Enzimas de Restrição

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
PROFESSORES:
Gonçalo A. Pereira
[email protected]
MONITORES:
Alessandra Lanza Rego [email protected]
Gustavo Henrique Zapparoli [email protected]
AUTORES:
Paola Fernanda Guidi
Sulamida de Freitas Franco
Vitor Hugo de Almeida e Silva
[email protected]
[email protected]
[email protected]
INTRODUÇÃO
Durante o decorrer da disciplina serão desenvolvidas práticas
laboratoriais simulando um mini projeto genoma, sendo o organismo alvo, um
basidiomiceto de caráter fitopatogênico (Crinipellis perniciosa).
1. PLANTAS E PATÓGENOS E A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS GENOMA.
Na famosa história infantil de Lewis Caroll, "Alice no país das maravilhas",
há uma curiosa passagem em que a personagem corre, corre, corre, mas tudo ao
seu redor corre também. Ou seja, é uma corrida para não se sair do lugar. Essa
passagem tem sido largamente utilizada em uma perspectiva evolutiva para se
comparar o que ocorre entre hospedeiros e patógenos. Ou seja, por mais que os
hospedeiros "corram" para buscar novas estratégias para escapar dos seus
algozes, os patógenos sempre acabam encontrando formas de superar a
resistência conseguida pelos primeiros. É uma corrida sem fim, mas que tem
que ser disputada, e o papel da ciência nesta corrida é o de prover uma
"dianteira" para os hospedeiros.
Com esse objetivo a ciência necessita de duas coisas. Primeiro, entender
os competidores, e aí se encaixa a ciência básica na qual se incluem os projetos
genoma. A segunda é a geração de estratégias capazes de interferir com os
competidores, ou para prejudicá-los, como com o uso de fungicidas, herbicidas
e pesticidas, ou para auxiliá-los, como com a aplicação de adubos ou o
melhoramento genético. Neste último caso temos o método convencional e os
controversos transgênicos, aos quais os projetos genoma são muitas vezes
erroneamente associados.
Em relação aos genomas, nos últimos anos houve uma verdadeira explosão
desses projetos. O objetivo é conhecer a informação contida no DNA das
células, que é o que determina as suas possibilidades.
As razões que possibilitaram o avanço dos projetos genoma foram de
natureza técnica, especificamente o aumento na velocidade do seqüenciamento
e o desenvolvimento da bioinformática.
Uma vez feito o seqüenciamento, outra etapa essencial para um projeto
genoma é a anotação dessas seqüências. Por anotação entende-se provir a
seqüência de informações biológicas como a localização de genes e tipo de
proteína que aquele possível gene codifica. Para essa última missão a maior
parte das vezes a anotação inicial é feita via a comparação das seqüências
obtidas com os bancos de dados públicos, onde já existem seqüências anotadas,
muitas delas fruto de extenso trabalho de bioquímicos que antecederam a
biologia molecular. Existem atualmente muitos desses bancos de seqüências "on
line", por exemplo o GenBank, que podem ser consultados via programas de
comparação específicos do tipo "Blast". O número de seqüências depositadas
anualmente nesses bancos é enorme, estimando-se que eles dobram de tamanho
a cada 14 meses. Para a maior parte dos projetos genoma a anotação inicial de
seqüências é feita automaticamente usando esses programas de comparação,
sem que experimentos de bancada (wet lab) sejam realizados. São os chamados
experimentos "in silica".
2. GENOMAS DE FUNGOS
Há notícia da conclusão de dezenas de genomas de bactérias
(www.tigr.org/tdb/mdb/mdbcomplete.html) e até mesmo de organismos com
grandes
conteúdos
de
DNA,
como
a
Drosophila
melanogaster
(www.flybase.bio.indiana.edu)
e
o
verme
Caenorhabditis
elegans
(www.moulon.inra.fr/acedb/acedb.html), isso sem se falar no ser humano
(Venter et al., 2001; Lander et al., 2001). Entretanto, no campo dos fungos,
apesar da sua enorme importância econômica principalmente como
fitopatógenos, pouco foi feito. Estima-se a existência de pelo menos 10.000
doenças de plantas causadas por fungos (Pennisi, 2001). De dados tornados
públicos foi realizado o genoma completo apenas da levedura Saccharomyces
cerevisiae (Goffeau et al., 1996), e o fungo Neurospora crassa está
aparentemente em uma etapa final. Ambos são organismos experimentais.
A principal razão para essa situação parece estar no tamanho e na
complexidade de projetos genoma de fungos, o que reflete no custo e esforço
para a sua realização. A maior parte dos fungos tem um conteúdo de DNA
aproximadamente 10 vezes superior ao de bactérias e o seu DNA é organizado
em cromossomos com muitas estruturas complexas. Assim sendo, são
organismos difíceis de terem o seu genoma completado, pois exigem grande
quantidade de seqüenciamento e os recursos de bionformática necessários
para a sua montagem e análise já são consideravelmente mais complexos que os
necessários para bactérias.
