1630-1830-Claudia Lourdes Soares

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Avaliação crítica da urodinâmica feminina:
Quando ela muda nossa conduta ?
Quando ela orienta sobre prognóstico?
Claudia L. Soares Laranjeira
Acompanhamento inicial da Incontinência Urinária Feminina
História
Sintomas
Avaliação
clinica
Incontinência na
atividade física,
tosse ou espirro.
Incontinência
com sintomas
mistos
Incontinência
com urgência
e frequência
Avaliação clinica geral
• avalição dos sintomas urinários (incluindo a frequência/volume, diário e
questionários específicos)
• Avaliar a qualidade de vida e desejo de tratamento
• Exame físico: abdominal, pélvica e perineal.
• Teste de esforço para demonstrar a incontinência se apropriado
• Exame de urina e urocultura -> se infectado, tratar e reavaliar
Se apropriado
• Avaliar o estado estrogênico e tratar conforme indicação
• Avaliar a contração muscular do assoalho pélvico
• Avaliar resíduo pós-miccional
Diagnóstico
presumido
Tratamento
Incontinência
urinária de esforço
presumida
Incontinência urinária
mista (tratar ambos sintomas)
Bexiga Hiperativa (com ou sem
urge incontinência presumida por
hiperatividade detrusora
. Intervenções no estilo de vida
. Retreinamento da musculatura do assoalho pélvico para IUE e Bexiga
hiperativa
. Retreinamento vesical para Bexiga hiperativa
. Tratamento medicamento
Outros: eletroestimulação, Dispositivos vaginais ou uretrais
ICS, 2009
FALHA
TRATAMENTO ESPECIALIZADO
Incontinência urinária
complicada
. Incontinência recorrente
. Dor
. Hematúria
. Infecção recorrente
. Irradiação pélvica
. Cirurgia pélvica radical
. Suspeita de fistula
. Sintomas miccionais
Se outras anomalias
p.ex: volume
residual significante,
grandes prolapsos,
massas pélvicas
obstrutivas
Acompanhamento especializado da Incontinência Urinária Feminina
História
Sintomas
Incontinência na
atividade física,
tosse ou espirro.
Incontinência
com sintomas
mistos
Incontinência
com urgência
e frequência
Avaliar prolapsos de órgãos pélvicos
Considerar avaliação ultrassonográfica de assoalho pélvico
Avaliação
clinica
Urodinâmica *
Incontinência
urinaria de
esforço
Incontinência
urinaria mista
Diagnóstico
Hiperatividade
detrusora /
Bexiga
Hiperativa
Incontinência
urinaria associada
com déficit de
esvaziamento
vesical
Obstrução
vesical
Tratamento
Se terapia inicial
falhar:
. Cirurgia para IUE
. Slings ou faixas
. Agentes de
preenchimento
. Colpossuspensão
Se terapia inicial
falhar
. Toxina Botulínica
. Neuromodulação
. Ampliação vesical
Hipoatividade
detrusora
.Corrigir obstrução
vesical anatômica (p
ex: prolapsos)
.Cateterismo
intermitente
Incontinencia urinaria
complicada
. Incontinência
recorrente
. Dor
. Hematúria
. Infecção recorrente
. Irradiação pélvica
. Cirurgia pélvica
radical
. Suspeita de fistula
. Sintomas miccionais
Considerar
. Uretrocistoscopia
Outros exames de
imagem
Urodinamica
Patologia /anomalia
trato urinário
Corrigir anomalia
Tratar patologia
ICS, 2009
Avaliação crítica da urodinâmica feminina:
Women
affected by UI
Women seeking UI care
Women undergoing
SUI surgery
Women who
benefit from
preoperative
urodynamic
testing
L Brubaker, 2012
Estudo Urodinâmico
• Porque pensamos em realizar o exame?
Apenas os sintomas urinários e achados físicos muitas vezes
não preveem adequadamente a fisiopatologia das diversas doenças
relacionadas a disfunções do assoalho pélvico.
