Psicologia Evolucionária

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Aula 05: Psicologia Evolucionária
EAD-5853: Análise da Decisão na Incerteza Aplicada à Administração
Parte 1 – Evolutionary Psychology: A Primer
Nei Grando
Pedro Braga Sotomaior Karam
Abril 2016
Nota sobre os Autores
Leda Cosmides (psicóloga) e John Tooby
(antropólogo) são mais conhecidos por seu
trabalho pioneiro no recente campo da psicologia
evolutiva. Eles são professores de psicologia e
antropologia da Universidade da Califórnia, Santa
Barbara, onde co-dirigem o Centro de Psicologia
Evolutiva. Ambos foram educado em Harvard e
Stanford (pós-doutorado). Prêmios para suas
pesquisas incluem NIH Director’s Pioneer Award,
American Association for the Advancement of
Science Prize for Behavioral Science Research,
dentre outros. John Tooby é tambem o presidente
da Human Behavior and Evolution Society.
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Artigos e livros publicados pelos Autores
•
•
•
•
•
•
Cosmides, L. & Tooby, J. (1987) "From evolution to behavior: Evolutionary
psychology as the missing link" in J. Dupre (ed.), The latest on the best: Essays on
evolution and optimality (Cambridge, MA: The MIT Press).
Cosmides, L. & Tooby, J. (1992) "Cognitive adaptations for social exchange," in
Barkow, J., Cosmides, L. & Tooby, J., (eds) (1992) The adapted mind: Evolutionary
psychology and the generation of culture (New York: Oxford University
Press).Barkow, J., Cosmides, L. & Tooby, J., (eds) (1992) The Adapted Mind:
Evolutionary psychology and the generation of culture (New York: Oxford University
Press).
Cosmides, L. e Tooby J. (1997) Evolutionary psychology: a primer, UC Santa Barbara.
Tooby, J. & Cosmides, L. (2000) Evolutionary psychology: Foundational papers
(Cambridge, MA: MIT Press).
Cosmides, L. & Tooby, J. (2003) "Evolutionary psychology: Theoretical Foundations,"
in Encyclopedia of Cognitive Science (London: Macmillan).
Tooby, J. & Cosmides, L. (2005) "Evolutionary psychology: Conceptual foundations,"
in D. M. Buss (ed.), Handbook of Evolutionary Psychology (New York: Wiley).
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Psicologia Evolucionária/Evolutiva
• Raízes na psicologia cognitiva e biologia evolutiva;
• Objetivo: descobrir e entender o design da mente humana;
• Uma abordagem psicológica: não se trata de uma área ou campo,
mas uma maneira de pensar a psicologia, fundamentada na biologia
evolucionária;
• Conexão com a aula anterior: qual a relação entre a abordagem
descritiva de Kahneman & Tversky e a Psicologia Evolucionária?
Kahneman &
Tversky
(1981)
Cosmides &
Tooby (1997)
4
Instinto
5
Instinto, por William James (1890)
• Circuitos neurais especializados que são comuns a todos os membros
de uma espécie, e são o produto da história evolucionária dessa
espécie;
• Em conjunto, esses circuitos neurais podem ser pensados como a
"natureza humana";
• Contrário ao pensamento usual, James (1890) acredita que humanos
são mais inteligentes que outros animais justamente porque têm
MAIS INSTINTOS, não menos;
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Instinto, por William James (1890)
• Instinct blindness: instintos trabalham tão bem que nós nem nos
damos conta, por processarem informações sem custos e
automaticamente;
• Para explicar os instintos, nós precisamos questionar o natural,
questionar aquilo que damos como certo, fazer com que o "natural
pareça estranho“.
7
Três níveis de explanação complementários em PE
Teorias de problemas adaptativos podem guiar a busca por programas cognitivos que os
resolvem; sabendo-se que existem programas cognitivos, isto pode, por sua vez,
orientar a busca pela sua base neural.