3. CRINIPELLIS PERNICIOSA (VASSOURA DE BRUXA)
Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer é uma das 63 espécies conhecidas do
gênero Crinipellis, da família Tricholomataceae, que corresponde a maior
família em número de espécies da ordem Agaricales do filo Basidiomycota. A
sua espécie é ainda subdividida em biótipos de acordo com o hospedeiro que
ataca. O biotipo-C ataca especificamente o cacaueiro e apresenta um ciclo de
vida hemibiotrófico, ou seja, se hospeda durante uma fase em tecido vivo e
durante outra em tecido morto. Em condições naturais, a disseminação da
doença resulta da dispersão abiótica de basidiósporos uninucleados liberados
dos basidiomas presentes formados na superfície externa dos órgãos do
hospedeiro. Ao atingir a superfície dos órgãos de plantas sadias, os esporos
germinam, produzindo tubos de germinação monocarióticos que penetram no
hospedeiro e atingem os tecidos meristemáticos. Os esporos penetram no
tecido em crescimento do cacaueiro (ramos novos, almofadas e bilros),
produzindo os sintomas que são observados tanto na copa como no tronco.
Nos lançamentos verifica-se a formação lateral de outros brotos, dando o
aspecto característico de uma vassoura. Esses brotos apresentam-se mais
grossos que os normais, com entrenós curtos e folhas geralmente grandes,
curavadas ou retorcidas. Com dois a quatro meses, esas vassouras secam.
Nas almofadas florais formam-se cacho de flores anormais, com hastes
grandes e inchadas, as quais daram origem a frutos com formato de morango
que morrem prematuramente. Nessas almofadas também podem desenvolverse vassouras vegetativas.
4. PROJETO GENOMA DE CRINIPELLIS PERNICIOSA
Em vista da complexidade do problema da vassoura de bruxa é que se propôs a
realização do projeto Genoma de Crinipellis perniciosa (veja a página do
projeto: www.lge.ibi.unicamp.br/vassoura).
Optou-se por utilizar uma estratégia híbrida na qual fragmentos de DNA
genômico gerados a partir de bibliotecas de shotgun são seqüenciados,
comparando entretanto cada read, à medida que eles vão sendo gerados, com
os bancos de dados. Esse é um procedimento semelhante ao realizado por
projetos genoma que seqüenciam cDNA, com a vantagem que as seqüências são
naturalmente normalizadas, ou seja sua ocorrência não depende da expressão
dos genes, pois trata-se de DNA genômico A montagem do genoma completo,
embora desejável a médio prazo, não é imprescindível para a identificação e
análise de genes, o que pode ser feito durante o seqüenciamento, economizando
vultosa quantidade de tempo e recurso. Ou seja, optou-se por uma abordagem
pragmática de obter o máximo de informação com a menor quantidade de
esforço e tempo possível.
1. Extração de DNA fúngico
2. Eletroforese em gel de agarose
3. Isolamento e purificação de banda
4.
1. PROTOCOLO DE EXTRAÇÃO DE DNA FÚNGICO
Esta prática não será realizada diante do tempo despendido e da complexidade
envolvida, entretanto segue o protocolo utilizado normalmente pelos
pesquisadores do Projeto Genoma da vassoura de Bruxa.
SOLUÇÕES UTILIZADAS:
-
Tampão de extração: CTAB (brometo de N-cetil-N, N, N-trimetil amônio)
100mM Tris HCL pH8, 1,4M NaCl, 2% CTAB, 20mM EDTA, 2% PVP
Clorofórmio álcool isoamílico
Isopropanol
Etanol (70%)
Água destilada, deionizada, esterilizada
PROCEDIMENTO (deve ser realizado usando luvas)
Etapa 1: Preparo das amostras
1. Pesar 65g de cada amostra e, posteriormante cobrir a amostra com papel
laminado
2. Encher a garrafa térmica com nitrogênio líquido
3. Verter o nitrogênio líquido em um cadinho (com pistilo dentro) até
preencher aprox. 1/3 do mesmo.
4. Colocar a amostra pesada no cadinho
5. Macerar o material, inicialmente com movimentos rotacionais suaves que vão
tornando-se cada vez mais enérgicos à medida que o nitrogênio evapora.
6. Raspar com uma espátula todo o material pulverizado, introduzindo-o no
tubo correspondente retirado do banho maria
7. Agitar o tubo por inversão (3x) suavemente e recolocá-lo em banho-maria
8. Incubar por 1hora a 65°C
9. Centrifugar a 10000rpm por 10 minutos e recuperar o sobrenadante
Etapa 2: Extração, precipitação, lavagem e armazenamento do DNA
1. Adicionar 650 microlitros de Clorofómio- álcool isoamílico mais 100
microlitros de fenol
2. Vortexizar brevemente ou agitar por inversão por 10 min para uma melhor
homogeneização e extração
3. Centrifugar a temperatura ambiente (25°C) , 13000rpm por 5 a 10 min ou
até obter uma fração aquosa superior clara
4. Remover 450 microlitros da fase aquosa superior contendo DNA para um
novo tubo
5. Adicionar, em seguida, o mesmo volume de isopropanol
6. Inverter suavemente os tubos (3x). Deixar o tubo a –20 (por 30 min) ou –70
(por 10 min).
7. Centrifugar a temperatura ambiente (25°C), 13000rpm por 5 min ou até
obter uma fase aquosa superior clara
8. Despejar cuidadosamente o sobrenadante no sentido oposto ao precipitado
de DNA em um recipiente qualquer
9. Dar um spin para fazer baixar toda a solução restante
10. Pipetar o restante do líquido cuidadosamente
11. Adicionar 1 ml de etanol 70%
12. Agitar vigorosamente o tubo por inversões, fazendo com que o precipitado
solte-se da parede para lavá-lo completamente
13. Centrifugar a 13000 rpm por 1 min para forçar a aderência do precipitado
14. Repetir os passos 9, 10 e 11 e lavar uma segunda vez . Pode-se lavar até 5x
com etanol se necessário.’
