Causas de Descompensação

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FARMACOLOGIA
DOS
CARDIOTÔNICOS
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

Conceito
É a incapacidade do coração em
adequar sua ejeção às
necessidades metabólicas do
organismo, ou fazê-la somente
através de elevadas pressões de
enchimento.
Eugene Braunwald,1980
Introdução





Aumento da incidência de IC no Brasil e no
mundo - problema de saúde pública.
Prevalência: 2,9% da população.
SUS: 339.770 internações com 26.000 óbitos
(2004) - custo > R$ 200 milhões
Principal causa de internação em > 60 anos –
prevalência 7,5%
Desafio: prevenção (HAS, DM, DLP,
Tabagismo, Obesidade e IAM)
Doença Cardiovascular
PRINCIPAL CAUSA DE MORTE NO
MUNDO
The World Health Report 2001. Geneva: WHO; 2001.
Hospitalizações - Brasil
2004
População
179.108.134
51% Mulheres
1ª
Doenças
Respiratórias
1.713.996
2ª
Internações DCV
1.205.067
ICC
3ª
Neoplasias
DATASUS
339.770 (28%)
585.552
Homens : Mulheres 1:1
1ª causa entre as DCV
Insuficiência Cardíaca
Prognóstico
McMurray JJV, Stewart S. Eur Heart J 2002; 4 (suppl D): 50-58
Epidemiologia






IC é a via final comum da maioria das
cardiopatias
1/3 dos pacientes é hospitalizado
anualmente
Taxa de readmissão em 90 dias > 30%
Hospitalizações: aumento > 50% nos
próximos 25 anos.
Mortalidade: 40 a 50% (NYHA)
Adultos: a maioria ( 70% ) tem IC
sistólica, 30% IC diastólica
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Classificação I

Insuficiência cardíaca esquerda
– É a mais comum
– A dispnéia é o principal sintoma

Insuficiência cardíaca direita
– Geralmente secundária a ICE
– Pode ser ocasionada por doenças
– pulmonares

Insuficiência cardíaca congestiva ou global
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Classificação II
Insuficiência cardíaca aguda
Infarto agudo do miocárdio extenso
Miocardite aguda
Insuficiência cardíaca crônica (a mais comum)
Miocardiopatia dilatada
Hipertensão arterial
Valvopatias
Infarto do miocárdio
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Classificação III
Insuficiência Cardíaca de baixo débito
 A mais comum.
 No início a diminuição do débito pode ocorrer
somente no exercício.
Insuficiência Cardíaca de alto débito
 O débito cardíaco está normal ou mesmo
aumentado.
 O débito cardíaco é insuficiente para as
necessidades metabólicas que estão aumentadas.
Ex. Beriberi, Hipertireoidismo, Anemia grave
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Classificação IV
Insuficiência cardíaca sistólica
 É a mais comum, correspondendo a 70% dos casos de IC.
 Ocorre uma deficiência na contratilidade miocárdica,
  do volume de ejeção,
 Dilatação cardíaca e elevação da pressão diastólica de VE
Ex. Cardiomiopatia dilatada
Insuficiência cardíaca diastólica
 Corresponde a 30% dos casos de IC.
 O ventrículo não se relaxa adequadamente
 A ejeção é normal, porém, as custas de uma elevada
pressão de enchimento ventricular
Ex. Isquemia, Hipertensão arterial, Doenças infiltrativas
miocárdicas
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
 Características
 Sinais e sintomas de sobrecarga hídrica intravascular
e intersticial



Dispnéia
Estertores crepitantes
Edema
 Manifestações de perfusão tissular inadequada
  Capacidade de exercício
 Disfunção renal
 Fadiga
Insuficiência Cardíaca – Fisiopatologia
Respostas Neuroendócrinas
Sistema Nervoso Simpático
Sistema Renina-Angiotensina
Arginina Vasopressina
Vasoconstrição
Retenção de sódio e água
Fator natriurético atrial
Prostaglandinas
Bradicinina
Dopamina
Vasodilatação
Excreção de sódio e água
Estágios da Insuficiência
Cardíaca
Estágios da IC
A


