Estudos teológicos 62 DOGMAS ANTICRISTÃOS PERMANECEM NO CATOLICISMO ROMANO EM REPRESÁLIA À REFORMA PROTESTANTE QUE SE INICIOU COM A CONTRA REFORMA Como protestantes sabemos sobre a Reforma Protestante algo razoável, mas quase nada da Contra Reforma. A Contra Reforma não foi apenas uma reação à cisão do grupo reformador da igreja, mas verdadeira reforma no clero romano. A igreja católica depois da Reforma já não era mais a mesma, aberta com diálogos constantes. Agora estava determinada a se firmar contra o grande ataque da Reforma que a levou a tremendos prejuízos. A igreja católica tendeu a se tornar contra tudo sobre a Reforma. Da mesma forma, a Nova igreja Protestante, tornou-se o princípio moral da verdade do protesto contra a Igreja Romana. A reunião do Concílio de Trento, convocada pelo papa em vez de ser um Concílio Geral, veio a ser apenas o Concílio da Contra Reforma. Mudanças significativas e aprovação de outros temas foi o cerne dessa reunião que duraram vários anos. Aproveito para trazer ao conhecimento dos irmãos a aprovação nesse concílio da doutrina das autoridades. A doutrina ficou assim definida: A Escritura Sagrada e mais os 07 livros apócrifos e seus adendos do AT, bem como alguns escritos pseudígrafos, são igualmente Escrituras e têm a mesma autoridade. Lutero havia eliminado os apócrifos e lhe retirado a validade canônica. Assim ficamos com duas bíblias que não são iguais na totalidade. A católica com os seus acréscimos ridículos e a protestante, que seguiu a canônica da tradição judaica do AT. Também foi confirmado nesse concílio que a Escritura e a Tradição estão no mesmo nível de igualdade, mas só que a tradição não foi definida o que é (qual seu conteúdo) e assim permite que o Papa a utilize do “imprimatur” que deseja para a igreja. Ainda, declarou-se que a Vulgata de Jerônimo seja a única tradução autorizada da Bíblia. Com todo respeito à piedade e esforço de Jerônimo a Vulgata Latina é a mais frágil tradução que temos da Escritura original. Com isso a igreja passou a rejeitar o texto brilhante de Erasmo, que levava em consideração a alta crítica. O papa começou a rejeitar a alta crítica para propósitos dogmáticos e, assim fez da Vulgata a única tradução oficial. Hoje sabemos que várias versões são editadas e usadas pelos clérigos em suas leituras missais. Os reformadores continuaram a usar o texto de Erasmo apenas para suas reflexões. Por fim, na questão da interpretação, a solene pergunta: quem era o responsável? A resposta do Concílio de Trento foi esta: “A santa mãe igreja interpreta a bíblia”. A questão ficou assim à mercê do papa, que dá a decisão final da interpretação do ponto de vista teológico e doutrinário da igreja. Como devem perceber a Palavra de Deus não é respeitada como a autoridade suprema da verdade. No protestantismo essa tarefa da interpretação era deixada para o grupo de mestres em teologia, que obedecia sempre os critérios da exegese determinados pela própria Bíblia. Essa doutrina de autoridades deu mais poderes para o pontífice. Sua infalibilidade não se restringia apenas na função de falar e escrever. Situava-se além de qualquer possibilidade de censura por qualquer autoridade competente, mesmo que fosse a própria Bíblia. Um até breve, Rev. Adalgiso do Vale.