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Módulo: Avaliação, Programação e Intervenção na Sala de Aula
Docente: Mestre Fátima Paiva
Turma 2-Grupo:
Francisco Gonçalves
Lara Gonçalves
Paulo Santos
Janeiro 2010
A Hiperactividade
Défice de Atenção
“…trate as pessoas como se elas fossem o que
deveriam ser, e ajude-as a tornarem-se naquilo
que elas são capazes de ser…”
Linda Serrão, Presidente
da Associação
Portuguesa da Criança
Hiperactiva
Hiperactividade


De acordo com a Associação Americana de
Psiquiatria, a hiperactividade caracteriza-se
por um “padrão persistente de falta de
atenção e/ou impulsividade -hiperactividade,
com uma intensidade que é mais frequente e
grave que o observado habitualmente nos
indivíduos com um nível semelhante de
desenvolvimento”.
DDAH (Desordem por Défice de Atenção com
Hiperactividade)
 Esta
perturbação é uma problemática que
começa
por
criar
dificuldades
na
aprendizagem e na adaptação do indivíduo
ao meio nos seus primeiros anos de vida.

Estas crianças manifestam na sua
actividade diária padrões comportamentais
em que a actividade motora é muito
acentuada, inadequada ou excessiva.

A Associação Americana de Psiquiatria
(APA) distingue três subtipos de DDHA de
acordo com o predomínio dos sintomas da
falta de atenção e da hiperactividade impulsividade:
DDAH
do
Desatento
Tipo
Predominantemente
DDAH
do
Tipo
Predominantemente
Hiperactivo – Impulsivo
DDAH do Tipo Misto
16% da população (dependendo do método de
diagnóstico utilizado);
3 a 6% das crianças em idade escolar sofrem
desta desordem;
5 a 10% apresentam sintomas de DDAH;
É mais frequente nos rapazes do que nas
raparigas;
80 a 90% dos casos diagnosticados são de
rapazes.
Para o estabelecimento de um correcto
diagnóstico, é importante que a incapacidade
provocada por estes sintomas seja avaliada em
pelo menos dois contextos;
Alguns sintomas devem estar presentes antes
dos 7 anos e estar presentes no mínimo durante 6
meses;
É necessária a combinação da avaliação clínica
com a avaliação neurológica e nenhum teste único
consegue diagnosticar a DDAH.
 O DSM IV, um teste de despiste, descreve os seguintes
sintomas de falta de atenção e de hiperactividade impulsividade.
Falta de atenção:
Não prestar atenção suficiente aos pormenores ou
cometer erros por descuido nas tarefas escolares, no
trabalho ou noutras actividades lúdicas;
Ter dificuldade em manter a atenção em tarefas ou
actividades;
Parecer não ouvir quando se lhe dirigem directamente;
Não seguir as instruções e não terminar os trabalhos
escolares ou outras tarefas;
Ter dificuldade em organizar-se;
Evitar as tarefas que requerem esforço mental persistente;
Perder objectos necessários a tarefas ou actividades que terá
de realizar;
Distrair-se facilmente com estímulos irrelevantes;
Esquecer-se com frequência de actividades quotidianas ou de
algumas rotinas.
Hiperactividade:
Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se
quando está sentado;
Levantar-se na sala ou noutras situações em que se
espera que esteja sentado;
Correr ou saltar excessivamente em situações em que é
inadequado fazê-lo;
Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um
jogo;
Agir como se estivesse “ligado a um motor”;
Falar em excesso.
Impulsividade:
Precipitar as respostas antes que as perguntas tenham
acabado;
Impaciência;
Comentários desadequados;
Ter dificuldade em esperar pela sua vez;
Não ouvem as normas que lhe são transmitidas;
Mexem em coisas que não é suposto mexer;
Interromper ou interferir nas actividades dos outros
(intrometer-se nas conversas ou nos jogos).
 Não é tarefa fácil diagnosticar a DDAH. Torna-se
fundamental realizar um diagnóstico discriminado e
rigoroso, que obedeça aos seguintes critérios:
Quantidade
Duração
Contexto
Início
Exclusão
Provas
 A hiperactividade é acompanhada de outros problemas
menos específicos, entre os quais se encontram:
o défice de auto-estima;
a instabilidade e a fragilidade emocional;
a escassa tolerância à frustração;
transtornos de conduta;
dificuldades de aprendizagem;
problemas de relação com os pares;
maior nível de ansiedade.