15. Deixar os tubos em posição horizontal sobre papel toalha até secarem
completamente
16. Ressuspender o precipitado em 30 microlitros de água
17. Deixar por 1-2 min em banho-maria a 37 °C para solubilização completa
18. Após solubilização aplicar 100microgramas/ml de RNAse (i microlitro de
RNAse da Pharmacia para 30 microlitros de sol. de DNA e incubar em
banho-maria a 37°C por 30 min
19. Quantificar o espectrofotômetro e ver a qualidade do amterial extraído em
eletroforeze
20. Estocar a –20°C
Bibliografia
- ROGERS, S. O.; BENDICH, A.J. Extraction of total cellular DNA from
plantes and fungi: GELVIN, S.B.; SCHILPEROORT, R.A (eds). Plant
Molecular Biologi Manual. Dordrecht: Kluwer Academic Publisher, 1994
2. ELETROFORESE EM GEL DE AGAROSE
-
Concentração de agarose
A eletroforese em gel de agarose permite a separação de moléculas de DNA
em função de seu tamanho. Dependendo da faixa de separação requerida,
utilizam-se diferentes concentrações de agarose, variando em geral de 0,5 a
3%. Assim, para uma boa separação de fragmentos variando de 0,5 a 10 kb,
emprega-se uma concentração de 0,8 - 1,0%. Para fragmentos maiores pode-se
utilizar uma concentração menor, de até 0,5%. Nessa concentração o gel já
adquire uma consistência muito mole, dificultando sua manipulação. Para a
separação de fragmentos pequenos, de 50 a 500 pb, recomenda-se uma malha
mais fina através do uso de uma concentração alta, de 2 a 3 % de agarose.
-
Tampão
Para manter o pH pouco alterado ao longo da corrida eletroforética e garantir
a formação de um campo elétrico, utiliza-se uma solução de TBE
(Tris/Borato/EDTA) ou de TAE (Tris/Acetato/EDTA) em pH alcalino.
-
Condições de corrida
Normalmente emprega-se tensão (medida em Volts) constante, num valor que
varia em função do comprimento do gel e distância entre os eletrodos da cuba.
De modo geral os fabricantes da cuba sugerem os valores ideais, que variam na
faixa de 50 a 150 V, dependendo do tamanho da cuba (8-10 V por cm).
ATENÇÃO
Brometo de etídeo é altamente tóxico, mutagênico e carcinogênico!! Sempre
vestir luvas e não permitir nenhum contato físico com o reagente. Em caso de
contato, lavar abundantemente com água.
3. OBTENÇÃO DE FRAGMENTOS - SONICAÇÃO E ENZIMAS DE
RESTRIÇÃO
Na eletroforese a ser realizada (ver roteiro anterior) serão corridos
DNA íntegro e fragmentos de DNA digerido, sendo os últimos obtidos através
de processo de sonicação (técnica que consiste na submissão de uma solução
contendo DNA a um equipamento de ultra-som, por tempo e potência
determinados, gerando fragmentos de tamanhos variados).
O tamanho dos fragmentos gerados por sonicação são selecionados
através de uma corrida em gel de agarose utilizando-se um marcador de peso
molecular conhecido.
Tais fragmentos também poderiam ser obtidos através de uma digestão
por enzimas de restrição.
Enzimas de Restrição
Em 1953 foi descrito um estranho fenômeno no qual a eficiência da
replicação de um bacteriófago (vírus de bactérias) dependia da célula
hospedeira na qual ele estava inserido. Algum tempo depois percebeu-se que a
inabilidade de certos fagos crescerem em determinadas linhagens bacterianas
era devido a presença de nucleases altamente específicas que clivavam o seu
DNA. Isto pode ser encarado como um sistema de defesa bacteriano que
degrada DNA que lhe é estranho (restrição). A bactéria protege seu próprio
DNA desta degradação "camuflando-o" através da metilação de algumas bases
específicas (modificação). Como conseqüência, este sistema é frequentemente
descrito como fenômeno da restrição/modificação e existe em um grande
número de bactérias.
As enzimas de restrição ou endonucleases de restrição são divididas em
várias classes, dependendo da estrutura, da atividade e dos sítios de
reconhecimento e clivagem. As enzimas do Tipo II são proteínas monoméricas
ou diméricas e clivam o DNA no mesmo sítio do seu reconhecimento. O sítio de
reconhecimento deste tipo de enzima é normalmente uma seqüência
palindrômica, isto é, ela tem um eixo de simetria e a seqüência de bases de uma
fita é a mesma da fita complementar, quando lida na direção oposta (Figura 1).
Figura 1. Dois tipos de clivagem feitas por enzimas de restrição. As setas indicam os sítios de
clivagem. As linhas pontilhadas representam o centro de simetria da sequência.
Estas enzimas reconhecem seqüências específicas de 4 a 8 pares de base (bp)
na molécula de DNA e fazem dois cortes, um em cada fita. Há 2 tipos distintos de
clivagens: a) os dois cortes ocorrem no eixo de simetria da seqüência específica,
gerando extremidades abruptas, ou b) os cortes são feitos simetricamente, porém,
fora do eixo de simetria, gerando extremidades coesivas. Estes dois tipos de
clivagens e suas conseqüências estão mostrados na Figura 1.
