OS LUSITANOS Algumas características Documentos escritos Costumes dos Lusitanos Usam um pequeno escudo redondo do pescoço por correias e um punhal ou espada. Usam, como0 as mulheres, o cabelo comprido, que, durante o combate, prendem com uma faixa atada ma testa. Os lusitanos hábeis na luta de guerrilhas e em arma emboscada. Alimentam-se apenas uma vez ao dia e comem carne de cabra Durante ¾ partes do ano alimentam-se de bolotas que, depois de secas e moídas, servem para fazer um pão (…). A comida é passada de mão em mão e para isso sentam-se em roda em bancos de pedra. Estrabão, “Geografia” Mapa da Lusitânia LENDA DE VIRIATO Ninguém sabe ao certo quando nasceu Viriato nem a que família pertencia. Segundo a tradição, durante a juventude terá sido pastor nos Montes Hermlnios, que hoje se chamam Serra da Estrela (1). Há quem diga que Viriato participou desde muito novo em assaltos-relâmpago às povoações dominadas por romanos. E que já então se distinguia pela agilidade, pela força e pela inteligência guerreira. No entanto, foi um dos homens que acreditaram nas promessas de Galba e desceram à planície na intenção de se instalar e viver em paz numa terra fértil. Assistiu ao ataque traiçoeiro; não pôde lutar porque não tinha armas, mas conseguiu fugir. Depois do massacre, todos os lusitanos sobreviventes regressaram aos seus castros nas montanhas. A pouco e pouco reorganizaram-se, fabricaram armas e prepararam o contraataque. No ano 147 a.C. dez mil lusitanos em fúria avançaram para sul e dirigiram-se a uma zona dominada pelos Romanos. Queriam saquear as povoações e vingar a morte dos companheiros, mas quando menos esperavam perceberam que estavam cercados à distância por um anel de soldados inimigos. Que fazer? Os chefes, para evitarem nova carnificina, propuseram-se ir negociar a rendição. Viriato opôs-se com veemência. Erguendo a voz, lembrou: - Os Romanos não respeitam promessas. Enganaram-me uma vez, não me tornam a enganar. Comigo não contem para negociações. Prefiro lutar ou morrer. O discurso e a firmeza impressionaram toda a gente, sobretudo os outros chefes. E Viriato continuou: - Se não podemos vencê-los pela força, vencê-los-emos pela astúcia. Ora oiçam o meu plano. Propôs-lhes então o seguinte: os homens que combatiam a pé deviam formar grupos e a um sinal combinado disparar em todas as direcções e romper a barreira que os cercava sem dar tempo aos inimigos de se organizarem. - Enquanto vocês fogem, eu e os outros cavaleiros caímos sobre eles ora de um lado ora de outro, de forma a derrotá-los e a proteger a vossa fuga. O plano foi aceite; faltava combinar o sinal. - Fiquem atentos. Quando eu montar a cavalo, já sabem... é ordem para arrancar. Pouco depois ecoavam gritos de guerra pelos campos, zuniam setas e lanças, por toda a parte se ouvia o tinir das espadas. Os romanos não estavam à espera daquela táctica-relâmpago e, tal como Viriato previra, desnortearam-se. Muitos grupos de peões romperam o cerco e desapareceram, enquanto os bravos cavaleiros lusitanos, apesar de estarem em minoria e de possuírem armas mais fracas, lutavam sem cessar. O campo de batalha ficou juncado de mortos, o próprio general romano perdeu a vida, mas não se pode falar de vitória ou derrota. Neste confronto, Viriato, mais do que vencer os Romanos, salvou os Lusitanos. A partir de então foi reconhecido e amado como chefe máximo por todas as tribos. As mulheres sonhavam com ele, os homens admiravam-no, acatavam as suas ordens e seguiam-no com tanto entusiasmo e convicção que durante anos lançaram o terror entre as hostes inimigas. Viriato parecia invencível. E, de facto, em guerra aberta ninguém o derrubou. No ano de 139 a.C. Viriato foi assassinado à traição, quando dormia na tenda, por três homens da sua tribo que os Romanos tinham aliciado e subornado. Os Lusitanos choraram longamente a perda daquele chefe querido e ficaram muito enfraquecidos. Quanto aos assassinos, parece que não chegaram a obter nenhuma recompensa pelo crime. Segundo consta, foram recebidos com desprezo pelo chefe romano, que lhes terá dito «Roma não paga a traidores». É engraçado que tudo o que sabemos a respeito deste homem que os Portugueses consideram como o primeiro dos seus heróis foi escrito por autores romanos. Impressionados pela personalidade forte, austera e recta do chefe lusitano, impressionados também pelo imenso valor que demonstrava na guerra, escreveram vários textos elogiosos sobre ele. Apesar de serem adversários, foram os Romanos que deram a conhecer ao mundo a figura de Viriato OS LUSITANOS ERAM MESTRES EM ARMADILHAS E EMBOSCADAS combateram os Romanos durante 200 anos OFICINA DE SABERES – NÍVEL III - Ivan Russo – 9ºA – nº 8 Conhecimento do Mundo 2010/2011