 Consideram-se objecto de críticas e queixas;
 Costumam ter propensão para sofrer
acidentes devido à escassa consciência do risco
que demonstram em situações de perigo;
 Manifestam problemas de disciplina por
incumprimento ou ultrapassagem das normas
estabelecidas.
 As causas que conduzem à DDAH são muito
variadas
e
dependentes
de
factores
diversificados, sendo difícil na maioria dos casos
determinar uma etiologia precisa.
 As possíveis causas deste comportamento têm
origem em múltiplos factores, tais como,
neurológicos, pré-natais, genéticos e ambientais.
Factores neurológicos
 “Estudos específicos utilizaram a ressonância
magnética funcional para demonstrar que as crianças
com o diagnóstico de PHDA (Perturbação de
hiperactividade e défice de atenção) apresentam
diferenças na actividade do córtex frontal – lobo
frontal do cérebro, que é responsável pelo processo
mais diferenciado de cognição e pensamento – e nos
núcleos estreados, por baixo dessa área”
(in Super Bebés, nº 82:78)
Factores pré-natais
 A influência do meio ambiente pré-natal e as
complicações surgidas durante a gravidez têm sido
ressaltadas como causas relacionadas com os
transtornos da conduta infantil.
Factores genéticos
 Incidência dos problemas das crianças hiperactivas nos
familiares biológicos;
 Incidência dos problemas psicológicos nas famílias
adoptivas das crianças hiperactivas, em comparação com os
familiares biológicos;
 Comparação entre os filhos hiperactivos que foram
adoptados, de pais normais e de pais com algum distúrbio
psiquiátrico;
 Estudos com gémeos monozigóticos e com gémeos
dizigóticos.
Factores ambientais e variáveis psicológicas
 A natureza e as características do trabalho, o
lugar que se ocupa na sociedade, o rendimento
económico, as condições da habitação familiar, os
estilos educativos que os adultos adoptam, entre
outros aspectos, variam de caso para caso. Portanto,
não influenciam todos de igual modo, tanto no que
respeita ao comportamento, bem como nas suas
experiências.
 Torna-se fundamental conhecer cada criança
individualmente para melhor poder intervir junto da
mesma, com vista a um tratamento adequado.
 O tratamento tem por objectivo o desenvolvimento de
um adequado equilíbrio emocional, bem como, a melhoria
do desempenho escolar e ocupacional.
 Existem diferentes modos de tratamento, variando
entre a administração de psicofármacos, as técnicas de
modificação de comportamento ou uma intervenção
multidisciplinar integrando diversas áreas.
Medicação
Os fármacos mais utilizados são os psicoestimulantes como
o Dexedrine e Ritalin baseados na Dextroanfetamina e no
Metilfenidato.
Estimulam os neurotransmissores do cérebro, gerando um
efeito regulador mais eficaz na actividade motora,
aumentando a atenção, reduzindo a impulsividade e, se for
esse o caso, aumentando o rendimento escolar.
Terapia Comportamental
O tratamento comportamental integra três vertentes:
O treino dos pais;
O tratamento centrado na criança;
A intervenção centrada na escola.
Segundo Vasquez (1997), o modelo de intervenção deve
seguir os seguintes passos:
Definição do comportamento indesejado;
Estabelecimento da linha de base;
Definição dos factores que motivam o comportamento e o
fazem persistir;
Aplicação do programa de alteração do comportamento com
recurso ao reforço;
Avaliação do processo.
Fowler (2000) considera que a melhor forma de influenciar o
comportamento da criança é estando atento e a melhor forma de
fomentar o aumento de comportamentos desejados é “apanhar a
criança a portar-se bem”.
 O trabalho dos técnicos com os pais deve ir de
encontro ao treino de técnicas e estratégias que
permitam que estes consigam controlar o
comportamento dos filhos e os ajudem a interagir com
outras pessoas.
 Normalmente as estratégias utilizadas são: a
apresentação de modelos comportamentais adequados
(já que nesta idade a criança aprende muito com base
na imitação) e aplicar reforços positivos aquando da
existência de comportamentos desejados.
Objectivos principais:
Conduzir a respostas adequadas;
Aumentar a possibilidade de repetição de um
comportamento adequado;
Diminuir a probabilidade dos comportamentos
inadequados, levando-os à extinção.
Hiperactividade ou apenas indisciplina?