Atualmente, mais de 1000 enzimas de restrição já foram identificadas. A
nomenclatura desenvolvida foi baseada na abreviação do nome do microrganismo do
qual a enzima foi isolada. A primeira letra representa o gênero e as outras duas a
espécie, seguido de um algarismo romano (ou outra letra) que indica a ordem da
descoberta ou a linhagem da qual ela foi isolada. Por exemplo, a enzima de restrição
denominada de EcoRI é purificada de uma Escherichia coli que carrega um fator de
transferência de resistência RI, enquanto que a Hind III é isolada da Haemophilus
influenzae, linhagem d III.
A Tabela a seguir mostra a seqüência palindrômica e o local de clivagem de
algumas enzimas de restrição. Note que algumas enzimas deixam terminações coesivas
enquanto que outras fazem cortes abruptos ou não coesivos.
Tabela: Algumas endonuclease de restrição: origem e sítios de clivagem. A seta indica o local de
clivagem. Pu e Pi referem-se, respectivamente, a qualquer purina e pirimidina.
O interesse por estas enzimas de restrição aumentou em 1973 quando se
percebeu que elas poderiam ser usadas para fragmentar o DNA deixando
extremidades de fitas simples de DNA que permitiam a ligação dos fragmentos. Isto
significava que a recombinação poderia ser efetuada em tubos de ensaio. Além disto,
DNA bacteriano poderia recombinar com DNA humano ou de qualquer outra espécie,
abrindo a possibilidade de clonar genes humanos ou isolar proteínas de culturas
bacterianas.
Uma importante conseqüência da especificidade destas enzimas de restrição é
que o número de clivagens feito por cada uma delas no DNA de qualquer organismo é
definido e permite o isolamento de fragmentos deste DNA. Portanto, cada enzima de
restrição gera uma família única de fragmentos quando cliva uma molécula de DNA
específica. Enzimas que reconhecem sítios de restrição compostos por 4 pares de
bases clivam o DNA em média a cada 256 nucleotídeos (44=256). Aquelas que
reconhecem sítios com 6 e 8 bp clivam o DNA em média a cada 4096 e 65536 bp,
respectivamente. No entanto, esta média pode sofrer variações significativas,
dependendo principalmente da composição de bases do DNA analisado. Por exemplo, a
enzima NotI reconhece um sítio de restrição contendo 8 bp, incluindo nucleotídeos
CpG, que raramente ocorre no DNA de mamíferos.
A família de fragmentos gerados por digestão com enzima de restrição é
geralmente detectada pela separação destes fragmentos por eletroforese em gel de
agarose. Os fragmentos migram em função de seus pesos moleculares sendo que os
menores migram mais rapidamente (Figura 2).
Figura 2. Moléculas de DNA de tamanhos diferentes
podem ser separadas por eletroforese. Moléculas
menores movem-se mais rapidamente que moléculas
maiores, tornando-se portanto separadas em bandas. O
DNA é corado com brometo de etídeo uma molécula que
fluoresce quando iluminada com luz Ultra Violeta.
4. PURIFICAÇÃO DE BANDA DE DNA CORTADA DE GEL DE
AGAROSE (KIT CONCERT)
OBS: antes de começar a purificação da banda prepare um alíquota de TE a
65C . Equilibrar o banho a 50 e também adicionar etanol ao L2.
-
Cortar a área do gel que contem o fragmento desejado descartando o
excesso de gel e transferir para um eppendorf
Colocar 200l de L1 ( tampão de solubilização) no eppendorf
Incubar por 15min a 50C misturando a cada 3min.
Prepara a coluna e adicionar o gel solubilizado.
Centrifugar por 1min a 14000rpm. Descartar o filtrado
Colocar novamente na coluna 500l de L1 e incubar à temperatura ambiente
por 1min
Centrifugar novamente por 1min a 14000rpm e descartar o filtrado
Adicionar 700l de L2 com etanol e incubar por 5 min a temperatura
ambiente
Centrifugar por 1min a 14000rpm, descartar o filtrado , tornar a
centrifugar por 1min e descartar o residual.
Para eluir o DNA, coloca-se a coluna no tubo eppendorf. Adicionar 50l de TE
(65C) diretamente no centro da coluna. Incubar por 1min e então centrifugar
a 14000rpm por 2min.
Guardar o eluído.
5. VETORES DE CLONAGEM
Após o isolamento de uma informação genética, por exemplo um fragmento de
DNA obtido pela clivagem com enzimas de restrição, este fragmento deverá ser
inserido numa outra molécula de DNA diferente, capaz de amplificar aquela
informação genética em centenas de cópias. Este processo de amplificação é obtido
através do uso de moléculas de DNA que são os chamados vetores de clonagem
molecular.
Atualmente, os tipos básicos de vetores usados na metodologia do DNA
recombinante apresentam características especiais que os tornam excelentes veículos
de clonagem em diferentes situações.
A seguir, vamos apresentar o tipo de vetor que será utilizado em nossas aulas
práticas.
PLASMÍDEO
São pequenas moléculas de DNA dupla fita, contendo os elementos necessários
para a sua replicação e pelo menos um gene que confere resistência a antibiótico.
Estes elementos genéticos extra cromossomais variam de 5 a 400 kilobases e
comumente estão presentes em duas ou mais cópias por célula. Os plasmídeos
presentes num grande número de cópias são usados como veículos de clonagem desde
que capacitem a amplificação do segmento do DNA neles clonado.