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O Modelo Padrão da Ciência Social
• A tábula rasa, Aristóteles e os empiristas;
• Mecanismos de conteúdo-independente/domínio-geral
• Conteúdos de mentes humanas são principalmente (ou inteiramente)
construções sociais livres, e as ciências sociais são autônomas e
desconectadas de uma base evolutiva ou psicológica (Tooby &
Cosmides, 1992)
9
Psicologia Evolucionária
• Psicologia Evolucionária
- Quadro alternativo ao modelo padrão;
- Mecanismos funcionalmente especializados e, frequentemente,
específicos.
• Psicologia, na Visão Evolucionária
- Ramo da biologia que estuda: i) cérebros; ii) como o cérebro
processa informação; e iii) como o processamento de informação
do cérebro gera comportamento;
- Como derivação da biologia, as mesmas leis desta devem atuar
sobre a psicologia.
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5 princípios da biologia que fundamentam a PE
i) O cérebro é um sistema físico, que funciona como um computador. Seus
circuitos são desenhados para gerar comportamento que é apropriado às
circunstâncias ambientais;
ii) Nossos circuitos neurais foram moldados pela seleção natural para resolver
problemas que nossos ancestrais enfrentavam durante a história evolucionária
da espécie;
iii) Consciência é só a ponta do iceberg; grande parte do que passa na mente
está oculta. Logo, a experiência consciente pode enganar o indivíduo, fazendo-o
pensar que nossos circuitos são mais simples do que realmente são. A maioria
dos problemas considerados fáceis são, na verdade, bastante complexos;
iv) Diferentes circuitos neurais são especializados para resolver diferentes
problemas adaptativos;
v) Nosso crânio moderno abriga uma mente da idade da pedra.
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Primeiro Princípio
i) O cérebro é um sistema físico, que funciona como um computador. Seus circuitos são
desenhados para gerar comportamento que é apropriado às circunstâncias ambientais
•
•
•
•
Cérebro: sistema físico que opera
unicamente pelas leis da química e física;
Emoções, pensamentos, esperança,
sonhos e sentimentos, tudo que se passa
no cérebro é produzido por reações
químicas;
A sua função é processar informação: um
computador constituído pela química
orgânica;
Comportamento: movimento dos
músculos causados por correntes
(transmissão de informação) entre o
cérebro e neurônios motores.
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Primeiro Princípio
Em outras palavras:
• Os circuitos do cérebro são
desenhados para gerar
movimento – comportamento –
em resposta às informações do
ambiente. A função do cérebro –
este “computador molhado” – é
gerar comportamento que é
apropriado às circunstâncias
ambientais;
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Segundo Princípio
ii) Nossos circuitos neurais foram moldados pela seleção natural para resolver problemas
que nossos ancestrais enfrentavam durante a história evolucionária da espécie
•
•
•
•
O que é comportamento apropriado, e
quem pode defini-lo?
Certamente não pode ser o ambiente
(entrada da relação estímulo >
processamento > comportamento);
O processamento é função dos circuitos
neurais do organismo;
Mas então uma dúvida emerge: quem
programa os circuitos neurais a se
comportarem de determinada forma em
função de estímulos específicos?
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Processo evolutivo e a sua força motriz, a seleção natural
•
•
•
•
•
Seleção natural: processo pelo qual uma característica fenotípica causa a sua
própria disseminação na população;
Sobrevivência do mais forte x mais apto;
Circuitos selecionados de forma a resolver melhor os problemas adaptativos;
O que é um problema adaptativo? São problemas recorrentes na história
evolucionária de uma espécie (i), cuja solução afeta a reprodução de indivíduos
(ii);
Logo, nossos circuitos são desenvolvidos ao longo da história evolutiva para
gerar respostas (comportamentos) ao ambiente de forma a melhor resolver os
problemas adaptativos. Os indivíduos que melhor resolvem estes problemas se
disseminam na população por meio da seleção natural.