Identificar fatores que contribuem para a perda urinaria
Prever consequências da disfunção sobre TUS
Prever / predizer resultados pós tratamento (urgência e
disfunção miccional)
Avaliar efeitos de tratamentos anteriores / elucidar causas de
fracasso.
DAR CUNHO OBJETIVO À INCONTINENCIA URINÁRIA
Quando ela muda nossa conduta?
Escolha da Cirurgia e da técnica cirúrgica
A URD pode mudar a técnica proposta para o tratamento da IU?
Burch Modificado x sling suburetral não mostrou nenhuma diferença no
resultado em pacientes com baixa pressão máxima de fechamento uretral préoperatória.
Sand P et al, 1987 and 2000
Quando ela muda nossa conduta?
Obstet Gynecol. 2012
164 Mulheres com deficiência intrínseca do esfíncter
Critérios URDs - 20 cm H2O para PMFU e 60 cmH2O para VLPP.
Sling TOT x RP
Follow-up 6 meses e 3 anos
Superioridade dos slings RP
Novo sling 6 meses e 3 meses pós TOT (9 e 15 casos) – p < 0,001
Correlação fraca (N pequeno)
A colocação do RP é mais perpendicular ao eixo uretral, criando uma maior
compressão circunferencial da uretra, proporcionando melhor suporte.
TRC - TOMUS
597 mulheres
RP(82% cura) x TOT (79% cura)
N Engl J Med 2010
Disfunção miccional definida por pressão uretral no fluxo máximo
Disfunção pós operatória com necessidade de tratamento cirúrgico, CAT ou ambos
2.7% RP e 0% TOT (P = 0.004).
TOT é melhor para as mulheres com disfunção miccional pre operatória.
Efeito Menos obstrutivo do TOT
Para as mulheres com incontinência urinária de
esforço não complicada, uma avaliação clinica
básica (teste de esforço +, volume residual pós-
miccional normal, avaliação da mobilidade uretral,
e ausência de ITU) é uma avaliação préoperatória adequada.
Taxa de cura 1ano pós sling semelhante com e
n engl j med 366;21 nejm.org may 24, 2012
sem URD pré operatória
A inserção de um faixa sob a uretra é supostamente livre de tensão.
No entanto, os SLINGS são técnicas parcialmente obstrutivas.
Uma proporção significativa de slings são realizadas sob anestesia geral ou bloco
regional, sem um teste de tosse e há uma grande variação na técnica de ajuste da faixa.
No ensaio ValUE, os cirurgiões modificaram a tensão do sling com base nos
achados Urodinamicos em 7% (20/294) dos casos.
A mais ou menos tensão obstrutiva pode ser considerado em casos com
deficiência esfincteriana ou disfunção miccional respectivamente.
Am J Obst Gynecol; 2009
387 mulheres
TOT (75% cura) x RP(82% cura)
Pacientes com OAB em urodinâmica pre op tem melhor resultado no grupo
TOT, com resolução da urgência.
Efeito obstrutivo do RP
Quando ela orienta sobre prognóstico?
Predição de falha
Hiperatividade detrusora a URD e Deficiência esfincteriana associam-se com maior
falha no 1o ano
Risco de falha pos slings TOT e RP (1200 casos)
Stav K, 2010
Pequeno número de pacientes com queixas mistas apresentam alterações urodinamicas (12%).
Nager CW, 2011
Quando ela orienta sobre prognóstico?
Predição disfunção miccional pós operatória
Baixo pico fluxo livre foi identificado como um fator preditor independente de
retenção urinaria após slings RP.
