CRESCIMENTO FETAL: Assistência imediata ao recém-nascido Paulo R. Margotto Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Brasília/Unidade de Neonatologia do HMIB/SES/DF 17/2/2017 UNICEUB www.paulomargotto.com.br CRESCIMENTO FETAL: Assistência imediata ao recém-nascido • Período embrionário • Período Fetal • Abordagem imediata ao nascimento Todos confortavelmente acomodados !? CRESCIMENTO FETAL: Assistência imediata ao recém-nascido CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL • Período embrionário • Inicio: após fertilização • Termino: quando adquire características para ser reconhecido como ser humano ( duração: 8 semanas ) Margotto, PR - ESCS CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Para torna – se um embrião, você tem que construir-se a partir de uma única célula Respirar antes de possuir pulmões Digerir antes de possuir intestinos Construir ossos enquanto é uma massa Formar variedades de neurônios antes de saber pensar Diferença crítica entre você e uma máquina : A máquina nunca é chamada a uma função antes de ser construída “ Cada animal tem que funcionar enquanto constrói a si mesmo...” Scott F Gilbert Margotto, PR - ESCS CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL • O embrião é a própria metamorfose entre o ser unicelular (ovo ou zigoto) e o ser complexo multicelular Cuja aparência permite o reconhecimento da sua espécie (elo entre nossos ancestrais-GENÓTIPO- e o organismo individual-FENÓTIPO-) Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL - Fases do período embrionário Precoce 1as 3 semanas 1a sem: Fertilização ao blastocisto ( migração tubária ) – 6 dias - 2a sem: Implantação do blastocisto : 6 dias ( disco embrionário bilaminar / 4 anexos embrionários) - 3a sem: Disco embrionário trilaminar : 9 dias ( gastrulação/desenvolvimento dos somitos/neurulação). - Desenvolv. Embrionário propriamente dito 4a sem: Período do dobramento do embrião ( o embrião se curva p/ o saco vitelino ) Ghelman, 2000 5a sem a 8a sem : organogênese CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL • Durante o período embrionário: ser unicelular de 0,1mm ser multicelular: coração funcionando desde a terceira semana, sugando o dedo e medindo 3 cm: crescimento na ordem de 300 vezes! • Durante o Período Fetal: 9a a 40a semana: cresce 17 vezes (comprimento de 50 cm) Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Período embrionário 1ª semana : 1 – 5 dia ( 0,1 mm) : (embrião unilaminar :embrioblasto) Região ampular da tuba uterina 24 hs após liberação do ovócito II encontro entre gametas (“frutos da antiguidade”) Conservação do código genético Restabelecimento da diploidia ( 46 cromossomos ) e a determinação do sexo genético ( X ou Y no pró-núcleo masculino ) Ghelman, 2000 (o Y não passa de um X que foi se degenerando ao longo de 300 milhões de anos de evolução;X: 1000 genes;Y: 780 genes) Ross MT, 2005 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Ovo de Ouriço do mar recoberto de espermatozóide Margotto, PR - ESCS Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO OVO COM DOIS PRONÚCLEOS Margotto, PR - ESCS Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL O processo de fertilização ativação do metabolismo MÓRULA oxidativo do ovo ou zigoto (32 blastômeros) Durante os 1os 6 dias de vida UTERO BLASTÔMERO clivagem ou segmentação ZONA PELUCIDA : agregação dos blastômeros impede a aderência à tuba uterina nutrição ( a partir de secreções tubárias ) Embrião de 2 blastômeros até mórula : pode ser manipulado experimentalmente Margotto, PR - ESCS Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL A partir do estágio de 8 células Junções gap Adquirindo características epiteliais Compactação de blastômeros no pólo embrionário (através da polarização da mórula):polos embrionário