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Terceiro Princípio
iii) Circuitos que fazem o complexo parecer simples
• A consciência e a ponta do iceberg: só nos damos conta de poucas grandes
conclusões transmitidas por milhares de mecanismos especializados. Ex:
visão;
• Mecanismos que trabalham juntos para produzir um resultado funcional
coordenado, que é automático, confiável, sem esforço e rápido;
• A intuição pode nos enganar, fazendo com que o complexo pareça
extremamente simples... como abrir e fechar os olhos.
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Terceiro Princípio
iii) Circuitos que fazem o complexo parecer simples
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Quarto Princípio
iv) Diferentes circuitos neurais são especializados para resolver diferentes
problemas adaptativos
•
•
•
•
•
•
Mente como um conjunto de circuitos funcionalmente especializados;
Diferentes critérios para resolver distintos problemas adaptativos: o problema
do que comer (cheiro e gosto) x problema do companheiro (a) ideal;
Cérebro como uma coleção de mini-computadores dedicados cujas operações
são funcionalmente integradas para produzir comportamento;
Crib sheets: indivíduos já são equipados com “esquemas mentais” (privileged
hypotheses) a priori (antes da experiência);
Problemas diferentes requerem distintos esquemas mentais;
Quanto mais esquemas mentais possui um sistema, mais problemas podem
ser resolvidos (e de forma mais eficiente);
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Quarto Princípio
iv) Diferentes circuitos neurais são especializados para resolver diferentes
problemas adaptativos
•
•
•
Teorias da racionalidade (lógica/matemática) x EP; domain-indepedent
(environment-free) x domain-specific methods;
Teorias normativas x descritivas?
Dicotomia instinto x cultura e o papel da aprendizagem: reasoning instincts
and learning instincts;
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Quinto Princípio
v) Nosso crânio moderno abriga uma mente da idade da pedra
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Quinto Princípio
v) Nosso crânio moderno abriga uma mente da idade da pedra
• A seleção natural e o desenvolvimento recente da humanidade:
descompasso temporal;
• “Circuitos não foram desenvolvidos para resolver os problemas diários do
homem moderno; eles foram desenvolvidos para resolver problemas dos
ancestrais” (p. 12, tradução livre);
• Psicologia evolutiva: orientação para o passado;
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Psicologia Evolucionária - Contribuições
• Brinkman (2011): psicologia evolutiva é uma das áreas com crescimento
mais rápido na psicologia, sendo aplicável a quase todos os aspectos do
comportamento humano. Trata-se de um enorme campo de conhecimento,
mas também com bastante controvérsia interna e externa;
• Kruger and Armenti (2012): acadêmicos em vários campos (não somente da
psicologia, mas também da como economia, direito, psiquiatria, política,
dentre outros) adotam os pressupostos da psicologia evolutiva.
• No processo decisório: debates sobre modelos racionais de tomada de
decisão x instinto;
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Psicologia Evolucionária - Críticas
• Barrett, Dunbar and Lycett (2002): negligência do papel da cultura e
socialização
“human behavior and psychology are the products of evolution and can be investigated
profitably using an evolutionary framework, although any approach that ignores the fact
that culture is an integral part of the biological process will, of necessity, be incomplete”.
• Brinkman (2011): toma-se o indivíduo quase de forma independente de
fatores sociais e culturais;
• Neurociência: será que a maquina é mesmo uma boa metáfora para o
cérebro? A plasticidade do cérebro;
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Psicologia Evolucionária - Críticas
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Parte 2
Material de apoio sobre Risco, Incertezas e Intuição:
Artigo HBR por Fox (2014): “Instinct Can Beat Analytical Thinking”
(Justin Fox entrevistando o psicólogo Gerd Gigerenzer sobre o livro “Risk Savvy:
How to Make Good Decisions”)
O autor entrevistado por Fox, seus livros e artigos
Gerd Gigerenzer (3 de Setembro de 1947, Wallersdorf, Alemanha) psicólogo que
estudou o uso de racionalidade limitada e heurísticas na tomada de decisões. É diretor
do Centro para o Comportamento Adaptativo e Cognição (ABC) do Instituto Max
Planck para o Desenvolvimento Humano e diretor do Centro de Harding para
Alfabetização de Risco, ambos em Berlim, Alemanha. Foi professor de psicologia na
Universidade de Chicago e John M. Olin Professor Visitante Distinto, Faculdade de
Direito da Universidade de Virginia. Ele também é Batten Fellow na Darden Business
School, Universidade da Virginia, e Fellow da Academia de Ciências de BerlimBrandenburg e da Academia Alemã de Ciências Leopoldina.