Pacientes de alto
risco para IC
B


Disfunção
assintomática
C


IC sintomática
D

Estágios da IC

IC refratária
Pacientes com alto risco de
desenvolver IC pela presença de
condições clínicas associadas ao
desenvolvimento dessa enfermidade
Pacientes que já desenvolveram
cardiopatia estrutural sabidamente
associada a IC, mas que nunca
exibiram sinais ou sintomas de IC
Pacientes com sintomas prévios ou
presentes de IC associados com
cardiopatia estrutural subjacente
Pacientes com cardiopatia estrutural e
sintomas acentuados de IC em
repouso, apesar da terapia clínica
máxima, e que requerem intervenções
especializadas
Exemplos




HAS, DAC, DM, FR,
uso de drogas e
álcool, história de
miocardiopatia
familiar
HVE, valvopatia, IAM
prévio, disfunção
sistólica do VE
Dispnéia ou fadiga por
disfunção ventricular
esquerda sistólica
Pacientes com IC
refratária ao
tratamento clínico
CLASSIFICAÇÃO DA NYHA
Classe I
– sem limitações
Classe II
– discreta limitação à atividade física
Classe III
– limitação significativa da atividade física
Classe IV
– inabilidade em realizar qualquer atividade
física sem desconforto
Objetivos do tratamento da
insuficiência cardíaca






Reduzir a progressão
Melhorar os sintomas
Melhorar a qualidade de vida
Reduzir a mortalidade
Prevenir a morte súbita
Reduzir o remodelamento miocárdico
Fatores precipitantes da IC












Má aderência à restrição hidrossalina ou à
medicação
Hipertensão arterial sistêmica não controlada
Arritmias cardíacas (fibrilação atrial, por ex.)
Isquemia ou infarto agudo do miocárdio
Infecção, incluindo endocardite infecciosa
Tromboembolismo pulmonar
Anemia
Hipertireoidismo
Estresse físico ou psíquico
Dosagem insuficiente de medicação
Gravidez
Obesidade
Insuficiência Cardíaca
Causas de descompensação
Michalsen A et al Heart 1998; 80: 437-41
Tratamento não farmacológico



Identificar etiologia.
Eliminação/correção de fatores
agravantes.
Modificações no estilo de vida: (IIa/B)
–
–
–
–
–
–
Dieta
Ingestão de álcool
Atividade Física
Atividade Sexual
Atividades Laborativas
Vacinação: gripe e pneumonia
Esquema terapêutico para o
tratamento da ICC
Classe I
Classe II
Classe III
Classe IV
Cirurgia
Transplante
Otimização
terapêutica
Nitrato-hidralazina
Espironolactona
Diuréticos
Digitálicos
Betabloqueadores
Inibidores da Enzima Conservadora Angiotensina
Restrição de sódio
(3 a 4 g/dia)
2 g/dia restrição
hídrica
Adequação da Atividade Física
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
6- ETAPAS NO TRATAMENTO
6-1- Reduzir a carga de trabalho do coração
6-1-1- Limitar nível de atividade
6-1-2- Reduzir peso
6-1-3- Controlar hipertensão
6-2- Restringir sódio
6-3- Restringir água (muito raro)
6-4- Usar digitálicos
6-5- Usar vasodilatadores
6-6- Usar outros medicamentos inotrópicos
6-7- Usar diurético
1- ORIGEM
Família
DIGITÁLICOS
Gênero
Escrofulariácea Digitálicos
Apocinácea
Estrofantos
Espécie
Glicosídeo
Digitoxina
Lanata
Gitoxina
Digoxina
Digitoxina
Purpúrea Gitoxina
Gitalina
kombe
Estrofantina k
Gratus
ouabaina
Farmacologia da ICC