Um plasmídeo para ser um bom vetor de clonagem deve conter as seguintes
propriedades:
a) possuir uma origem de
replicação (O), ou seja, uma seqüência de
DNA que permita que o vetor seja
replicado na célula hospedeira,
b) apresentar dois ou mais sítios
únicos de clivagem para endonucleases de
restrição. O conjunto destes sítios é
denominado de Múltiplo Sítios de
Clonagem (MSC) é o local onde o inserto é
incorporado ao vetor de clonagem,
c) possuir um gene que codifica um
produto que distingue a célula transformada da célula não transformada. Por exemplo,
muitos vetores de clonagem carregam o gene que confere resistência à ampicilina
(AmpR). As células transformadas com tais vetores são capazes de crescer num meio
contendo o antibiótico, enquanto que as células não tranformadas acabam morrendo.
Um dos passos fundamentais no processo de clonagem molecular é o uso de
enzima de restrição que produz extremidades compatíveis durante a clivagem do DNA
a ser clonado (inserto) e a do DNA receptor (vetor).
Uma vez que o DNA foi ligado ao vetor, esta molécula híbrida deverá ser
introduzida numa célula hospedeira geralmente bactérias, por um processo chamado
de transformação, para que o vetor possa sofrer replicações e consequentemente
amplificar o número de cópias do inserto. A bactéria transformada será facilmente
reconhecida pela aquisição de um novo fenótipo dado pelo plasmídeo, ou seja,
capacidade de crescer em meios contendo antibiótico.
6. CLONAGEM MOLECULAR
A origem do termo clonagem vem da Genética Bacteriana que considera
uma colônia de bactérias como um clone porque todos os indivíduos são
geneticamente idênticos à bactéria inicial.
A técnica central da metodologia do DNA recombinante é a clonagem
molecular, a qual consiste no isolamento e propagação de moléculas de DNA
idênticas. A clonagem molecular compreende pelo menos dois estágios
importantes: primeiro o fragmento do DNA de interesse chamado de inserto é
ligado a uma outra molécula de DNA chamada de vetor para formar o que se
chama de DNA recombinante. Segundo, a molécula do DNA recombinante é
introduzida numa célula hospedeira compatível, num processo chamado de
transformação. A célula hospedeira que adquiriu a molécula do DNA
recombinante é agora chamada de transformante ou célula transformada.
Um único transformante, em condições ideais, sofre muitos ciclos de
divisão celular, produzindo uma colônia que contém milhares de cópias do DNA
recombinante.
Construção do DNA Recombinante
Uma enzima de restrição particular reconhece somente uma seqüência
única de bases. DNAs de origem diferente sob a ação da mesma enzima de
restrição produzem fragmentos com o mesmo conjunto de extremidades fitas
simples. Portanto, fragmentos de dois diferentes organismos (por exemplo,
bactéria e homem) podem ser ligados por renaturação das regiões de fita
simples. Além disto, se a ligação for "selada" com a enzima DNA ligase, depois
do pareamento de bases, os fragmentos serão ligados permanentemente.
A técnica de DNA recombinante tem um interesse especial se uma das
fontes de DNA clivado for um plasmídeo.
Uma molécula de DNA de plasmídeo que tem somente um sítio de
clivagem para uma determinada enzima de restrição. A mesma enzima é usada
para clivar DNA humano. Se os fragmentos de DNA humano são misturados
com o DNA plasmidial linearizado, permitindo a ligação entre eles, uma
molécula de DNA plasmidial contendo DNA humano pode ser gerada. Este
plasmídeo híbrido pode ser inserido numa bactéria por transformação e então
o inserto será replicado como parte do plasmídeo. Geralmente antibióticos são
acrescentados ao meio da cultura para selecionar somente as linhagens que
portam os plasmídeos (o plasmídeo usado para esta finalidade porta resistência
a pelo menos um antibiótico).
Figura 3. Construção de uma molécula de DNA híbrida a partir de fragmentos de
diferentes organismos obtidos com o uso de enzima de restrição.
DNA ligase
Conforme mencionado anteriormente esta enzima promove a ligação dos
fragmentos de DNA em vetores previamente clivados por endonucleases de restrição.
A DNA ligase requer um grupo OH livre na extremidade 3' de uma das cadeias de
DNA e um grupo fosfato na extremidade 5' da outra cadeia (Figura 4). A E.coli e o
fago T4 codificam uma DNA ligase capaz de selar fragmentos de DNA com dupla fita.
DNA ligase isolada de E.coli e de outras bactérias requer NAD+, enquanto que a
isolada do bacteriófago T4 requer ATP como cofator.
7. CONSTRUÇÃO DE BIBLIOTECAS
A obtenção de uma molécula de DNA recombinante, através da ligação
de um fragmento de DNA de interesse com o DNA de um vetor, é um processo
direto e relativamente simples. Entretanto, problemas especiais surgem quando
o fragmento de interesse constitui uma fração pequena do DNA total. Este é o
caso encontrado comumente quando o objetivo é o isolamento de genes
presentes em uma única cópia num genoma complexo, ou quando o objetivo é o
isolamento de clones portadores do DNA complementar à RNA mensageiro
raro. Deste modo, é claro que quando queremos clonar um determinado gene ou
o DNA complementar da mensagem ou mensagens por ele codificada(s) é
necessário a obtenção de coleções de clones recombinantes, portadores de
moléculas representantes de todo o genoma, ou de coleções de clones de
cDNAs derivados de toda a população de mensageiros da célula ou tecido de
interesse. Essas coleções de clones de DNA recombinante são chamadas de
bibliotecas: Biblioteca Genômica, no caso dos clones terem sido obtidos a
partir do DNA genômico ou Biblioteca de cDNA, no caso dos clones terem sido
construídos a partir de DNA complementar.