Livros:
•Simple Heuristics That Make Us Smart (1999)
•The Empire of Chance: How Probability Changed Science and Everyday Life (1989)
•Bounded Rationality: The Adaptive Toolbox (2001) with Reinhard Selten
•Reckoning with Risk: Learning to Live with Uncertainty (2002, publicado nos EUA
como “Calculated Risks: How to Know When Numbers Deceive You”)
•Gut Feelings: The Intelligence of the Unconscious (2007)
•Heuristics: The Foundation of Adaptive Behavior (2011) with Ralph Hertwig & Torsten
Pachur
•Risk Savvy: How to Make Good Decisions (2014)
Artigos:
GIGERENZER, Gerd; HOFFRAGE, Ulrich. How to improve Bayesian reasoning without instruction:
frequency formats. Psychological review, v. 102, n. 4, p. 684, 1995. Citado por 1696.
GIGERENZER, Gerd; GOLDSTEIN, Daniel G. Reasoning the fast and frugal way: models of bounded
rationality. Psychological review, v. 103, n. 4, p. 650, 1996.Citado por 2411.
UCTV Presentation - https://www.youtube.com/watch?v=KnRWVmWQG24 (2014)
O instinto pode bater o pensamento analítico?
1 - Na visão de Gigerenzer, o uso de heurística,
regras de ouro, e intuição muitas vezes nos leva a
melhores decisões do que com os modelos de
tomada de decisão "racionais" desenvolvidos por
matemáticos e estatísticos.
2 – Gigerenzer acredita que se nós ensinamos aos
jovens e às crianças, a matemática da incerteza e
o pensamento estatístico, em vez de apenas a
matemática da segurança - trigonometria,
geometria, todas as belas coisas que a maioria de
nós nunca precisa. Assim poderíamos ter uma
nova sociedade que seria mais capaz de lidar com
o risco e incerteza.
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Risco x Incerteza
3 - Se você está no “mundo” onde você pode
calcular o risco, então o pensamento
estatístico é suficiente e lógico.
Num cassino, jogando roleta, você pode calcular
quanto vai perder ao longo prazo.
4 - Num “mundo” de incertezas, onde não sabemos todas as
alternativas ou as consequências e os riscos são muito
difíceis de estimar, porque tudo é dinâmico, existem efeitos
de dominó e surpresas acontecem.
Bancos e a crise financeira/imobiliária de 2008.
A Ilusão do Perú!
A melhor decisão sob risco não é a melhor decisão sob incerteza, e vice-versa.
Heurísticas são indispensáveis para boas decisões sob incerteza.
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Exemplo: Decisão em Investimentos
Modelo de Média-Variância (Harry Markowitz)
Baixa incerteza
Elevada incerteza
1/N
Por que Heurística? Resposta: O Dilema Viés-Variânça
Erro total = (Viés)² + Variância + Ruído
Gigerenzer & Brighton 2009 Topics in Cognitive Science
Alocar seu dinheiro igualmente para cada um dos N fundos.
5 - Reinhard Selten e Gigerenzer – estudo da Racionalidade Ecológica de uma heurística:
Se o "mundo" for altamente previsível, com muitos dados e apenas alguns parâmetros
para estimar, use modelos complexos. Mas se for altamente imprevisível e instável, como
no mercado de ações, com muitos parâmetros para estimar e relativamente poucos dados,
torne o modelo simples.
