Rinossinusite Crônica

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RINOSSINUSITES
Dra. Adriana De Carli
Disciplina de Otorrinolaringologia
Setembro 2009
Rinossinusites
Todo processo inflamatório da mucosa de
revestimento da cavidade nasal e paranasal.
Ocorre geralmente depois de uma IVAS
viral (causa de 80% das rinossinusites
bacterianas) ou após uma inflamação alérgica
(causa de 20% das rinossinutes bacterianas).
Classificação das Rinossinusites
• Aguda: duração menor que 4 semanas. Os
sintomas se resolvem completamente.
• Subaguda: duração de 4 semanas a 3 meses. Os
sintomas se resolvem completamente.
• Crônica: sintomas por mais de 3 meses, com
ocorrência de sintomas persistentes residuais
como tosse, rinorréia e obstrução nasal.
Classificação das Rinossinusites
• Aguda Recorrente: são infecções que duram
menos de 30 dias cada, com remissão completa
nos intervalos . Caracterizada por 3 episódios em
6 meses ou 4 episódios em 12 meses.
• Crônica Agudizada: os pacientes têm sintomas
respiratórios residuais e sofrem agudizações,
havendo remissão dos sintomas de agudização e
permanência dos sintomas residuais após
tratamento antimicrobiano.
O que é fundamental para a
fisiologia normal dos seios
paranasais ???
• Patência dos óstios de drenagem
• Função mucociliar normal
• Qualidade das secreções nasais
Fatores Predisponentes
Fatores Locorregionais:
Obstrução mecânica do complexo óstiomeatal: IVAS, rinite alérgica, desvio de septo,
adenóides, pólipos, etc.
Acometimento da função ciliar por exposição
a condicionadores de ar, uso de drogas,
medicamentos e exposição a fumaças tóxicas.
Atresia de coanas
Infecção dentária (rinossinusite odontogênica)
Desvio de Septo
Fatores Predisponentes
Fatores Sistêmicos:
Condições debilitantes como
desnutrição,
uso
prolongado
de
esteróides,
diabetes
descompensado, quimioterapia, transplantados em
uso de imunossupressores.
Imunodeficiências : AIDS, deficiências de
IgG ou IgA.
Fibrose cística e discinesia ciliar.
Vasculites.
Rinossinusites – Quadro Clínico
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Obstrução nasal
Rinorréia purulenta
Dor ou pressão facial
Anormalidades do olfato
Tosse diurna com piora noturna
Febre
Outros: halitose, dor dental, rinorréia post, otalgia
Sintomas esses com duração de mais de 10-14 dias ou
piora súbita depois de 5 dias de uma IVAS.
Microbiologia
A cultura de secreções diretamente das cavidades nasais é difícil,
invasiva, dispendiosa e pode apresentar possibilidade de contaminação.
Não é um procedimento de rotina.
Rinossinusite Aguda
S. pneumoniae 20-50%
H. influenzae 20-35%
Moraxela catarhalis 20%
Bactérias anaeróbias 7%
(J Laryngol Otol. 2005)
Rinossinusite Crônica
70% anaeróbios
Infecções mistas com Streptococcus sp e Staphylococcus aureus
Diagnóstico
• Clínico!!!
Rinoscopia Anterior
Exames Complementares
Radiografia Simples SPN
Baixa
sensibilidade
73%
e
pouca
especificidade 80 %.
Sem necessidade se os critérios clínicos
forem preenchidos.
Até 60% dos Rx em crianças são alterados,
sem quadro clínico compatível.
Melhor indicado para crianças maiores de 5a
(Consensus Meeting Europa/EUA.2002)
Rx Simples
Rx Simples
Exames Complementares
Tomografia Computadorizada
Indicações:
1. Paciente sem melhora após tratamento clínico
adequado.
2. Suspeita de complicações supurativas
3. Avaliação de rinossinusite nasocomial
4. Paciente com indicação cirúrgica (normalmente
rinossinusite crônica).
TC coronal - Pan-sinusite
TC Coronal – Rinossinusite Maxilo-etmoidal
TC Axial – Espessamento de Mucosa
Rinossinusite viral ou bacteriana?
Quando tratar?
* Rinossinusite Viral é até 20-100 vezes mais comum.
* 0,5-5% com contaminação bacteriana ( Gwaltney, 1996, CID)
* Quadro clínico é difícil de ser diferenciado.
* A cor e o aspecto da secreção nasal tem baixo valor preditivo
para isolamento de bactéria.
*A inflamação viral, com freqüência, apresenta evidências
radiológicas de envolvimento das cavidades paranasais.
*Tratamento com antibióticos deve ser limitado a :
1. Sinais e sintomas respiratórios superiores não-específicos
prolongados > 10-14 dias
2. Sinais e sintomas graves, febre 39º ou mais, edema e dor
facial
Tratamento
Medidas gerais como hidratação, lavagem
nasal com soluções salinas ou hipertônicas.
Descongestionantes tópicos por 3-5 dias
Antibioticoterapia (sempre 10-14 dias):
- 1ª escolha: amoxacilina, sulfa.
- 2ª escolha: amoxacilina-clavulanato, cefprozil,
axetil-cefuroxime, claritromicina.
- 3ª escolha: clindamicina, quinolonas (levofloxacina e
moxifloxacina) e ceftriaxone.
Tratamento
Para rinossinusite crônica devemos ampliar o
espectro para bactérias aneróbicas.
- Clindamicina
- Outras drogas como: amoxacilina-clavulanato,
ampicilina-sulbactam e fluorquinolonas.
- Cefalosporina de 1ª ou 2ª geração associada a
metronidazol.
O tempo de tratamento deve ser de 3-4
semanas.
Rinossinusites - Complicações
• Orbitárias: celulite periorbitária,
subperiostial e de órbita.
abcesso
• Intracranianas: meningite, abcesso extra ou
subdural, cerebral e tromboflebite de seio
cavernoso.
• Ósseas: osteomielites, principalmente do seio
frontal.
Abcesso subperiostial de órbita
Celulite orbitária
OBRIGADA !
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