e abembrionário (polo vegetal) blastocisto precoce Embrioblasto blastocele Cavidade uterina Eclosão da membrana pelúcida, amadurecendo em Ghelman, 2000 Bastocisto tardio Implantação ou nidação ( 6º - 9º dia ) na parte posterior do útero Gêmeos: depende da divisão completa do embriobasto em dois; divisão incompleta: gêmeos siameses Clicar aqui! Gêmeos monozigóticos ou idênticos (30% dos tipos de gemiparidade) Gemelaridade Ghelman, 2000 Gemeos Siameses: No exemplo: gêmeos unidos através da parede tóraco-abdominal, desde o apêndice xifóide até aproximadamente o nível da cicatriz umbilical. Toracopagos (40%) – unidos pelo tórax Xifópagos (34%) – unidos pela parede anterior do abdome Pigopagus (18%) – unidos pelas nádegas Ischiopagos (6%) – unidos pelo ísquio Craniopagos (2%) –unidos pela cabeça. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Blastocisto humano precoce livre Margotto, PR - ESCS Eclosão do blastócito em relação à membrana pelúcida Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Margotto, PR - ESCS Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Embrião com 6 semanas evidenciando o broto dos membros e sua relação com o saco amniótico Margotto, PR - ESCS Ghelman, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Período Fetal : 9ª sem após a fertilização ou 10ª sem. após a DUM 4 cm de comprimento O desenvolvimento no período fetal consiste no crescimento e maturação das estruturas formadas no período embrionário Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 12 semanas: o útero já é palpável acima da sínfise pubiana Tamanho do feto : 6 – 7 cm / 13 g Aparecem os centros de ossificação Diferenciação dos dedos Desenvolvimento do nariz e pele Cabelos rudimentares Genitália externa começa a se definir Iniciam movimentos espontâneos Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Margotto, PR - ESCS Feto com 12 semanas Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 16 semanas : Tamanho : 10 cm / peso : 110 g Sexo pode ser determinado ( 14 º sem ) Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Na 16ª semana de gestação ele já tem quase todos os órgãos desenvolvidos. Os olhos ainda estão fechados, mas as mãos e os pés começam a mover-se, embora sua mãe quase não perceba. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 20 semanas : Tamanho : 22 cm peso : 300 g Pele menos transparente Lanugem cobre o corpo Cabelo começa a se formar Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 24 semanas : Peso : 630 g Pele enrugada / deposição de gordura Cabeça grande, olhos reconhecíveis Período canalicular: desenvolvimento de brônquios e bronquíolos já é quase completo Se nascer : tentará respirar, mas muitos morrem alvéolos não estão formados Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Ele completa 24 semanas. De entre os seus órgãos, somente os pulmões não estão completamente formados. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Nesta etapa já mexe os braços e as pernas, pisca os olhos, chupa os dedos e, inclusive, tem seus primeiros acessos de soluço. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Como todos os fetos, passa a maior parte do tempo dormindo, e quando dorme nada consegue despertá-lo. Chega até mesmo a sonhar. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 28 semanas : Tamanho : 25 cm / peso : 1100 g Pele é vermelha / coberto de vernix Se nascer : mexe ativamente os lábios / choro fraco 90% de sobrevivência Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 32 semanas : Tamanho : 28 cm / peso : 1800 g Pele vermelha e enrrugada Se nascer : 100% sobrevivência Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 36 semanas : Tamanho : 32 cm / peso : 2500 g Corpo mais arredondado, devido a deposição de gordura Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Não sabe que dentro em breve abandonará a placidez de sua “casa” para passar por uma das experiências mais traumáticas de sua vida: o nascimento. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL 28 sem-515gramas CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL PROGNÓSTICO 28sem-515g Eco cerebral:Normal 29sem-1370g-21 dias Eco cerebral:leucomalácia Margotto,PR, 2012 CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Peso de Nascimento materno - Mãe com restrição crescimento intraútero ( RCIU) maior risco de RN com RCIU ( 4,24 – 4,75 ) - Há um efeito intergeração no peso ao nascer transmitido pela mãe ( irmãs X esposas dos irmãos ) - Análise de nascimentos após doação de ovos Doador X Receptor o ambiente da mãe foi mais importante - Criopreservação de embriões : Não afeta o crescimento fetal e pós – natal Crescimento Intra-uterino-Tese de Doutorado (CLAP/OMS/OPS) Autor (s): Paulo R. Margotto Klebanoff,(1987, 1997 ) ; Brooks ( 1995); Wennerholn ( 1998 ) ; Johnstone ( 1974) CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Altitude : - A alta altitude reduz o peso ao nascer - 2000 m X nível do mar : 2 X risco do baixo peso causa : deficiente oxigenação arterial materna Estatura Materna - Não influencia o peso ao nascer - ( mulher alta – RN pesado : devido ao seu maior peso - R = 0,04 ( explica o peso ao nascer 0,16 % ) Margotto, PR - ESCS Yip ( 1987), Moore ( 1982), Ciari ( 1975 ) , Margotto( 1991 ) CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Idade Materna : - Idade de maior capacidade biológica : 20 – 35 anos * < 18 anos : pré-eclâmpsia, prematuridade, asfixia, distorcia ( Verdadeira competição materno fetal de nutrientes ) * > 35 anos : hipertensão, nefropatia,, malformações fetais - Período reprodutivo iniciado na adolescência grande risco de RN subseqüente de baixo peso Margotto, PR - ESCS Papaevaugelau ( 1973) Arias ( 1984 ) VarderBerg ( 1966 ) CRESCIMENTO FETAL Peso Materno: - Peso materno e seu aumento na gravidez relacionam-se com o peso ao nascer - Expressão do máximo crescimento fetal: aumento da massa corporal da mulher em 20% ( 12kg) - Deficiente ganho de peso entre 28 – 32 sem predicção do RCIU - R = 0,22 ( o peso materno explicou 5% o peso do RN) Margotto, PR - ESCS Pohland, 1989 Abranis, 1995 Lawton, 1988 Margotto, 1991 CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Condições sócio-econômicas : - Classes sócio-econômicas mais baixas hábitos alimentares, qualidade nutrição, baixa escolaridade pré-natal inadequado, fumo - Renda familiar < 1 sal. Mínimo : RR = 2 X baixo peso RA = 18,4% Margotto, PR - ESCS RN de menor Peso Pohland, 1989; Lawton, 1988; Abranis, 1995; Margotto, 1991 CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Intervalo Intergenésico : - Pequeno intervalo ( < 6 meses ) e grande intervalo ( > 6 anos ) aumenta o risco de RN baixo peso. Paridade: - A multiparidade favorece o crescimento fetal (mães > 20 – 24 anos ) - Explicações: sensibilização da mãe pelos Ag do Pai ( no feto) - Maiores níveis de glicose materna Margotto, PR - ESCS Warburton (1971), Page ( 1969 ), Petros – Barvazian , (1973 ) CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento História reprodutiva : - Risco de aborto prévio e baixo peso :OR (Odds ratio) : 1,34 a 1,71 - Natimorto: Risco maior de RN baixo peso persistência da patologia causal - RN anterior de baixo peso : 4 – 5 X risco de RN de baixo peso Margotto, PR - ESCS Papaevaugelau ( 1973) Arias ( 1984 ) VarderBerg ( 1966 ) CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Pré-Natal - Ausência de pré-natal : OR = 2,78 a 4,92 ( < 2500g ) OR = 6,19 a 15,65 ( < 1500 g ) - Pré – natal inadequado adequado : redução de RN de baixo peso em 71% ( branco ) e 38% ( negros ) O não reconhecimento dos fatores interferentes