O DNA de organismos superiores é bastante complexo: por exemplo, o genoma
haplóide de mamífero é composto de aproximadamente 3x109 pares de bases (pb).
Portanto, se o fragmento de interesse tiver 3000 pb, ele compreenderá somente 1
parte em 106 de uma preparação do DNA total. De modo similar, uma espécie de
RNAm particularmente rara pode compreender somente 1 parte em 105 ou 106 da
fração de RNA mensageiros de uma célula. Deste modo, para que seja garantida a
presença na biblioteca de pelo menos uma versão de todas as seqüências da população
alvo, um dos pontos principais na construção de bibliotecas úteis é a obtenção de
grandes quantidades de clones. Embora a solução deste problema envolva estratégias
específicas no preparo do DNA alvo e na escolha do vetor de clonagem, em linhas
gerais a construção de bibliotecas genômicas e de cDNAs segue um procedimento
básico bastante semelhante. Nos dois casos, o DNA genômico ou os cDNAs são
preparados para a inserção no vetor escolhido. O vetor e o DNA alvo são ligados e
introduzidos em E.coli através de infecção ou em alguns casos, por transformação
direta.
Figura 4. Passos envolvidos na construção de Bibliotecas de cDNA e Bibliotecas
genômicas
8.TRANSFORMAÇÃO BACTERIANA
Conceito de transformação induzida
O processo de transformação constitui um evento de alta importância na
técnica de manipulação gênica. A transformação natural descrita por Griffith, em
1928, e por Avery e colaboradores, em 1944, é um evento raro. No entanto em 1970,
Mandel e Higa encontraram que a E.coli tornou-se marcadamente competente para
transformação com DNA exógeno, quando a bactéria foi suspensa em cloreto de cálcio
gelado e submetida a um curto choque térmico à 42oC.
Estes mesmos autores também verificaram que as bactérias crescidas até a
fase log eram mais competentes do que aquelas isoladas de outros estágios do
crescimento.
O procedimento do cloreto de cálcio que é usado até hoje produz uma
eficiência de transformação de 105 a 107 transformantes por micrograma de DNA (a
eficiência de transformação é geralmente expressa como o número de células
transformadas, obtido a partir de um micrograma de DNA plasmidial intacto).
O tamanho e a conformação da molécula do DNA, afeta o processo de
transformação. Plasmídeos pequenos são mais facilmente incorporados pela célula
bacteriana competente, DNA linear é pobremente incorporado, talvez pelo fato de
sofrer degradação pelas enxonucleases presentes no espaço periplasmático.
Bactéria competente
Bactérias aptas a serem transformadas são denominadas competentes. O
estado de competência tem sido detectado em diferentes espécies
bacterianas, tanto gram-positivas quanto gram-negativas. Em geral, as
bactérias são induzidas ao estado fisiológico de competência, num período
definido ao final do ciclo de crescimento, pouco antes da população atingir a
fase estacionária, quando os nutrientes começam a escassear e a densidade
populacional é alta (Figura 10.3). Este período coincide com um decréscimo ou
bloqueio na duplicação do DNA.
A transferência do DNA só é geneticamente visível se modificar pelo menos
um dos caracteres da célula receptora.
Mecanismos de captação do DNA
O mecanismo de captação da molécula do DNA pela bactéria competente ainda
é desconhecido. Uma hipótese é que as moléculas do DNA passam através de canais
situados nas chamadas zonas de adesão, que são locais onde a membrana interna e
externa da célula bacteriana se unem formando poros. Estes poros só estão presentes
durante o crescimento bacteriano (fase de crescimento exponencial).
Em condições naturais, a captação do DNA torna-se difícil, devido a repulsão
eletrostática existente entre as cargas negativas da camada de fosfolipídeos da
membrana bacteriana com a carga negativa do grupo fosfato da molécula do DNA.
O papel do cálcio é explicado pela hipótese de que a 0oC a fluidez da membrana
celular é cristalizada, estabilizando a distribuição dos fosfatos carregados. Os íons
Ca+2 formam um complexo com este grupamento, cobrindo as cargas negativas,
facilitando agora a atração eletrostática com as moléculas do DNA na zona de adesão.
O choque térmico, complementa este processo de captação, provavelmente criando um
desbalanço térmico entre o interior e o exterior da célula bacteriana, auxiliando o
bombeamento do DNA através da zona de adesão. A figura a seguir ilustra este
processo.
.
Figura 4. Mecanismo molecular proposto para explicar a transformação de E. coli com uma
molécula de DNA exógeno
Eletroporação
Este método baseia-se em características físico-químicas comuns a todas
as membranas biológicas. A eletroporação baseia-se na introdução de DNA
exógeno em células expostas a um campo elétrico. Este, polariza as regiões
hidrofílicas dos fosfolipídios presentes nas membranas celulares, causando
repulsões e consequentemente, poros transitórios na membrana, por onde o
DNA pode ser introduzido na célula-alvo. Outro mecanismo de introdução de
DNA exógeno em bactérias competentes é o choque térmico, entretanto
utilizaremos durante nossas aulas práticas somente a eletroporação.