Pico de fluxo 18ml/s (sensibilidade 45% e especificidade 85%) – curva ROC
Maior risco de retenção pós operatória
Beneficio quanto a orientação pré operatória de AutoCAT
ou de Cateter supra púbico
Correlação do valor de VLPP e PFMU com falha cirúrgica
86 cmH2O
** TOMUS and ValUE studies
45 cmH2O
Colágeno urinário aumentado correlaciona-se positivamente com a falha cirúrgica
VLPP
** TOMUS and ValUE studies
PMFU
Colágeno urinário
Estudo Urodinâmico
Trends in Urodynamics in U.S. Female Medicare Beneficiaries, 2000-2010
W. S. Reynolds, S. Ni, M. R. Kaufman, D. F. Penson and R. R. Dmochowski
Neurourol Urodyn 2015; 34: 420e423. doi: 10.1002/nau.22644
O uso de Urodinâmica no programa Medicare do sexo feminino aumentou substancialmente entre 2000 e
2010. A taxa de mulheres submetidas a Urodinâmica por 100.000 beneficiários do sexo feminino aumentou
em 29%, 422-543 por 100.000 mulheres.
Talvez o mais interessante é que, embora os urologistas realizaram o maior número de Urodinâmica durante
o período de estudo, a taxa de utilização entre eles diminuiu 3% (326-316 por 100.000 beneficiários),
enquanto a taxa para ginecologistas aumentou em 144% (77-188 por 100.000 beneficiários).
Urodynamic Studies for Management of Urinary Incontinence in Children and Adults: A
Short Version Cochrane Systematic Review and Meta-Analysis
K. D. Clement, M. C. Lapitan, M. I. Omar and C. M. Glazener
Neurourol Urodyn 2015; 34: 407e412. doi: 10.1002/nau.22584
Os autores concluem que:
“Atualmente não há provas suficientes para indicar que realizar o estudo Urodinâmico em pacientes com IUE
é melhor do que naqueles que não o fazem”.
Cada médico é obrigado a fornecer o melhor cuidado para o paciente.
O melhor cuidado claramente não inclui o teste urodinâmico pré-cirúrgico
para as mulheres ambulatoriais com planejamento cirúrgico primário para
IUE descomplicada.
Na ausência de prova em contrário, os cirurgiões são fortemente
encorajados a incorporar esta nova evidência em sua prática e realocar
recursos para outras necessidades de saúde da mulher.
L Brubaker, 2012
Apesar do diagnóstico de bexiga Hiperativa ser clínico:
A Urodinâmica pré operatória é essencial diante dos sintomas mistos.
 Prevê um resultado ruim (avalia presença ou não de obstrução como
causa)
 Pode mudar sua opção quanto ao tipo de Sling (RP ou TOT)
 Prediz piora da urgência
 Orienta de forma objetiva a paciente quanto a necessidade de
tratamentos complementares pós cirúrgicos
Jain P, Int Urogynecol J 2011
Lee JK, Dwyer PL, Rosamilia A, Lim YN, et al. Int Urogynecol J 2012
Acompanhamento inicial da Incontinência Urinária Feminina
História
Sintomas
Avaliação
clinica
Incontinência na
atividade física,
tosse ou espirro.
Incontinência
com sintomas
mistos
Incontinência
com urgência
e frequência
Avaliação clinica geral
• avalição dos sintomas urinários (incluindo a frequência/volume, diário e
questionários específicos)
• Avaliar a qualidade de vida e desejo de tratamento
• Exame físico: abdominal, pélvica e perineal.
• Teste de esforço para demonstrar a incontinência se apropriado
• Exame de urina e urocultura -> se infectado, tratar e reavaliar
Se apropriado
• Avaliar o estado estrogênico e tratar conforme indicação
• Avaliar a contração muscular do assoalho pélvico
• Avaliar resíduo pós-miccional
Diagnóstico
presumido
Tratamento
Incontinência
urinária de esforço
presumida
Incontinência urinária
mista (tratar ambos sintomas)
Bexiga Hiperativa (com ou sem
urge incontinência presumida por
hiperatividade detrusora
. Intervenções no estilo de vida
. Retreinamento da musculatura do assoalho pélvico para IUE e Bexiga
hiperativa
. Retreinamento vesical para Bexiga hiperativa
. Tratamento medicamento
Outros: eletroestimulação, Dispositivos vaginais ou uretrais
ICS, 2009
FALHA
TRATAMENTO ESPECIALIZADO
Incontinência urinária
complicada
. Incontinência recorrente
. Dor
. Hematúria
. Infecção recorrente
. Irradiação pélvica
. Cirurgia pélvica radical
. Suspeita de fistula
. Sintomas miccionais
> 60% casos
Se outras anomalias
p.ex: volume
residual significante,
grandes prolapsos,
massas pélvicas
obstrutivas
O objetivo da URD é evitar cirurgia desnecessária e melhorar a orientação
dos pacientes.