Margotto, PR - ESCS Vander Berg ( 1966), Bellwicz ( 1973) Eisser ( 1979 ) Murray ( 1988) CRESCIMENTO FETAL Fatores Interferentes no Crescimento Hábito de fumar - a diferença de peso entre os RN de mães fumantes X não fumantes : 420 g a menos ( fumantes ) - O risco para a baixo peso duplica, independente de classe - Aumento da prematuridade - Menor estatura / menor capacidade leitura ( 7 anos ) - Modificação do crescimento pulmonar fetal ( redução do no de alvéolos ) Causa : redução na capacidade de carrear O2 ( fumantes ) Efeito da nicotina : supressão resp.fetal Margotto, PR - ESCS Sprauve (1999); Belitzky ( 1987); Ubrich ( 1982) Butter( 1973); Collins ( 1985); Abdul – Karin ( 1974 ) CRESCIMENTO FETAL Fatores interferentes Patologias Maternos - Distúrbios Hipertensivos: Pré-eclâmpsia/eclâmpsia : restrição do crescimento fetal OR : 1,97 OR : 1,95 Isquemia útero – placentária - Diabetes ( Classe D e F ) Restrição do crescimento fetal predispõe a malformações 18 % X 3,3 % Fator subjacente para dismorfogênese Margotto, PR - ESCS Pederoen, 1981 Xiong, 1999 CRESCIMENTO FETAL Determinantes do peso ao nascer Placenta Prévia - 297 casos: a restrição do crescimento fetal : 17,5% Segmento inferior menos vascular Mais aderências com áreas de fibrose Sangramento 1º trimestre separação parcial superf.de troca Drogas - Etanol, hidantóina, prednisona, heroína, - Sind. Fetal alcoólica -Aos 10 anos , a maioria < P 3 na estatura / idade -Peso ao nascer reduzido em até 1200 gKhegman, 1983 ; Keiser, 1984 Margotto, PR - ESCS Rodrigues, 1981 CRESCIMENTO FETAL Determinantes do peso ao nascer Fatores Fetais Zika vírus: 41,7% (com ou sem microcefalia) Infecções congênitas Rubéola US:20-24sem;26-30sem e>34 sem) RCIU : 50 – 85 % da clínica - Inibição da divisão celular - maior percentagem de quebras cromossômicas Citomegalia RCIU : 21 – 50 % - Efeito citopático do vírus - Citólise / perda funcional celular Margotto, PR - ESCS Williams, 2001; Tonelli, 1985 Baue, 1969; Alford, 1990 Brasil P, 2016 CRESCIMENTO FETAL Determinantes do peso ao nascer Fatores Fetais - Sexo: Maior tendência ao crescimento da cabeça ( efeito de hormônios testiculares nas estruturas cerebrais ) : 10 – 18 sem / multiplicação neuronal (altos níveis de testosterona) - Consangüinidade : genes recessivos RCIU A antropometria do RN aumenta na proporção direta das distâncias de local nascimento dos pais (efeito da exogamia) Margotto, PR - ESCS Ramos, 1986; Silbert, 1969 Margotto, 1995 CRESCIMENTO FETAL Determinantes do peso ao nascer Fatores Fetais Anomalias congênitas Fetos com trissomias RCIU : nº reduzido de artérias musculares no tronco viloso 3º ( placenta) crescimento e diferenciação celulares anormais Trissomia do 18 ( Edwards) : severo RCIU Trissomia do 13 ( Patau ) : RCIU não tão severa RCIU : distúrbios secundário pode predispor a malformação (10 a 20 vezes mais) pode coexistir ( fatores etiológicos comuns ) Margotto, PR - ESCS Williams, 2001 Khoury, 1988 CRESCIMENTO FETAL Determinantes do peso ao nascer Fatores Fetais Gemelaridade - a diferença do peso ocorre a partir da 30ª sem - a incidência de baixo peso : 8 X ( < 1500 g : 10 X ) gêmeos monocorônicos gêmeos monozigóticos - pico da média de peso : 37 – 38 sem - o sistema útero- placentário suporta crescimento normal de um peso de 3000 g ( 1500 g cada ) com 1 ano de idade peso equivalente ao único Margotto, PR - ESCS Kliegman,1997;Mc Culloch,1988 Naeye,1966; Ghai, 1988; Gruenwald,1970 ; Min, 2000 CRESCIMENTO FETAL Macrossomia : - Determinantes do peso ao nascer fetos e RN muito grandes 4000 g / > percentil 90 1979: 7300g 1879: 10000g Peso de 6000g : 1 / 200000 nasc. Peso > 5000g : 1 – 2 / 10000 – 1900 Parkland 15 / 10000 – 1999 Hospital Fatores : em 40 % dos casos Diabetes materno ( 6% ) Obesidade materno ( mãe c/136 