Capitulo 2. O sistema de preço.

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Capítulo 2.
O sistema de preço.
O sistema de preço
Os economistas clássicos mostraram
que, numa economia de concorrência
perfeita, o livre mecanismo das
forças do mercado, via mudanças na
oferta e demanda, orientam as
atividades econômicas induzindo as
decisões de o que e quanto produzir,
como alocar os escassos recursos
existentes.
X
Y
Suponha que uma
economia hipotética
produz apenas dois
produtos - X e Y - e,
correspondentemente,
aloca e combina todos
os fatores produtivos
disponíveis de forma
ótima
Mudanças das
Preferências –
Qx↑ e Qy↓
Px↑ e Py↓ - Realocação
Devido às mudanças nas
preferências e nos preços,
os fatores produtivos serão
transferidos da produção
de Y para a produção de X,
o que acarretará um
aumento na produção do
último em detrimento de Y.
Esse processo se dará até
que o preço e a
lucratividade relativa de X
não compensem essa
transferência.
X
Qx↑ - Px↓
Y
Qy↓ Py↑
No final do processo, as
transferências de
recursos cessaram, os
preços se estabilizarão e
o processo produtivo
efetuará uma alteração
na combinação e
utilização dos fatores de
produção, induzido pela
alteração no desejo dos
consumidores.
O sistema de preço
Agindo em beneficio próprio, os
indivíduos, afetando e sendo afetados
pelos preços, são levados por uma
“mão invisível” a promover algo que
nunca fez parte do objetivos dele: a
alocação eficiêntes do recursos
escassos da sociedade.
Mão invisível
Mão invisível foi um termo introduzido
por Adam Smith em "A Riqueza das
nações"
Ele descreve como numa economia de
mercado, apesar da inexistência de
uma entidade coordenadora do
interesse comun, a interação dos
indivíduos parece resultar numa
determinada ordem, como se houvesse
uma "mão invisível" que os orientasse.
O sistema de preço
Esse mecanismo da determinação
de preços, como orientador das
atividades econômicas, é
descrito pela chamada Lei da
oferta e da demanda ou lei do
mercado
Mercado
Um mercado é um conjunto de
compradores e vendedores que, por meio
de suas reais e potenciais interações,
determinam o preço e quantidades
transacionadas de um produto ou de um
conjunto de produtos.
Mercado perfeitamente competitivo
Existe quando nenhum comprador ou vendedor
pode, individualmente, influir de forma
significativa nos preços, que são determinados
pelo mercado.
O valor e os preços
Os preços dos bens e serviços comercializados são
as expressões monetárias de seus valores
econômicos.
Durante muito tempo, o conceito de valor foi alvo
das mais acirradas discussões entre os
economistas.
Para uns, o valor de um produto é determinado
pelo trabalho socialmente necessário para
produzi-lo. Esse é o enfoque da oferta.
Para outros teóricos, o valor seria determinado pela
escassez ou utilidade dos produtos. Esse é o
enfoque da demanda.
Hoje existe certo consenso. O valor e o preço dos
produtos são determinados pela interação da
oferta e a demanda.
PREÇOS REAIS VERSUS
PREÇOS NOMINAIS
Preço nominal Preço absoluto
de um bem, sem nenhum ajuste
decorrente da inflação
Preço real Preço ajustado de
acordo com a inflação.
Exemplo. O Salário Mínimo nos
EUA
Figura 1.1
O salário-mínimo
Em termos
nominais, o
salário-mínimo
aumentou
regularmente nos
últimos 70 anos.
Entretanto, em
termos reais, seu
valor esperado
em 2010 é menor
que o verificado
na década de
1970.
Demanda
Antes de definir o conceito, é bom questionar os
principais fatores que afetam a demanda.
 Gostos e preferência dos membros da comunidade
(dependendo da época, da publicidade, ...);
 Tamanho do Mercado, da População: número de
habitantes, distribuição por idade;
 Nível de renda - poder aquisitivo limitado;
 Distribuição de renda entre os membros da
comunidade;
 Preços de outros produtos: custo de oportunidade,
bens substitutos e complementares;
 Preço do próprio produto;
 Expectativa do consumidor, entre outros
Todos esses fatores estão constantemente alterandose e, conseqüentemente, fazem com que a demanda
seja instável.
Demanda
Uma análise completa e exaustiva de todos os
fatores envolvidos é praticamente impossível.
É dificílimo equacionar todos os fatores que podem
interferir no comportamento da demanda.
Isto
exigiria
um
instrumental
matemático
complexo.
Portanto, usualmente se leva em conta o fator
principal que determina predominantemente o
comportamento da procura, admitindo como
constante os demais fatores considerados
secundários.
Esse procedimento normalmente se indica pela
expressão latina “ceteres paribus”, que significa
literalmente: mantidos inalterados todos os
demais fatores que podem influenciar o
comportamento da variável em questão.
Demanda
Os economistas definem a demanda geralmente como
a quantidade de um determinado produto que os
consumidores estariam dispostos e seriam capazes
de adquirir a um determinado preço num
determinado lugar e num período de tempo
especifico.
