e à não-maleficência.
Estes pacientes apresentam algumas
peculiaridades em relação à aplicação deste princípio. Alguns
estudos demonstraram que no máximo 23% desses pacientes,
devido ao grave comprometimento de sua doença, apresentam
condições de sensório adequadas para realizar a opção.
O exercício do princípio da autonomia na situação do
paciente terminal, em razão da dificuldade e abrangência de tal decisão, mesmo para
aqueles que não estejam emocionalmente envolvidos, deve ocorrer de uma maneira
evolutiva e com a velocidade adequada a cada caso.
Em nenhum momento, essa decisão deve ser
unilateral, muito pelo contrário, ela deve ser consensual da
equipe e da família.
O princípio da justiça deve ser levado em conta na decisão
final, embora não deva prevalecer sobre os princípios da beneficência, da nãomaleficência e da autonomia.
Se é consenso que um paciente, mesmo em estado crítico, será
beneficiado com um determinado tipo de medicação, a despeito de que o produto esteja
escasso no hospital, preservam-se os princípios da beneficência e da autonomia sobre os da
justiça.
Se o paciente está na fase de morte inevitável, e são oferecidos
cuidados desproporcionais, estaremos utilizando recursos que
poderiam ser aplicados em outros pacientes.
Questões fundamentais da bioética
Inseminação
artificial/fecundação
in
vitro/
Clonagem/
manipulação
genética/experimento com embriões;
A intervenção sobre o cérebro e a manipulação da personalidade;
A questão da identidade dos indivíduos/ o eugenismo e o ideal de perfeição humano;
O aborto, a eutanásia e a questão acerca do direito de viver e morrer;
A relação entre profissionais de saúde e enfermos/ a mercantilização da medicina;
A relação entre poder-saber-dever/ o surgimento do homem maquinal;
O respeito à dignidade humana e as populações excluídas pelo modelo de
civilização ocidental.

A bioética é a expressão teórico-prática da
consciência moral de um novo tipo de homem
no seio de uma nova civilização;

Os problemas morais não encontram
respostas no seio da cultura científica em que
nascem;

A essência do bem escapa a toda
definição científica.
A bioética revela:
O conflito entre natureza e cultura;
O fato de que nem tudo que é cientificamente
possível é humanamente desejável;
Que não existem valores universais ou fórmulas
acabadas capazes de resolver todos os dilemas
referentes à relação conhecimento-liberdaderesponsabilidade.
Porém, deve-se reconhecer que:
Não se pode eliminar da consciência da
humanidade o desejo de progresso e crescimento
materiais
A razão instrumental, não obstante os malefícios
causados pelo seu mau emprego, é imprescindível
às sociedades humanas modernas.
A dinâmica do progresso científico é irrefreável.
Questões
A ciência é responsável pelo cientificismo?
O progresso técnico-científico pode garantir a
liberdade e o respeito à dignidade dos indivíduos?
Qual o preço que devemos pagar pela vertiginosa
marcha da ciência e pelo seu emprego
desmesurado?
Estamos também progredindo moralmente?
É mesmo admirável esse mundo novo?
Impasses e incertezas
Mudança do genótipo  repercussões psicosomáticas e espirituais
Problemas referentes ao modo de
estruturação da personalidade (crise de
identidade)
A reprodução humana tende a tornar-se uma
questão de zootecnia
A era do artifício, do in vitro.
Triagem genética de embriões
(fascínio/fascismo do belo)
A questão da purificação étnica
Nem todo direito de escolha é saudável
O controle da natureza e de seus
acidentes
O conhecimento mortífero do ser humano
A ação desmesurada da potência
tecnocientífica
Bioética e direitos humanos
O que é a verdade em matéria de ciência
e tratamento?
Certas verdades científicas podem se
sobrepor às verdades sociais e culturais?
É moralmente correto obrigar uma pessoa
a seguir um tratamento que lhe pode
salvar a vida?
Qual a fronteira entre a obrigação
profissional e o direito do indivíduo de
escolher o pior para si mesmo?
A vida humana deve ser preservada
independentemente de sua qualidade?
Temos o direito de escolher o modo de
morrer?
Pode o desejo de morrer ser excluído do
projeto humano de viver?
É lícito adiar o morrer prolongando o
sofrer?
Vale a pena prolongar a vida física de
quem já perdeu a dignidade de viver?
Dignidade
“Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.”
Mário Quintana
Consciência
“Estes que aí estão,
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão,
... eu passarinho”
Mário Quintana
“Não importa o que se fez do
homem, mas o que iremos
fazer com o que fizeram dele”.
(Sartre)
Bibliografia
Site: Prof. Marconi Pequeno
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