kg): 30% macrossômicos Multiparidade Prévio RN > 4000 g Margotto, PR - ESCS Williams, 2000 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Crescimento da Placenta Significado perinatal do peso da placenta Margotto, PR - ESCS Autor (s): Paulo R. Margotto CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL - Crescimento da placenta Crescimento placentário > crescimento fetal até 16 ª sem. Crescimento máximo do feto : 25ª - 37 – 38 ª sem Sofre modificações de fatores intrínsecos e extrínsecos Importância crescimento da placenta Discrepância entre peso placenta e peso do RN RCIU s/malformações : placenta pequena ( insuf.placentária) RCIU c/ malformações : placenta de peso normal RCIU c/ infecção perinatal crônica : placenta grande Margotto, PR - ESCS Gruenwald, 1960; Naraujo, 1979; Philippe, 1985; Winick, 1967 Battaglia, 1970 CRESCIMENTO FETAL Não sabe que dentro em breve abandonará a placidez de sua “casa” para passar por uma das experiências mais traumáticas de sua vida: o nascimento. Assistência ao Recém–Nascido Nascer é prejudicial à saúde, porque não há no mundo nenhum ambiente mais controlado e confortável do que o útero materno. Mas como viver é um risco inevitável e necessário, é bom saber que tem gente empenhada em garantir maior qualidade ao nascimento e à vida. Momento mais importante da vida! NASCER! Assistência ao Recém–Nascido Incentivar o Aleitamento Materno em Sala de Parto Assistência ao Recém–Nascido Margotto PR Ar Ambiente X O2 a 100% CFR INDICAÇÕES de Intubacão Traqueal Massagem Cardiaca Drogas na Reanimacao Medicações • Adrenalina –1:10.000 (diluir 1:9) • Expansores de volume: SF ou Ringer lactato Adrenalina • Dose: 0,1-0,3 mL/kg/dose da solução a 1/10.000 (0,01 – 0,03 mg/kg)-diluição em soro fisiológico e NÃO EM ÁGUA DESTILADA por via endotraqueal (UMA ÚNICA VEZ) e a seguir, se necessário, endovenosa (0,1 a 0,3 mL/kgdose) • Expansores de volume • Solução fisiológica ou Ringer lactato • Volume: 10ml/kg em 5 a 10 minutos • Veia umbilical REANIMAÇÃO PROLONGADA Na reanimação prolongada, verificar sempre a efetividade das técnicas. Se o RN persistir ruim, considerar malformações de vias aéreas, pulmonares, pneumotórax, hérnia diafragmática, cardiopatia congênita. APÓS 10 MINUTOS DE ASSISTOLIA COM A REANIMAÇÃO COMPLETA E BEM FEITA, INTERROMPER A REANIMAÇÃO. NASCIMENTO 4 perguntas 30 seg. PASSOS INICIAIS R. Irregular/ausente ou FC<100 VPP com B&M 30 seg. RN não melhorou VPP com B&CET FC<60 bpm Massagem Cardíaca 30 seg. FC<60 bpm Medicações Adrenalina e Expansor de volume Vejamos também! • É difícil ventilar com máscara? • A importância de se atrasar o clampeamento do cordão (deveria ser feito APÓS a primeira respiração!) • Devemos aspirar a traquéia dos recémnascidos deprimidos com líquido amniótico meconial? Ventilação com máscara é difícil: como melhorar? Autor(es): Colin Morley (Austrália) (4o Simpósio Internacional de Neonatologia, São Paulo, 810/9/2011). Realizado por Paulo R. Margotto • É muito difícil fazer uma boa ventilação com máscara. Já indo para o fim da minha Palestra, vocês vão perceber que precisamos de muito mais pesquisa sobre os conceitos muito básicos de como usar uma máscara facial. • A ventilação com máscara é a base da reanimação dos bebês. Na verdade, o mito diz que é simples, mas na verdade é muito difícil, até mesmo para operadores experientes. Tivemos professores que tinham 100% de escape quando achavam que estavam fazendo tudo certo. Se você não ventila adequadamente, obviamente a reanimação é ineficaz. Fotos:Margotto,PR Consultem também: Clicar aqui! Assistência ao recém-nascido na Sala de Parto Autor(es): Paulo R. Margotto, Jefferson Guimarães Resende Assistência ao Recém–Nascido Logo após após a assistência imediata • Manter o RN em ambiente aquecido ( estabilização da