A demanda por um determinado produto representa a
suma das demandas individuais.
Apesar de estarem inter-relacionadas, não se deve
confundir demanda com compra, nem oferta com
venda.
A oferta e demanda determinam intenções e as venda
e compras refletem fatos consumados.
Demanda
Não necessariamente a função demanda é lineal, do
tipo P=a-bQ. Ela pode ser dos tipos: P=-a+b(1/Q);
Ln(P)=a-bLn(Q) ou P=a-bLn(Q).
Demanda
A curva de demanda decrescente reflete o
fato de que os indivíduos demandam mais
quando os preços baixam.
Mudanças nos preços e as respectivas
variações nas quantidades provocam um
movimento ao longo da curva da
procura.
Demanda
1. Relação entre a demanda e a renda.
Um aumento da renda (do tamanho do mercado,
expectativa positivas) da comunidade pode provocar um
deslocamento da curva, já que para os mesmos níveis de
preços teremos quantidades demandadas maiores.
Uma
diminuição no
poder
aquisitivo pode
levar a um
deslocamento
da demanda
para a
esquerda.
Os economistas frequentemente empregam a expressão mudança na
demanda para se referir aos deslocamentos na curva da demanda, bem
como a expressão mudança na quantidade demandada para os
movimentos ao longo da própria curva da demanda.
Demanda
Sempre podemos afirmar que um aumentos da
renda pode provocar a elevação da demanda?
Isto está condicionada aos chamados bens normais
ou superiores.
Quando um aumento da renda provoca diminuição
da demanda do bem A - por exemplo, carne de
segunda – o deslocamento da curva será para a
esquerda e o bem A é chamado de bem inferior.
Além disso, é possível que o individuo esteja
totalmente satisfeito com o consumo de
determinado produto e, portanto, um aumento
de sua renda não altere a quantidade procurada.
É o caso dos bens de consumo saciado, por
exemplo, o sal.
Demanda
2. Relação entre a demanda e o preço de
outros bens (Bens relacionados).
Os bens se dizem relacionados quando existe
uma ligação de complementação ou de
substituição entre eles.
O serviço de fornecimento de energia elétrica é
um produto complementar em relação aos
equipamentos eletrodomésticos, por
exemplo.
Uma queda dos preços de eletrodomésticos
acarretará um aumento nas compras desses
produtos e no consumo de eletricidade, o
que desloca a curva de demanda por
eletricidade (y) para direita.
Demanda
Produto complementar
É também o caso de automóveis e
combustíveis, pneumáticos e câmaras-dear, pão e manteiga, caneta e tinta, açúcar
e café, cigarro e fósforos, softwares e
computadores, entre outros.
Deve-se, também, notar que embora bens
complementares sofram de
interdependências, os aumentos ou queda
em suas procuras não são
necessariamente iguais ou proporcionais.
Demanda
2. Relação entre a demanda e o preço de outros bens.
Ben substituto é um bem que possa ser consumido
em substituição a outro.
Com os produtos substitutos ocorre o inverso do que
vimos com os bens complementares: um aumento
no preço da gasolina incentiva os compradores a
substituir esse produto por outro – álcool.
Esses produtos competem entre si.
No gráfico, um aumento dos preços da gasolina deve
deslocar a curva de demanda de álcool para direita.
Também são substitutos: a manteiga e a margarina,
o transporte terrestre e avião, café e chá, carne de
frango e de porco, o cobre e o alumínio entre
outros.
OFERTA
O segundo componente do sistema de
mercado é a oferta, que representa o
comportamento dos fornecedores e
produtores, enquanto que a demanda retrata
o comportamento dos compradores.
Um dos principais fatores que determina a
oferta de um bem ou serviço é o preço do
bem em questão.
Quando maior for o preço da mercadoria, os
vendedores e produtores se sentiram
motivados a oferecer uma quantidade maior.
OFERTA
Podemos definir a oferta como as quantidades de
determinado produto que os produtores estarão dispostos
e aptos a colocar num mercado e num período
determinado em função dos preços.
P=2Q-4 ou Q=2+0,5P, para P≥2
Preço P $ p/dúcia
Curva de oferta
12
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
6
Quantidade Q Milhões de dúcia
7
Fica evidente que uma alta de preços estimulará os
produtores e a oferta.
OFERTA
Conforme vimos com a demanda, também a oferta
está sujeita a influencias de outros fatores.
Analisaremos quatro aspetos que afetando a oferta
produzem deslocamento da curva da oferta.
1.
O custo dos insumos (matéria-prima, mão-deobra, energia, terra, capital, etc.)
Um aumento, por exemplo, dos inseticidas
significará uma elevação dos custos, uma queda
dos lucros e um desestímulo à produção de
laranjas.
Haverá, desta forma, um deslocamento da
curva da oferta para a esquerda.
OFERTA
O custo dos insumos.
