biblioteca pública do estado da bahia subgerência de atividades

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BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA
SUBGERÊNCIA DE ATIVIDADES ESPECIAIS
SETOR DOCUMENTAÇÃO BAIANA
Exposição Virtual:
“A história da devoção ao
Senhor do Bonfim começou
em 1742, quando o português
Theodozio Rodrigues de Faria,
um capitão de navios, partiu
de
Salvador
a
Lisboa,
Portugal. Durante a viagem, o
navio quase afundou em uma
tempestade e ele rogou ao
Senhor
do
Bonfim
sua
salvação,
‘em
troca,
ele
prometeu
construir
uma
igreja’. O barco completou a
viagem e, na volta para
Salvador, o português trouxe
na bagagem uma imagem de
Jesus na cruz.”
“Em 1745, no alto do morro hoje chamado Colina Sagrada, a Igreja do Bonfim
começou a ser construída. Alguns anos depois, quando já estava quase
pronta, os devotos levaram a imagem para lá, em uma procissão.”
“A Igreja do Senhor do Bonfim, templo mais visitado em toda a Cidade de Salvador, foi
inaugurada em 24 de junho de 1754, e até hoje, ao longo de tantas transformações
estruturais e arquitetônicas, por assim dizer, jamais perdeu seu valor histórico e
original, um verdadeiro monumento cultural e de fé.”
Corredor lateral, vendo-se várias telas pintadas por José Teóphilo de Jesus, em 1836 e
alguns painéis de azulejos.
Painel de azulejos existente em um dos corredores, procedentes de Lisboa e
assentado em 1853.
Sacristia da Igreja do Bonfim
“A fita original foi criada em 1809, tendo desaparecido no início da década de 1950.
Conhecida como medida do Bonfim, o seu nome devia-se ao fato de que media exatos
47 centímetros de comprimento, a medida do braço direito da estátua de Jesus Cristo,
Senhor do Bonfim, postada no altar-mor da igreja mais famosa da Bahia.
Não se sabe quando a transição para a atual fita, de pulso, ocorreu, sendo fato que em
meados da década de 1960 a nova fita já era comercializada nas ruas de Salvador,
quando foi adotada pelos hippies baianos como parte de sua indumentária.”
Painel central do teto da igreja. Pintura de
Antonio Joaquim Franco Velasco
Sala dos Milagres
Hino do Senhor do Bonfim
O Hino do Senhor do Bonfim (música de João Antonio Wanderley e letra de Arthur Sales) foi divulgado
nacionalmente a partir de sua inclusão no disco Tropicália, considerado um dos manifestos da estética do
Movimento Tropicalista do final dos anos 1960. Com arranjo e regência de Rogério Duprat, o hino é interpretado
por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes, fechando o disco de forma apoteótica
HINO POPULAR
Glória a ti neste dia de Glória
Glória a ti, redentor que há cem anos
Nossos pais conduziste à vitória
Pelos mares e campos baianos.
Desta sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dá-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia
Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno fanal, és o guia
És Senhor, sentinela avançada
És a guarda imortal da Bahia.
Aos teus pés que nos deste o direito
Aos teus pés que nos deste a verdade
Canta e exulta num fervido preito
A alma em festa da tua cidade.
Alma heróica e viril deste povo
Nas procelas sombrias da dor
Como a pomba que voa de novo
Sempre abriste o teu seio de amor.
No meio do Largo do Bonfim ergue-se o
chafariz, mandado vir da Itália por um
devoto. Esse chafariz foi colocado em
1863.
“As mulheres escravas de origem africana, procurando se integrar à
religiosidade local, iniciaram um ritual que ocorre paralelamente ao
católico. O ritual público do candomblé acontece na segunda quintafeira após a Epifânia (Dia de Reis), com início pela manhã, no adro
da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, de onde parte a
caminhada de oito quilômetros em direção a Colina Sagrada, onde
está localizada a Igreja do Bonfim.
Finamente trajadas com roupas de gala, as negra baianas seguem
acompanhadas pelo povo, levando potes ornamentados cheios de
água de flores. Ao chegar à Colina Sagrada, as baianas lavam as
escadarias e o adro da “Casa de Oxalá”, entoando cânticos nas
línguas africanas em louvor ao maior de todos os orixás.
A Lavagem do Bonfim ou Festa do Bonfim, como outras festas
populares da Bahia, revela aspectos originais da arte e folclore do
povo”
“Anos antes da revolta, as autoridades policiais tinham proibido
qualquer tipo de manifestação religiosa em Salvador. Logo depois, a
mesquita da “Vitória” – reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e
dois importantes chefes religiosos da região foram presos pelas
autoridades. Dessa maneira, os malês começaram a arquitetar um
motim programado para o dia 25 de janeiro de 1835.
Nesta data, uma festa religiosa em Louvor ao Senhor do Bonfim
esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições para a
deflagração do movimento. Naquela mesma data, conforme a tradição
local, os escravos ficariam livres da vigilância de seus senhores. Entre
os ideais defendidos pelos malês, está à questão da abolição da
escravatura e o processo de africanização de Salvador por meio do
extermínio de brancos e mulatos.
Mesmo prevendo todos os passos da rebelião, o movimento não
conseguiu se instaurar conforme o planejado. A delação feita por dois
negros libertos acionou um conflito entre as tropas imperiais e os
negros malês. Sem contar com as mesmas condições das forças
repressoras do Império, o movimento foi controlado e seus envolvidos
punidos de forma diversa. Apesar de não alcançar o triunfo esperado, a
Revolta dos Malês abalou as elites baianas mediante a possibilidade de
uma revolta geral dos escravos. “
PROJETO E ELABORAÇÃO
Raquel de Ávila e Rita Almeida
REVISÃO
Rita Almeida
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