temperatura ) • Observar ritmo respiratório, palidez, cianose, tremores, gemidos, hipo e hipertermia, malformações, tipo de choro, etc • Vitamina K -1mg -IM (prevenção da doença hemorrágica) • Nitrato de Prata 1% ( 1 gota em cada olho) (prevenção da gonococcia) • Engerix B – 0,5 ml- IM (prevenção da hepatite Virus B) Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Assistência ao Recém–Nascido Logo após após a assistência imediata • Peso, Comprimento, Perímetro cefálico e peso da placenta • Classificar o RN e Placenta • Estimar o risco de patologia – RN PIG / GIG Fitas reagentes – glicemia - Sorologia para infecção perinatal crônica ( RN PIG) - Exame físico Completo - Detectar anormalidades anatômicas - Determinar o estado de saúde do RN - Diminuir o máximo período de separação mãe – RN Exame físico neonatal e avaliação neurológica Autor(es): Fabiana Moreira Pontes, Sérgio Henrique Veiga Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Objetivo • Avaliar o risco de morbimortalidade afim de proporcionar assistência adequada • Identificar e facilitar reconhecimento do RN quanto a relação entre seu peso de nascimento e idade gestacional para avaliar seu crescimento e desenvolvimento intra-uterino. Avaliação da Idade Gestacional Autor(es): Paulo R. Margotto / Alessandra de Cássia Gonçalves Moreira Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Assistência ao Recém–Nascido Avaliação da Idade Gestacional Peso / Idade Gestacional (IG) • Estima-se o risco de patologia / morte • IG: Concepção – Nascimento ( Inferido pela DUM ) Se desconhecida Na Gestação Fundo de útero USG Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Ao nascer ( Exame clínico-neurológico) Avaliação da Idade Gestacional Métodos de Avaliação da IG Durante a gestação • DUM (regra de Naegele); • Medição de fundo uterino (até 20 semanas); Ao nascer • Se RN com IG >28 sem: Método de Capurro (subestimação da IG a partir da 35ª sem); • Se RN <1500g: Método de Ballard e col, • Se RN for pré termo extremo (IG<26 sem.): 1. Valores do Perímetro Cefálico ao Nascer; 2. Longitude da Espinha Dorsal (LED). Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Cálculo da Idade Gestacional pela DUM • Regra de Naegele: Adicionar a data da DUM sete dias e somar nove meses (ou diminuir 3 meses) Exemplo: DUM: 02/08/2004 DPP: 09/05/2005 (40 sem) Nascimento: 11/03/2005 IG: 29(31-2)+30+31+30+31+31+28+11=221 221 dividido por 7 = 31 semanas e 4 dias Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Assistência ao Recém–Nascido Avaliação da Idade Gestacional Data da Última Menstruação (Fescina e cl, 1984) - DUM desconhecida ou dúvida - Ultrassom (maior precisão, quanto mais precoce) Primeiras 12 semanas: Longitude céfalo- caudal - Exame físico neonatal Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Assistência ao Recém–Nascido Avaliação da Idade Gestacional • Ao Nascer: Capurro (J Pediatr 1978; 93: 120) – Extremamente fácil – Pode ser realizado na sala de parto ( Método Somático) – Método Somático: 5 caracteres físicos (r = 0,88 com a DUM) - Textura da Pele - Forma da Orelha - Glândula mamária - Formação do mamilo - Pregas Plantares Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Assistência ao Recém–Nascido Avaliação da Idade Gestacional • Método Somático-Neurológico: – (r: 0,90 com a DUM) - 4 caracteres físicos anteriores exceto formação do mamilo - 2 caracteres neurológicos: Sinal do Xale Posição da cabeça ao levantar o RN Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Método de Capurro Assistência ao Recém–Nascido Classificação do RN Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Classificação atual dos RN • Pré termo: nascidos vivos antes da 37ª semana; • Termo: nascidos vivos entre 37ª e 41ª semana e 6 dias; Prematuro tardio: 34-36sem6d • Pós termo: nascidos vivos com 42ª semanas ou mais. TESE DE DOUTORADO (Centro Latinoamericano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano-CLAP/ OPS / OMS, Montevideo, Uruguai) CRESCIMENTO INTRA-UTERINO: Percentis de peso, estatura e perímetro cefálico ao nascer de recém-nascidos únicos de gestações normais e Autor(es): Paulo R. Margotto Clicar aqui! [Intrauterine growth curves: the use of local growth charts] J Pediatr (Rio J). 