Protocolo de obtenção de bactérias eletrocompetentes
Considerações Primárias
-
Deve-se ter uma placa marcada com a linhagem de bactéria a ser utilizada,
da qual deve-se pegar uma única colônia isolada para ser feito o pré-inóculo
-
Todos os tubos e frascos devem permanecer em gelo.
Procedimento
1. Fazer pré-inóculo da bactéria em 50 ml de meio LB e deixar crescer overnight , 250 RPM 37ºC.
2. Transferir os 50 ml de pré-inóculo para erlenmeyer com 500 ml com meio
LB e crescer até OD600 – 0,6 (entre 0,5 e 0,7).
3. (Deve-se acompanhar o crescimento em espectrofotômetro,
4. medindo a OD600 a cada 20min.).
5. Deixar 20 min. em gelo para interromper o crescimento.
6. Transferir cultura para dois tubos de centrífuga de 250 ml.
7. Centrifugar a 6000 RPM, por 15 min. a 4ºC .
8. Descartar sobrenadante.
9. Adicionar 200 ml de glicerol 10% e ressuspender células com leve agitação
das mãos.
10. Centrifugar a 6000 RPM, por 15 min. a 4ºC .
11. Descartar sobrenadante.
12. Adicionar 20 ml de glicerol 10% e ressuspender células com leve agitação
das mãos.
13. Transferir células para tubo de centrífuga de 30 ml.
14. Centrifugar a 6000 RPM, por 15 min. a 4ºC.
15. Descartar sobrenadante.
Protocolo de Transformação
Considerações Primárias
-
Lavar muito bem cubetas de eletroporação com água e álcool 70%.
Após secagem esterilizar em luz ultra violeta por vinte minutos.
- Antes de utilizar as cubetas mantê-las em gelo.
Procedimento
1.
2.
3.
4.
Descongelar bactéria (E. coli, linhagem DH10b) em gelo.
Preparar equipamento de eletroporação com voltagem a 2KV.
Deixar separado 1ml de meio de cultura (LB sem ampicilina) já na pipeta.
Misturar DNA e célula competente em cubeta de eletroporação
(ceritifique-se de que todo material encontre-se no fundo da cubeta).
5. Submeter à eletroporação e rapidamente adicionar o meio de cultura. Feito
isso manter de 40 a 60 minutos a 37ºC em banho maria.
6. Plaquear em meio sólido.
9. PCR (POLYMERASE CHAIN REACTION)
A reação em cadeia da polimerase (PCR, Polymerase Chain Reaction), foi
idealizada em meados de 1980 e totalmente descrita em 1987.
A maior aplicação desta metodologia é a possibilidade de se amplificar
uma determinada sequência do DNA sem a necessidade do uso das tradicionais
técnicas de clonagem molecular. Uma simples cópia de um gene específico
dentro de um genoma pode ser amplificado para alguns microgramas, partindose de quantidades mínimas como sub picogramas de DNA total. A condição
básica para a aplicação da técnica, depende da construção de oligonucleotídeos
(iniciadores) os quais são complementares as duas fitas opostas do DNA e que
estejam flanqueando a sequência a ser amplificada.
O processo inicia-se com a desnaturação da dupla fita do DNA que
contém a sequência a ser amplificada. Geralmente, a desnaturação é realizada a
uma temperatura de 94ºC durante 5 minutos, onde nesta temperatura as duas
fitas do DNA separam-se.
O passo seguinte, consiste em abaixar a temperatura para níveis ao
redor de 35ºC, permitindo que os oligonucleotídeos iniciadores anelem-se
especificamente nas extremidades flanqueadas da sequência alvo e nas fitas
opostas. Finalmente, a temperatura é elevada para aproximadamente 72º C e
com isto a polimerase copia a sequência alvo a partir dos oligonucleotídeos
iniciadores é a fase de extensão.
Inicialmente, usou-se a DNA polimerase da Escherichia coli, cuja
temperatura ótima é de 37ºC. Ela era adicionada manualmente a cada ciclo
porque o passo de desnaturação a 94º C inativava a enzima.
Como podemos ver, o processo basicamente ocorre em 3 fases:
desnaturação, anelamento e extensão, os quais, constituem um ciclo da reação
de amplificação. Inicialmente, usou-se a DNA polimerase da Escherichia coli,
cuja temperatura ótima é de 37ºC. Ela era adicionada manualmente a cada ciclo
porque o passo de desnaturação a 94ºC inativava a enzima.
Um importante avanço técnico no
processo surgiu com a descoberta da Taq
polimerase (Sarki et al, 1988) oriunda da
bactéria Thermus aquaticus a qual vive em
fontes de água à temperatura de 75° C. A
enzima tem uma temperatura ótima de ação
a 72° C, mas permanece razoavelmente
estável mesmo a 94° C e com isto, a enzima
é adicionada uma única vez. Devido a este
fato, foi possível a automatização do
processo nos chamados termocicladores.
Além da molécula do DNA, também o
RNA pode ser amplificado desde que ele seja primeiro convertido para cDNA
através da transcrição reversa. Além do principal uso do PCR que é o processo
de amplificação de sequências específicas, rapidamente surgiram novas
aplicações para esta poderosa metodologia, tais como: sequenciamento de
nucleotídeos, análise do polimorfismo, diagnóstico de doenças genéticas e
infecciosas e várias outras aplicações mais específicas durante o uso da
metodologia do DNA recombinante.