Hiperactividade
Indisciplina
Falta de persistência nas tarefas;
Apatia do grupo, troca de mensagens e
papelinhos,
intervalos
cada
vez
maiores;
Elevada distracção;
Exibicionismo, perguntas feitas de
forma a colocarem em causa o
professor;
Muda frequentemente de actividade;
Comentários despropositados, silêncios
ostensivos;
Irrequietude motora constante e
excessiva;
Entrada
e
saídas
justificadas,
desatenção/desconcentração,
desinteresse, perturbação;
Agita-se excessivamente em
actividades estruturadas.
Não cooperação, difícil relacionamento
social, roubos, agressividade.
Como intervir?
 As crianças passam muito tempo no contexto
escolar, onde as regras são uma constante e onde
lhes são incutidos uma série de valores que têm de
cumprir.
 É primordial que sejam estabelecidas um
conjunto de estratégias que permitam que a
criança ajuste o seu comportamento, de modo a que
aprenda e não perturbe a aprendizagem dos outros.
Intervenção no meio de aprendizagem:
Colocar a criança em sítios que não causem distracção,
evitando outras fontes de estimulação que não seja o objecto de
aprendizagem;
Dar espaço à criança para que se possa movimentar;
Isolar sons do exterior que possam perturbar a criança;
Dar oportunidade à criança de trabalhar individualmente;
Estabelecer e elaborar tarefas de forma rotineira;
Estabelecer regras bem claras e exigir o seu cumprimento;
Construir listas de verificação para que a criança se organize.
Intervenção para obter a atenção das crianças:
Fazer perguntas interessantes de modo a estimular a criança;
Recorrer às histórias, imagens, sons, luzes, poemas, materiais
diferentes para desenvolver a curiosidade e o espírito crítico
bem como para promover a interacção dos elementos do grupo;
Usar o contacto visual. É fulcral que a criança olhe para o
educador quando este está a falar;
Demonstrar entusiasmo por aquilo que está a desenvolver de
modo a cativar a criança.
Intervenção para focar a atenção das crianças:
Servir-se de estratégias multi-sensoriais quando se
dirige à criança;
Projectar a voz, tendo consciência de que está a ser
ouvido pela criança;
Explicar a finalidade da actividade em questão;
Encorajar a criança nas suas actividades;
Recorrer à demonstração.
Intervenção no ritmo de trabalho:
Ajustar o ritmo de actividade à capacidade de
concentração e realização da criança, alternando entre
actividades mais calmas e outras mais dinâmicas;
Dar tempo à criança para completar a tarefa em que está
empenhada;
Reduzir a extensão e a quantidade de tarefas;
Estabelecer “contratos escritos” com prémios para a
finalização de determinadas tarefas.
Intervenção para manter a atenção das crianças:
Estar colocado num sitio da sala que permita ser visto por
todas as crianças;
Organizar as actividades por temas, seguindo uma ordem
lógica;
Evitar que o dia tenha “momentos mortos”;
Dar liberdade à criança para expor as suas ideias;
Usar o computador, já que pode ser uma ferramenta muito
apelativa.
Intervenção nas estratégias e métodos:
Utilizar linguagem que a criança conheça, evitando o uso de
linguagem abstracta;
Ter em conta as ideias prévias das crianças antes de
introduzir informações novas;
Dividir as tarefas complexas em tarefas mais simples;
Reduzir o número de conceitos apresentados de uma vez,
destacando a informação mais importante;
Estimular a criança para que verbalize as aprendizagens.
Intervenção para manter as crianças em
actividade:
Criar um ambiente de cooperação, realizando actividades
em grupo;
Utilizar os colegas para incentivar a criança com DDAH a
permanecer nas tarefas;
Encorajar as crianças fazendo comentários positivos e
estabelecer um sistema de prémios.
Intervenção na avaliação:
Recorrer a instrumentos de avaliação alternativos;
Estabelecer, de comum acordo, expectativas realistas
quanto aos resultados a alcançar.
Intervenção no tratamento de comportamentos
inadequados:
Antecipar e prevenir os problemas, sempre que possível;
Predefinir regras específicas e consequências objectivas;
Estabelecer alternativas para comportamentos inadequados;
Estabelecer na sala um local para a criança se “acalmar”;
Elogiar os comportamentos adequados;
Evitar dar atenção a comportamentos inadequados, pois assim
perderão o impacto;
Evitar criticar a criança;
Ser compreensivo perante sinais de frustração;
Estar individualmente com a criança de modo a falar-lhe sobre as
suas atitudes inapropriadas;
Precaver-se de comportamentos alternativos aos indesejados.
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