Aula-10 Mais Ondas de Matéria II Curso de Física Geral F-428 Microscópio de Tunelamento (STM) Como tudo começou (1985)... Manipulação de átomos 35 átomos de Xenônio em superfície de Ni, D. Eigler et al, IBM Manipulando átomos Esquema do STM Imagem STM de Ag(001) Microscopia de Tunelamento G. Medeiros-Ribeiro Manipulando átomos com STM • 1- STM identifica átomo • 2- com a ponta próxima seleciona o átomo • 3- com a ponta próxima movimenta o átomo • 4-5 libera o átomo na posição desejada Currais Quânticos • Superfície de Cu(111) • Átomos de Fe são depositados (physisorbed) • A ponta do STM é aproximada de um Fe a TC aumentada • Átomo de Fe é levado até posição • Atomo liberado abaixando a TC. Curral de 48 átomos de Fe Miragem quântica Imagem de STM com Co no foco Resposta magnética com Co no foco Imagem de STM com Co fora foco Resposta magnética com Co no foco O átomo na “Antiga” Mecânica Quântica • Por volta de 1910 acumularam-se inúmeras evidências experimentais de que os átomos continham elétrons (aquelas partículas que compunham os raios catódicos e conduziam a eletricidade). Mas os átomos eram neutros. Portanto, deviam possuir uma quantidade igual de carga positiva. Modelo de Thomson (1910) Os átomos seriam compostos por elétrons pontuais, distribuídos numa massa de carga positiva uniforme: Modelo do “pudim de passas”. Modelo de Thomson: previa uma deflexão pequena das partículas a Exemplo histórico: estrutura do átomo • Ernest Rutherford (1911): descobriu a estrutura nuclear do átomo. Primeiro experimento de colisão de partículas sub-atômicas. Rutherford observou grandes deflexões, sugerindo um núcleo duro e pequeno O átomo na “Antiga” Mecânica Quântica • Rutherford então propôs um modelo no qual toda a carga positiva dos átomos, que comportaria praticamente toda a sua massa, estaria concentrada numa pequena região do seu centro: o núcleo. Os elétrons, então, ficariam orbitando em torno deste núcleo: Modelo “planetário”. Entretanto, estes elétrons em órbita estariam acelerados (aceleração centrípeta). Assim, segundo o eletromagnetismo, deveriam emitir energia na forma de radiação eletromagnética, até colapsarem para o núcleo! O modelo atômico de Bohr (1913) Motivação experimental: Experimentos de espectroscopia de átomos de H apresentavam raias espectrais discretas : Série de Balmer 1 1 RH 2 2 2 n 1 n=3, 4, 5, ... RH =109,677 cm-1 410 434 486 656 (Å) O modelo atômico de Bohr (1913) Baseado na idéia da “quantização” e da existência dos fótons, Bohr introduziu o seu modelo para o átomo de hidrogênio, baseado em 4 postulados: a) Um elétron se move em uma órbita circular em torno do núcleo sob influência da atração coulombiana do núcleo, (mecânica clássica). b) O elétron só pode se mover em órbitas que apresentem momentos angulares L “quantizados”: L n n 1,2,3,.... O modelo atômico de Bohr (1913) c) O elétron fica em órbitas “estacionárias” e não emite radiação eletromagnética. Portanto, a sua energia total E permanece constante. d) Radiação é emitida se um elétron, que se move inicialmente numa órbita de energia Ei , muda para uma órbita de energia Ef . A freqüência da radiação emitida é dada por: Ei E f h Em outras palavras, o átomo emite um fóton. O modelo atômico de Bohr (1913) v Considerando o núcleo em repouso, a força elétrica no elétron é dada por -e, m 2 e 1 F 40 r 2 +e Para uma órbita circular: 2 2 e 1 v m 2 40 r r Se e L rmv L n h 0 2 rn n 2 me 2 n v rm Quantização das órbitas! O modelo atômico de Bohr (1913) Portanto, Bohr prevê que as órbitas têm raios: h 0 2 rn n 2 me 2 ou h 0 r0 me 2 rn r0 n 2 2 com ou r0 0,5291 Å 2 2 mv e e E K U 2 80 r 40 r 2 Mas: Assim, a energia das diferentes órbitas serão dadas por: me 4 1 13,6 En 2 2 2 2 eV 8 0 h n n O modelo atômico de Bohr (1913) As freqüências emitidas nas transições seriam: n n ' 1 n n ' En ' En me4 1 1 2 3 2 2 h 8 0 h n' n me4 1 1 1 1 2 3 2 2 RH 2 2 8 0 h c n' n n' n Portanto, Bohr prevê que: me4 RH 2 3 109,74 cm 1 8 0 h c sendo um êxito para a sua teoria! O modelo de Bohr explicou as raias espectrais, conhecidas para o átomo de hidrogênio, e mostrou que deveriam existir outras, fora do espectro visível. A equação de Schrödinger e o átomo de H O poço de potencial onde o elétron está confinado tem a forma 2 e 1 U r 40 r A equação de Schrödinger nesse potencial é 2 2 ( r ) U ( r ) ( r ) E ( r ) 2m A equação de Schrödinger e o átomo de H Como o potencial só depende de r, a função de onda pode ser separada (em coordenadas esféricas) Isto produz 3 equações separadas, para as coordenadas eletrônicas do átomo de H ! r, , r P F n número quântico principal m l número número quântico quântico orbital magnético símbolo n l m valores 1,2,3, 0,..,n-1 -l,..,l A equação de Schrödinger e o átomo de H O número quântico orbital l corresponde aos estados: l = 0, 1, 2, 3, 4 s, p, d, f, g 3s 3p 3d (3,0,0) (3,1,0) (3,1,1) (3,1,-1) (3,2,0) (3,2,1) (3,2,-1) (3,2,2) (3,2,-2) E0 / 9 E0 / 4 E0 (2,0,0) 2s 1s (1,0,0) (2,1,0) (2,1,1) (2,1,-1) 2p nlm (r ) (n,l,m) A equação de Schrödinger e o átomo de H Para o estado fundamental (n = 1, l = 0, m = 0) temos e equação radial d ( r ) 2 d ( r ) U ( r ) ( r ) E ( r ) 2 2m dr r dr 2 2 A função de onda radial do estado fundamental (1,0,0): 100 r 1 r0 3 e 2 r r0 ; r0 é o raio de Bohr A equação de Schrödinger e o átomo de H A densidade de probabilidade associada à função de onda: Probabilidade de medir no volume dV à distância r densidade de probabilidade x dV = |(r)|2 à distância r Pr dr r dV r 4r dr 2 onde 2 4 2 2r r P r r e r0 0 3 2 Densidade de probabilidade do H Estado 1s n=1 l=0 m=0 Estado 2p n=2 l=1 m=0 Estado 2s n=2 l=0 m=0 Estado 2p n=2 l=1 m=1 Orbitais atômicos orbitais atômicos Princípio da incerteza Um exemplo interessante ! Seja um elétron à distância r do núcleo, com energia potencial: 2 e 1 U r 40 r O elétron, confinado em uma esfera de raio r, tem energia cinética mínima: 2 2 p K r 2m 2mr 2 2 pois: p r ~ ( p ) ( r ) ( p ) (r)2 2 Princípio da incerteza A energia total 2 2 e E r K r U r 2 2mr 40 r deve passar por um mínimo! dE r 2 e2 3 0 2 dr mr 40 r daí: h 2 0 r r0 2 me (Raio de Bohr ! )