URD aumenta a confiança do médico em relação ao diagnostico, mas não
melhora resultado cirúrgico.
Qual o valor da URD pre operatória?
Conclusão/Discussão
. IU por urgência pode apresentar melhora (50 a 85%) apos correção
cirúrgica.
. RP = TOT
. RP maior custo devido a complicações obstrutivas.
. Insuficiência esfincteriana (diagnóstco??):
Sling RP parece ser melhor, mas uso de VLPP e PFMU baixos não
predizem resultado
. Experiência do cirurgião pode influenciar no resultado
. Maioria dos cirurgiões só usa um tipo de sling
. Por que os resultados da URD influenciam tanto no tratamento da IU?
Pensar que a Urodinamica implica em :
Custo maior
Exame invasivo (desconfortável)
Dificuldade de disponibilidade
Baixa qualidade e menor valor
Pouca reprodutibilidade
CASO CLINICO
• MHB, 66 anos , professora primária
• Há 3 anos com sintomas de incontinência urinária aos esforços ,
diária , em moderada quantidade usa absorvente continuamente.
Não esta fazendo atividade física por causa da IU.
Realizou 12 sessões de fisioterapia com RMAP sem resposta
satisfatória.
• Apresenta ainda urgência, com ocasional urge incontinência
associada e noctúria de 1x
• Frequência diurna de 9 vezes . Nega sintomas de esvaziamento
• G2P2A0 / 2 partos vaginais, pos menopausa sem TH /
Funcionamento intestinal normal / Ex tabagista
• Sem comorbidades
CASO CLINICO
• Exame físico
– teste de esforço + ausência de prolapsos, vagina atrófica,
– Descida perineal caudal
– Tonus MAP preservado
• Exame de urina normal
• Diário urinário = 9 micções em 24 horas sendo 1 noturna
• 2 perdas por esforço
• 2 perdas por urgência
• Capacidade mínima 120 ml / máxima de 380 ml e usual de 220 ml
• Pergunta = Qual o tratamento deverá ser proposto?
A) Manter fisioterapia
B) Correção cirúrgica com sling
C) Tratamento medicamentoso
• Pergunta = Com ou sem URD?
A) sim
B) não
Fluxo Máximo 13ml/s
Sem resíduo pós miccional
220 ml
480 ml
Perda aos 200 com Pves 100 cmH2O
O que isto mudou na sua decisão cirúrgica?
 Não vou mais operar a paciente
 TOT ao invés de RP
O que isto mudou nas suas orientações para a
paciente quanto as expectativas dela?

Orientar paciente sobre risco de retenção (ensinar Auto CAT),

Orientar risco de falha é menor (visto que VLPP maior que 60)

Chance de melhora

Chance de piora da urgência

Não mudou (eu sempre faço estas orientações )
Antes de usar URD no pré-operatório, todos os médicos devem considerar o
que ela vai mudar na condução do caso.
URD pode impedir a intervenção cirúrgica ??
Os dados recente julgamento indicam que é improvável que os testes
urodinâmicos pré-operatórios alterem o plano terapêutico, ou que tais
achados sejam associado com melhores resultados para mulheres
planejamento de cirurgia para IUE não complicada
A confiabilidade e impacto clínico da
urodinâmica continua a ser uma das
questões mais debatidas em Urologia
feminina
OBRIGADO
Claudia L. Soares Laranjeira
[email protected]
(31)991967602
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