2001 May-Jun;77(3):153-5. Portuguese. No abstract available. Avaliação da Idade Gestacional Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional • PIG: abaixo do percentil 10; • AIG: entre os percentis 10 e 90; • GIG: acima do percentil 90. Exemplo 01: RN, 31 semanas e 4 dias, peso 1610g, 45 cm. Conclusão: RN AIG Assistência ao recém-nascido de risco, P.R. Margotto, 2002. Assistência ao Recém–Nascido Classificação do RN Importância: - Antecipação de problemas clínicos - Prognóstico de crescimento desenvolvimento - Busca inteligente de anomalia congênita inaparente Qualifica o risco de morbimortalidade Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Classificação relacionando Peso e Idade Gestacional • PIG: abaixo do percentil 10; • AIG: entre os percentis 10 e 90; • GIG: acima do percentil 90. Exemplo 02: RN, 40 semanas, peso 2000g, 45 cm. Conclusão: RN PIG Assistência ao recém-nascido de risco, P.R. Margotto, 2002. Avaliação da Idade Gestacional Exemplo: RN, 40 semanas, peso 2000g, 45 cm Índice Ponderal: IP= 2000 = 0,0219 x 100 = 2,19 (45)3 A Conclusão: RN PIG Assimétrico Assistência ao recém-nascido de risco, P.R. Margotto, 2002. Avaliação da Idade Gestacional Avaliação da Idade Gestacional Avaliação da Idade Gestacional Avaliação da Idade Gestacional Restrição do crescimento intrauterino Fatores de Risco: • Tabagismo; • HA crônica ou gestacional; • Gestação Múltipla; • Antecedentes de RCIU; • Infecções perinatais crônicas; Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS • Anomalias Congênitas; • Ganho Ponderal Materno insuficiente; • Sangramento persistente no 2º trimestre; • Consumo de álcool; • Desnutrição Materna; CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Crescimento da Placenta Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Crescimento da placenta • Crescimento da placenta acontece até que seu peso chegue 300g (considerando placenta sem cordão e membranas) e o feto pese 2300g, o que acontece após 36ª semana de gestação. Assistência ao recém-nascido de risco, P.R. Margotto, 2002. Avaliação da Idade Gestacional Crescimento da Placenta RCIU e Peso da placenta Placenta Adequada Placenta Grande (P10 e P90) (>P 90) Malformações Infecção congênita Placenta Pequena (<P10) Insuficiência Placentária Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS Avaliação da Idade Gestacional Idade Gestacional Pós-Concepcional (IGpc) e Corrigida (IGc) Exemplo: IG 29 sem ao nascer Depois de 12 semanas IGpc: 41 semanas IGc: 1 semana Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO FETAL Conclusões - Morbimortalidade Perinatal (O reconhecimento pré-natal do desvio do crescimento ) - Pré-requisito para reduzir a mortalidade fetal e neonatal - Prevenção ou redução do retardo físico ou mental - Ótimo peso ao nascer : é aquele associado com a menor mortalidade Curvas de crescimento aplicados a nossa população (social, cultural, ambiental que variam de uma sociedade a outra e de uma geração a outra ). Margotto, PR. Unid Neonatol HRAS/ESCS “ Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer” (Albert Einstein) Link do Livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco Link Para Download: https://drive.google.com/open?id=0B5b9fOW0rJ3SRkRpUFMwV UxJZjA Assistência ao Recém–Nascido OBRIGADO PELA ATENÇÃO! Margotto, PR. Unid Neonatologia (HMIB/SES/DF), UCB [email protected]