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Intuição
6 - A Intuição é uma ferramenta para um mundo incerto.
Não é capricho. Não é um sexto sentido ou a voz de Deus.
Ela é baseada em muita experiência, uma forma inconsciente de inteligência.
7 - Nas grandes empresas internacionais, que
Gigerenzer trabalhou, cerca de 50% de todas as
decisões são intuitivas. Mas os mesmos gestores
nunca iriam admitir isso em público, assim:
•buscam razões pós-fato;
•contratam consultorias;
•tomam decisões defensivas.
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Crítica a dicotomia Sistema 1 x Sistema 2
8 - O que é um sistema 1 e um sistema 2?
É uma lista de dicotomias. Heurística contra a
racionalidade calculada, inconsciente contra
consciente, propenso a erros contra sempre certo, e
assim por diante. “Duas caixas pretas”.
O alinhamento da heurística e inconsciente não é verdade.
Cada heurística pode ser usada de forma consciente ou inconscientemente.
O alinhamento entre heurística e propensão a erros, também não é verdade.
Então, o que precisamos é voltar a modelos precisos e nos perguntar:
Quando “um sobre N” é uma boa ideia, e quando não é?
Sistema de um, sistema de dois nem sequer perguntam isso. Daniel Kahneman assume
que heurísticas são sempre ruins, ou sempre o segundo melhor.
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Exemplo de Heurística nos Negócios
9 - Há heurísticas que podemos simular e tratar matematicamente. Outras são mais como
receitas verbais. Quanto mais incerto é o “mundo”, mais você precisa de receitas verbais.
Exemplo:
Uma grande empresa com
uma base de 100.000 clientes.
Quem vai comprar?
10 - De acordo com a teoria de marketing padrão, um problema complexo, precisa de uma
solução complexa - por exemplo, o modelo de distribuição de Pareto binomial negativa,
com 4 parâmetros que você estima e lhes dá a probabilidade de cada cliente fazer
compras. A outra visão é que este é um problema complexo num mundo de incertezas, e
portanto, precisa de uma solução simples, senão haverão muitos devido a muitas
estimativas. A heurística hiato é um exemplo: se um cliente não comprou por pelo menos
nove meses, classifica-o como inativo; de outro modo, ativo.
“Menos foi Mais”
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Conclusão
Risco: Como devemos tomar decisões quando todas as alternativas relevantes,
consequências, e as probabilidades são conhecidas? Requer pensamento estatístico.
Incerteza: Como devemos tomar decisões quando não temos todas as alternativas,
consequências, e as probabilidades conhecidas? Requer heurísticas e intuição.
•A falta de conhecimento literário sobre risco dificulta nossa capacidade de avaliar riscos e
tomar decisões.
•A maioria das pessoas, mesmo aqueles em medicina e finança, tem pouco entendimento
sobre probabilidades.
•Regras de ouro, ou heurística, podem conduzir a melhores decisões do que análise
complexa.
•Em situações de riscos desconhecidos, intuição é indispensável.
•A ilusão de certeza (risco zero, risco calculável) é um erro de análise de risco comum.
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Parte 3
Material de apoio sobre Risco, Incertezas e Intuição:
- Livro: “Blink: The Power of Thinking Without Thinking”, by Malcolm Gladwell,
Little Brown and Co., NY and Boston, 2005
O autor, seus livros e artigos
Malcolm Gladwell - Nasceu em Gosport, no Reino Unido em 3 de
setembro de 1963. É um jornalista britânico, criado no Canadá na zona
rural de Ontário e atualmente está vivendo em Nova Iorque. É colunista
da The New Yorker desde 1996, antes ele foi repórter do jornal
Washington Post. É mais conhecido como o autor dos livros: O Ponto da
Virada (Tipping Point), Blink, O Que Se Passa na Cabeça dos Cachorros
e outras aventuras, Fora de Série (Outliers) e Davi e Golias.