Protocolo para 1 reação de PCR
MIX
1. 22,6l de H20 MiliQ
2. 5l de 10x buffer
3. 2l de MgCl2 (25mM)
4. 8l de dNTPs (1,25mM)
5. 5l de primer Forward (15mM)
6. 5l de primer Reverse (15mM)
7. 0,4l de Taq Polymerase
Procedimento
1. Misturar todos os reagentes indicados na ordem acima. Deixar o tubo
contendo o MIX no gelo.
2. Adicionar 2l de DNA no tubo contendo o MIX.
3. Colocar o tubo no termociclador.
- 96ºC por 4 minutos
- 94ºC por 30 segundos
- 50ºC por 30 segundos
41 ciclos
- 72ºC por 3 minutos
- 72ºC por 7 minutos
- 4ºC 
10. MINI PREPARAÇÃO DO DNA PLASMIDIAL
Soluções
-
Solução I – GTE (para 500 ml)
Glicose
23 ml de solução 20%
Tris – HCl
13 ml de solução 1,0 M pH 7,4
EDTA
10 ml de solução 0,5 M pH 8,0
Completar para 500 ml com H2O.
Obs. A solução de glicose 20 % deve ser preparada no momento de preparo da
Solução I , demais soluções podem ser estocadas.
-
Solução II – NaOH (0,2 M)/ SDS (10%) (para 500 ml)
NaOH
10 ml de solução 10 M
SDS
50 ml de solução 10 %
Preparar a Solução II na sequência: 200 ml de H2O  10 ml de NaOH  50
ml de SDS, para então completar para 500 ml com água.
Obs. Diluir os 10 ml de NaOH em 200 ml de H2O, em banho gelado.
-
Solução III – acetato de potássio 3 M (para 500 ml)
KOAc
147,2 g
ácido acético glacial
57,5 ml
Completar para 500 ml com água.
Obs. Além dos 57,5 ml, adicionar mais ácido acético até a Solução III atingir o
pH de 5,2.
Procedimento
1. Inocular a bactéria transformada em 3ml de meio de cultura (LB +
ampicilina) por 18 horas a 37C
2. Transferir 1,5 ml da cultura para um tubo eppendorf e centrifugar por 30
a 60 segundos a 14000rpm e descartar o sobrenadante
3. Adicionar 100l de sol.I gelada
4. Ressuspender as células com ponteira e deixar por 15min a 37C
5. Adicionar 200l de sol II (preparada no dia)
6. Misturar o conteúdo do tubo invertendo-o delicadamente
7. Adicionar 150l de sol.III gelada
8. Misturar o conteúdo invertendo o tubo cuidadosamente e lentamente (notase a formação de grumo branco)
9. Manter em banho de gelo por 15 min ou mais.
10. Centrifugar a 14000rpm 4C por 15min.
11. Transferir o sobrenadante para outro tubo tomando o cuidado para pegar
somente material líquido
12. Adicionar 1ml de ETOH absoluto gelado (-20C)
13. Misturar o conteúdo
14. Centrifugar a 14000rpm a 4C por 15min
15. Descartar sobrenadante
16. Adicionar ao tubo 1ml de ETOH 70% gelado e centrifugar por 5min
(14000rpm, 4C)
17. Secar, invertendo o tubo sobre o papel toalha.
Precipitação
11. SEQÜENCIAMENTO AUTOMÁTICO
utilização de sequenciadores automáticos é essencial quando deseja-se
realizar sequenciamneto em larga escala, como por exemplo em projetos genoma. O
desenvolvimento e utilização de sequenciadores automáticos torna mais efeciente e
rápido o sequenciamento de DNA na medida em que as etapas de leitura do gel e o
processamento de sequências são realizadas através de computadores. A reação de
sequenciamento é realizada através do método de Sanger (1979), do mesmo modo que
no sequenciamento manual. Entretanto, no sequenciamento automático os nucleotídeos
estão marcados com fluorocromos ao invés de isótopos radioativos. Quatro diferentes
fluorocromos são empregados e uma vez excitados por um feixe de laser emitem luz
em diferentes comprimentos de onda. É possível marcar com estes fluorocromos o
"primer" universal M13 ou então cada um dos dideoxinucleotídeos (terminadores).
Assim, uma vez que em cada uma das reações (A, T, C, G) foi empregado um
fluorocromo diferente é possível juntar estes produtos e realizar a corrida em uma
única raia do gel de sequenciamento. Os produtos da reação de sequenciamento,
marcados com os fluorocromos, ao serem submetidos a eletroforese passam pelo
feixe de laser, que promove a excitação dos fluorocromos. A luz emitida pelos
fluorocromos é detectada por um fotomultiplicador e a informação é processada
através de um computador (Figura 6).
Figura 6. Sequenciamento
automático de DNA. As
reações com os diferentes
dideoxinucleotídeos
são
realizadas
em
um
plasmídeo M13, no qual
encontra-se
clonado
o
fragmento de DNA a ser
sequenciado. Cada uma das
misturas de reação contém
o primer universal M13
marcado
com
um
fluorocromo diferente. Os
produtos de reação são
agrupados e submetidos a
eletroforese em uma única
raia de gel de sequenciamento, no sequenciador automático. A medida que os
fragmentos passam pelo feixe de laser, os fluorocromos são excitados e a luz
emitida é detectada por um fotomultiplicador. Esta informação é traduzida na
forma de sequência através de um computador.
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