Se o custo de
produção cai, as
empresas podem
produzir a mesma
quantidade com um
preço menor ou uma
quantidade maior com
o mesmo preço. A
curva da oferta
desloca-se, então,
para a direita (de S
para S’).
OFERTA
2. O preço dos bens relacionados.
Da mesma forma como ocorre na demanda, a
oferta sofre a influencia dos bens complementares
e substitutos.
Assim, o milho e a soja, por exemplo, são
substitutos, já que podem ser produzidos
praticamente com os mesmos recursos.
A reação a um aumento no preço do milho
poderá ser a de um deslocamento de recursos do
plantio de soja para a lavoura de milho, que
proporciona melhores retornos.
Como vimos no início do capitulo, a competição
pelo lucro motivará os produtores a investir seus
recursos na produção dos produtos que lhes
proporcionam os melhores retornos.
Tal seria o caso também do açúcar e álcool etc.
OFERTA
OFERTA
Alterações nos preços dos bens complementares, ora
chamados de conjuntos, provocam mudanças na
oferta e deslocamentos nas curvas .
Isto é, quando há um aumento na produção de um
bem, a produção de outro aumenta
simultaneamente.
É o caso da carne e do couro.
Como resposta a uma maior demanda aumenta o
abate, o que provoca deslocamento da oferta de
couro conforme demonstra o gráfico.
10
Deslocamento da Curva de oferta de
Couro
O
P
8
O'
6
4
2
0
3
4
5
6
7
Q
Refino ou destilação fracionada do
petróleo bruto e os bens complementares
OFERTA
3. A tecnologia. Este aspeto, por estar relacionado ao
custo dos insumos, possibilita obter maior volume
de produção e aumentar a oferta a custos menores.
O estimulo a produzir mais ao nível de preço
anterior desloca a curva para a direita como mostra
o gráfico.
Deslocamento da Curva de oferta
provocado por evolução tecnológica
10
O
P
8
O'
6
4
2
0
3
4
5
6
7
Q
OFERTA
4. As condições climáticas.
Uma geada, por exemplo, como ilustra gráfico
seguinte, leva ao deslocamento da curva de oferta
de café para a esquerda, devido às perdas e
aumento dos custos unitários.
Deslocamento da Curva de oferta de
Café antes e depois de uma geada
10
O'
P
8
O
6
4
2
0
3
4
5
6
7
Q
O equilíbrio
No gráfico a seguir, a curva de oferta e procura pelo produto
estão superpostas. Verifica-se que só há um preço que
iguala a quantidade ofertada à procura.
Ao preço de Po, tanto as empresas como os consumidores
poderão realizar suas intenções, e assim, se estabelecerá o
equilíbrio.
O equilíbrio
A um preço maior, P1, há um excesso de oferta, e, portanto, o preço cai.
A um preço mais baixo, P2, há excesso de demanda, e então o preço sobe.
Tendência, em um mercado livre, é dos preços se modificarem até que o
mercado fique balanceado.
O equilíbrio
A demanda pela maioria dos recursos aumentou
drasticamente no século XX, mas os preços caíram em
termos reais (com ajuste pela inflação), devido à
considerável redução dos custos, que deslocou a curva da
oferta significativamente para a direita.
O equilíbrio
Um preço acima de 12 provocará um excesso de oferta.
Isto motivará pressões para os preços caírem: os
vendedores percebem que não podem vender todo
devido a uma deficiência da demanda e assim passam a
oferecer preços menores.
Preço $
Curvas da procura e oferta do Produto A
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Demanda
Oferta
1
2
3
4
5
6
7
8
Quantidade (1000 unidades)
9
10
11
Equilíbrio geral do mercado
Os exemplos anteriores tratam de modelos em um
mercado isolado, onde Qd e Qo de uma
mercadoria são funções exclusivamente de seu
próprio preço.
No mundo real, como vimos, para cada mercadoria
existem, normalmente, muitos bens
complementares e substitutos.
Portanto, uma descrição mais realista da função
demanda precisa levar em conta o efeito não
somente de seu preço, mas, também, dos outros
fatores determinantes da demanda.
Isso é igualmente valido para a função oferta.
Equilíbrio geral do mercado
Para ilustrar o problema do equilíbrio geral do mercado
mostraremos um modelo simples, no qual consideramos a
renda (R) e apenas duas mercadorias relacionadas entre si.
Suponhamos que as demandas e ofertas sejam
numericamente as seguintes:
Qd1=0,1(R)-2P1+P2
Qo1=-2+3P1
Qd2=0,15(R)+P1-P2
Qo2=-1+2P2
Qual é a solução de equilíbrio quando a R=100?
A condição de equilíbrio consiste em Qd=Qo, portanto:
0,1(100)-2P1+P2=-2+3P1
0,15(100)+P1-P2=-1+2P2
Equilíbrio geral do mercado
A condição de equilíbrio consiste em Qd=Qo, portanto:
0,1(100)-2P1+P2=-2+3P1
0,15(100)+P1-P2=-1+2P2
-5P1+P2=-12
P1-3P2=-16
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