Agentes Inotrópicos
– Aumentam a contratilidade miocárdica
Digitálicos
– Glicosídeos esteróides cardioativos. Extraídos de plantas como Digitalis lanata
– Ação – Inibe a Na+ – K+ – ATPase, impede a retirada do Na+, favorecendo
indiretamente o acúmulo de Ca++ intracelular no miócito. Além disso promove
alentecimento da condução átrio ventricular.
– Na ICC, ajuda o enchimento ventricular, fortalece o coração e ajuda na inibição
da fibrilação atrial
– Ex. DIGOXINA
Penildon - 6ª Ed. 2002
DIGITÁLICOS
6- EFEITOS sobre o consumo de oxigênio
CONSUMO DEPENDE:
Inotropismo
Cronotropismo
Pressão arterial
Tempo de ejeção
TENSÃO
DIGITÁLICOS
DIGOXINA
DIGITOXINA
Meia - vida
40h
168h
Conc. Plasmática
terapêutica
Conc.plasmática
tóxica
Dose diária
(dose
de ataque ou
manu)
Digitalização
rápida
0,5-2 ng/ml
10-25 ng/ml
>2 ng/ml
>35 ng/ml
0,125-0,5 mg
0,05-0,2mg
0,5-0,75 mg a
cada
0,2-0,4 mg a
cada
DIGITÁLICOS
8- INTOXICAÇÃO - causas
1- Erros do paciente
2- Erros do profissional
3- Acidose metabólica (+)
4- Idade avançada (+)
5- Hipocalemia (+)
6- Hipomagnesemia (+)
7- Hipercalcemia(+)
8- Interação medicamentosas (+/-)
DIGITÁLICOS
9- INTOXICAÇÃO - interações
INTERAÇÕES
INTERAÇÕESPOSITIVAS
NEGATIVA
1-1-POR
POTÁSSIO
PORESPOLIAÇÃO
REDUÇÃO NADE
ABSORÇÃO
diuréticos (neomicina)
DA DIGOXINA
laxantes DO METABOLISMO
2- AUMENTO
insulina
HEPÁTICO:
salicilatos
fenilbutazona
2- INGESTA
DE CÁLCIO
difenil-hidantoina
fenobarbital
DIGITÁLICOS
10- INTOXICAÇÃO - tratamento
COM TAQUIARRITMIA
BRADIARRTMIA
2PACIENTE
COM
3-1-PACIENTE
OUTRAS MEDIDAS
2-1= 4-6g/dia
[20-40mEq
1-1-KCl
Atropina
0,25mg
EV (repetir)1,5-3,0g)
2-25-10mg EV (tt)
1-2- Propranolol
KCl = 4-6g/dia
3-1- Diálise (digitoxina não)
2-3- Difenil-hidantoina 150-250mg (tt)
3-2Ativado
via oralEV após
2-4-Carvão
Lidocaína
50-100mg
1-4mg/min.
3-3- Colestiramina (Questran 12-14g/dia)
2-5EDTA sódico c/carvão
600mg+250ml
3-4- Hemoperfusão
ativado
Usar 10-20mg/Kg (máx. 3g/dia)
Digoxina, Digitoxina, Deslanosideo
Contra-indicações:
Bradicardia
 BAV 2º e 3º graus
Doença do nó sinusal
Síndrome do seio carotídeo
Síndrome de Wolf Parkinson White
Miocardiopatia hipertrófica obstrutiva
Hipocalemia
Hipercalcemia
Farmacologia da ICC

Não – Digitálicos
Agonistas β-1
– Estimula os receptores β-1 adrenérgicos (prot. G – adenilil ciclase –
AMPc – reações de fosforilação – chegada de Ca++ às proteínas
contráteis
– Ex. DOPAMINA E DOBUTAMINA