O livro: Blink - A Decisão num Piscar de Olhos
Um livro sobre o Inconsciente: Fala sobre a importância da intuição na
tomada de decisão, dos dois primeiros segundos em que o ser humano
reage a uma situação. Três mensagens de Blink:
1. As decisões feitas muito rapidamente podem ser tão boas quanto as
decisões tomadas de forma consciente e deliberadamente.
2. Explica quando devemos confiar em nossos instintos e quando
devemos ser cautelosos com eles.
3. Afirma que nossos julgamentos precipitados e as primeiras impressões
podem ser educados e controlados.
O caso da estátua Kouros – razão x intuição
Entre 1983 e 1986, o museu J. Paul Getty negociou a
compra de uma estátua de mármore grega datada do
século VI a.C. (kouros) e durante esse período foi
realizada uma série de exames científicos e pesquisas
históricas que pareciam autenticar a origem do precioso
objeto. 14 meses de investigação e US$ 10 milhões.
No entanto, em diferentes momentos ao longo de três
anos, seis especialistas duvidaram da autenticidade da
obra, aparentemente sem motivo, à primeira vista.
Eles simplesmente deram uma olhada na estátua, uma
parte de seus cérebros efetuou uma série de cálculos
instantâneos e, antes que tivessem qualquer espécie de
pensamento consciente, eles sentiram algo, uma
“repulsão intuitiva”.
Eles sabiam por que sabiam? Não. Mas eles sabiam.
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Rápido e Frugal – A experiência da Universidade de Iowa
Imagine 4 maços de cartas 2 azuis e 2 vermelhos.
Cada carta lhe rende ou lhe custa algum dinheiro.
Sua tarefa é virar cartas e maximizar seus ganhos.
Você não sabe que os maços vermelhos são um campo
minado, com prêmios elevados mas perdas ainda maiores.
Você só poderá ganhar se pegar cartas dos maços azuis.
A pergunta é:
Quanto tempo você levará para descobrir isso?
--Depois de 50 cartas, um pressentimento.
Depois de 80 descobriram e podiam explicar.
--Máquina que media a atividade das glândulas
sudoríparas sob a pele nas palmas das mãos.
Os jogadores começavam a gerar reações de estresse
em relação às cartas vermelhas lá pela décima carta.
Inconsciente Adaptável.
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Fatias Finas
“Thin-slicing” é um termo usado em psicologia e filosofia para descrever a capacidade de encontrar
padrões em eventos baseados apenas em "fatias finas", ou “janelas” estreitas, de experiência.
Significa fazer inferências muito rápidas sobre o estado, as características ou detalhes de um
indivíduo ou situação com quantidades mínimas de informações.
Breves julgamentos com base em thin-slicing são semelhantes, e podem ser até mesmo mais
precisos, a julgamentos com base em muito mais informações.
Fonte: Adaptado de Wikipedia, baseado em: Ambady, Nalini; Rosenthal, Robert (March 1992). "Thin slices of expressive
behavior as predictors of interpersonal consequences: A meta-analysis".Psychological Bulletin 111 (2): 256–274.
Pense: Você já conheceu alguém pela primeira vez e sentiu
uma conexão instantânea? Alguma vez você foi
apresentado a uma idéia ou um conceito de negócio que
você soube imediatamente que seria um fracasso?
Este “gut feeling” (ou instinto) está associado as estas
“fatias finas” de experiência que estão no inconsciente.
Exemplo: Dr. John Gottman prevendo acuradamente se um
casamento dará certo ou não, observando por alguns
minutos a conversa de um casal ou poucas horas da
interação entre eles.
The Warren Harding Error – o lado negro do “thin-slicing”.
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Conclusão
• Decisões feitas muito rapidamente podem ser tão boas quanto as decisões tomadas de
forma consciente e deliberadamente.
•Podemos aprender quando confiar em nossos instintos e quando devemos ser cautelosos
com eles, ou seja, nossos julgamentos precipitados e as primeiras impressões podem ser
educados e controlados.
. ...
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