Inibidores de fosfodiesterase
– Impedem que esta degrade o AMPc. Isso permite o aumento das ações
do AMPc e potencializa a contratilidade
– Ex. MILRINONA
Penildon - 6ª Ed.
2002
Inotrópicos
Alfa1
Alfa2
Beta1
Beta2
D1
Dobutamina
1+
0
3+
1+
0
Dopamina
0 a 3+
1+
2+ a 3+
2+
3+
Epinefrina
0
0
3+
3+
0
Alfa1 – Vasoconstrição, aumento da contratilidade cardíaca
Alfa2 - Vasoconstrição
Beta1 - Aumento da contratilidade, aumento da condutibilidade
Beta2 – Vasodilatação, broncodilatação
D1 - Vasodilatação coronariana, renal e mesentérica
Inamrinona e milrinona
Inibidores da fosfodiesterase – aumento do débito
cardíaco
– Aumento da contratilidade
– Redução da pós-carga

Amrinona = inamrinona
– Em neonatos, menor distribuição de volume e clearence (vida-média de 10,7
horas)
– Risco de trombocitopenia reversível (20 a 44% dos pacientes)

Milrinona
–
–
–
–
–
–
Aumento da FC
Redução da pressão atrial média
Redução da pressão arterial pulmonar e sistêmica
Aumento do índice cardíaco
Menor clearence e trombocitopenia
Predisposição para vasodilatação e hipotensão excessivas
Farmacologia da ICC

Agentes Diuréticos
Tiazídicos
– Inibem a reabsorção de Na++ no túbulo contorcido distal (diurese leve)
– Ex. Hidroclorotiazida
De Alça
– Atuam na ramo ascendente da alça de Henle, age no trocador
Na+/K+/2Cl-. São os diuréticos mais potentes, agem mesmo no rim
comprometido.
– Ex. FUROSEMIDA
Poupadores de K+
– Ex. ESPIRONOLACTONA – É antagonista da aldosterona, bloqueando os
receptores desta no túbulo contorcido distal, facilitando a excreção de
NA+ e retenção de K+
Farmacologia da ICC


Agentes Vasodilatadores
Inibidores de ECA
São os mais importantes. Diminuem a produção de angiotensina II,
evitando vasoconstricção arteriolar e venosa e sua ação tóxica e trófica no miocárdio.
– Além disso reduz outras ações da angio. II : ativação simpática, liberação de ADH,
produção de endotelina, inibição da produção de NO e inibidor de ativador de
plasminogênio ( PAI-1 )
– Resultado – Aumenta a atividade parassimpática e diminui a trombogenicidade.
Diminui a liberação de aldosterona e evita o remodelamento indesejável do
miocárdio com deposição de colágeno I
– Efeito colateral importante – Tosse
– EX. CAPTOPRIL, ENALAPRIL
Sistema Renina – Angiotensina - Aldosterona
ECA
Renina
Angiotensina I
Angiotensina II
Angiotensinogênio
Penildon - 6ª Ed. 2002
Farmacologia da ICC

Nitratos
– Ação vasodilatadora, reduz o acúmulo de sangue na circulação central. Alivia
dispnéia

Antagonistas de canais de Ca++
– Ação vasodilatadora
– Ex. NIFEDIPINA

Vasodilatadores arteriolares diretos
– Ação vasodilatadora arteriolar, porém não venosa. Pode resultar em congestão
central.
– Ex. HIDRALAZINA
Penildon - 6ª Ed. 2002
Farmacologia da ICC

Outros
Betabloqueadores
– Reduz a freq. Cardíaca, controla a pressão arterial, inibe arritmias,
diminui produção de renina, maior expressão de beta receptores,
protege o miocárdio contra os efeitos tóxicos da ativação simpática
exarcebada
– Ex. METROPOLOL, PROPANOLOL
– CARVEDILOL- Combina ações de betabloqueador com vasodilatação
importante- alfa bloqueador.
Antagonistas de angiotensina II
– Bloqueiam seletivamente os receptores AT1 de angiotensina II.
Impedem as ações desta. Boa alternativa aos IECAS, quando houver
tosse.
– Ex. LOSARTAN
Penildon - 6ª Ed. 2002
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